sábado, 7 de julho de 2012

NAO SINTO NADA



Sentado e cansado a beira de qualquer lado...
Beira de um abismo que peca por baixo e pequeno.
Extremo indefinido de algo que nao conheco.
Apenas um peso na cabeca...
Pesa-me a ideia repetitiva do sorrir...
Tenho a leveza e a destreza do que nao me apetece.
Nao sinto nada...

Sentado e cansado a beira de qualquer lado...
Entretenho os dedos pela relva que me aceita,
pela areia que me nao resiste... por fraqueza.
Sinto realmente a diferenca do querer.
Concentracao de ideias novas, que afunilam
num espaco pequeno, em pressao de liberdade.
Nao sinto nada...

Sentado e cansado a beira de qualquer lado...
Um lago doce que provo no desmaio.
Um remo fraco, que torce a fraca resistencia,
salpicando a agua, ociosa em restos que me tocam.
Um barco velho e oco... maltratado pela falta de tudo.
Madeira seca carente, que suspira ao toque dos dedos.
Nao sinto nada...

Sentado porque observo...
Cansado porque sinto...
Limito-me a ser eu proprio.
Metaforas e alegorias... sorrio.
Mesmo nao sentindo nada.

07 JULHO 2012


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