segunda-feira, 30 de abril de 2012

FADA MUSA


Trago-te comigo agora... presente
como fada brilhante... como musa,
na palma da minha mao.
Sentada, admirada por te sentir assim,
pequena tal como fada de brincadeiras
onde criancas inocentes elevam o amor.
Trago-te comigo, sempre... presente.
Um sorriso entristecido, em esboco
de labios que revelam a saudade.
O teu perfil, incomoda a indiferenca...
Cria-me a atraccao do horizonte,
para la das estrelas, que se escondem
com vergonha da luz do Sol.
Um cintilar que so se sente,
que nao existe fisicamente, na distancia
que nos separa. Mas e bom sentir saudade.
Desenvolvo imaginarios, que se tornam
nos meus sonhos, que definem a realidade.
Melhor seria ao acordar, todos os dias
fazer amor como sempre... ao tocar-te
fazendo tambem assim, sem pensar
crescer o encanto do adormecer.
Sentir felicidade sem desafios,
mesmo que venham ultrapassados
por intencionalidades desinibidas.
Perder o tino, ao teu tacto,
uma aureola de bem estar... ao teu sorriso,
e um beijo que diz tudo... sem falar.
Trago-te comigo musa... pequena
alegre e destemida, com a forca de viver.
Trago-te comigo sempre... presente
com o cuidado de quem ama,
na palma da minha mao.

30 ABRIL 2012

A REVOLTA DAS FLORES


Trago novas de outro mundo...
Sinto o calor da lua, quando saio do mar.
O luar e prata enriquecida na minha pele.
Escorrem gotas salgadas, da minha viagem.
Trago flores... de todas as cores,
do fundo do mar.
Sao novas e diferentes... nao cheiram,
sao lindas, talvez mais, que as do campo.
Diferentes... irreverentes
como quem quer algo da vida,
e nao deixa de lutar.
Sao aveludadas, na gelatina
que o corpo toca, ao absorver o sentido.
Sentem faltar a coragem,
nas flores do campo, que adormecidas
continuam sem tentar voar.
As do mar e as do campo unidas,
podem dar que falar.
Como na vida, ha quem ao chegar
abane os resignados, e acorde
sonos sem coragem de acordar.
Estas sao as flores que trago...
Cores novas de atitudes exuberantes
que querem dar novo sentido a vida
de quem ja perdeu vontade.
Sao revoltadas e destemidas,
cheias de animos pouco leves
e alegrias que nos transformam... a todos
os comuns... os que querem acordar.
Ha uma revolucao por fazer...
Nova e actualizada, por sabedoria.
Nao perder o ritmo, nem ambicao
derrotar imbecilidades, que tal como
ervas daninhas,  nao param de crescer...
Trazer uma nova alegria,
sem feridos, em harmonia...
a revolta das flores.

30 ABRIL 2012

FORA DO CORPO


Hoje...
Apetece-me viver de forma diferente.
Sair deste involucro de pele e carne
libertar-me de limites humanos... e voar.
Deve ser curioso pairar pelo ar
servir-me da alma, sentir o que se passa
o que se poderia passar, sem darem por mim.
Ver o corpo desfalecido, inanimado
onde as reaccoes dos outros
preencheriam a minha curiosidade.
Nao preciso de atencoes particulares
so as que quero, nao as impostas.
Seria engracado observar.
Lagrimas estranhas que de secas
criariam rasgos na pele dos fingimentos.
Lagrimas sentidas que afagaria
na beleza das nuvens e um beijo de sonho.
E os que nao choram, por honestidade.
Como se sentira quem o faz?!
No desanimo da tristeza, concerteza
algo de engracado sentirei, levitando
ao observar tudo isto que sonho.
Gostava que fosse como uma bencao
nao fantasmagorica... mas apenas, um toque.
Um toque magico de amor humano
que rejuvenesca a alegria do mundo.
Sentir que na impotencia humana,
a alma nos toque profundo.
E ficar assim, a voar...
ate que amanheca outra vez.

30 ABRIL 2012

domingo, 29 de abril de 2012

VIVO ASSIM... MEIO LOUCO


Tenho os olhos fustigados pelo vento...
Semicerrados... em chicotadas de graos d'areia,
que tentam trespassar, as portas que os protegem.
O vento imenso, faz-me travar impetos,
em barreiras naturais, que nao controlo.
Tenho tempestades a minha volta.
Teem nomes que nao conheco... mas teem
previsoes de tempo, o tempo que nunca sei.
Debruco-me e enfrento a ventania,
finco em forca estranha, os pes no chao
que por tanta areia nao me sustenta.
Castelos de areia que voam ao sopro do vento,
e de bafuradas de esperanca que se esvai.
Uma porta ao fundo que foco, na proteccao
que preciso ter do mundo. Os meus segredos...
enchem-me os bolsos de papeis inuteis,
que de tantos, transbordam como lixo.
As paginas tantas que escrevi e escrevo,
sao o leite materno que preciso...  preciso
ficar imune, a imundice deste mundo.
Sou estranho em meu proprio corpo.
Habito a morada errada, num remetente
enviado a todos, para que nao me liguem.
Mas estou fustigado pelo vento...
Nao suporto a furia dos elementos,
que atrofiam a forca que tenho.
Quero ficar em casa. Sozinho... na companhia
de mim, e da tinta que me escorre em veias
enrijadas pelo tempo, que nao controlo.
Escrever, e ler o que nao escrevo.
Quero sentir-me no meu outro mundo
que nao este... que nao pedi.
Quero ser o que quero. Viver o que sonho,
sem tempestades nem tormentos
de ventos que nao controlo.
Sou a paz da minha alma!
E vivo assim... meio louco!

29 ABRIL 2012

ERRAR MAIS VEZES


A intransigência do tempo alimenta-me.
Não consigo voltar atrás, por bom que fosse.
Mudar, talvez a cretinice e a falsidade,
alterar porventura os erros, tantos que
por serem tantos, o tempo não me deixa mudar.
Também os tenho. Também os sei fazer,
parto pequenas frases em letras pequenas,
que o caos me aconselha a harmonizar.
Desdenho os resultados condicionados
pelas vontades do que se deve fazer.
Foco na minha imagem, o apelo do querer,
mesmo sabendo que estou errado. E erro!
Erro com todas as letras, que me falam
tal como as ondas do mar se entregam,
às areis de praias rochosas, evitando-as,
e à sua rudeza e presunção cruéis, como
alguém, que não quer saber de mais nada.
O nada que amparo, e se passa à minha volta.
Errar é preciso. Apoiando pelo tempo
da consciência, que em seguida, opta pelo certo.
O certo é a subjectividade da consciência.
A cor que nem toda a gente gosta;
O cheiro que nem toda a gente gosta;
A forma que nem toda a gente gosta;
Nem tudo o que atrai poderá ser bom,
se não houver motivo para errar.
Errar é o oxigénio que alimenta a fogueira.
A quantidade, transforma o tamanho
das labaredas, metáfora intelectual,
de um combustível desnecessário,
que tantas vezes nos engasga a alma.
Mas que haja caos... sim!
A harmonia nasce mesmo disso.
É preciso errar mais vezes !

29 ABRIL 2012

sexta-feira, 27 de abril de 2012

SINTO MUDANCA NO AR...


Sinto mudanca no ar...
Nao expecifico... nao sei.
mas sinto... sinto algo a mudar.
Ate a idade do mundo,
no enrugar de dunas e mares,
faz com que pense... ate em mim.
Nao havera local certo, nem fim.
Nem calendarios Maias,
nem apocalipses...
so e apenas um fim... individual.
Nem no final do mundo acredito.
Quero que acabe sim... a hipocrisia.
Algo vai mudar...
Sinto-o no ar... e estou certo.
Tao certo como respirar,
mesmo com o ar envenenado
que nos condena, sem ilusoes.
De repente tudo faz mal,
tudo e fragil e insoluvel,
e a alma acompanha... enfraquecendo.
A fraqueza humana muda,
torna-se forte por perceptivel.
Os burros leem livros de filosofia,
os doutores, pedem ajuda...
o comum mortal desliga-se,
e morremos alegres... suavemente.
Tenho saudades de crianca...
Tudo muda e se transforma,
mesmo que nada se perca,
so se perde a memoria,
nesta realidade dantesca,
que a disfarca.
Sinto mudanca no ar...

27 ABRIL 2012

VEM... E FICA

Porque tenho tempo...
Gostava de pintar a saudade.
Criar uma melodia de cordas,
uns tons de piano...
uma homenagem pouca,
na humildade louca,
de te ter... no tempo.
Sem trocas necessarias,
nao mais que um sorriso.
Fechar os olhos, sentir o vento
velejar nos meus cabelos soltos,
e o fresco dos pingos do mar,
que me assaltam os olhos
como se lagrimas fossem.
Porque tenho tempo...
Penso em ti neste momento.
O beijo doce, e longo.
O reencontro premiado,
pelas horas que chegam.
O teu pequeno murmurio,
que aos poucos, por mim
se transforma no gemido,
que por nao ter fim,
deixou a vergonha...
e destemido canta...
Abracas-me assim.
Procuras o meu corpo
que tornas simples,
na pele que me cobre,
e te entrega movimentos.
Porque tenho tempo...
Fico-te entregue,
sem hora marcada...
a pensar no imenso nada,
que nao sei quando chega.
Colas-te a mim, profunda...
as bocas surpresas sentem
abertas, a tua investida.
O prazer que me ilumina,
chega contigo presente,
sempre antes do mundo.
Porque temos tempo...
fiquemos aqui, sozinhos
agarrados na leveza da pele.
Latejantes, no calor do amor.
Entregues em beijos, bons
tao bons... que nao sabemos
quando o deixam de ser,
ou acaba o tempo.
O tempo nao finda...
tal como o desejo, ainda
de te ter assim...
sempre comigo!
Vem com tempo... e fica!

27 ABRIL 2012  

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O MEU RETRATO


Gostava de ser pintura...
Uma tela pintada, com retoques inacabados.
Estar la dentro... do outro lado.
Ser tinta e cores, retocado amiude
pelas pinceladas mestras do pintor.
Um retrato criado, em anonimato...
Nao saber quem sou, como tantas vezes.
Sentir-me diferente de todas as experiencias.
Ser uma obra por finalizar.
Depender dos ultimos retoques,
que nunca saberei quais sao.
Acontecem, de repente... constantemente
de forma rapida; ou lentamente
conforme a imagem que me quiserem dar.
Sentado num quarto pequeno,
com tracos simples e humildes
do pouco mobiliario pobre.
Sentir-me humilde, tal como sou
numa imagem sincera de pobreza.
Tal como na vida real,
neste lado de ca, onde mora a consciencia,
uma aura invisivel envolve-me envergonhada.
A expressao da verdade, do amor e da saudade.
As rugas que o nao sao, sendo apenas vontade.
Sentir-me por fim, realizado.
Pintado em imagem final.
Um contexto simplificado do que e ser normal.
Uma cama amarrotada...
madeira seca, de nos rachados...
Uma mesa pequena, torta e fragil... as minhas folhas.
Um candeeiro a petroleo... uma caneta
tao velha quem nem a tinta segura...
Uma janela cortada, em tabuas de parede
sebosa e encardida de fumos passados.
Uma luz tao fosca, como a pobreza.
Uma lareira tao pequena, que nao faz juz ao nome.
Uma cadeira rangente, que me sustenta.
Ombros dobrados... cansados,
que as maos sustentam, em meus joelhos gastos.
E o meu olhar... humilde
cansado de admirar o que nao tenho,
mas no fundo, feliz por aproveitar o que tive.
E o meu olhar... o centro da tela.
Voces todos a olharem para mim..
e eu a ver-vos do outro lado!

25 ABRIL 2012

terça-feira, 24 de abril de 2012

24 DE ABRIL


Descansei as palavras.
Acalmei o fervor da escrita.
Refreei os impetos acusatorios.
Fiquei como o meu povo... inerte.
As ditas conquistas que o foram,
depressa na historia, o deixaram de ser.
Somos povo pequeno,
em geografia, e no Ego.
Vivemos de receios idiotas,
da historia que o foi... que passou,
e dos contextos que ja nao existem.
Perdemos a criatividade... a coragem.
Uma sombra que desce dos montes,
e morre a beira mar esmorecida.
Gosto de ser lusitano!
Sou lusitano... sou portugues!
Mas triste como todos o sao!
O fado enraizou a falta,
desenvolveu saudades que nao voltam,
travou conquistas que nao se fazem.
Falamos muito... criticamos mais.
Mas fica-me esta tristeza,
o desmoronar de uma nacao,
na coragem que alguem fundou.
Tenho pavor a minha raiva,
que e tanta e ferozmente cruel.
Sou mais um que reclama,
na inconformidade da frustracao.
Mas continuo a ter orgulho...
Tenho orgulho em ser Portugues!
Acordemos...
ou morreremos!

24 ABRIL 2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O SONHO DAS NUVENS



Fico curioso...
Tento imaginar como seria...
Se as nuvens sonhassem.
Inverter a logica do sonho.
Se e que a tem ...
Talvez sonhem mesmo ?!
Talves imaginem em ser verdes...
azuis, ou ate mesmo...
que possam andar.
Um cerebro... as ajudasse a sonhar.
Serem arvores e florestas,
rios desaguando nos mares.
Ate mesmo... serem humanas.
Coitadas...
Ate pesadelos ja teem,
antes de comecar a sonhar.
As nuvem sonham em descer,
tocar-nos a face, sentir o prazer.
Pegar em uma crianca,
senta-la ao colo... uma historia.
"A nuvem que queria sonhar..."
Mas o sonho e triste...
Mal deem por si, choram.
Choram torrencialmente, as nuvens...
Porque deixar de voar?
Porque deixar de ser, o verdadeiro sonho.
O algodao que me toca,
como veludo melado e doce,
nao pode querer ser humano.
Nao pode deixar de ser... o sonho.
Nao posso deixar que aconteca.
Nao posso deixar de sonhar... com
o sonho das nuvens.
Preciso acordar...

23 ABRIL 2012

O SOM DO SILENCIO


Gosto do som do silencio.
A calma inconfundivel,
que os olhos sentem...
que a alma reclama.
Sentir-te assim...
em silencio de corpos,
no beijo que desejas.
O ritmo do tempo... lento,
e o ritual que te desnuda.
Toques... mais toques...
Beijos... mais beijos...
No silencio... na ternura,
o som muda de figura.
Insistes, quente... ardente,
ao sentires no teu ventre,
o crescer desta loucura.
O som belo do silencio.
Absorver de perfumes,
em peles coladas... suadas,
animadas por este som...
Que nao se fala...
Mas que corpos, dizem.
Escorrem rios d'amor,
pela nossa pele nua,
o silencio geme sem dor,
um brilhar de prata... e a lua.
Nao fales... sente-me assim.
Sente o som do silencio.

23 ABRIL 2012 

domingo, 22 de abril de 2012

A FOME



Nao encontro uma simples solucao.
Tantas que se poderiam aplicar... mas nao.
Revolto-me em imagens de peles secas
de magreza nao merecida, pela inocencia.
A fome... um martirio moderno.
Um continuar de seculos que teima,
uma solucao que nao aparece.
Fala-se... reune-se... gasta-se
mas nada, nem ninguem resolve.
Revolto-me profundo de angustia.
As imagens que vejo, choram
no desespero da impotencia humana.
Dao-me ganas... da-me vontade de gritar.
Nao e justo tamanha diferenca...
Nao e justo tamanha indiferenca.
Nao e justo ver morrer tanta crianca.
Vemos todos os dias a desgraca.
O poder da comunicacao,
nao tem poder nenhum.
Continuam a morrer aos milhares.
Todos os dias... Todos os dias...
A vergonha humana da actualidade.
Nao entendo... preciso entender.
Nao encontro uma simples solucao.

22 ABRIL 2012

sábado, 21 de abril de 2012

HOJE NAO...



Hoje nao senti saudade!
Pairei pela beira de um caminho.
Indeciso...
Uma encruzilhada, que me condena.
Uma distancia que me aproxima.
Respiro o fluido da chuva... que nao cai.
Um cheiro de po seco molhado,
que me intranquiliza a certeza.
Um caminho certo... ou talvez errado.
Tentei ter essa saudade,
de viagem que o destino impoe.
Hoje nao senti saudade!
Nao sei qual sera o caminho.
Talvez um atalho inesperado.
Um carreiro sem eira nem beira.
Um campo de cheiros frescos,
humidos... pinceladas impressionistas.
Invadir-me de aromas que eu respire,
sem sentir alergias... ser imune.
Perder-me da incerteza dos caminhos.
Agarrar o destino numa imagem,
uma imagem que me aqueca a alma.
Nao quero criticas nem agravos.
Talvez um mundo novo ?!
Talvez gente diferente ?!
Talvez um pouco de tudo?!
Nao, nao quero nada...
Hoje nao...

21 ABRIL 2012

ESCREVI UMA BALADA

Escrevi uma balada.
Sem musica que a sustente.
Sem alguem que a cante.
Umas linhas soltas de perfume,
uma fragancia quem nem todos gostam,
mas o cheiro atrai sempre ...
mesmo que se nao goste.
Vejo gente numa azafama impessoal.
O contar do tempo de forma incorrecta.
Nao ha almas simples neste mar,
onde esta gente se junta,
num ondular de passo rapido.
Perde-se a simplicidade.
Perde-se a alegria da incerteza.
Uma mar de mentes martirizadas.
Expressoes vincadas pelo rigor,
o nada que teima em estar presente.
Deveria eu chegar, calado
sem pedir nada de nada,
neste palco estranho,
e mudar o papel de cenario.
O burburinho mudava de repente,
alegre, verde e feliz de toda a gente.
Os sorrisos das criancas no baloico,
a cavaqueira de quem nao tem pressa.
Ter tempo de me sentar sossegado
neste banco de jardim, calmo... sereno.
Com alguem cantando.
Com musica condizente.
Escrevi uma balada.

21 ABRIL 2012

SO



Adormeci so...
Em real solidao.
Nao posso tentar o que nao ha...
nao posso pensar no que nao tenho.
Adormeci so...
Sozinho... pensativo.
Despedidas bruscas, sem sentido.
Pergunto-me...
se adormecer sera remedio.
Se fara sentido...
Se havera cura,
ou mesmo se quero,
deixar de ser so...
Sozinho, solitario...
mesmo acompanhado.
Gosto da solidao...
assim... cada vez mais.
Faz sentido e traz-me bom senso.
Penso na calma dos momentos,
vou filtrando os pensamentos.
Prefiro assim... desisto.
Desisto de tentar ser o que nao sou.
Quero ser o que nunca deixei de ser...
So...

21 abril 2012

quinta-feira, 19 de abril de 2012

SINTO-TE



Um sonho...
teu.
Uma imagem...
tua.
Uma mao...
pele.
Um beijo...
nua.
Paixao...
nossa.
Corpos nus...
toques.
Gemidos...
fundos.
Um olhar...
a dois.
Um abraco...
amor.
Sinto-te assim...
agora.

19 ABRIL 2012

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O CALOR DO DESTINO



O destino é prematuro...
Tenho sensações fantásticas,
ao toque do Sol. Sorrateiro,
que abusa da bondade,
no disfarce da minha pele.
Seca-me e queima-me.
Como eu me sinto na alma.
Mas a energia que me entrega,
é incrivelmente satisfatória.
Não há nada sem senão...
Além de que é necessário.
De cara ao vento,
mais fraco que lento,
absorvo os raios que me tocam.
As sinapses tentam crescer,
mais já não deviam, mas tentam.
É um espreguiçar do cérebro, claro,
os neurónios, esses esperneiam,
revoltados com uma certa falta de respeito.
Mais memórias? Confusão. Ignoro tudo.
Mas o calor aperta,
Dentro e fora do meu crânio.
A loucura, também reage, claro
perde-se ao acordar com energia,
que desnecessária, a loucura,
teima em crescer, e eu não quero saber.
Pois que venha.
E o frio...
Basta acordar de outro sonho,
para inaugurar um outro mundo.
Vou tentar adormecer, pôr um fim,
sem final anunciado.
Preciso de afinar o meu mecanismo.
Estou seco e queimado por dentro.
Mesmo sem essa energia do Sol.
O destino é um fim prematuro.

18 ABRIL 2012

terça-feira, 17 de abril de 2012

O ELOGIO DA MINHA LOUCURA



Estarei louco ?!
Por vezes, pergunto-me ?!
Como e possivel?
Desperto diariamente para
um conjunto de indefinicoes.
Perguntas de resposta dificil,
talvez pela simplicidade da resposta.
Nunca chego exactamente
a saber ou entender a realidade.
Ando fora deste mundo...
Esporadicamente volto,
e fico assim...
Vou ter de me definir,
perante a vida.
A minha?!
A vossa?!
Sei la o que e isso...
Ser um Senhor inoportuno,
na razao social, em aprumo hierarquico.
Ser um gajo comum,
de visao estranha sem cliches,
que atrapalham o mundo.
Ser alguem que nem imagino,
sem cagancas mas ter a nocao,
do que existe... ou nao.
Nao sei o que faca, sinceramente.
Se vos continue a atazanar,
se me perca de credibilidades,
ou se procure a loucura que ja tenho.
Opto pela ultima opcao.
Nao faco mais perguntas...
Nao quero saber de realidades futeis.
Elogio a minha loucura!

17 ABRIL 2012 

segunda-feira, 16 de abril de 2012

PORTO D'ABRIGO



Perdi-me...
Perdi o sentido da distancia.
Perdi o sentido de rumo.
Ancorei num porto que nao conheco.
Encontrei seguranca onde nao havia,
descobri esperanca onde nao tinha...
Esgotado e confuso, senti-me bem.
Fiquei, sem qualquer duvida.
Guardado por mim,
em porto desconhecido.
Pes firmes em chao pisado,
andar seguro, sem conhecer caminho.
Que bom sentir-me acarinhado,
por ti... meu porto de abrigo.
Nao deixei de navegar,
nem perdi minha nau...
Alma que me transporta.
Mas aprendi enfim, a amar,
nada mais me importa!
Encosto a cabeca,
no vale dos teus seios,
percorro teu corpo,
em toques e desejos...
sem que nada me impeca.
Naufraga comigo,
assim, sozinhos
na imensidao do nada.
Fiquemos por aqui... unidos
perdidos em nos,
e nossos sentidos.
Somos os dois,
nosso porto d'abrigo!

16 ABRIL 2012

LOUCO DE DESEJO



Hoje passas por mim..
sinto o teu perfume.
Ao sentir a tua silhueta,
volto-me em instinto.
Dispo-te essas curvas
de roupas desnecessarias.
Um desejo imediato,
sensacoes imaginarias,
assaltam-me o libido.
Mesmo aqui...
invisiveis a toda a gente.
Pegar-te num braco,
puxar-te para mim...
beijar-te... louco de desejo.
Entregar-te as maos,
em apertos de seios,
tuas maos me agarram
em movimentos sem freios.
E o povo que passa...
E nao nos ve...
Mas sentem...
Sentem o cheiro da luxuria
e do avancar da loucura.
Minha mao que te toca,
suave, e o beijo que me das.
Nus ficamos,
no meio perdidos,
entre tanta gente vestida.
Sorrimos em prazer,
quando entro em ti.
Aqui nesta parede,
onde nada mais existe,
e todo o mundo passa.
Continuas, sem parar...
Tal como miragem.
Perco-te a fragancia,
acordo deste sonho,
sigo viagem...

16 ABRIL 2012

BOM DIA!


Acordei quente.
Não sei se foi do Sol,
se da minha mente.
Acordei animado.
Um cérebro acelerado,
cheio. Uma vontade enorme,
ser feliz o resto do dia!
Esticar-me,
sentir-me nú,
acordar os sentidos,
absorver o Sol de frente,
tudo o que me dá energia.
Sossegado,
um cheiro simples,
um amor interminável.
Um duche quente,
tocar-me na vontade,
onde o desejo me assalta.
Só pela saudade?
Só pela memória.
Bom dia!
Que seja!

16 ABRIL 2012

domingo, 15 de abril de 2012

NAO SEI !


Ha um som de sempre...
Zumbindo na minha cabeca.
O que finjo que nao sei...
Falando o que quero ouvir,
mas nem sempre
o que me apetece.
Finjo... Oh Deus meu,
como finjo nao entender.
Finjo alegria na duvida
destreza na incerteza,
e no fundo...
la mesmo no fundo,
finjo ficar bem...
nao sei!
Tenho a certeza d'algo.
Nao voltar a amarguras.
Mas sinto ternuras...
confusoes de imediatos,
que me deixam...
nao sei!
Adoro o tudo... o todo
e o nada do Mundo!
Adoro o amor, a tristeza
e a dor!
Sinto tudo sem rancor...
Mas evito o tempo.
Nao quero, o fraco momento,
nem sentir mais sofrimento.
Nao sei!
Ja nao sei nada...
Se sonho o que quero...
Se quero o que sonho...
Nao sou talvez filosofo,
penso como o mundo!
Mas ha uma certeza que tenho...
so sei que nada sei!

15 ABRIL 2012

sábado, 14 de abril de 2012

ALMA FOLHA


Caiu uma folha...
inanimada... seca de vida.
No desfolhar de folhas,
as que leio... vi esta cair.
Deslocou-se lenta,
sem pressa de morrer.
Pairou a minha frente,
em bailado planando,
como ultimo suspiro...
Desesperada pediu
que a nao deixa-se cair.
Nao entendi... cheguei tarde.
Com as minhas folhas,
e olhos pregados no que leio,
transformei a minha paz
em pecado inocentemente real.
Prestei-lhe homenagem...
peguei nela, como quem pega
em crianca adormecida.
Mesmo tardiamente,
nao a quis ferir...
Invadiu-me o desassossego,
ao realizar uma injustica.
A alma que temos,
no fundo a perdemos...
a morte de uma folha
mostrou-me a tristeza.
Este livro que eu leio,
as folhas que desfolho,
sao a alma desta arvore,
de onde uma folha morta,
suspirou na minha mao.

14 ABRIL 2012



ABISMO



Quero encontrar o abismo!
Azul imenso, frio e denso
no fundo do mar.
Abismos nao sao so dor,
ha-os lindos de morrer.
Um fascinio intenso de cores
corais e anemonas,
e estrelas do mar.
Sonho um desenho animado
onde cores e tons fluem,
e os sons padecem, sem haver...
Mas o olhos brilham,
cantam musicas de sereia
que alimentam esta tela
de tao bela... imaginaria.
Dancas de peixes coloridos
que me alimentam, num
desfile de sentidos
em extase animados.
Um destino de ferias...
Um mergulho de fantasias
onde a alma se distraia
em fuga dos males
de todos os dias.
Onde ficas tu...
abismo dos meus sonhos?

14 ABRIL 2012


quinta-feira, 12 de abril de 2012

O DESEJO



O desejo ...
tremo sem frio.
Desnudo-te o corpo,
como petalas de flor.
Cheiro-te a pele... lento
como perfume.
Ao tocar-te com os labios
sinto teu paladar... fino.
A carne limpa,
purosa de arrepios,
que ao meu toque,
escorrem teu suor.
Bebo-te como calice,
onde todas as gotas, sao
como colheita nobre.
Em minha boca escorre,
doce como mel... provo
o que te torna delicia.
Doce sem acucar, que
me alimenta de noite,
e no inicio do dia.
Toca a minha boca...
Prova o meu sabor.
Com a lingua humida,
tua boca tira-me a fome.
Alimenta-te...
feroz e humilde,
no teu e meu prazer.

12 ABRIL 2012

quarta-feira, 11 de abril de 2012

INFANCIA PERDIDA



Perdi a minha infancia.
Afinal ja tenho tempo...
ja tenho passado.
Esqueci-me de que vivia,
que chorava e sorria
nas rugas da minha pele.
Passou meio seculo
nem me dei conta.
Esqueci-me de brincar.
Passei despercebido,
por pequenos saltos
em brincadeiras fugidias,
de que ja nem me lembro.
Perdi a minha infancia.
Mas sei muita historia,
que me contaram... que contei,
sem herois na memoria
mas admirado, por ter passado.
Os livros... um fascinio
que me adocam o presente
em delirios e verdades
que me preencheram a mente.
Mas o tempo nao volta;
determinado como ninguem
a encarar o futuro.
Perdi a minha infancia.
Mas mantenho o que perdi...
Apesar de envelhecer na pele,
minha mente e uma crianca!

11 Abril 2012

O BEIJO


Tenho sede dos teus labios.
Os beijos de ontem foram...
Os de hoje... que nao tive
dao-me sede, e fome do teu corpo,
que insaciavel me torna.
O respirar profundo, ao acordar
num "bom dia", em caricias
que me dizes, com um beijo.
Tem sabor de campo de alfazema,
no cheiro que fica, e
no gosto que nao esqueco.
Intranhado em mim todo o dia,
persegue-me assim...faz-me pensar,
se e so o que mereco.
Sorridente nas opcoes que penso,
anseio ja pelo final do dia.
Ao pensar que mais tarde te vejo,
que te abraco, na calma d'um beijo.
Os dias sao bons...felizes,
Quando comecam e acabam,
apenas assim... simples
n'um so beijo.

11 Abril 2012

terça-feira, 10 de abril de 2012

BEIJAR AS GOTAS D'AGUA



Final de tarde.
O labor feito cansaco.
Agua que me massaja,
as gotas que me excitam
ao chegar o teu abraco.
Vapor de agua,
sons disfarcados
em pequenos gemidos.
Maos que te agarram
que te estudam o corpo
em tactos perdidos.
Corpos unidos, suados
no vapor que cresce
como cresce o que tenho.
O olhar, a tua luxuria
na parede molhada...
O meu corpo teso
que te tira a secura.
Sentimos como farpas
o escorrer das gotas
em dores doces na pele...
e no sentir a loucura.
Bocas abertas... no prazer
as palavras caladas...
Sons decididos, crescendo
nos movimentos moldados
ao por fim, deixar a ternura.
Os teus dedos marcados
em minha pele premidos
nao param,  em aperto louco
quando no fim sentimos
agudos timbres de sinos.
Cansados...
no amor que fizemos.
Beijamos as gotas
que escorrem nos labios
como se chuva fosse...
assim, sorrindo ao
final de tarde.

10 ABRIL 2012

NASCI E SONHO



Nasci em mes de Inverno
Num dia frio...  no terno
aconchego de minha mae.
Um choro envergonhado,
um frio talvez danado,
tornaram meu coracao quente.
Como todos, surgi gente
estremunhado de luzes estranhas.
Os cheiros embaracaram-me,
mas ao abrir os olhos
tentei... para sempre curioso.
Que mal fiz eu?!
Nao pedi para nascer.
Fui o boneco vestido
com panos bonitos
e um novo sorriso.
Sei que fui esperanca...
Como as criancas o sao.
Agarrei o primeiro dedo
com a forca da vida,
mas sem saber gritar.
Sem pano na boca
inocente amordacado
cresci, aos poucos
mas sem nunca perceber.
Quis viver de sonhos
de brincadeiras minhas
estranhas e perdidas
no meu unico pensar.
Era diferente... ausente,
em  viagem permanente.
Um mundo paralelo,
que acabei por inventar.
Sorria ao querer mostrar...
queria partilhar a alegria,
abundancia de maravilhas
que ninguem quis olhar.
Mas cresci ate agora,
e nao parei por aqui, mas
fico feliz comigo proprio...
Nao parei de crescer, nem
de olhar a vida risonho.
Mas tenho pena de outros
que pararam na vida
e nao seguiram meu sonho.
Viva muito, ou viva pouco...
Mas enquanto eu viver...
Viverei sempre...
Este meu sonho.

10 Abril 2012

segunda-feira, 9 de abril de 2012

MINHA MEMORIA TUA



Um brilho suave de luz
faz-me sossegar o olhar.
Sentado nesta duna
onde a areia, sorrindo
dos meus dedos escapa.
Sinto o calor ameno do Sol
que me adoca o motivo...
Penso desinibido, ao som
da calma que me circunda.
O mar... um sossego
espelhado de tons quentes
nas cores do fim do dia.
O teu sorriso... a luz.
A tua imagem circula
por miragens leves
de curvas em nuvens, que
me lembram o teu corpo.
Desenho-te num dedo
que misturo, nesta areia
como se fosse a tua pele.
A saudade, nao e triste
mas forte... porque persiste
na vontade que tenho de ti.
Mas o mar, como amigo
acalma o meu sentido,
e a fome que de ti tenho.
Iludo-me... no momento
a uma caricia que faco.
Num mimo sem espaco,
como se estivesses perto.
E bom vir a esta praia.
Sentir-te comigo assim,
escrever aqui... na areia
o quanto gostas de mim.
Vou voltar sempre...sentar-me
nesta mesma duna,  pensar
nestas memorias felizes
que tive... e ainda tenho
todos os dias...

09 Abril 2012

domingo, 8 de abril de 2012

MUNDO FRAGIL




A fragilidade a flor da pele.
A minha... nao por mim.
Sinto-me fraco pela pobreza.
Sinto-me triste pela tristeza.
Nao a minha... a dos fracos.
Impotente para agir
na forca imensa necessaria
deixa-me esta frustracao
permanente... e triste.
Passam imagens tragicas
tentam palavras magicas
mas o que se ve... puffff
Um sopro de nada,
que sinto esvanecer
pelo meio dos dedos.
As criancas...
Sempre as criancas...
sempre o que me doi.
Sofro de corpo farto
a fragilidade inocente
de tanto corpo vazio.
Que injustica tao grande!
Prefiro sonhar assim...
tal como sonho!
Com um estalar de dedos
dissipar todo este nevoeiro
que me envolve a alma.
Retirar o prateado da cor
e torna-lo em alimento
de tanto estomago vazio.
A realidade e triste.
O futuro e estranho.
Que finde a fome no mundo.
O maior desejo que tenho!

08 ABRIL 2012

HARMONIA



Senti hoje Harmonia.
Tao facil que e viver em comum.
Alegria, paz e respeito
sera facil o que temos direito.
Vi uma exposicao sobre o Hajj...
Peregrinacao muculmana
um encanto ao perceber porque.
Todas as caras a minha volta,
de todo o credo e filosofia
olhavam, como eu
um sorriso em harmonia.
As diferencas equidistantes
de historia e interpretacoes
deixa-me a certeza da vida
e a facilidade da paz
sentida nas conclusoes.
A futilidade e crueldade
de fundamentalismos pateticos,
desloca-se de tal forma,
do contexto que une os povos
as culturas e religioes
na facilidade do viver comum
e usofruto de viver em harmonia.
Fiquei admirador e feliz
pelo que aprendi neste dia.
Deus unico... povos tantos
culturas imensas do mundo
enriquecendo irrevogavelmente
o contexto interpretado do divino.
O Islao e fantastico
tal como todas as religioes.
Aprendi hoje, em mais um dia
o viver comum neste planeta
em perfeita harmonia.

08 ABRIL 2012

sábado, 7 de abril de 2012

SEDENTO DE TI



Quero encontrar-te... hoje.
Num impulso animal,
agarrar-te a mim,
um abraco forte
um beijo sem fim.
Sentir a tua surpresa
que te derrota a forca.
Forca que volta
com a loucura do desejo.
Tocar-te os seios
enquanto as bocas se tocam
e as linguas se conhecem.
O aperto das maos
a minha carne que cresce
sedento de ti...
Pedes-me que te de
tudo... o que tu queres.
Despes-me com mao lenta
em meu corpo que de quente
se torna cego por te despir.
So te sinto o cheiro
o teu molhar em mim
e subo aos ceus...
falas em mim.
Quero que dure intenso
estes momentos que te tenho
que minhas maos te apertam
sempre assim... no final
em que os ventres lutam
um no outro... loucos
e chegamos ao fim.

07 ABRIL 2012  

MENSAGEM


Se eu fosse profeta...
sem religiao ou alegoria
sem politica ou utopia
lutaria por uma mensagem!
Um mundo fantastico...
Um ponto infimo
no infinito Universo
lindissimo de cores verdes
branco e azul marinho.
E inteligente! Sim...
Infelizmente inteligente.
A destruicao que cresce
a podridao que escarnece
descarada, na face de quem sente.
Queria que me ouvissem,
sem gritar, nem grandes alaridos.
So em consciencia pura
na importancia da vida
que nos foge entre os dedos.
O meu choro permanente
na fome, a quem a sente
e que nao se resolve.
Uma simples mensagem.
A toda a Humanidade.
Que aprendamos so...
a ser humanos.

07 ABRIL 2012

O OUTRO LADO DO MUNDO


Meu Deus...
Como deve ser bonito !
Como deve ser bonito
o outro lado do mundo.
Nao consigo ver daqui
deste lado onde estou.
Nem em bicos de pes
subindo muros e escadas
consigo ver o outro lado.
Imagino a beleza... sonho.
Por detras do por-do-sol.
Deve ser quente, reluzente
fico excitado, so de pensar...
Como deve ser bonito!
Como deve ser bonito
o outro lado do mundo.
As pessoas vestidas
em cores de tons intensos
vivos e exuberantes.
Os animais que falam
e discutem como gente.
E as arvores azuis,
os rios amarelo vivo.
As vezes dou por mim...
assim... a sonhar.

07 ABRIL 2012

SABER O QUE SOU



Nao tenho coragem...
Nao tenho a forca necessaria
para tentar o que realmente quero.
Saber o que sou... quem sou
o que faco aqui neste mundo.
Tenho a sorte do amor.
Tenho a sorte da amizade.
Mas nao tenho a sorte
de saber, o porque existo...
Sou feliz e vivo a realidade.
A realidade que os meus olhos veem.
Os sonhos, alma e os porques...
Queria conseguir acordar
tendo a sensacao que sei tudo.
Fica sempre esse vazio...
No fundo sera bom!
Nao sera assim a vida
sem fundamentos nem duvidas.
Precisamos sim de nao saber tudo.
Mas procuro... nao desisto!
Mas se houvesse esse alguem
que soubesse o porque das coisas...
Que fosse eu !

07 Abril 2012

FALTOU HOJE O SOL


Faltou hoje o Sol.
Descansou algures, sem
a coragem costumeira.
Fiquei em chagas de frio,
na ânsia de um  calor
que nunca quero.
Estranho o ser humano.
Nunca satisfeito...
Nem pelo que tenho,
nem pelo que me falta.
Faltaram-me hoje os raios,
fortes de brilho, o brilho
que me encandeia a visão e,
me desconcentra a alma.
A cor destemida das chamas,
mesmo tão longe nunca esfriam.
Aquecem este mundo louco,
como loucas as minhas palavras.
Como me faz falta a noite,
também me alegra e adormece.
Faltou-me hoje o Sol.
Fotosíntese do meu sangue.
Luz das almas perdidas,
calor que a vida anima.
Faltou hoje o Sol.

07 Abril 2012

quinta-feira, 5 de abril de 2012

HOJE SINTO-TE TANTO !



Hoje sinto-te tanto !
Sinto em demasia o vazio...
O espaco solto a minha volta
onde deverias estar... mas nao.
Como seria bom...
Como seria bom... se tivesse a sorte.
Entrelacar os dedos nos teus,
num deslizar de maos, imparavel
de sofreguidao aveludada.
Sentir-mos como sempre
a pele... as pontas dos dedos.
A calma do tempo...
As horas e minutos,
numa lentidao apaixonante.
Calados em segredos
que as sensacoes nos confessam...
Pequenos arrepios em que
a cumplicidade do olhar
nos confessa um segredo.
O nosso pequeno segredo...
As pequenas coisas,
que se tornam enormes,
na simplicidade dos significados.
Entrelacar-mos os corpos,
em crescendo de desejos,
de sons e pequenos beijos.
A uniao dos corpos
quando entro em ti...
O arquear dos corpos,
na degustacao do prazer.
A transformacao de duas almas
numa so, destemida e desinibida.
Algo que so finda no momento...
No momento que te entrego
toda a minha seiva. Algo que
em loucura boa de ambos,
recebes em espasmos ternos,
que me entregas com fervor.
Penso no enrugado cheiro
que tao forte, enche os lencois.
No teu corpo nu... colado ao meu.
Hoje sinto-te tanto !

05 Abril 2012

O ARQUIVO DOS MEUS SONHOS


O arquivo dos meus sonhos...
Imenso, que no adormecer
de mim, me mantem acordado.
A idade... o prazer dos anos.
Descobri um abrigo, um canto
um lugar pequeno no fundo...
no interior, onde resolvi esconder,
o arquivo dos meus sonhos.
Sinto os anos em Sabedoria !
A pouca que tenho... a minha.
Nao finjo, nem quero imitar,
nem tampouco ludibriar-me.
Sei o que sou, pelo que fui.
Serei sempre o que mantenho de mim.
Sem derrames de nostalgias tristes,
mas em compassos marcados
de momentos como este,
quando me agrada pensar.
Sinto o prazer dos anos... passar.
No fundo, o arquivo dos meus sonhos
rejuvenesce a vontade que persiste.
Um plural de vontades, inigualavel
por alguem que nao seja eu.
Sou de certa forma, materia
concreta de ilusoes actualizadas
pelo passado, que nas memorias
me encantam a filtragem.
Filtro o futuro... hoje.
Admiro a minha sorte...
Sorrio sem demasiada precisao,
quando me olho ao espelho.
Gosto de sentir o que sinto,
amar os que amo,
viver o que me mantem vivo.
No fundo, da memoria viva
relembro permanentemente,
o arquivo dos meus sonhos.
Vivo sem treguas quaisquer...
a realidade que sonhei.

05 ABRIL 2012

quarta-feira, 4 de abril de 2012

UM LIVRO



Hoje era dia em que escreveria.
Talvez um livro...
Ter a coragem de juntar,
racionalizar e colar,
as ideias que tenho pendentes,
por folhas virgens, em papel aspero.
Desflorar essa brancura,
sofrega de tinta que entrego.
Ao escrever, em veludo se torna.
Letras e frases... paragrafos.
Idiotices e pequenas coisas,
juntas em passar de paginas,
para alegrar as desilusoes...
de quem as le.
Nao estou nada preocupado...
Escrever, alimenta calmamente
a minha saude mental.
Um livro e o remedio...
Poemas, prosas ou o que for
curam as ambiguidades da alma.
Intensificam a loucura,
com o aveludar do prazer.
Se quizer sentir a vida,
tornea-la de ilusoes queridas,
basta-me uma coisa simples.
Um livro...

04 ABRIL 2012

LOUCO



As vezes...
As vezes chamam-me louco.
Uma loucura que procuro
em consciencia. Nao sou doido!
Alimento uma loucura saudavel
onde a recusa da formalidade
tem alicerces que sustentam
a minha forma de estar.
Sera estranho? Talvez...
Mas cada individuo,
tem a sua propria loucura.
Uma riqueza particular, certa
na duvida dos outros, mas que
em nos proprios, o cagativismo
tem de ser premente...
So assim somos diferentes.
Individualmente diferentes.
E e bom que o sejamos,
para os horizontes humanos
nao terem um final antecipado.
A loucura...
O que e a loucura?
A loucura e saudavel!
Quero ser louco...
para sempre!

04 ABRIL 2012

QUANDO TENHO SONHOS



Quando tenho sonhos
sou um homem diferente.
Vivo sozinho... alegre
na mente, como companhia.
Viajar por um mundo
onde a sensacao e diferente,
faz a diferenca da realidade.
Se opta-se por ser diferente,
a diferenca seria contraditoria.
Na resposta irracional
que a mim proprio imponho,
chego a fracas e frageis conclusoes.
O sonho e a diferenca de estar aqui.
Viver neste mundo que me le,
ou nao... e fingir que nao escrevo.
Devaneios destes sao precisos,
porque preciso de agucar a alma.
Distrair-me de desassossegos,
que apesar de tudo nao existem.
Semelhante, como virar o corpo
para a esquerda e para a direita,
num colchao, onde a finalidade
e pura e simplesmente... dormir.
Discutir comigo proprio,
sem desatinos enervantes,
desencanta resultados deste genero;
que eu acho graca e procuro,
mas que confunde o comum mortal.
Sou efemero, extravagante no senso
mas impertinente na vontade de viver.
Como o faco ou aplico, nem eu sei...
Vai surgindo em pinceladas
de cores secas, que humidifico
em paisagens de arte,
de naturezas mortas
que reanimo e ressuscito
apenas com o meu sopro...
O sumario conclusivo,
e a reticencia da consciencia
que se mantem na duvida total...
O que quero dizer?!
Pois nem eu sei...
Mas acontece sempre;
quando sou um homem diferente,
quando tenho sonhos !

04 ABRIL 2012

terça-feira, 3 de abril de 2012

FICAR ASSIM



A saudade.
Um sorriso.
Memorias,
bons momentos.
Um abraco,
o calor.
Seios rijos,
no meu peito.
O arrepio...
do teu cheiro.
Um beijo longo,
fazer amor.
Caricias.
Dedos de gloria,
gemido calado.
Climax d'ambos.
O tempo parado.
Ligados por mim,
corpos fechados.
Quietos... unidos.
O som das nuvens,
o toque dos anjos.
Sermos um...
Ficar assim.

03 ABRIL 2012

COLECCIONADOR D'ALMAS



Era isso mesmo!
Coleccionar Almas.
Falta-me o engenho...
Almas são um tema fantástico!
Existem por aí em número considerável.
Colecioná-las, seria interessante
até pelo factor das diferenças.
Guardá-las por grupos.
Por afinidades.
Por estilos.
Por brilhantismo.
Por celebridades.
Por idiotas.
Por genialidade.
Por respeito.
Tanta coisa,
Nem eu imagino.
O engenho, seria eu.
Transformando a facilidade na escolha.
Um poder enorme.
Talvez mesmo um projeto de transformação
onde todas as almas, se reduziam a livros.
Um estatuto informal, sem temas irrevogáveis.
Será importante e necessário catalogá-las.
Um toque apenas. Um dedo no ombro e,

Plim.

Carne no chão, matéria desnecessária,
Alma guardada. Um novo livro.
As folhas, uma história viva,
Eternamente guardada.
Na inércia do corpo efémero,
O estatuto de imortalidade.
Os idiotas.
Os absurdotistas.
Todos os "istas" acabavam!

Plim.

03 ABRIL 2010

segunda-feira, 2 de abril de 2012

OLHA PARA MIM...


Olha para mim...
Depois da loucura da pele
do toque macio de oleos
que nos alimentaram o cheiro.
Olha para mim...
Ainda sinto a tua pele
dificil e esquecer o teu toque
os apertos que demos os dois
entre dedos e corpos
de movimentos sofregos
sedentos de liquidos e fluidos
que bebemos sem ter sede.
Olha para mim...
Desnuda-me os teus olhos
macios no vagar das palpebras
que se fecham no cansaco
do amor que queremos fazer.
Olha para mim...
Sorri como o fazes sempre
satisfeita por mim, por ti
e pelas horas que hao-de voltar.
Quero que lembres o que sabes...
o que de mim te dou... profundo
no teu sagrado que eu profano.
Olha para mim...
Diz-me sem folego
que morres no prazer que temos,
nos cheiros que invadem
os nossos corpos perfumados
de suores calmos e puros
na ansia calma de mais...
Fica comigo aqui...
Nao digas nada...
Olha para mim...

02 ABRIL 2012

O QUE ME VAI NA CABEÇA


Se vos disse-se neste momento
o que me vai na cabeça...
Talvez uma brisa e a calma que procuro.
Um sopro que me esfrie,
que me amenize os impulsos.
Talvez mesmo um passeio
por um parque imaginário.
O racismo dos esquilos; estranho ?!
O vermelho embirra com o cinzento,
só porque sim, só por vaidade.
As raposas, os corvos,
uns que choram,
outros que gralham
acordar os movimentos
que parei de observar.
Tudo enquanto penso.
As crianças e até pessoas brincam,
berram, esperneiam e até às vezes sorriem!
Tudo isto junto;
leio tudo como um quadro.
Uma tela impressionista,
daquelas que pintaria,
em toques de traços seguidos
em degradés de cores irrealistas.
Só assim atrairei a atenção,
pela diferença das cores
que fogem do imposto
e seguramente normalizado...
Que se lixe a leitura das cores.
Quero mesmo é ficar pelo prazer.
O prazer que tenho em pintar,
o meu próprio prazer das cores.
Tinta da minha caneta.
Se vos disse-se neste momento
o que me vai na cabeça...

02 ABRIL 2012

APETECE-ME FALAR...



Apetece-me falar.
Sim... Nao me calem...
Hoje os olhos ardem...
Os dedos esmorecem...
Escrever nao quero, mas
Mesmo sem saber o que digo,
apetece-me falar.
As indiferencas de atitudes
que eu provavelmente entrego,
deixam-me pensativo sobre
a zona branca da desconfianca.
Desconfio que nao saberei
num futuro que ha-de chegar,
explorar e simplificar os pensamentos
que hoje sem perceber o que sao,
me atanazam a alma...
Por isso... apetece-me falar.
De que? Falar...
Abrir a boca, cuspir piropos
na correria das palavras que saem
e que nao consigo controlar.
Um sorrealismo falado
sem principio nem fim...
Ahahahahahah...
Rio-me de mim mesmo...
So e apenas por um motivo...
So porque sem qualquer motivo,
e ate sem motivo nenhum,
apetece-me falar...

02 ABRIL 2012

domingo, 1 de abril de 2012

QUANDO FECHO OS OLHOS



Deitei-me, ainda sonhando...
Os meus olhos abertos
sao janelas que fecho
quando a cor da noite me traz
a paz de novos sonhos.
Um desenfrear de imagens
assaltam-me de sorriso aberto.
Finalmente os sonhos.
O meu mundo secreto.
Tao secreto que me perco nele.
Recordo filmes estranhos
misturando passados e futuros
que nao conheco,
mas penso que sim.
Talvez o sejam, como penso
talvez como quero, ainda
talvez, nada do que sonho.
Mas os meus olhos comandam.
Comandam em concreto
a intensidade dos meus sonhos...
O frenesim do que nao sei
o que passa por mim
sem o saber.
Mas sonho...
Sonho sempre... e tanto !
Com tudo...
Com nada...
E com o que nao sei...
mas sonho...ate
quando fecho os olhos.

01 ABRIL 2012

MUNDO TRISTE


Fico surpreso com... tanta coisa.
Com o Mundo tao cheio de tudo.
Beleza, tristeza...
Amor, odio...
Fartura, fome e doenca...
E tanta marginalidade de sentimentos.
Adversidades de posturas concretas,
que em nada regozijam a carencia.
O Absolutismo dos que acham mal,
O Despotismo dos que teem pena,
A imbecilidade de quem nao haje.
A surpresa ja o nao e...
Deixou de o ser ha muito.
Tanta previsibilidade de inercias
remetem-me a uma revolta interior.
Grito-a sem saber como
destroi-me pelo pudor e nojo.
Pela derrota constante das vontades
pela cobardia dos pseudo inteligentes.
Tremo na minha vergonha
e na duvida de mim proprio
que se me vai apoderando...
Serei eu tambem, mais um...
Talvez trema de medo
para que a tragedia nao me toque...
Talvez de este pequeno grito,
por nao saber ou ser cobarde
como tantos os outros...
os que nao actuam.
Nao sei...
Mas doi-me a alma pelo infortunio!
Doi-me em mim, a dor de tantos...
E a dor de nao poder ajudar!
Encontrar uma lampada magica...
Um sonho de adulto,
no desespero da realidade...
Ordenar aos Genios deste mundo
Acabem com o sofrimento...
Acabem com a fome...
Acabem com o que nao deveria ser...
Se ao morrer, tudo isso acabasse...
que me matem...
morrerei feliz !

01 ABRIL 2012