sábado, 28 de julho de 2012

UMA LUZ AO FUNDO



Controlando a luz ao fundo...
Veios tremulos de cores quentes,
definem o poder desta energia...
calor e vontade imersas entre camadas,
que sugerem  misterioso poder creativo.
A indefinicao que sinto, num repente
e a repeticao da permanente duvida,
com autenticidade desta fe desfasada,
definitivamente arquivada, em lugar proprio.
Como filas de tomos ancestrais e sagrados,
com cuidado guardados, nas estantes da minha alma.
Tal como uma biblioteca, tenho a fe organizada.
Tenho deuses de moradas diferentes.
Sectores onde arquivo as crencas coloridas,
habitos e atitudes tao faustas como estranhas.
A admiracao que me sustenta a curiosidade,
tem este poder de me tornar esfomeado...
quero saber mais e leio. Alimento-me de letras,
que me tornam, cada vez mais incompleto.
Tenho esta sensacao de vazio... tao estranho.
Quanto mais sei, mais fica por saber.
Admiro a versatilidade dos escribas,
como os de hoje imitam os ancestrais.
O romancear dos factos que nos foram dogmatisados,
tiveram o poder da poesia... fes e dogmas seguidos,
pela tinta de um imaginario que metamorfosiou
realidades deturpadas que seguimos... seculos seguidos.
Ja nao ha historiadores poetas. Jao nao teem o luxo
de florear em torno dos factos... senao incompetencia.
E esta luz aproxima-se sem pressa, mas o brilho cresce.
Procurar iluminismo pela sabedoria, deixa-me assim,
em reticencias permanentes sem qualquer conclusao.
Esse e o misterio da fe! O nosso misterio...
Nunca saber tudo... deixar caminho sem final,
onde a estrada continua, e os degraus nao param.
O caminho ate essa luz, onde ali mesmo ao fundo,
tem o brilho fantastico do conhecimento infinito.
Nao tenho pressa em aprender, ja nao corro...
Aprendi que morrerei inculto, onde cada pequeno livro,
que arrume na estante da minha memoria,
sera sempre e apenas mais um, que abrira mais espaco,
a tantos outros que nunca me mostrarao o fim.
A estante da minha memoria, continua por preencher.
Quero ler enquanto tenho tempo... so assim,
controlo essa luz, num tunel talvez, mas ao fundo...

28 JULHO 2012

UM DIA SEREI POETA...



Serei talvez um dia, um poeta.
Indescriminadamente me sirvo me mim.
Do abuso que nao admito a ninguem...
Abuso de mim proprio... ate a exaustao.
Sem duvida um passeio sereno, sempre
pelas formulas magicas que o sonho tem.
A Alquimia da minha pedra filosofal,
filtra-se nos quimicos invisiveis
indolores e sem volume que imano
em cataratas de agua solta, que bloqueio.
A quimica da poesia, e uma mistura volatil.
Explode a qualquer momento...
tal como a minha alma distraida,
que tenho de procurar todos os dias,
passando o portal do Sonho.
As linhas que fluem, nao teem significado...
sao escritas em ausencia de algo que me suporte.
Uma bengala que me encha os dedos,
que sustente o peso de minh'alma cheia.
A falta de inspiracao tambem flui...
O opaco do absurdo tambem me invade...
E fico parado a olhar o mar, incognito
pela perda de memoria que me apetece sentir.
Nem me preocupo saber quem sou...
So sinto as ondas... suaves e frias que
invadem o meu espaco de materia propria.
Como que electrocutado pela frieza do vazio,
me arrepio em isolamento total, e quente.
O calor da inoperancia queima...
braseiro de carvao petrificado pelo tempo,
por todo o tempo que nao passa por mim.
Perdido na ausencia de concentracao,
falo apenas comigo, meus dedos que mexem,
sem control, na harmonia do desconhecido.
Agora era hora... altura ideal de ter coragem.
Uma sebenta inanimada, pela falta de brilho.
Caneta irreverente que me suje os dedos,
sera a formula que procuro... quieto e sombrio,
e que surjam as letras certas, ou abstratas
que me levem um dia... a ser poeta.

27 JULHO 2012

segunda-feira, 23 de julho de 2012

DENTRO DE TI



Se a inquietude motivasse silencio...
Calava-me por um seculo...
Uma era... tudo o que me faca falar.
Despersonifico o meu nome na insuficiencia.
Tenho Pessoa no meu ouvido... declamado.
Sofrido, chorado e sempre em mim...
Pinto a parede de branco... e azul turquesa.
Quero calor despersonificado, e reflectido.
Quero Alentejo alterado... em cores de Minho.
Quero que me cheires... que me sintas...
e te des... em mim. Ate nao mais...
Quero silencio, inquieto... gemidos... so!
Quero amor profundo quando possuo...
Quero gemido em clamor de silencio.
Superioridade inexistente da vida, que me prova...
que me diz que sim... sem saber porque.
O sabor da lingua em pressao de freio,
o sabor inteligente do amor prepotente.
E o possuir da vontade carnal... que existe!
O amor indelevel e inseparavel do sexo!
O querer simples da pele... o tesao do impulso!
E comer-te... tanto! Destemido sem pudor!
E o amor... o que tenho.
E por aqui fico... dentro de ti!


21 JULHO 2012

APANÁGIO DA PAZ



Se me disserem que a vontade individual é a meta da felicidade,
vou-me zangar com meio mundo e o outro meio que se cale.
Tenho silêncios impregnados na minha pele
Como manchas de tinta que esmorecem a cor original.
Tenho a intensidade da calma que me acomete,
cada vez que penso, e não é pouco, em mim... em tudo!
Desdenho a complexidade do amor!
Personifico em causas individuais, o comum
incerto da personalidade que não tenho de demonstrar.
A ninguém!!!!!!!!
Observo por hobby próprio, os comportamentos individuais.
Os que vejo, provoco e anseio. Observo...
Limito, crio e deleito-me com as atitudes de reposta,
com entrelinhas moldadas e manipuladas a propósito.
Não existe nada, absolutamente mais letal
que a própria vida. Sou o apanágio da paz,
indiscriminadamente violentado pela agressão gratuita.
Desfigurado (?!) apercebo-me o que é provocar sentimentos de pena...
Há falta de mimo que nunca tive e, que não procuro por inteiro.
Se sou obcecado, será pela ignorância de quem não sabe o que diz.
Sou uma corda pendente, um nó marinho que enforca sem perdão.
E detesto-me por tudo isto, pela falta de capacidade
que demonstro, nas consequências "inteligentes" de quem decide
o que acha de mim. Inteligência?!
O que é isso?! Sinapses cansadas na exaustão do procedimento?
Neuronios hiper-expressivos na falte e erros da atitude certa.
Talvez sim... Talvez sim...
Talvez que a minha insignificância, seja o poderio feudal da mordomia.
Talvez tente velejar na calmaria; mas com opção.
Talvez acabe aqui agora mesmo esta forma estranha de expressão.
Acho que só mesmo eu me compreendo. E isso faz-me feliz.
Por todo o sempre e presente, me torno indulgente na cagatividade.
Mas preciso de mim. Por enquanto. Só eu preciso de mim.
Assim falo e penso nesta parvoíce da intensidade inteligível.
Que tudo o resto se dane e afogue de imediato.
Tenho a simpatia do leão esfomeado.
Que o mundo prevaleça, que a vontade exista.
Mas no fundo, seja eu o meu adormecer.


21 JULHO 2012

UM SIMPLES OLHAR



Que fantastica sensacao se define num so olhar.
Mesmo na inexistencia material do corpo,
um olhar e quanto basta para o animo...
O sonho... O que mais me preeenche,
em toda a minha realidade, nao passa de sonho.
Muitos mesmo. Sem certezas, mas sempre
preenchidos pela satisfacao alegorica,
que as minhas metamorfoses psicologicas,
teimam em nao me deixar partilhar o ego,
em forma que mais facil seria entendida, pelo
comum dos mortais... Desatino permanentemente.
Que se lixem os "cliches" de nao sei o que ?!
Sinto apenas que detesto sorrisos de falsete...
Nao suporto gente mesmo inteligente que seja,
distribua cambrias faciais, por ser agradavel...
Mando tudo a merda, quando tenho de mandar!
Os menos... e os mais proximos ate.
Sabem todos de mim, um pequeno gesto
que se desprende por vezes, em formas menos leves
menos agradaveis, mas em que o meu denominador comum,
e absolutamente a honestidade! Amo viver...
Amo a mulher... a arte... e a indiferenca.
Vou abrir um negocio trivial, pela falencia
das politicas faceis e evolutivamente desfasadas.
Vou abrir uma Nacao nova, que tera o meu nome impresso.
A minha bandeira, tera uma coroa...
Um reino intenso e propenso, onde as cabecas caem.
Mas na serenidade da justica!
Acabo no meio de tudo isto, por abrir os olhos...
Sobressaltado e Frustrado pela impotencia do acordar.
Desiludido pela falta de realidade associada.
Mas feliz comigo proprio!
Ontem vi na Royal Academy of Arts,
exposicao impressionista dos despojados,
em epoca de elevacao intelectual.
Manet, Monet, Sisley, Renoir, Pissarro e Degas.
Que mestres... que potencia impressionista.
Mas nao acreditados pela nata pseudo intelectual.
As datas... Os tempos... tudo nao passa de nada!
As epocas sao isso mesmo, porque o tempo passa...
Os Egos ficam na lucidez da competencia inata e pura.
Nao sou ninguem por acesso imediato.
Mas aprecio na timidez, a coragem da humildade.
Assim me transporta a lagrima admirassionista,
em arrepio de profanar o sagrado e o divino na arte.
De qualquer arte... Por e para tudo isto, basta um so olhar.
Expressivo... na igorancia ou no saber.
Mas apenas um so e simples olhar.

21 JULHO 2012

sábado, 21 de julho de 2012

O APELO DA LOUCURA



De sonho a pesadelo, fragil e estranho...
A fronteira e tao fragil e reversivel.
O mais facil mesmo fica por sonhos dificeis...
O dificil acontece permanentemente,
em pesadelos no limiar do agradavel.
Quando durmo e me envolvo num gel
que me faz perder a sustentacao,
a aderencia a vida cresce...
ha algo de estranhamente bom,
quando a luta pela vida acontece.
Os viciados em adrenalina, la terao a sua razao.
A minha... a minha adrenalina e diferente.
E como um cansaco agradavel,
tao perto de extenuar a mente, que sabe bem.
Como crianca em jogo de bolas de vidro,
pequenas... simples e coloridas.
Os repentes da troca de posicao,
sao esses sim a minha adrenalina.
A impotencia corporal na troca de tamanhos,
o eu minimo, esborrachado em aperto
em jogo de bolas de vidro,
enormes... simples e coloridas.
Esta fronteira e o meu medo positivo,
a indecisao de querer parar e sentir o cheiro,
sentir o sussurro e a brisa da loucura.
Querer dar mais um passo, e passar para o outro lado.
Nao nego e nao fujo, apenas penso...
Tenho o apelo da loucura !

quinta-feira, 19 de julho de 2012

A PROXIMA LETRA



Servindo-me de mim, esqueco o futuro.
Basta umas pitadas de qualquer coisa, que
sem que o perceba, me faca esquecer
tudo aquilo e aqueles que nao quero.
Sei que a minha inercia, comeca por algum lado.
Talvez o espelho que teima no reflexo que nao pedi.
Desatino profundamente com imagens torcidas,
tortas ou invertidas... muito mais as minhas.
A audacia do nao querer, nao e coragem.
Prefiro arremessar uma pedra lisa a tona d'agua,
e ve-la saltar vezes sem conta provando mesmo,
que flutuamos antes de afundar.
Como tal, opto por ser tronco que flutua.
A Gravidade da Alma, nao afunda...
Mantem-se a tona do espirito, como azeite em agua.
A materia... regozijo da Alma, toca-me
na forma indelevel de um beijo.
Acho um acto tao vil, como bom,
o tempo que por mim passa, sem futuro.
O que escrevo, mesmo fraco que seja,
segura-me em equilibrio com a vida,
em mudancas bruscas de rumo,
que tomo conscientemente,
desde que comecei a interpretar o tempo.
A futuro e ja aqui... nesta proxima letra.
Transformando a incerteza em absolvicao,
serei eu como clerigo medieval, lavando pes
de caminhantes, a caminho do nada que existe
hoje e como futuro... de mim,
e de todas as outras gentes...
A unica certeza que me preenche a duvida,
sera sempre a proxima letra.

19 JULHO 2012

terça-feira, 17 de julho de 2012

O MEU BEIJO


Um beijo...
Um so beijo...
Apetece !
Apetece dar-te o melhor beijo.
Que nunca esquecas, por ser um so.
Mas o melhor!
O melhor de todos os beijos.
Que te beije os labios... todos.
Sem margem de pudor.
Sem receios ou temor... mas
Que te penetre os sentidos.
Que me apertes; no mesmo beijo.
Quero explorar-te...
nao esquecer as ruas da tua loucura.
Passear sem paragens longas,
por todos os teus recantos.
Abracar os teus encantos, e beijar.
Beijar ate que me doa a boca.
Saborear o que o meu beijo quer.
Cheirar o que o meu beijo te tira.
Quero explorar-te...
Calmo...
Longo...
Fundo...
Tremulo...
Tal e qual,
o meu beijo.

17 JULHO 2012

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A MINHA SOMBRA


Nao tenho as palavras necessárias
que vistam a pedra nua que fluiu
desse teu ventre polido por mim.
Os meus dedos foram senhorios
do feudo da minha felicidade.
Sentiram o calor do Sol,
a tua pele sedenta de sombra,
A minha sombra, que te cobria.
Há fogo e água escritos aqui.
Tenho o veludo das areia agrestes,
que me tocam, ao mesmo tempo
em dor e sabor inigualáveis,
pelo prazer de te ter comigo.
Há feridas que cicatrizo
a cada fechar d'olhos,
que não vejo, mas sinto!
Talvez... a ternura da sinceridade
não o seja, por isso o escrevo.
Toco-te o rosto como pétalas
caidas de um jardim inacabado.
Por sentir, por querer sentir.
Quero dormir sem que o sonho
me engane, quero-te a ti!
Se as palavras são ocas,
Se o espaco é pouco e frágil,
Não tenho as palavras necessárias.
Um só corpo e alma, cheio de tudo.
Desejos dimensionados ao que procuro,
Na disfuncionalidade do que digo,
serão sempre um ponto de chegada.
O ponto de partida, será a  incógnita.
Que complicado é afinal ser tão simples.
Preciso de ser a minha sombra,
para que me possas entender.

11 JULHO 2012

QUERO SER EU...



Uma solução para mim, é fugir.
De nada, ou o que tenha de esconder.
De mim. Do mundo, das pessoas.
Se dissesse o que que sinto,
considerar-me-iam estranho.
Porque sou, nem nunca serei outro.
Servirei um rei que me agrade.
Um reino de paz e simplicidade.
Preciso de paz, sem opção alguma.
Paz. Apenas paz; e alma calma.
Uma montanha alta, onde possa
sentir a falta de oxigénio.
Onde o cheiro do ar, seja perfume
o chá do iaque me aqueça,
em harmonia com o meu espirito.
De livre arbítrio, como um Deus indeciso.
Incerteza no nome. Só o meu.
Que as cores das bandeiras voem,
que afastem espiritualidades paralelas.
Servir o que sinto, é saber quem sou.
Reunião de fés e credos diferentes,
Puros e desfigurados de normas.
Apenas eu, e o meu outro lado.
Quero aproveitar a loucura!
Atingir o que não entendo.
Quero ser eu.
Só isso!

11 JULHO 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

SIMPLICIDADE



Vou-me deitar aqui... agora.
Escolho este espaco para descansar.
A cabeca que se cansa pela vida.
O corpo que nao responde ao cansaco.
A Alma que coordena o meu equilibrio.
O Ego que me isola de todo o resto.
Quero descansar... agora.
Sentir que tudo gira a minha volta,
quieto... sem um unico gesto.
Sentir energias que me envolvam,
que me reanimem a vontade natural.
Quero ouvir Bach... fechar os olhos.
Voar na magia de som que absorvo.
Pintar uma tela com a ponta dos dedos.
Pequenos tracos que uno, certos
incertos, curtos e impressionistas.
Relaxo... em corpo fausto de carne,
mas leve. Leve como o vento.
Quero abrir os olhos, olhar
 a simplicidade, que afinal existe.
Admirar-me que afinal e tao facil,
sentir-me como a folha que cai,
gozando o caos numa descida incerta.
Tocar o chao, indelevel e suave.
Sentir o cheiro a po humido salpicante,
pelas lagrimas de quem me segura.
Ao descer tao leve como agora,
finalmente descansei do mundo.
Vou-me deitar aqui... agora.
Neste espaco eleito, e descansar.

10 JULHO 2012

segunda-feira, 9 de julho de 2012

PATAMAR DA FELICIDADE



Estava capaz de subir ate onde os dedos tocam.
Zona imaginaria... patamar de area imensa,
tal planalto transparente inexplorado.
Sei que o desiquilibrio dos sentidos existe.
A nausea e a vertigem de estar tao alto,
ultrapasso quando segurar a primeira nuvem.
Parece algodao... adocicado pelo tempo.
Um abraco que me segura da queda prevista,
em raizes que me penetram os poros,
que agarro e aperto espremendo as lagrimas,
que em chuva regam, o chao seco da minha alma.
Alcancado o ceu... liberto a Alma que amo.
Liberto pelos dedos, o que tenho preso na cabeca.
Escrevo pequenos trechos, que me liguem
sem qualquer fronteira, aos limites que procuro.
O infinito e previsivel... atingivel ate, talvez.
Basta querer subir ate onde os dedos tocam.
Nao quero desenvolver-me em limitacoes mentais,
de produtividade negativa, em barreiras desnecessarias.
Quero o Universo como telhado de vidro...
Mesmo que quebre, o ceu sera limite eterno.
Quero raizes humanas que soprem ao meu ouvido,
musicas magicas declamadas em poemas fantasticos.
Quero inverter as polaridades do previsivel.
Neutralizar a vaidade, alimentando a pureza.
Acariciar com amor, faces de criancas tristes,
para que me enriquecam com um sorriso.
Tao puro e sincero, tao motivante no viver,
como a pureza desta nuvem em que me agarro.
Assim poderei dizer, que com a ponta dos dedos,
toquei sem dificuldade alguma,
o patamar da felicidade.

09 JULHO 2012

domingo, 8 de julho de 2012

ALMA ETERNA



Descolei o possivel de uma condicao passageira.
A desenvoltura da indiferenca, preenche espaco
vazio, pela imensidao da impotencia pessoal,
que me tapa os poros por completo... falta-me o ar.
Admiro sem vontade nenhuma, a irregularidade.
Aceito criticas de imaginarios humanos, pobres
que nao se me definem por complementaridade.
E sinto espacos vazios... E gosto!
Gosto de preencher os meus espacos.
Imposicoes sao devaneios que nao frequento...
Tenho o defeito e a vontade do ritual...
Tenho a intencao definitiva de rotinas saudaveis.
Nao quero saber de quem nao goste... aceito.
Desrespeito as trivialidades futeis, sem conceito.
Tenho o poder de estar sozinho... ser o meu Deus.
Tenho o meu templo edificado em paredes de aco,
que nao de liga forte, mas que me ligam em forca propria.
Tenho Alma sagrada que profano por direito,
na simplicidade do apuramento da minha crenca.
Amo a arquitectura da criacao, em que me insiro
como pedra basilar, em aprumo de regra pura.
A geometria descreve a vida em pura alquimia,
que influencia os compostos que me ligam,
ao poder da inteligencia, corporal e divina.
Que a luz da visao alta me ilumine, em apuramento
humano diario, na procura teorica da perfeicao.
Descolei-me hoje do mundo terreno, porque faz falta...
Viajei por terras de tentacao efemera, que abomino.
Descobri-me um pouco mais... sem prol do destino.
Porque sou assim,apesar de alma eterna...
Efemero.

08 JULHO 2012

AS VEZES...



As vezes sabe a pouco...
Querer sentir o que nao chega...
Querer chegar ao que nao sinto.
As vezes sabe a pouco...
Querer cheirar a pele por dentro,
untada de mel lubrificante...
mas nao o sinto.
As vezes sabe a pouco.
Alimento libido esfomeado.
Na fome que so eu tenho.
So um sorriso apenas...
As vezes sabe a pouco.
Ha dias de fraco sentimento...
Ha dias em que a saudade nao aperta...
As vezes sabe a pouco.
Mostrar o que sinto... envelheco.
Talvez pareca um velho...
Talvez por ser sincero...
Talvez porque ha dias... em que
As vezes sabe a pouco.

08 JULHO 2012 

sábado, 7 de julho de 2012

NAO SINTO NADA



Sentado e cansado a beira de qualquer lado...
Beira de um abismo que peca por baixo e pequeno.
Extremo indefinido de algo que nao conheco.
Apenas um peso na cabeca...
Pesa-me a ideia repetitiva do sorrir...
Tenho a leveza e a destreza do que nao me apetece.
Nao sinto nada...

Sentado e cansado a beira de qualquer lado...
Entretenho os dedos pela relva que me aceita,
pela areia que me nao resiste... por fraqueza.
Sinto realmente a diferenca do querer.
Concentracao de ideias novas, que afunilam
num espaco pequeno, em pressao de liberdade.
Nao sinto nada...

Sentado e cansado a beira de qualquer lado...
Um lago doce que provo no desmaio.
Um remo fraco, que torce a fraca resistencia,
salpicando a agua, ociosa em restos que me tocam.
Um barco velho e oco... maltratado pela falta de tudo.
Madeira seca carente, que suspira ao toque dos dedos.
Nao sinto nada...

Sentado porque observo...
Cansado porque sinto...
Limito-me a ser eu proprio.
Metaforas e alegorias... sorrio.
Mesmo nao sentindo nada.

07 JULHO 2012


sexta-feira, 6 de julho de 2012

METAMORFOSE




Modificar células.
Pensamentos.
Metamorfose ou o retrocesso,
Não imediato.
Alterar o processo evolutivo,
É envelhecer de forma inversa.
Começar vidas interrompidas pelo tempo,
Transformando o uso das memórias,
Transfigurando o simples conhecimento
Em Sabedoria adquirida.
A Metamorfose da Humanidade...
Sem assombro algum,
Finalizar todas as ideologias.
Começar pelo resultado final,
O desejado que se perdeu um dia,
Induzindo com derradeiras penalizações,
Os falsos avisos e, os erros que se cometem.
Começar pela Fome!
Metamorfose prioritária,
Urgente nas atitudes dos altos idiotas,
Pela arrogância dos abusos
Que preponderantemente nunca assumem.
Metamorfose de sistemas desproporcionados,
Pela irreverência de potencialidades utópicas,
Que me envergonham e redefinem a pose.
Metamorfose da impotência incrementada,
Pelos arrogantes de um capital necessário,
Mas abusadores nas fraudes convulsivas,
Que me causam vómitos constantes,
No seu vírus tornado genericamente doentio,
Sem vacinas, que existem, mas sem coragem.
Metamorfose do meu corpo que se torce,
Em espasmos, e caimbras dolorosas
No enrugar prematuro da minha alma.
Metamorfose não é depois.
Metamorfose tem de ser antes.
Metamorfose será morrer novo,
Nascendo velho, com a coragem de nunca parar...
Metamorfose é reversível!!!!

06 JULHO 2012    

quinta-feira, 5 de julho de 2012

RACIONALIZANDO




Já não sei como racionalizar.
O muro de livros que edifiquei,
vai caindo desamparado pelo vento.
Um sopro lesto, a sabedoria que
desenvergonhadamente,
vai retirando as letras de cada um,
emagrecendo a potência infernal
do conhecimento. Sem riscos.
As folhas retornam ao ponto de partida,
famintas de dedos sebosos de tinta,
que reanime e engorde a pasmaceira.
Será servido um banquete farto.
Bebidas finas, tintas ultrapassadas,
amarelecidas no papel impresso,
Que as mantém vivas, enquanto quero.
Perco-me assim sem começo nem final.
A banalidade, começa no saber que procuro,
percorrendo pequenas vielas abandonadas,
que me confundem a memória.
Encosto-me a quem quero, para que se saiba!
Aproveitando a corrente que me transporta,
sem esforço, na procura de um brilho indivisível,
que me preencha a inteligência,
mas sempre, sem rumo certo.
Talvez o rumo do silêncio. É apanágio!
Companheiro fiel de inseparável absorção.
E o muro ergue-se... reforçado. Reforçando
Almas novas de prosas e, poemas que o cimentam.
Racionalizo até pelo estímulo do cheiro,
pelas pilhas e torres de livros, à minha volta.
Papel usado e reciclado por mim,
Esquartejado, amolgado ou destruído.
Com o amor que tenho às folhas, sempre
que a minha caneta as beija, desmesuro
sem medo, um tempo incerto.
Acabo mais um punhado de parlamentarisses,
nesta minha política, interior e inacabada.
Mas sai honestidade,  supra sumo que espremo
tão puro como o meu sexo e amor famintos.
Os meus orgasmos. Carnais e mentais.
Assim, sem medos e imagens falsas,
racionalizo a minha realidade!

05 JULHO 2012

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O SONHO POSSÍVEL



Um sonho de criança.
Agora. Neste momento.
Um sonho que me alimente.
Alma, que ri e sofre.
O sonho, tão só e tão simples.
Um sonho, objectivo imediato.
Viver para lá deste mundo,
Realidade pessoal alcançável.
Alimentar a alma,
O desejo de chegar
A um patamar diferente.
Meu e intransmissível. Possível.
Fechar os olhos, viajar no tempo.
Por um momento, tão rápido,
Como rápida é a vida.
Em corpo. Aterrar num paraíso,
E ficar frequentemente.
A liberdade de sonhar,
Mesmo que me sinta preso,
Abusivamente amordaçado.
O sonho nunca deixa de ser livre.
Sonho! A cores.
A preto e branco.
Mas sonhar é
Sempre;
O sonho (im)possível.

04 JULHO 2012

VEJO E SONHO


Olhar o que tenho a frente... diferente.
A minha propria e exclusiva visao.
Poder aos milhares... sentir.
Poder sentir a natureza... observar.
Morta ou viva... imaginario,
como uma tela de mestre.
So eu vejo assim, tal como vejo.
Olhar... visao diferente...
Interpretar a realidade, imagina-la.
Um toque proprio...
Um sorriso banal, um olhar abrangente.
Poetisar a visao, como momento unico!
Declamar sem palavras, o que vejo...
Descrever algo que nao escrevi....
Sonhar o que o sonho representa,
mesmo, essencialmente acordado.
Olhar... ler cores reais,
como a natureza... sentir,
vendo a essencia da diferenca.
Sentir o vento na pele,
que me toca, mas que nao vejo.
Visao... sem duvida alguma,
portal do meu sonho...

04 JULHO 2012

segunda-feira, 2 de julho de 2012

EXCENTRICO



Poderosa e a excentricidade...
Cinzelar a loucura como obra d'arte.
Percorrer rumos indefinidos,
com alegorias mestras sem regra.
Ser excentrico, e o momento...
Ter a desenvoltura da diferenca,
nao forcada... inata e desigual.
Excentricidade da alma irrequieta,
transforma-me sem que o queira,
em permanentes panaceias de sonho.
Ser igual a tantas outras coisas,
que mesmo pecando pela diferenca,
sao imagem desfocada da realidade.
Que bem que sabe a excentricidade.
Ser um riso liberto sem temor,
onde os panicos criticos se tornam menores.
Meras indulgencias acri doces,
que sabem tao bem como fel adocicado.
A excentricidade tem limite proprio,
o desenrolar do projecto que nao defino,
que nao tenho ou quero... mas que apenas sim.
Sim... o positivismo excentrico do desconhecido.
A excentricidade do tudo... mesmo que doa.
Um leito de seixos arredondados,
que afluentes de memorias moldam como rios.
Tocam-se, raspam-se, rocam-se como corpos
tesos de desejo, que os transformam.
Tenho a excentricadade da metafora,
que nem sei usar como a penso... e tento.
Tento olhar o que nao me interessa,
com o desdem da indiferenca acumulada.
Sabe bem sentir a excentricidade comum,
em tentativas do que nao se alcanca.
Observar os comportamentos...
ver passar a vida doutrem,
pelo filtro da minha vida.
Ser excentrico, e pincelar a vida
com cores raras e dificeis de interpretar...
Tal como gosto... tal como vivo.

02 JULHO 2012

FUGIR DE MIM



Fugir de mim ...
O panico que sinto na duvida,
com que me perco, sem saber porque.
Uma correria desenfreada,
interrompida apenas so,
quando embato em algo estranho.
Algo que nao vejo, que me para.
Um vidro... ou espelho em que me vejo,
do outro lado. Ja nao sei...
Acabo por nao entender o que sinto.
Se nao e panico, nem que seja medo,
desconfio da realidade que me incomoda.
Tenho doses concentradas de loucura,
que disperso e dispenso de forma controlada.
Por enquanto... Talvez que seja assim,
sem perceber o que se desprende de mim.
Sinto o cerebro inchar, nesta carapaca
que envolve a pressao do devaneio.
Desprendo-me de amarras que me prendem,
que amordacam as palavras que nao controlo.
Se isto nao e panico, sera o que?
Sera que perco os sentidos... aos poucos?!
Descontroladamente ainda os sinto, sim.
Mas apetece-me tanto sair por ai...
Fora do corpo que me tormenta e desassossega.
Tenho tempestade na alma...
Rodopio aqui parado... estranho,
no poco escadiado da sabedoria.
Nao entendo... Quero tudo!
Mas nao consigo encontrar a simplicidade.
Sou construido em panicos que domino.
Sou descoberto em martirios que abomino.
Sou so eu... o eu que me contenho.
Quero continuar a correr neste dito medo,
sem segredo por ocultar... e partir o vidro.
O que me trava na corrida, que nao vejo
mas sei que me vai parar.
Apesar de me definir descoordenadamente...
Ainda procuro saber quem sou...

01 JULHO 2012

domingo, 1 de julho de 2012

DEPOIS DE TI


Tempo de recuperar as estrelas que se perdem,
em passeios desconexos, na minha visao turva.
Respiro ansiosamente pela calma que perdi contigo,
pelo fervor de horas loucas, de prazer imenso.
O amor que fizemos foi paixao transformada,
em sexo de pureza luxuriante, em toques requintados.
Depois de ti... fica a paz.
Fica a minha harmonia de sensacoes.
Depois de ti... fica o amor.
Fica a vontade e sabor do infinito.
Tenho dificuldade em focar os sentidos,
que me transformam em felicidade indiscritivel.
Ha uma fronteira tao fragil, entre nos os dois.
Tao fragil que passando-a me fundo em ti,
como liga de metal nobre inseparavel.
Depois de ti... fica nada.
Fica um vazio de saudade e de vontade.
Depois de ti... fica o Mundo.
Ficam estradas que percorro pensativo,
na incredibilidade de me sentir abencoado.
Tao divino e o amor, como a fe em qualquer Deus.
Sentir o corpo longinquo como deusa que nao conheco.
Sentir o teu cheiro, como incenso divino,
que me alimenta os percursos do espirito.
Depois de ti... fica a minha alma.
Fica o desejo de te ter novamente... sempre.
Depois de ti... so o amor!

01 JULHO 2012