As luzes estão acesas, e lutam,
Enquanto a cera tenta travar
A força de uma vida,
Que brilha, e como elas,
Crepita ao sopro do vento.
Não conheço Igrejas nem Catedrais,
Em quantidade suficiente,
Para que o brilho de todas as velas,
Me traga o milagre que quero.
É esta respiração invulgar,
De um peito quase inseguro,
Que me faz sentir a coragem!
A que queria ter, mas que me falha.
Há aqui algo de disfuncional.
Há um brilho nos ribeiros
Junto às margens, ainda jovens,
Desde o declinar das nascentes
Que vão conquistando leitos, e
Tornando-me matéria segura.
O brilho é cristalino.
O sabor é puro e simples.
O frio, arrepia-me a pele,
Que acorda um sangue lascivo.
As luzes estão no auge,
E lá ao longe, existem
Pequenos sóis que não existem.
Comungam de prazer,
Ao ter prazer em os sonhar.
Abrir as janelas à vida
É o balanço inverso da morte
Porque ela existe e é o caminho.
Renascer é um somatório
De tantos nascimentos pontuais,
Que me forçam um sorriso,
Sem esforço, sem fingimento,
E me fazem sentir prematuro.
É a minha lista, um dia por dia.
Comprar pequenos nadas,
Imaterialmente esgotados, por aí
Em tantos armazéns de Almas.
Esta nascente, cresce por impulso,
Por gravidade e força de vontade.
Nasce pequena, um fio de água,
Uma veia em terra seca,
Num galgar de léguas,
Até rejuvenescer o mar.
São as veias do meu corpo,
Que aquecem a melancolia.
São os olhos que me dão a vida.
É assim a minha Alma
Que não pára de crescer,
Até que desague,
Onde o Horizonte nasce.
26DEZEMBRO2016