quinta-feira, 5 de julho de 2012

RACIONALIZANDO




Já não sei como racionalizar.
O muro de livros que edifiquei,
vai caindo desamparado pelo vento.
Um sopro lesto, a sabedoria que
desenvergonhadamente,
vai retirando as letras de cada um,
emagrecendo a potência infernal
do conhecimento. Sem riscos.
As folhas retornam ao ponto de partida,
famintas de dedos sebosos de tinta,
que reanime e engorde a pasmaceira.
Será servido um banquete farto.
Bebidas finas, tintas ultrapassadas,
amarelecidas no papel impresso,
Que as mantém vivas, enquanto quero.
Perco-me assim sem começo nem final.
A banalidade, começa no saber que procuro,
percorrendo pequenas vielas abandonadas,
que me confundem a memória.
Encosto-me a quem quero, para que se saiba!
Aproveitando a corrente que me transporta,
sem esforço, na procura de um brilho indivisível,
que me preencha a inteligência,
mas sempre, sem rumo certo.
Talvez o rumo do silêncio. É apanágio!
Companheiro fiel de inseparável absorção.
E o muro ergue-se... reforçado. Reforçando
Almas novas de prosas e, poemas que o cimentam.
Racionalizo até pelo estímulo do cheiro,
pelas pilhas e torres de livros, à minha volta.
Papel usado e reciclado por mim,
Esquartejado, amolgado ou destruído.
Com o amor que tenho às folhas, sempre
que a minha caneta as beija, desmesuro
sem medo, um tempo incerto.
Acabo mais um punhado de parlamentarisses,
nesta minha política, interior e inacabada.
Mas sai honestidade,  supra sumo que espremo
tão puro como o meu sexo e amor famintos.
Os meus orgasmos. Carnais e mentais.
Assim, sem medos e imagens falsas,
racionalizo a minha realidade!

05 JULHO 2012

2 comentários:

  1. Sabedorias que bebemos aos montes, em pilhas de letras, de papéis e canetas...Sabedoria que ajudas a ser construída, partilhada...
    Lindo! Lindo!
    Um beijo

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