quinta-feira, 31 de julho de 2014

VAZIO




É o vazio.
A frequência.
A alma oca.
Querer,
não poder.
Poderoso,
fragilizado.

É o vazio.
A falta.
O "já chega".
Assumir.
Recomeçar,
partir.

É tudo!

É nada!


31JULHO2014

terça-feira, 29 de julho de 2014

SÓ ASSIM !




Só a pedra chora.
O mármore, embeleza,
Vaidade pura.

Preciosas,
São as pedras.
Todas elas.

O frio,
Já não é humano.
É feito de pedra,
Enquantoo sangra.

Há um silêncio rígido.
Faíscas de sílex e,
Beijos de seixos.

São só pedras.

Falam!
Só eu as oiço.
Só eu as toco.

É a textura abençoada.
Adivinhar-lhe a pele,
É a água que nasce.
Fresca, fria e boa.

Só assim o frio é bom!
Só assim falo, com silêncio.

Só assim!

Só!

29JULHO2014

sábado, 26 de julho de 2014

HOJE




Hoje.

Estou fora de todos os sonhos.
Ou abraço todos os sonhos?
Mantêm-se, é claro.
É-me impossível viver sem sonhos.
Há a vida.
Há o acordar.
Caminhar, olhar, respirar.
Sentir, abraçar, comunicar.

Hoje.

Há sonhos reais!
Pensar.
Resolver.
Decidir!
Presente.
Futuro.

Hoje.

Primeira fase.
O resto da minha vida!


26JULHO2014

quarta-feira, 23 de julho de 2014

SEI QUASE TUDO




Sei que o abismo é fundo,
Sem regras próprias.
Sem preconceitos impostos.

Sei que o mar me atrai.
Sei tanta coisa.

Sei que é frio o norte
Que é quente o centro e,
Frio no fundo.

Apenas água.

Quero entrar,
Até ao fundo,
Ter guelras,
E nadar.

Quero a metamorfose.
Quero barbatanas,
Perder os membros,
E nadar.

Não quero o ar.

Quero refractar o mundo,
Lá bem no fundo.
Sentir o turvo da luz,
E nadar.

Não quero o Sol.

Não sei de nada,
Sei do abismo,
Não só do mar,
E não sei nadar.

Não quero a Terra.

Sei que quero o Mundo,
O Mar, o Sol, nadar.
Sei do frio, do calor,
de todas as metamorfoses.

Sei quase tudo.
Só não sei,
de mim!


23JULHO2014


segunda-feira, 21 de julho de 2014

NÃO MATEM AS CRIANÇAS




Para quê destruir o Mundo?
Perguntem às crianças.
Perguntem porquê destruir.
Perguntem para quê matar?
Parem o Genocídio!
Perguntem a vós próprios,
"será que amanhã estou vivo"?
"será que sou humano?"
Não matem mais crianças!
Deixem-nas ser o que são,
desfrutar a praia, o jardim,
a família! E a vida!
Não destruam!
Por favor, não destruam!
Não matem mais crianças!
Não as carreguem mortas.
Carreguem-nas vivas, alegres,
carreguem sorrisos e abraços.
Adormeçam-nas no peito.
Não matem mais crianças!
Punam as vossas frustrações.
Mas não matem!
Não matem mais ninguém!
Por favor!
Não matem!
Não matem mais crianças!

21JULHO2014

VAZIO



Estar.
Não estar.
Acordar.
Onde estou.
Como estou.
Se amo.
Se não amo.
Se,
Tanta coisa.

Não sei!

Ouvi um adágio.
Estou vivo,
Tão simples,
Utente do Belo.
E há-o tanto.
Mas há o vazio.
E há-o tanto!


21JULHO2014


quarta-feira, 16 de julho de 2014

CARTA DE GUERRA




Meu caro desconhecido.
Doi-me tanto este seu entretenimento.
Sabe que guerrear destrói?
Sabe o valor patético dos seus actos?
Eu sei!
Contas monetárias chorudas e,
o choro de milhares de inocentes.
Conscientemente, sua besta.
Sabe o nojo que me mete escrever-lhe?
Vomito cada palavra com um sabor de fel.
Se ao ler, estas palavras corroessem,
começaria pelos olhos até à sua alma.
Destruiria impiedosamente essa alma,
essa grande alma que não tem, sua besta!
Há um portal de fogo à sua espera.
Há o Inferno, ou o raio que o parta,
que queimará essa alma desnutrida.
Desejo-lhe todos os pesadelos.
Desejo-lhe sonos com imagens.
Imagens de crianças esfaceladas,
de pais desesperados e famílias destruidas.
Que seja a sua, sua besta!
Só por si, caro desconhecido, sinto ódio!
O ódio que desprezo e não aceito,
o ódio que os justos não podem sentir.
Mas odeio-o sua besta!
Morra brevemente!

(a um desconhecido que representa o negócio de armamento.
 a um desconhecido que toma a decisão de matar inocentes.
 a um qualquer desconhecido destes, que odeio por existirem!)


16JULHO2014

quarta-feira, 9 de julho de 2014

ALQUÍMIA INDECIFRÁVEL




É tão estranha a mente!
Tão fascinante mas ilusória.
Podia viver assim, reduzido
a esse espaço, sem fronteiras,
sem preconceitos e obrigações.
A vida não é só oxigénio.
É uma alquímia indecifrável.
É o prolongamento de mutações,
de tudo nunca morre,
de tudo que apenas se transforma.
A fórmula de Deus existe,
transformada em carne e,
gerida por esta mente, nem sempre certa.
Um bem pessoal e intransmissível!
Um labirinto de indefinições,
alimentadas por uma procura constante.
Os químicos são simples,
primários ou manípulados, são simples.
São impulsos e motivações,
devaneios e ilusões. É a fé!
A alma é o indefinido receoso.
Esconde-se e espera.
Castiga o corpo do Mundo.
O mal, é a demência.
As mentes doentes e congeladas,
todas aquelas que se tornam aberrantes.
Nascemos com mente de oiro,
puros como o cristalino da nascente.
Indecifrável, conquista a loucura
de tantos, como estuários lamacentos
que consomem tudo no seu caminho.
É estranha a mente!
Viver é simples,
mas não é para toda a gente.


09JULHO2014

domingo, 6 de julho de 2014

NÃO SEI NADA





Sabes o que é gostar de ti?
É a modos, assim. Como eu!
Gostar de ti é tão fácil.
Gostar de ti é ser Amigo.
Gostar de ti é ser Irmão!
Somos esta mistura de tudo.
Não sei que diga. Falar,
pode ser um grito de revolta.
Muitos gritos de revolta!
A injustiça de Deus?
Mais um teste aberrante do destino?
Viver é absolutamente surreal!

Isso, sei-o eu!

Não sei. Não sei nada.
De tantos géneros de Amor,
o nosso é eterno! Amizade!
Não sei se ria, se chore,
se parta tudo à minha volta.
Não sei se reze, se me confesse,
se faça penitência, se peregrine.
Não sei nada! Não sou nada!
Sei a força que tem a tua Alma!
Sei o teu poder e, Amor pelo Mundo.
Amo-te tanto amiga,
que só o Universo entende!

Isso, sei-o eu!


06JULHO2014


(para a minha amiga e irmã que vai ganhar mais uma batalha !)



sábado, 5 de julho de 2014

O ESBOÇO




Afável é a monotonia do desejo.
Já não falo em carne ou sexo.
Já não falo em tacto ou palato.
Estou potente de desejo, por arte.
Um esboço. Uns riscos de carvão,
traços desenquadrados e soltos.
O líbido creativo e, uma folha.
Uma tela, pode ser uma tela.
Madeira e pano esticado. Teso!
E os dedos. Sempre os dedos,
preliminares e provocadores.
O arrepio da pele, os olhos fechados.
Tudo ocorre primeiro na mente.
Escorre-me o carvão, soltam-se as cinzas.
Há clímax de vazio em metamorfose lenta.
O calor é a fonte inesgotável da pele.
A ponta dos dedos pinta-me o desejo.
Mas não vejo. Recuso o incompleto.
Deito-me com ela por fases.
A monotonia é a minha primeira amante.
A solidão, amante desenfreada.
O desejo, uma orquestra muda,
pautada em óperas abstratas. O presente!
O ausente é a chama imaginária.
Há o contemporâneo da mediocridade.
A passividade enloquente o branco,
a parte mais cobarde, a tela vazia.
Apetece penetrar-te aos poucos.
O esboço é como o início do sexo.
Carnal e insensível à indulgência.
Preliminar  de surpresas incontroláveis.
Puro, geométrico, como cristais de neve.
Orgásmico o resultado. O final.
Recuperar o fôlego do Ego.
Arte, é como fazer amor com sexo.
É adorar o afecto e amar o poder.
A monotonia do desejo é perversa (boa).
O esboço é  o genital que acorda,
que abre e, cresce e, enloquece!
A Arte é a líbido da Alma!


05JULHO2014 

quarta-feira, 2 de julho de 2014

O VERBO CERTO




Só hoje me decidi a continuar.
Há um ponto no meio de um círculo.
Sou eu!

Nada circula à minha volta!
Sou apenas o meu centro,
o centro do meu mundo,
o meu próprio pedaço de Deus.

Deixem-me pôr desta maneira...
Poeira. Pó materializado,
provido de inteligência.

Claro, o azar dos humanos!
A inteligência. Uma falha.
Tomara haver apenas instintos.
Os que tenho, são manipulados,
pré meditados e arquitectados.

Mas é bom ser o que sou!
Sermos o que somos,
com o azar inerente e particular,
por ter apenas uma consciência.
Fraca, quase inútil mas,
que se cola e nos persegue a todos.

Todo este projecto é um amor indiscutível.
Não sei se o criei, se fui criado.
Não quero saber, nunca saberei!

Há uma auréola onde acaba a visão.
Há um prolongamento incompreendido,
onde acaba a matéria e começa o espaço.
Há um vazio! Um bom vazio.

Um planeta que se alimenta por si,
em estado de gestação universal.
Não sei se nasceremos alguma vez,
se o cosmos nos quer parir. Não sei!

Sou eu!
um ponto minúsculo.
Sou eu!
Preso num círculo fechado!

O verbo certo é,
Viver!


02JULHO2014

A VIDA É UMA CHATICE !




A vida é uma chatice!
Chamam-nos nomes obcessivos. 

Dizem coisas carregadas de ignorância. 
Pensar... Sim. Pensamos! 
Claro que pensamos. 
Porque não? 
O silêncio alimenta a imaginação. 
Tentamos falar com quem gostamos. 
A vida é uma chatice! 
S
ó porque somos diferentes. 
Só porque não seguimos o que os outros seguem. 
Nada faz sentido sem uma razão,
o sentido das coisas não faz nada por nós. 
Ser diferente é bom! É tão bom! 
Ainda mais quando não fazemos nada por isso. 
É uma "coisa" natural. 
Nasce e morre connosco. 
Já tentei tantas vezes que não desisto.
Não desisto, leste bem! 

Não desisto de ser o que sou. 
Não desisto da vida! 
Por ninguém, nem de ninguém!
A vida é esta chatice!
Lá por sermos diferentes, 

por ter um par de asas agarradas ao corpo, 
chamam-nos anjos. 
Um destes dias, podem chamar-nos o diabo. 
Temos asas para voar. 
As asas são o transporte do sonho.
Mesmo com este tempo. 

Mesmo que não tenhas tempo. 
Mesmo que não queiras ter tempo, 
não vou parar de voar. 


18JUNHO2014