quinta-feira, 30 de maio de 2013

VELHA ANSIEDADE



Tenho um defeito imaculado... Ansiedade.
O proposito de existir, de programar o futuro.
Acho sinceramente que e um defeito generalizado,
acho sem ter gozo nisso, que toda a gente o sente.
Seria mais facil sentir seguranca fisica e sensorial.
Seria mais facil, ser tudo tao mais facil.
Perdia-se a ansiedade e a adrenalina do desespero.
As vezes inexplicavelmente, ate que sabe bem.
Prolonga a vontade de agir contra a inercia.
Sei que sera uma forma estranha de reaccao,
mas nem todas as reaccoes que tenho, sao razoaveis.
O temperamento, e um dialogo inteligente
entre a razao e a loucura controlada. E isso eu sei...
Nem tudo se cria a volta de teorias, e de boas vontades,
tenho o defeito de romantizar a vida, e os actos.
Assim me assalta frequentemente a ansiedade.
Assalta-me o sono com a arma da insonia.
Assalta-me o raciocinio com o limite da loucura.
Assalta-me a logica com a tentacao da facilidade.
Mas reajo a tudo isso com o antidoto da simplicidade.
Vou sarando essa forma doentia que me atrai,
com uma unica e possivel resposta, a sobrevivencia.
Viver com a ansia por isso mesmo.
Inverter os polos da ansiedade com ela propria,
comigo mesmo insistir na revolta da alma.
Manter toda a irreversibilidade da logica,
finalizar a potencial arrogancia do que me e imposto.
Manter a irreverencia dos objectivos,
mesmo sendo apenas eu, a entender quais sao.
A ansiedade e tao ambigua como a vida,
sempre limitada pela fronteira da alegria e da tristeza.
Mas apesar de tudo, reconheco de forma estranha,
que viver sem ansiedade, e viver adormecido.


30 MAIO 2013


A ESCOLHA




Já pensei em escolher tanta coisa.
Tanta coisa boa, tanta coisa ruim.
Já escolhi e, provei o sabor de ambas,
porque toda a minha vida é feita disso.
De todas as grandes e pequenas coisas,
de todas as necessárias escolhas,
a liberdade é um princípio básico,
imprescindível ao factor do arbítrio.
Responder a todas as dúvidas,
apenas é possível escolhendo.
O Bem e o Mal. A Indecisão.
O martírio  torna-se a escolha,
o coração alimenta-se de emoção.
A razão da sustentabilidade,
quase sempre se revela por opção.
Mas a emoção, tem o poder da força e,
torna-se quase incontrolável em mim.
O desânimo e a desilusão ficam alerta,
sempre prontos a invadir o meu espaço.
Mas o coração escolhe sempre,
com todos os riscos ou alegrias inerentes.
A felicidade só poderá ser assim alcançada,
quando o coração comanda as atitudes e,
o resultado, seja a causa das emoções.
Os passos, o equilíbrio, um simples passo,
é o principio da escolha do próximo.
As atitudes, a racionalidade dos actos,
são princípio da escolha seguinte.
Ja não penso quando escolho,
tento automatizar um instinto, já experiente.
Não perco nunca a consciência das coisas,
as que escolho, as que decidi ultrapassar.
Apenas uma escolha será sempre primordial,
apenas uma opção será sempre prioritária,
O amor... Essa procura constante de felicidade!
Todas as outras escolhas, boas ou más,
serão sempre e, indiscutivelmente secundárias!!!!

30 MAIO 2013

quarta-feira, 29 de maio de 2013

SE FOSSE CRIANCA




Olha.
Se eu fosse criança...
Meu Deus se eu fosse criança.
Apesar de tudo,
seria aquilo que sou,
com tenues diferencas,
imagens e maturidade.

Se eu fosse ciança,
Enroscava-me no teu peito.
Sentia a tua mão,
o teu beijo na minha face,
e gozava a divindade do amor.

Se eu fosse criança,
ainda nua e desinibida,
deitava-me no teu peito,
respirava à cadência do teu coração.
Fechava os olhos e,
no meu vazio infantil,
deixava passar o tempo.

Tão fácil, sem pensar nele,
num tempo que não sei se existe.
Sentia essas mãos, esse silêncio,
misturados no nosso cheiro.

Se eu fosse criança,
queria brincar, sem agressões,
sem que me chamasses nomes.
Nao queria ameaças, nem abusos.

Se eu fosse criança,
queria ser como as crianças.
Queria ter direito à infância!
Queria sorrir, porque te amo.

Se o fosse, agora, seria triste.
Deixava de ser verdade,
ao ser o que não sou.
Queria ter amigos,
brincar com o Mundo, contigo,
cheio de gritos por gritar.

Se eu fosse criança,
sem o saber, amava o Mundo.
Aprendia a ver outras crianças,
entender porque padecem.

Se eu fosse criança,
falava com Deus,
fazia um pedido.

Nunca!
Nunca!
Nunca deixar de o ser!

29 MAIO 2013

segunda-feira, 27 de maio de 2013

UM BEIJO...





Perdi a noite,
um pouco de tudo.
Arrefeci o corpo,
esperei a calma.
A calma que pedi...
Um soneto,
um verbo,
a poesia.
Tudo
o que tens em ti,
o que me vai na alma.
Deixo-te letras,
folhas,
e o desejo.
Ver-te aqui,
eterna e terna,
mesmo e só assim,
que não te vejo.
Deito-me aqui,
assim,
só,
à espera,
de um beijo.


27 MAIO 2013

PORQUE GOSTO...



Nao sei usar o prazer da escolha.
Escolho... Apenas porque gosto.
Sei que o bom senso deve ser uno,
inseparavel na logica da tentacao.
E escolho, por isso, o que decido.
Sei que o estado grogue, me alucina.
O desafio das sensacoes dominadas,
o desleixo da atitude logica e realista.
Sou surrealista de nascenca!
Cada vez mais convicto desta surpresa.
O meu sonho nao tem o final feliz.
Nao e sonho de fadas ou principes,
apenas uma mistura abstrata de mim proprio.
"Mim proprio" que uso tantas vezes.
Uma conviccao baseada na simplicidade.
Tenho duvidas no desenrolar das horas.
A intensidade do que vem depois,
as duvidas indecisas, na certeza do oculto.
Talvez exista o Diabo, o Belzebu da alma.
O criador e suas indiscutiveis duvidas.
O disfarce publico do culto aclamado.
Sou eu tudo isto misturado, apenas
com uma leve e simples fronteira, indecifravel.
Tenho o toque do divino, e do profano.
O pecado implicito, na minha aurea de pureza.
O translucido da luz atingivel, pelo caminho
que nao escolhi, quando perdi o senso da vida.
O meu Shangri-La virou Sodoma.
A minha logica, alterna-se consecutivamente.
Por assim dizer, escolho mal.
Escolho... apenas porque gosto!

27 MAIO 2013

domingo, 26 de maio de 2013

CAIXA DO TEMPO



Quando tudo ficou turvo,
previ um final sem interesse;
ficam as formas que nunca quis.
Uma caixa de madeira. Bolorenta,
Que guardo há já tanto tempo.
Cheia de coisa vãs para o comum,
Mas para mim tão preciosas.
Vou criar um enterro que não existe.
Tapar o meu tempo, com pás de terra,
Mesmo junto a esta árvore que plantei.
As raízes crescem cheias de memórias.
As rugas da árvore são cartas escritas.
Os ramos, crescem harmoniosos, são como livros
Que retornaram ao espaço original.
Até brinquedos guardei na caixa do tempo.
De madeira, troncos crus burilados.
Apetece-me ficar à espera.
Testemunhar o crescimento desta árvore,
Sentir as ideias crescer em folhas verdes.
Ramificar todo o conteúdo desta caixa,
Contando os amigos de sempre e de nunca.
Uma escola precoce e enfadonha, como o tempo.
A minha caixa do tempo, aqui enterrada.
A desilusão que alguém terá de sentir,
Quando a abrir, quando desviar as flores
E folhas secas que a acabaram por cobrir.
Deixei pegadas na minha memória,
Presas pela madeira bolorenta da idade.
Apetece-me ficar à espera,
Mas não sei se aguento mais tempo.
Falta-me a paciência da vida.
O sorriso da felicidade enrugou.
A dor já não a sinto, habituei-me.
Sei que tudo se tornou turvo,
Não pelo que vejo, porque ja não vejo.
Fiquei impotente ao tempo,
Ao declinar da juventude irreverente.
Guardei tudo numa caixa.
Enterro-a aqui. Junto a mim;
Fica a história que já não ligo,
No crescendo das minhas raízes.


26 MAIO 2013 

EU SEI...





Eu sei.
Eu sei que estou em falta.
Faltei ao apelo das sensações,
Aos traços que vincam a pele.
Os dedos deixaram um rasto,
Arrepios e a falta de um beijo.
Preciso de ar.
Preciso respirar até à exaustão.
O tempo mudou de todo.
Tudo me tira o tempo que resta.
A sensação, é tudo o que falta,
A que (não) tenho, as que imagino.
Eu sei.
Eu sei que sou estranho.
Deixei que as horas seguissem,
Não impuz partida nem chegada.
No cais de que digo, corre uma brisa
Redonda e ancorada à minha volta.
Preciso ficar assim...
Receptivo ao toques dos elementos.
O frio, dá-me o poder de resistir.
O calor, o perigo de desistir.
Todo o corpo se cala.
Todas as extremidades acordam.
Eu sei.
Eu sei que te quero aqui.
Que sejas o meu elemento,
Como a brisa, ou como o vento,
Que me possuas como o tempo,
Com os rastos dos teus dedos,
Esses que são testemunhas da história.
Falta-me o teu beijo.
Eu sei que estou em falta.
Eu sei!


26 MAIO 2013 

sábado, 25 de maio de 2013

ANATOMIA DO DESEJO



Hoje acrescento um pouco do fim.
O incompleto, transformou-se em translucidez,
talvez pelo prazer de uma interpretação abstrata.
Já não entendo a lógica das coisas simples.
Sei que são o que quero, que são boas...
Mas o quadro, hoje, transformou a indiferença.
Acho que pendurei tudo de pernas para o ar,
do verso fiz reverso e nada sobressaiu.
Sei lá eu o que é avida!? Uma contagem do tempo.
Uma merda qualquer que me atrai ficar por aqui.
O desejo é o auge da soberba, tirando a própria soberba,
onde o clímax, delega o inimaginável em prazer total.
Sei que a prioridade está na norma, ou na falha...
Tudo depende da forma de aproximação,
do entusiasmo da coisa pública, ou de mim próprio.
O fim do dia, tem a doce e fácil magia.
Tem os porquês insolúveis na dúvida.
O maravilhoso regalo visual, o crepúsculo,
a simbologia de todas as coisas relevantes.
O silêncio, a aberração da inércia, o nascer do dia...
O choro da nascença, o grito do oxigénio
onde o incompreensível se torna realidade.
O nascer do corpo, o prolongamento da alma,
todo o ritual precoce e arcaico da vida.
Todos os dias são águas de nascente.
O deslizar suave e imenso da matéria liquida,
o toque inodoro na pele, o ardor de um fogo...
Um fogo próprio e imparcial, a anatomia do desejo.
Os corpos e as almas, são a mistura do impossível.
Algo de inconformista, em desejo permanente,
como eu, um servo disfarçado no meio de nada.
Acrescento o que já foi feito, renovado e perfeito.
A carne e o desejo, a alma e o beijo.
Eu!


25 MAIO 2013

quarta-feira, 22 de maio de 2013

ARTE DE VIVER



Existem finais abruptos e inesperados.
Caminhos que terminam em abismo,
escaladas que nao tem fim palpavel.
So resta a esperanca, e os caminhos.
Estes estranhos e pouco recomendaveis,
outros agradaveis mas demasiado faceis.
Inconformismo e a base de tudo, afinal.
Irreverencia, o desatino inconformista.
Ja nao sei que posicao escolha.
Se trepe arvores, se balance num banco de corda,
se trepe morros e me alegre a adrenalina,
se permaneca assim pensando, e apenas imagine.
Sinto-me em extase sonhando acordado,
claro que sendo um bom sonho, um bom caminho.
O pesadelo atrai-me nao sei porque tambem.
Sera o gozo do desconhecido, do menos facil,
a surpresa de ansiedades e receios,
lutar contra alguma coisa que seja, o medo.
A luta contra o medo, a vertigem do sossego.
As falas e os silencios sao escritos,
sao desenhados e perseguidos por mim.
Toda a falta de tino me atrai sobremaneira.
A dita loucura, um quanto baste quase no limite.
Ou mais ainda, a experiencia do outro lado.
A luz ao fundo de um tunel, o toque no divino.
O brilho, as auras e um pouco de escuridao.
A luta da alma que nao para de ser curiosa.
As estradas dividem-se em opcoes de caminhos,
os caminhos dividem-se em opcoes de si mesmos,
as vertentes rasgam a pele e acordam o corpo.
A esperanca aprende a sobreviver a tudo.
Nasce assim, sem estimulo nem culpa, apenas nasce.
A alma mantem-me certo nas escolhas,
aprendo mesmo morrendo e nao paro de errar.
Ha dias em quero que tudo acabe, aqui morto.
Percebi agora que nao se consegue parar,
que morrer e voltar a nascer, noutro caminho.
A opcao e ficar, pensar e renascer todos os dias.
A vida e um bonus, a arte o premio maximo.
Viver e uma arte e eu vivo por opcao.

22 maio 2013

terça-feira, 21 de maio de 2013

SE CHEGASSES AGORA




Se chegasses agora,
corria ao teu encontro.

Uma estacao de comboio,
um aeroporto, um caminho
um qualquer outro ponto.

Esperava por ti.

Sei de um remedio que cura...
Tenho a duvida, se afinal senti,
o paladar doce da loucura.

Se chegasses agora,
esperava calado.

Sentado,
um banco de jardim,
os cheiros verdes.

A luz, que partiu alta,
por ja nao ter natureza.
Mas ao sentir tua falta,
espera por ti com certeza.

Se chegasses agora,
nao te via, nao te ouvia...

Tocavas-me o ombro,
incerta da pessoa que sou.

O silencio falava,
por mim, por ti...

Se chegasses agora,
despia-te do desejo,
e o meu, ja nu
possuia-te.

O cheiro da cama, esperou
desde que partis-te, por este dia.

Fechadas as portadas,
um quanto baste de luz.
As velas crepitam acesas,
as peles arrepiadas e tesas.

Se chegasses agora,
beijava-te,
e ao som das palavras,
ficavas.


20 MAIO 2013






segunda-feira, 20 de maio de 2013

FALTA-ME TUDO




Desfiz-me de toda a vontade.
Por um dia.
Por apenas um dia.

Apetece-me ficar inerte.
A multidao a passar por mim,
observar os comportamentos.

Os sorrisos.
Os bons, os falsos.
O stress assumido, fingido.

Falta-me toda a vontade.
Por um dia.
Por apenas um dia.

Inerte, sorrindo.
Sozinho, sem observar nada.

Um panico que admito,
acredito que sim... sorrio.

Inerte,
sem vontade,
apenas um dia...


20 MAIO 2013

domingo, 19 de maio de 2013

UMA PITADA DE SEXO




Uma pitada de atrevimento, chega...
Um arremesso de labios quentes, 
o calor do desejo perceptivel, ao longe.
Um olhar transforma a carne,
o sangue ferve e corre frenetico.
O tesao floresce indomavel, puro...
O sexo tem todo o nexo, sempre!
Uma forma fantastica de passar o tempo,
o prazer quase supremo do corpo,
tao facil em acabar com a inercia.
Mas e preciso ter tesao...
Uma pitada de atrevimento, anima...
O erotismo da roupa solta,
o acto cometido em avanco,
com a mente, no imaginario do sexo.
Nao se faz so amor, isso e tedio.
O amor faz-se com sexo, instinto
o preliminar infindavel, ate quase dor.
E o toque, ai o toque... a entrega.
O toque que se torna em muitos.
Um plural de gemidos, olhares espectantes,
fechados fingidos, labios mordidos,
no ataque da surpresa... ai o sexo.
A carne, tem um demonio bom,
a pele, eleva o libido ao sagrado.
E a danca das bocas, das maos
dos bracos e ancas... o amor.
Os liquidos sao como rios, escorrem
no toque das margens, quentes
ardentes no desejo por um mergulho.
Mergulham as linguas, os dedos,
os labios e os sexos... divino!
O frenesim da loucura, o sair do serio...
O prazer total do corpo, 
um bonus de creatividade na alma.
E as aguas misturam-se,
por dentro e por fora do corpo.
Ficam os despojos do confronto,
os cheiros e os beijos, 
e o sangue que amolece.
Para voltar ao mesmo confronto,
sem medo de tempo perdido,
uma pitada de atrevimento... chega.


19 MAIO 2013



sábado, 18 de maio de 2013

ILUSÃO DA ALMA




A permanência da ilusão funciona.
Há um mistério contínuo no oculto,
a que a vontade do Homem, não resiste.
Ilusão, demarcada pela história, sendo
ancestralidade a certeza e a dúvida.
Todo o percurso da minha inteligência,
tem um compasso certo e oculto.
Um paralelismo de existência céptica,
a ansiedade de existir fora do corpo.
A Alma, sempre eterna, assume tudo;
esconde diferenças, entre realidade e utopia.
Sem dúvida alguma, acredito!
Acredito que não comecei aqui,
acredito que aqui não acabarei.
Um motivo superior, uma entidade mestra,
afaga o poder da fé por benevolência.
O alimento do oculto, sacia o corpo,
resume o devaneio carismático do tempo.
O ritual transforma a sociedade,
alimenta a subsistência e o tráfego intelectual.
Somos animais dotados de rituais.
A inteligência ritualiza o instinto,
a necessidade transforma o impossível.
A ilusão funciona por mérito e dever.
O objectivo é opção de novas metas,
um mundo sem fim, como o Universo.
A criação existe, as doutrinas e religiões
vendem a ilusão dos porquês adormecidos.
Respostas sem objectividade,
a imensidão do nada que será algo.
O sonho sim, o auge da ilusão trabalhada
em subconscientes imersos na realidade.
A realidade que não conhecemos,
os "dejá vu" que não sabemos explicar.
A ilusão é um devaneio legítimo da mente.
O sonho, um patamar elevado do divíno,
a função expressiva da alma individual.
Quero sonhar enquanto o corpo dura,
manter o sonho, até que a alma parta.

18 MAIO 2013

sexta-feira, 17 de maio de 2013

NAS FOLHAS QUE ESCREVO



Um dia, talvez sim.
Eu sei. Sou eu a diferenca.
A minha propria diferenca.
Sei que ha quem desdenhe,
quem ache pouco, ou nada.
Mas hoje! Sim, hoje!
Danem-se os criticos.
Os que nem conhecem,
os que sao amizades dubias,
os que sao... nada.
Nas folhas que escrevo,
nada me impede de ser assim.
Nas folhas que escrevo,
nao quero saber o inicio, ou o fim.
Nas folhas que escrevo,
nao procuro ninguem, apenas escrevo.
Partilho, esse o meu gozo genuino.
Quando me entretenho desta forma,
quando nao paro de falar... sou eu.
O individuo com direito.
Sou eu, o incognito criticavel.
Nao sou o Pessoa que amo.
Sou o que sei ser apenas,
sem obrigacoes ou metas.
Sou Carlos Lobato... sui generis.

17 MAIO 2013

SER SEVERO





Preciso de ser severo.
Deixar-me de banalidades.
Nada nem ninguém perto.
Um espaço aberto, pequeno.
Um mundo novo, não terreno.
Preciso saber o que quero.
Um retiro, uma gruta junto ao mar.
Preciso da severidade dos elementos.
Crús e puros como o tempo.
O troar das ondas que me arrepie.
Sentir o mar gelado na pele.
Deleitar-me com o cheiro salino.
Ser severo e egoista na solidão.
Apenas eu e uns momentos,
apenas um alvo, interno e incógnito.
Preciso de ser severo.
Comigo mesmo, domado e circunscrito.
Um método, o ar que me faz pensar.
O corpo e a personalidade,
domados e ensinados por mim.
Eu próprio, que não me conheço.
Eu mesmo, que abuso de tudo.
Sózinho, recluso temporário.
Um mundo paralelo, um portal
para lá da sombra que me persegue.
Sei ser severo. Saberei quando!
A dor é motivante.
Motiva a procura de a não ter.
Preciso saber o que quero.
Preciso de ser severo.
(por mim...)


17 MAIO 2013

quarta-feira, 15 de maio de 2013

SEI QUE EXISTE UMA RAZÃO!



Sei que existe uma razão.
Uma particular e única possibilidade
onde os porquês insistem, sem ter resposta.
Mas a fluidez do ar, afoga expectativas.
Um respirar profundo, um espaço aberto,
a complicada sensação de liberdade,
tudo isto torna a realidade recomendável!
O meu escárnio torna-me burlesco,
sem apreciar especialmente esta vida.
Admiro a complexidade do corpo humano,
tudo o que funciona, a forma como o faz,
nunca e necessariamente de forma previsível.
Todas as probabilidades são permissas,
são a geometria das ideias, alimentadas
pela proporção matemática da vida.
E os alquimistas têm razão na procura.
A procura do elemento superior, da existência,
o ouro da alma, a perfeição da harmonia.
Sei que essa razão existe, porque a tenho.
Tenho a finalidade voluntariamente imposta,
em ultrapassar caminhos escuros e brancos.
Tenho a visão interna do mundo e do cosmos.
Tenho a incansável procura de mim próprio,
aliso todas as arestas da minha personalidade.
Tenho os símbolos que me guiam,
a insustentável leveza de ser como
uma filosofia religiosa. Como todas as religiões.
Sou eu Deus, porque começo em mim,
como todos os que queiram pensar claro.
Sou corpo edificado pelos Gigantes,
uma máquina milenária precisa, mas desconhecida.
Sou alma que se transfere, por prazos incertos.
Sou a personalidade do individuo,
irreverente na procura da perfeição.
Imperfeito como todas as  almas, mas consciente.
O caminho é este! Quer me entendam ou não!
A simplicidade é a existência e,
sei que existe uma razão!


15 MAIO 2013

IRRACIONALIDADE DAS PALAVRAS



A parte irracional das palavras, está aqui comigo.
Tudo gira, num remoinho indomável no meu interior.
A tinta, a tecla, a ideia, estão imunes a tratamentos.
Tenho de ter a capacidade de refrear os ímpetos,
o que torna difícil todo o processo da comunicação.
No peito, a minha adrenalina ataca irreverente,
completamente revoltada pela minha apatia controlada.
Adoro a natureza selvagem, indomável, até que sim...
Tudo se torna calmo e previsível, tudo se doma!
Ter o dom de refrear a palavra, é absolutamente difícil.
Por vezes, uso-o de forma simples, na forma mais fácil.
Por outras, como agora, é uma luta difícil de controlar.
Tenho quase câmbrias nos dedos, ao refreá-lo.
O cérebro não pára de me pressionar o crânio,
tem o anseio da vingança e a (in)compreensão do presente.
Todo o meu sistema imunitário toca alarmes vermelhos,
todas as luzes da minha alma se acendem de urgência.
Todas as formas de ansiedade me assaltam,
sou acusado por mim próprio por não deixar fluir.
Dedico-me ao "bom senso" e ao "senso comum", acho...
Sei finalmente a sensação e a intensidade do caos,
ao viver tantas vezes no interior de um tornado.
As estrelas, ficam ao alcance dos meus dedos.
Não há remédio possível, nem acalmia. Talvez o tempo.
Tenho de dar tempo ao tempo. Esperar, esperar, esperar...
Tudo se torna irracional no meu discernimento.
A minha lógica passa a funcionar por ímpetos,
deixa de ter a função primária dela mesma, e isso é grave.
No meio desta revolta interior e tão pouco racional,
fico numa letargia de transacção com a realidade.
Quando pestanejo e me defendo da luz, acordo,
É a primeira coisa que, me assalta a lógica e, a escuridão.
Toda uma história de adrenalina é irracionalidade,
onde toda a minha lógica foi domada por algo estranho.
São coisas que não comando, mas existem em mim.
São conceitos de sonho ou loucura, adormecidos algures
E acordo cansado com tudo isto. Acordo desfocado
e com uma sensação de dúvida, com certezas,
apenas um imaginário de dor e prazer misturados.
Acaba assim, mais uma fase da minha irracionalidade,
quando ao espreguiçar os membros, retorno à realidade.
Ficam sempre as palavras que, tanto amo que,
desejo como desejo a melhor parte do sexo.
A irracionalidade das palavras, está sempre comigo!


15 MAIO 2013

sábado, 11 de maio de 2013

UM DIA FEDORENTO



Hoje é dia de fazer absolutamente nada.
A preguiça e o tédio, são complicados.
As reacções mundanas estão tão podres,
que me fedem a alma ao abrir a porta.
Por isso decidi ficar em casa, purificado.
Eu sou o meu próprio remédio, o antídoto
a toda a devastação gratuita generalizada.
Hoje, talvez não apenas hoje, fico por aqui.
Enervo-me sozinho, com a miséria que vejo.
Hoje não transmito nada. Assimilo e aculturo.
Nao há maneira de fugir a este mundo,
fico à espera que o sono me acorde o sonho.
A única fuga possivel, o meu Eden.
Realmente é triste chegar a este ponto.
Viver e respirar num ponto cósmico,
um micro ponto deste todo Universo,
que é concerteza o auge da infinita Beleza,
e sentir-me como me sinto... É pena.
Tenho pena da Humanidade! Tenho pena,
além de toda a fé nas criancas que sofrem.
Hoje é dia de não praguejar com a inteligência.
A preguiça e o tédio, são reis nus na minha parada,
desta vez sabendo exactamente a visão dos outros.
Os Moinhos ja têm medo dos Quixotes,
os Sanchos ja estão magros e sem mula que os carregue.
Tudo está de pernas para o ar. As bestas no Poder,
os inteligentes alimentando a hipocrisia do Mundo.
As guerras, essas ficam e crescem felizes.
As violações e genocidios estão fartos e gordos.
E a comunicaçao mostra por mostrar, que lindo.
Devo estar no meio de um pesadelo concerteza.
A realidade não tem qualquer nexo nem lógica.
Estou farto de tudo isto! Estou doente e sem remédio.
Por isso, já tenho a alma fedorenta e inanimada.
Vou ficar quieto em casa hoje, assim, quieto.
Hoje é dia de fazer absolutamente nada.

10 MAIO 2013

CHAMA ARDENTE E FRIA




Segurei numa chama que ardia.
Era azul. O céu é azul e não queima.
Era uma chama fria, um azul sem arder.
Queimei-me na pele, na alma e,
no sonho da minha própria pele.
Ardia de forma estranha. Era chama.
Controlei esse espaço, diferente.
Uma chama que arde e não queima.
A minha chama azul, a pele que arde,
a chama que não é chama, só pode ser alma.
Tenho medo das fogueiras. São chamas,
Quentes, ardentes e de cores vermelhas.
Os anjos não têm côr. São frios,
talvez azuis, amarelos ou verdes,
são de todas as cores. Como as chamas.
A refração da luz também queima. As gotas,
Um arco iris de coisas estranhas. A pele.
O suor do sexo, já não tem nexo.
O calor, ficou frio, mas ainda arde.
São cores e elementos diferentes.
As festas e mordomias extravagentes,
cinzelaram lágrimas, como diamantes.
A minha pele arde, fogo de côr azul,
chama diferente, que me atrai a mente.
Um ardor, um piscar de olhos,
visão desfocada pelo calor. E o ardor.
Era a minha chama fria, a que ardia.
O gelo no toque, um dedo e a pele.
O beijo, imune ao desejo. Gelou.
O calor esfriou, em cor diferente.
Era azul. O céu é azul e não queima.
A alma não refila, só muda de côr.
A dor está ausente, sem o respeito,
que me deixou renitente. Por defeito.
A minha alma, como o céu, é azul
cheia de nuvens diferentes, nunca inertes,
que rumam no silêncio fingido do vento.
A minha pele está azul, porque arde,
rosada por acenar o frio passado,
e o calor que já não me consome.
Os diamantes fundiram, o carbono
queimou-me o tino. E tudo o que resta.
Um calor tão frio que fica,
arranhando em cada aresta.
Era a minha chama, sim.
A que ardia, e tanto.
Apaixonei-me. Um calor estranho,
o frio e o quente. O vermelho azulado.
Fico atónito e quente,
porque afinal aquela chama ardente,
de fria se tornou ardente,
sem a mordomia da numa chama fria.
E vejo o meu destino. O presente.
Seja qual for esta chama, 
será com certeza, o azul
de uma nova chama ardente.

10 MAIO 2013

quinta-feira, 9 de maio de 2013

MANHÃ, CAFÉ & ARTE



Há coisas simples que valem o momento.
Momento de qualidade e sentidos afinados.
O regozijo da manhã, o inalar dos cheiros.
Um banho farto aproveitando a água quente,
abusando da abundância que a tantos falta.
Mas nao tenho culpa! Uma coisa simples,
afinal a coisa mais simples, (re)acordar.
Um pouco de arte, imaginar um sabor,
um cheiro, uma visão que se entranham no vazio.
O cheiro a café fresco moido,
a moagem ruidoza, o grão desesperado
gritando em odores que me deleitam.
Tentar resistir a nao abrir a moagem e,
manter este cheiro puro indefinidamente.
E a máquina do cafe acorda, lenta...
Uma preguiça que eu recomendo.
"A bebida do diabo" que escorre, grossa,
quente e aveludada, quase pingo a pingo,
Forte, como a emoção do meu palato.
O cheiro, mágico e hipnótico.
Um ritual mágico e quase divino,
que  faz conscientemente adiar a prova.
Um prazer repetido, sádicamente lento.
O deleite, o prazer e o supremo.
O primeiro golo. O levantar da chávena,
a destreza do vapor que sobe enfeitiçando.
A natureza no seu melhor, coisa simples.
A soberba mesmo pobre. Apenas um café.
Um pequeno filme, uma obra de arte,
um amanhecer, um desenho de mestre.
Sabe imensamente bem o oxigénio,
sabe intensamente bem a inteligência.
O momento mágico é este, tao simples.
A manhã, um café, um pouco de arte!

09 MAIO 2013


O CAMINHO QUE EU ESCOLHO



O caminho que eu escolho,
mantem-se o mesmo que sempre escolhi.
As alteracoes so teem a ver comigo,
com as pedras que pisei,
as feridas que me deram e que dei.
O caminho e sempre igual,
sao comuns os caminhos.
Todos passamos na mesma rua,
no mesmo local, na mesma vida.
So me arrependo do que nao tenho.
Talvez por nao poder criticar,
mais facil fica a falta que faz.
Mas escolhi um caminho simples,
escolhi ir ao encontro da paz.
O caminho que eu escolho,
nunca deixa de ser engano,
porque duvido que escolha algo.
Apenas aprender o equilibrio,
apenas suster a queda que nao quero.
Prefiro o caminho suave do prado,
pisar confortavelmente a relva,
evitando pisar a beleza das flores.
Como a vida... como as mulheres.
O caminho que eu escolho,
nunca sei se saberei, o instinto
aprende a filtrar o desconhecido.
As paredes tendem a amolecer,
como sebes que atenuam quedas,
apesar dos rasgos que na pele ficam,
para que a dor nos avive a memoria.
O caminho que eu escolho,
e a paixao pela felicidade.
As encruzilhadas unem-se,
num carreiro onde o po assenta,
onde os passos arrastados,
perdem a forca da irreverencia.
A calma e a paz, sao a fuga
a alegria do que vem a seguir.
O amor, e tu minha mulher,
a paz, e os sorrisos puros,
serao sempre para mim,
o caminho que eu escolho.

09 MAIO 2013


quarta-feira, 8 de maio de 2013

QUANDO CHEGO A CASA



Quando chego a casa, sempre me separo de algo.
Separo-me de alguem ou de qualquer coisa.
Sera que sei a razao da vida? Pois talvez nao.
Talvez nem exista, talvez haja necessidade,
tal como na fe, em encontrar uma razao de vida.
Claro que e adquirivel, claro que se cria
uma qualquer razao, causa ou objectivo.
Fica a duvida mais funda se havera razao para tal.
Cheira-me um pouco a materialismo dos sentidos,
uma mistura estranha que tambem nao sei se existe.
Como tudo, nao custa pensar que sim. Talvez...
O defeito desta minha casa concentra-se sempre,
existe uma espiral de energia que nao entendo.
Se fico satisfeito e subjectivo e ate raro mesmo.
Mas torna-se inevitavel, talvez por habito,
talvez ate nem por isso, apenas porque sim.
Acho talvez um vicio entranhado no pensamento.
Um virus incuravel, mas estranhamente saudavel.
Sera reflexao, ou algo similar a qualquer teoria,
onde a psicologia tem a tendencia psiquiatrica.
Sera doenca, pois entao. Sera um estranho momento,
ou muitos que a individualidade se torna egoista.
Porque pensar no passado, mesmo presente.
Porque procurar respostas quando as perguntas,
sao tantas que nem tempo ha para responder.
A razao de ser, a verdade essa nunca tera resposta.
Mas nao posso deixar de manter esta enfermidade.
Faz parte do meu ego inconformado, permanente.
Admiro a capacidade do desdem. O acto de ignorar.
Tambem obviamente o consigo em casualidades,
sem que o orgulho me envaideca, pelos extremismos.
Mas o isolamento do mundo ao final do dia,
a porta que fecho com um toque de calcanhar,
na urgencia de me livrar dos cheiros dos outros,
de despir a roupa, do meu banho purificador...
Eu sei la... talvez tudo, talvez ate nada.
Mas o vicio da descontraccao corporal,
subjuga -me ao ritual da reflexao, as vezes receoso.
A insonia e filha desta maternidade interna.
Talvez um castigo, talvez um premio de tempo.
Como gostava de me entender! Ou talvez,
talvez mesmo por repetir tantas vezes esta duvida,
talvez mesmo precise da caricia da duvida,
sinto-me mimado por mim proprio quando penso.
Mesmo que a dor me toque, o mel das definicoes,
tem o carisma do fruto proibido. E quero!

08 MAIO 2013

terça-feira, 7 de maio de 2013

HUMANIDADE E SER HUMANO



A totalidade das circunstancias deixa-me azedo.
Apesar de ter o antidoto, o meu sorriso, o das criancas,
quebro este animo consecutivamente, e nao gosto...
Os gostos deviam ser doces e temperados,
os gostos do palato, e o que a minha alma gosta.
Tenho de me render a uma fraca reciprocidade,
particularmente da generalidade das pessoas.
Sao todos os idiotas, e habitam um planeta como este.
E sim... sao imensos! Sao mesmo muitos!
Hoje em dia, contra a minha vontade, abusam...
Abusam da minha calma, e minha paz interior.
E preciso mesmo ser uma pessoa muito forte,
e mesmo preciso ser forte para ignorar a calunia.
A calunia dos vivos, a auto flagelacao dos sentidos.
Fico atonito com a capacidade masoquista do ser humano.
Mesmo sem o saber, mesmo dizendo que nao,
os humanos estao a tornar-se presas de si proprios.
O topo da cadeia, o topo das especies tornou-se ignobil.
Uma auto destruicao a toda a prova, consciente.
Admiro-me quando fico aqui quieto, e me disponho a pensar.
Ha algo que nao entendo, e nunca entenderei!
As doencas sao ultrapassadas aos poucos,
a hipocrisia da fome mantem-se, se bem que se mantenha
a irreverencia dos destemidos e corajosos que a combatem.
Mas tudo isto e muito mais, nao faz sentido.
Nao se forma um ser sem um embriao.
Estao a abortar o mundo! A assassinar todas as populacoes.
Apenas porque... sim!?
Nao houve, nem havera maior hipocrisia que esta.
O que me irrita e absorve internamente, e a minha impotencia.
A minha impotencia como individuo, a falta de meios
para que se travem as mortes em serie, as vitimas e os opressores.
Sao tantas as circunstancias e razoes, sao tantas as arestas.
Sao tantas as opcoes para acabar com toda essa negatividade.
A tendencia generalizada esta no auge da possivel incompetencia.
A Humanidade esqueceu-se do Ser Humano.


07 MAIO 2013

sexta-feira, 3 de maio de 2013

SENTIR-ME EM CASA



Sinto-me em casa finalmente.
Por tudo o que comporte esta imagem,
por todo o sentido que ela componha.
A ausencia, quase permanente,
tras um sentimento de vazio.
A saudade, sempre constante,
traz-me o imaginario das sensacoes.
E meu Deus, como preciso disso!
As imagens interiores sao fartas,
empolgadas de ansias de bom tom.
Recorro obviamente a saudade,
alimentando a permanencia da falta,
pela logica da presenca que nao existe.
Mas chego a casa finalmente...
Tempos a tempos volto de novo.
Tudo se transforma numa espiral,
onde a alma, alimentada se encanta.
Nada se perde entretanto na chegada.
E importante manter a saudade,
manter o imaginario fertil de imagens.
Todas as imagens que a saudade comporta.
Todo o futuro proximo, repetitivo e recorrente,
onde todo um ciclo se completa, amiude.
Resta o consenso, e o meu sentimento.
Sera irrealista a fuga, a tudo aquilo que sinto.
A saudade nunca a irei perder, eu sei...
Sei que sou, que preciso ser assim, sempre!
Sei que mesmo me sentindo em casa,
o romantismo nunca para, pede-me sempre mais...
Sou exigente enquanto sinto.
Sei que sou apenas eu.
Mas sinto-me bem agora, sinto-me em casa.
Vou ficar por aqui.
Mesmo nao estando presente.

03 MAIO 2013

quarta-feira, 1 de maio de 2013

PRECISO VIAJAR



Preciso de viagens para raciocinar.
Preciso de viajar, sentir outro oxigenio.
Oxigenar a minha cultura, ser curioso.
Procurar a simbologia dos outros,
Os actos estranhos que quero ver.
As palavras imperceptiveis, os gestos
Os cheiros e imprecisoes humanas,
Diferentes das minhas. Preciso sim...
Preciso urgentemente de pensar.
De pensar imaginando mentalidades.
De pensar sentindo no meu corpo,
Culturas diferentes que odeie ou ame.
O sentir da critica inadvertida, o clique
Automatico da alma viva, em absorcao.
Quero ver novas obras, outra historia
Os sorrisos simpaticos das boas vindas.
Os matreiros que finjo nao entender.
As manhas dos ineficazes que domino.
Preciso do brilho nos olhos, o espanto
A admiracao do que e belo. Preciso...
Preciso respirar de forma diferente.
Nao me acomodo, ao manter a inercia.
Preciso de enquadrar o que e novo.
Quero imaginario pintado em tracos,
Na rapidez e leveza impressionista.
Quero realcar as cores em quadros,
Imortalizar os quadros vivos que vejo.
Por todos estes cheiros diferentes,
Por todas estas fugas a norma,
Sobressai este desespero por viagens.
Resigno-me assim ao sonho.
Resigno-me a catalogar os dias,
As noites de sono que nao quero ter.
Resigno-me a este destino insustentavel,
Que me alimenta um odio crescente,
A tudo o que condicione os meus sentidos.
A ambicao e um sopro de tempestade,
Tal como a irreverencia dos meus desejos.
Preciso mesmo sair daqui... viajar.

01 MAIO 2013

EU E DEUS



Sei de um lugar fantástico,
onde será dificil transmitir,
passar ao papel uma imagem,
que está tão funda e imaterial.
Um ponto de encontro,
apenas comigo próprio.
Um local de culto pessoal,
um templo que parece eterno.
O meu templo, a minha entidade.
Não sei se o sonho passa por aí ?!
Se começa, ou mesmo acaba.
Sei que tem algo de cósmico,
algo de intemporal e divino.
Tenho "quase" a certeza absoluta,
numa visita constante e diária.
"Quase"... porque é indefinido.
Sei que é um lugar fantástico.
Sei que existe uma paz eterna.
Será essa a viagem da alma.
Será este o meu paralelo.
Serão todas as perguntas.
Serão todas as dúvidas,
um poder enorme que me atrai.
Sei que me lembra o útero.
Um planar saboroso e lento,
um vácuo meigo e terno.
A sensação é tão brilhante,
como será um beijo de mãe.
Sou efémero enquanto escrevo.
Controlo as ideias, os movimentos,
a tinta que transmite o sonho.
Apenas uma tentativa forte,
porque forte é esta sensação.
Sei que quando acordo assim,
depois deste vácuo divino,
sinto a realidade diferente.
Sinto paz e esperanca, agora!
Sinto vontade de adormecer,
de viver e acordar outra vez,
e voltar a planar neste vácuo.
O lugar,. esse é maravilhoso!
O meu templo, o meu Deus,
está aqui, dentro de mim.
Apenas e só, EU.

01 MAIO 2013