segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A EXISTÊNCIA




Saí da casa onde já não vivo.
Perdi-me na luta contra a lágrima
Que me atrapalha, não por vergonha,
Mas por um bater de peito,
Com a intensidade de amor.
Expliquem-me a essência de alguém,
A pureza de sentir alguma coisa
Quando tudo começa no nascimento.
Sim. Falo do milagre humano,
Do milagre "simples" do nascimento.
O parto é o ponto de partida,
Uma partida que só tem fim com a morte.
Há um milagre, que o é,
Mas que o não é, porque é simples.
Sei que o "simples" é complexo,
E é por essa complexidade que existo.
Não quero trocadilhos de emoções,
Porque ser assim é ser-se Eu.
Nada é complicado por existir,
Existir e saber como, é pior... ou não(?).
Todos os meus passados, somados,
Assumidos e filtrados, num só,
Que sou eu, são adição de ser feliz.
São permissas na minha equação de
Matematizar a linguagem da minha vida.
Para quê complicar?
É frustrante ter a felicidade na mão,
Senti-la escapar por pedaços de nada
Por aberrações egoístas individuais.
O que mais me apoquenta,
É o arrependimento que um dia virá.
Não o meu, porque é um fim de estrada,
Mas pela estrada inacabada,
Que não se esforçam minimamente por acabar.
Pergunto-me todos os dias pela vida
E fico sempre neste estado incompleto.
É óbvio que ultrapasso a indiferença
Com o inevitável sentido da realidade.
Fica a frustração do sonho,
Para onde me mudava  de imediato,
De corpo e alma, definitivamente!



28FEVEREIRO2016

sábado, 27 de fevereiro de 2016

RESSONÂNCIAS




Tudo se resume a um problema de Física.
As ressonâncias humanas da comunicação.
Também existem os ecos resultantes.
Vibram as cordas vocais, em vários timbres,
Vibram os receptores auditivos, em vários timbres,
E cá estamos todos, os nós, em comunicação sonora.
Comunicar, é alimentar a vida inteligente.
Depois, podem descodificar todas as fórmulas,
As adquiridas, inventadas, provadas, eu sei lá...
Ressonância é o eco do silêncio inteligente.
Eco é o sedimento filtrado de uma margem
Onde o galopar desenfreado da torrente
Revela a preciosidade das partículas ricas.
A vida é a ressonância dos bons momentos,
A loucura estereotipada dos sentimentos,
Ou a pausa determinada do descanso aplicado.
Se for só cansaço, é eco. É infinito vazio.
Ressonância, é o patamar do alcançado,
O crepitar do disfarce não assumido,
A especialidade prévia de quem a sente.
O eco do cosmos. A ressonância inaudível.
A extravagância do tempo, precioso;
A resolução do insolúvel, a metade do dia
O destino das nuvens, o pairar do corpo dormente.
Queria ser anjo sem voar nestas alturas.
Apenas me falta o crepúsculo,
O renascer da vida de manhã e o deleite
De um gozo simples, uma gota de orvalho,
Um qualquer espectáculo aberrante. E lindo!
Ressoar, é o meu eco interno
As paredes do meu corpo, a revolta
Clarificada, de um outro retorno,
Cristalino e quase previsível,
Como o acordar de todos os dias.
O dia virá, em que mudarei toda a lógica.
Para já, observo respostas, e o futuro.



27FEVEREIRO2016

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A ARTE DE DAR




Quero alcançar
O poder da incerteza.
Sei que poucos entendem
Quando me rasgo sozinho
Sem cortes visíveis,
apesar de profundos.
Tenho este azar realista
De um quase certeiro
E rotineiro discurso.
Tenho este "azar"
De quase sempre acertar
Onde gostaria tanto da falha.
Sem ser visionário,
Sem ser futurologista,
Carrego a força empírica
De quase adivinhação
Baseada em factos da vida.
Há este bailado quase sádico
À minha volta, constante,
Demasiado permanente
Que me acossa a sensibilidade.
Assim, sei que um dia
Gelarei os sentidos sem meio termo.
Esta certeza é um desaforo pessoal,
Uma análise certa que faz odiar-me
Pela minha previsibilidade no acertar.
Queria ser apenas papel,
Sem pensar apesar de servir
O interlocutor destes episódios
De um teatro de palco vazio
Meio surrealista, meio abstrato
Cheio de passos sem rasto
Que não um cheiro fantasmagórico
Que define a minha passagem.
Apenas vagueio transparente
Sem que me sintam ou vejam
Que me toquem ou cheirem,
Mas saibam que existo.
O poder da incerteza, é opaco
Que nem reflexo de espelho centenário,
Sem qualquer retorno de imagem
Senão o figurino imaginário do ideal.
Fico-me sem nada, como sempre
Apenas com a arte de dar...



26FEVEREIRO2016

SEI LÁ EU BEM...




A liberdade é subjectiva.
O individuo é cobarde,
Infectado e promíscuo;
Ou gostaria de ser...
Anima-me a indiferença,
Subtraio-me do desrespeito
Que ganho em actos continuos.
Não paro de me infectar
Com o vírus que encontrei
Sem o procurar. Flutuo...
Vagueio num mar indiferente,
De braços e pernas abertas,
Boiando de encontro às margens
E caindo em todas as cataratas.
Só espero pela pedra, a rocha
A definitiva rocha no fundo
Onde darei a cabeçada final.
Preciso sair daqui,
Estou farto, farto, farto
Deste mundo que me infecta.
O meu paralelo, já treme
Com um receio anormal
À hipocrisia da vida, das pessoas.
Hoje é dia de pedras falantes,
De uma harmonia perigosa
E desabafo desinteressante.
Hoje é o dia de desaparecer.
Permanecer no meu limbo
Sem caos nem normas asfixiantes
Que me entusiasmem de nada.
Um hábito alucinante que não quero
Que teima colar-se ao meu corpo
E odiar cada momento de fé.
A esperança é o quê?
A ultima a morrer?
Não, claro que não.
Sei lá eu bem o que é ser... EU.



26FEVEREIRO2016


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

FICA BEM MEU AMOR



Estou preso neste mundo,
Tão livre como impotente.
Tenho a impotência dos factos,
Da distância, da doença
Do reflexo, da atitude imediata.
Estou preso nesta liberdade
Que grito por irreverência,
Que exijo sem prepotência,
Mas que se vira contra mim.
O paradoxo de ser Eu...
O sofrimento de sentir sofrer
Sem poder pousar uma mão
Sem puder mimar uma festa.
O cordão umbilical, está vivo
Sinto tudo sem poder reagir.
Sem poder beijar e tocar,
Sem poder dizer o quanto amo.
Carne de minha carne,
Criadora de mim próprio,
Sinto-te como se voltasse
Como se o útero me recebesse
E te alimentasse eu agora.
Degenerar a lógica do tempo.
Sou impotente contra a realidade.
Choro as tuas lágrimas,
Sinto o que tu sentes e, rezo.
Sinto saudade do futuro,
Sem alegria no presente.
Mas existe um anjo,
Um anjo no caminho certo
Que abençoaste e eu amo.
Fica bem meu amor.
Fica bem minha mãe.


19FEVEREIRO2016

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

MÃE...





Lembro-me de um álbum velho,
Quase tão velho, como as fotografias.
Tudo a preto e branco.
Eu, sentado, meia dúzia de meses,
Um relvado em Belém.
Até hoje nem liguei.
Ri-me com o "timing",
Com a idade do retrato,
Daqueles "com retoque".
Os carros "vintage", que hoje adoro,
As raras pessoas que hoje vegetam.
E tu, a minha mãe, comigo...
O sorriso que só as mães sabem,
O desfolhar da saia dos "60's",
O penteado. E agora o cheiro.
O teu cheiro que tenho,
Que sempre que paro sinto,
Quando és primazia da saudade,
De ti Rainha, que sinto sempre.
É único o cheiro que,
Fica no filho de uma mãe.
É eterno, nesta efeméride rápida.
Agora, impotente que estou,
Rezo tanto contra a fé que desfiz.
Quero que esperes por mim,
Que me digas o que digo tantas vezes,
Sozinho por esta distorcida distância.
Amo-te tanto. Tiro anos de vida
Para te dar os que quiseres.
Sou eu, porque és tu!
E quero tanto que fiques!
Que te lembres de mim!
Quero tanto que fiques!
Fica!!!!!!



15FEVEREIRO2016

sábado, 13 de fevereiro de 2016

DEIXA-ME FALAR





Deixa-me falar,
Escrever um pouco
Para te falar de mim.
Aqui,
És quase um espelho,
Sem reflexo,
Porque te vejo.
Tenho um nó na garganta
Que vou desembaraçando
Com o brilho dos teus olhos.
Tens uma força própria,
És um sinónimo de futuro.
Só as palavras que digo,
Terão o eco que quero ouvir.
Se o ouvir;
Se lá estiveres;
Se me tocares.
Chega de ilusões,
De sonhos e imaginação.
Chega a hora
Onde todos os segundos importam.
Deixa-me falar
Quando me vires,
Não precisas,
Eu te direi tudo,
Encosta-te e ouve...


13FEVEREIRO2016

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

FALAREMOS






Falámos.
Falámos um pouco
Que de tão pouco
Se tornou tanto.
Coisas simples,
Banalidades e beijos.
Senti-te.
Falámos.
Falámos e disseste
Tanto, com tão pouco.
Coisas simples,
Um fraqueza, anseios
Desejo que o tempo passe.
Cheiros e toques,
O jogo do desejo
Começa aqui.
Sim, claro que sim.
Alguém como tu,
Saberá a verdade e, o corpo.
O silêncio; férteis
Os gemidos e o tempo.
Deixá-lo passar,
Sem pressa nem obceção.
Apenas abraço,
As mãos e, os dedos e, os cheiros,
E nós.
Juntos.
Falaremos.



11FEVEREIRO2016

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

É TÃO FÁCIL...





Deixa-me só dizer uma coisa.
É tão fácil afinal, manter...
É a base de toda a persistência
Ficar. Manter o comunicável
Que afinal combinámos os dois.
Mas manter! Ficar sem mudar,
Ou mudar com a comunicação.
Fico feliz pelas falhas; afinal fico...
Não as minhas, mas agradeço.
É a absorção do natural que amo,
Da simplicidade não subversiva que fica
Da naturalidade real que admiro.
É maravilhoso o poder de gostar.
A paixão, mesmo que incerta,
O temor e receio da quebra dos dias
As indecisões quase anunciadas
O saber porque e porquê do até já...
Será indefinição? Não! É assim
Que a vida imediata segue o círculo
Tão natural como a absorção de oxigénio.
Tenham fé em mim, porque sei
Que todas as tristezas da vida não o são.
A confusão está em mim, na leitura
E na vossa estúpida interpretação.
Venham aos promontórios e saltem.
Saltem sem paraquedas e sobrevivam
Com aquele estupido sorriso falso
Que a sociedade é farta em oferecer.
Venham e escrevam, desenhem
Cantem ou criem musicas saudáveis.
Criem o planeta que mataram, e fiquem!


10FEVEREIRO2016

FOI NUM DIA COMO HOJE




Foi num dia como hoje,
Há tantos anos que nem me lembro
Que o espaço vazio, ficou cheio.
Nem sei como explicar.
Sei que depois de uma dúvida,
Adicionei outras que tanto
Que como por encanto,
Não me acrescentaram nada!
Eu sei porquê. Porque és tu.
Sei que o que falamos,
Estas horas perdidas,
São sementes que semeio
Nestas hortas perdidas
Onde a semente é alimentada
Por algum amor pessoal
Que nos deixa nesta alegoria.
É amar-te sem saber nada,
É pedir-te sem qualquer calma,
Que o dia chegue e sorria,
Que as dunas se desfaçam e sorriam
Quando nos deitarmos os dois.
Quando os beijos jorrarem,
Os abraços entrelaçarem
Os corpos ainda vestidos
Pelo pouco tempo que os mantém.
É gostar de ti, afinal
Como uma margem de rio
Onde a fraqueza não existiu
Nem a mistura das águas enfraqueçam
O que de ti posso sentir, neste momento.
Não é jogo, não é objectivo
Porque mais que isso, está ultrapassado!


10FEVEREIRO2016

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

MERITOCRACIA




A excelência na preparação do futuro
É apreciável na medida da diferença.
Enterrar passados sem funerais,
Sorrir uma qualquer dor sem ódio,
Terá o óbvio como resultado simples.
É óbvia a necessidade da felicidade.
É rara a facilidade com que se alcança
Pela complexidade de mentes pequenas.
Há que ter pena e perdoar, sem ficar.
Há que fechar os olhos, respirar
Espreguiçar o corpo até às estrelas
Que recomeçam um brilho renovado.
Insalubre pode ser o ficar acomodado.
Insane é o futuro dos abstinentes.
Não há inflexibilidade prioritária
Quando a vida é a principal justificação.
Viver, não é o ritual do corpo,
Viver é o ritual da procura da Alma.
Nada me atrai na cobardia da agressão,
Mesmo o silêncio agride quando inidóneo.
Olhar em frente! Sempre em frente!
Precisamos de viver pelo mérito que,
De passivo a activo, muda num estalar de dedos.
Todos temos mérito na vida.
Todos temos crédito e débito a apresentar.
Todos somos matéria interna,
Pulsar apaixonado de todas as vontades
Dor inerente a todas as falhas,
Mas acima de tudo, amar cada vez mais.
Futuro só é futuro com mérito próprio.
Vegetar é uma salada de coisas inertes,
Viver é o mérito do corpo e o extase da Alma.



18FEVEREIRO2016

domingo, 7 de fevereiro de 2016

O AMOR NÃO ACABA NAS PALAVRAS






Fiquei com as palavras,
Que ainda ficaram presas
Quando percebi que não errei.
Há tanto tempo estão presas
Que os erros me avivam a memória.
Desde que me lembro,
Escrever não é saudável
Quando queremos dizer tudo.
Tudo fica preso, só porque sim.
Escrevia um mar de volumes
Sem encadernar nem editar,
Sem pensar em guardá-los
Apenas para sair tudo
O que não sai naturalmente.
Não rescindo da verdade!
Não sei fingir a verdade!
As palavras, acumulam
Pelos minutos, horas e dias
Que vou acumulando
Até um fim certo pouco desejado.
Rasgava o fingimento
Em tantos pedaços quantos pudesse.
Fingir, por arte nobre sim.
Quero teatro e pintura
E música e leitura, mas não o resto...
Escrever é continuar e dizer tudo.
Comigo, é a indecisão da vida,
A penalização do ferimento
A cicatriz nunca sarada
O bajular quem não merece
Por palavras; diretas e simples.
Sei que fere, que rasga, que é assim,
Mas não me engasgo na indiferença.
Espalhar o céu e o mar,
Os tons e sons das cores que sinto
É consumir o oxigénio necessário
Para em rumo quase certo. Seguir!
Instinto não é política. É ser EU.
Adorava enganar-me mais vezes,
Tenho este azar de acertar sempre.
Fica deliberado aqui,
Certificado em selo branco,
Que o amor não tem fim,
Mesmo acabado por defeito.
O mundo está cheio de tanto;
De tanta razão para amar.
E eu amo!
Porque sou assim!


07FEVEREIRO2016



sábado, 6 de fevereiro de 2016

TALVEZ HOJE





Talvez hoje,
Te dissesse que sim.
Que somos.
Que sim, o que quisesses.
Hoje é dia de sonhos,
É alma adiantada
Por mais um dia,
Ou talvez nada.
Hoje, é outro ano
Um pouco lento,
Mas tão atento
Que não te deixo ficar.
Hoje é a mudança.
Talvez a esperança
Que queiras ganhar.
Só a felicidade é Raínha
Desta forma tão minha,
De te dizer... que sim.
Hoje é agora,
Depois do passado,
Sem ter no presente
A ânsia do futuro.
Hoje é hoje.
E mereces o que digo,
Só eu não sei se mereço,
Um porto de abrigo
Que te faça viver.
Hoje é o primeiro dia
Do resto da tua vida!



07FEVEREIRO2016

REALIDADE ADIADA





Hoje sonhei de forma concreta.
Um sonho, sem dúvida,
Mas uma criação que me daria orgulho.
Um 54. Uma marca.
Um armazém, incrível de criatividade
Imensa e diversa.
Jovens, o aprumo e destino
De muitas formas diferentes.
Juntar a liberdade da loucura,
Aniquilar a subserviência da regra
Com o pragmatismo do que funciona.
Deixar "O que Deus quiser"
Por tudo aquilo que eu quero!
Respeitar tudo e todos,
Acima de tudo, respeitar
Com o fundo do peito!
Respirar a filtragem da alma,
O verdadeiro e puro oxigénio
Que me deixa grogue pela quantidade.
Preciso de qualidade!
As almas bonitas e fantásticas, são modas
São formas de mostrar a solidariedade
Ao mais pobre, porque é bonito;
Porque fica bem assim.
A coitadinhez da manipulação da imagem.
Não é sonho isso, é realidade.
Eu sonhei a necessária e agradável realidade.
Sonhei o que poderia investir,
Admirei o vazio do incompleto
Do que ficaria bem se...
Sonhei que sim,
Que a realidade existe sonhando,
Sonhei que sonhar é força,
Mas só sonhando a realidade.
Talvez uma mistura estranha.
O certo é que funcionou,
O certo é que eu entrei e fiz,
E acreditei e movi o mundo.
Este meu mais perto,
Os que precisam por concreto.
Gosto de sonhar assim.
Porque se um dia for "deja vu",
O sonho é uma realidade adiada.


05FEVEREIRO2016

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

ARRENDAR A VIDA





Saberia dizer-te um dia qualquer
Que não se arrenda a vida
Nem a causa indefinida
De voltar a viver o que morreu.
Só mesmo renascer seria habitável,
A uma memória quase incontornável,
Mas vazia no afinal das respostas.
És imagem aconselhável,
Uma forma de manipulação frágil
Que me levou à dependência de nada.
Sobra a experiência, uma nova rota
Um poder dizer de existência, que sim,
Que amei e fui sugado, que dei e fui chulado
Porque a vida pertence à esperteza
Sobram as outras fases certas da inteligência.
Ultrapassam-se causas e dificuldades,
Necessidades e abortos das idades,
Para ficar o dom que se diz ter de felicidade.
É o temporal restrito a uma região
De cérebro ou de zona geográfica
Que na prática não me deixa memória
Nem a finalidade que afinal senti como paixão.
É obsoleto este "poder" desidratado
Que me afoga de um fogo que não apago
Mas me enche de um afogar de alvas marés
Que não combati, nem finquei pés.
É o vazio das almas parvas,
Que vivem o adquirido e não as margens
Onde os rios nascem sem pedigree
Nem capacidades adaptadas de falsas coragens.
É o inicio de todos os inícios, este meu final
Porque tendo de tentar dar o que sou,
Já nem me preocupo com nada do que dei.
Absolutamente com mais nada,
Nem com ninguém!



04FEVEREIRO2016

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

EROSÃO (DE)VIDA





Tomara eu ser um caso perdido,
Onde só a Via Láctea me recebesse
Com um brilho gasto ou quase baço.
Só a fascinação me afasta
De todas as impossibilidades.
Não acredito em coincidências
Muito menos em coisas inatingíveis.
Transformo os acessos e galgo
Todos os muros, todas as muralhas
Só pelo desafio de saber de antemão
Que nada neste mundo é eterno,
Sabendo que nada é inultrapassável,
Muito menos a matéria que finge
A protecção desmesurada da fuga.
Posso perder-me por aqui,
Pelos meus enterros escritos,
Ressuscitados de imediato
Com a imprecisão dos objectivos.
Estou vivo. Como nunca!
Estou farto, como há muito não estava,
Desiludido, só por uma nova fase
Que afinal é só mesmo mais uma.
A incontinência das falhas,
É como cimento duplamente armado,
Quase inquebrável como a minha alma.
Racho as falhas recuperáveis,
Por um piscar de olhos e um sorriso.
Tudo tão doce como um abraço
Que te daria, pois sei que sim o queres.
O infinito é quebrável, tem vagas
E mudanças de rumo intermináveis
Como o começo e o fim que não existem.
Sou afinal de contas, um arrepio
Um prazer que só os poros sentem
Que só os lábios sabem tremer
Que só o gosto me entesa a mente
Porque sonhar com a vida
É fugir da morte premeditada.
Se não fugir daqui, fujo de mim
Pois suicido-me nestes pedaços de folhas
Com a rapidez de um grão de areia
Criado pela erosão milenar da vida.
Fico apreensivo, sorridente e lascivo
Expectante pela próxima luxúria
Que me assalta o céu da boca
Que me dilata as narinas
Que me arrepia os dedos
Só de pensar como é bom amar.



04FEVEREIRO2016

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

VIVER É...




Fica implícito
Que eu sou EU!
Ok?
Espero que sim.
Que fique assimilado.
Se não ficar,
Que se danem,
Os que não se danam.
Não tenho raios X
Nem ecografias
Tão desnecessárias
Como certas dúvidas.
Não tenho que ver nada,
Não tenho que provar nada,
Apenas tenho de ser EU!
Gostam?
Fico feliz.
Não gostam?
Feliz fico!
A importância do passado,
Ainda recente, é ignorável.
É afinal desprezível.
Quem diria?
Eu assim...
Que fique,
Quem merece.
Que parta,
Quem não existe.
Apaguei.
Desdenho e,
Critico (me).
Eu sou o motivo.
Ser Humano
É tão estranho,
Como estranhos
São os que o dizem ser.
Houve uma morte.
Uma nova morte,
Ainda viva.
Viver é seguir,
E sigo!!!!!


02FEVEREIRO2016