quarta-feira, 30 de novembro de 2011

TOCAR



Estender a mao...
estender a mao, sentir...
Alimentar os dedos...
tocar o horizonte...

Sem segredos... tocar.
A transparencia dos sentidos...
O calor que me invade...
Estender a mao...

Ao sentir o Sol...
Aquece a minha alma...
Fecho os dedos e guardo...

Guardo toda essa energia...
Sinto coar alegria nas veias ...
Sinto o horizonte...
Mesmo aqui... a mao.

Escorre o raiar da luz,
descolora em prateado...
Mantem-me sentado...
a olhar... o fim do dia.

A mao que se mantem...
um toque no alem...
no horizonte de prata luar.

Sinto uma luz indirecta,
Sinto-me fragil iluminado ...
Senti a prata reflectida,
a imagem espelhada no mar.

Os dias nao param, trocados...
as noites comecam, de prata...
preciso estender a mao...

tocar...

30 Novembro 2011

ESTA MANHA...

Esta manha...
Pois nao sei...

Se o sol brilha em explendor...
Se o brilho me cega na intensidade da dor...
pois nao sei...
esta manha...

espreguico-me de alma e coracao...
quero relaxar sensacoes...
nao sei se quero...
pois nao sei...
esta manha...

decidi ir ter com a vida...
tomar meu banho...
lavar-me de coisas estranhas...
coisas que nao entendo...
pois nao sei...
esta manha...

imagino na transicao dos sonhos....
acordei do sonho da noite...
vivo um sonho acordado... nao o vejo...
mas sinto que sonho...
pois nao sei...
esta manha...

quero respostas de vida farta...
quero viajar de peito cheio...
encontrar o que nao sei se encontro...
procurar o que nao sei se procuro...
pois nao sei...
esta manha...

mas sei...
sei que acordo...
todos os dias...
sei que nunca sei o que faca...
tendo tanta certeza no saber...

mas estou aqui...e
espero...

pois nao sei...
esta manha...

30 Novembro 2011

terça-feira, 29 de novembro de 2011

ALGURES MULHER...

Como preciso de ti, mulher...
Encostar-me ao teu cheiro...
Encostar-me ao teu sabor...

Despir-te ao som calmo dos segundos...
Sentir-te em tacto dos meus dedos...
Sem segredos...
Devagar...

Sentir teu respirar forte..
Ao toque dos meus labios...

Descobrir imparavel, teus recantos...
Profanar o teu segredo...
Santificar o teu profano...

Entrar na tua capela... e rezar...

Rezar aos suores que escorrem,
ao sentir as horas passar...

Nao sei quem tu es...
Nao sei como te chamas...
Sei apenas que existes...

Sei apenas que quero trocar segredos...
Em inocencia... a minha utopia,
como utopia e o sabor de te sentir.

Nao te procuro em lado nenhum...
Espero...
Apenas espero...

Espero apenas que surjas...
Num qualquer raiar de luz intensa...
Que te sinta em calor subtil...
Que te nao perca em desilusao...

Como preciso de ti mulher...
Encontrar-te no teu cheiro...
Encontrar-te no teu sabor...
Sem segredos...
Devagar...

Sei apenas que existes...
Quero gostar de ti... saber quem es...
Quero gostar de ti... saber teu nome...

Mas gosto de ti !
Por saber que existes...
Algures...
Mulher.

29 Novembro 2011

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

LOUCURAS

Sou portador da loucura.
Na excentricidade virolenta do que sou.
O meu mundo é único.
Sómente meu.

Empesto os momentos de existência pura.
Ofereço a alegria, a loucura colorida das minhas imagens.
Não posso!
Não posso nem quero desperdicar a loucura.

Sonho.
Sonho de olhos abertos.
Pairo no tempo,  com uma frequencia imaginária.
Estou nos limites da lucidez.
Tanta vez.

Abrir uma porta.
Entrar sem pedir licença.
Este mundo é meu!
Só e unicamente meu!

Não preciso de autorizações impostas.
Comando a legalidade das minhas leis.

Escrevo deste lado.
Neste mundo que é meu.
Só e unicamente meu!

Empresto alguns dos meus momentos.
Alguns.
Ofereço a alegria nas tristezas que desaparecem.
São manchas que não imponho.

Indigno-me com a leveza do ser.
De todos os seres, que vagueiam
do outro lado da minha porta.
Do outro mundo, este vosso que não é o meu.
Do mundo que existe.

E escrevo.
E grito dizendo que,

Adoro o mundo.
Adoro a vida.
Adoro as mulheres.
Adoro os conceitos.
Adoro os pre...conceitos.

Adoro filtrar leviandades que a incerteza me dedica.
Indiferente.

Quero ler sem parar,
Escrever sem parar,
Tornar as leituras indiscretas.

Sonho.
Sonho de olhos abertos.
Este mundo é meu.
Só e unicamente meu!

Escrevo e sinto.
Sonho e desejo.
Tantas e tantas,
Todas as possíveis,
Loucuras.

28 Novembro 2011

FICAR POR AQUI

Gosto de ficar por aqui,
sentir o tilintar dos segundos.

Gosto de tocar as folhas,
as que dobro que viro, que estrago.
Acompanho-me com este adorar e,
sentir este tilintar dos segundos.

As memórias e as vontades
cometimentos e leviandades,
são como um regato.

Puro, de águas limpias,
sem pararem um segundo
á procura de margens seguras
contornar os desvios, a ternura.

Gosto de ficar por aqui a olhar,
como este regato contorna a vida.

É suja a limpeza do garimpo,
a tentativa de riqueza perdida,
a utopia da possessividade.

Eu, prefiro
sentir o tilintar dos segundos,
retira-me o excesso e, fico limpo.

Gosto de ficar por aqui a olhar,
As folhas cair, as árvores crescer
a brisa empurrar sem esforçar
os insectos, que morrem só por nascer.

Gosto de ficar por aqui a olhar,
Sentir o tilintar dos segundos.

Perder-me na contagem do tempo
que não conto.
Sentir um arrepiar contínuo,
não do ar, sequer do frio
mas por tudo que amo.

Olhar o cinzento da lua
a água que corre à luz do luar.

Gosto de ficar aqui e olhar
Sentir o tilintar dos segundos
E o (a)mar...




28 Novembro 2011

domingo, 27 de novembro de 2011

HOMENAGEM AO FADO

      

         Hoje...

          FADO ...
          PATRIMONIO IMATERIAL DA HUMANIDADE !!!!!!!!

          Em tempos tao conturbados para a historia e populacao lusa, e um sopro de ar fresco sentir este historico acontecimento.
          Um refrescar da alma lusitana, que todos tanto necessitamos como alimento para nosso ego, faminto de valores.
          O Fado...
          Musica unica e pessoal, quase que intransmissivel as sensacoes e sentidos de quem nao e portugues.
          O Fado corre nas veias lusitanas sem uma qualquer explicacao particular.
          Hereditariedade cultural !?
          Talvez...
          Tambem...
          Dificil sera, injectar na consciencia dos apreciadores, as sensacoes e sentimento, que ao ouvir e cantar o Fado, representam para os indigenas da patria lusitana.
          Seculos e seculos de Saudade.
          O mar...
          Os navegantes...
          As conquistas...
          Venturas...
          Desventuras...
          Consciencias e abusos...
          Sempre o mar...
          Sempre a Saudade...
          As vertentes do Fado sao por si so, unicas e inigualaveis.
          So canta bem Fado, quem o sente na alma.
          So consegue cantar o Fado quem e portugues.
          Castico...
          Vadio...
          Cantado...
          Malandro...
          Triste...
          Tudo isto e Fado...
          Tudo nasce da mesma semente popular que abrange o pobre, e o abastado...
          Basta ser portugues.
          Sentir que finalmente a Humanidade sente e reconhece o poder latino portugues na sua forma de expressao mais sentida e emocional, e um previlegio ate pela admiracao de tal eleicao.
          Somos uma lingua Universal.
          Fomos donos de meio mundo.
          Fomos ineditos.
          Fomos pioneiros.
          Fomos primeiros em coragem.
          Fomos primeiros em tanta coisa... em tempos que ja la vao.
          Tempos de Saudade.
          Tempos de Fado.
          Hoje somos primeiros em quase nada, a nao ser na esperanca que nao podemos perder.
          Temos esperanca no querer...
          Temos esperanca na Saudade.
          Temos esperanca no futuro...

          VIVA PORTUGAL...

          VIVA O FADO!!!!!!

          27 Novembro 2011...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

SAUDADE

Saudade...
e estar presente... sempre.

Imagens alegres que esfumacam,
sabores leves que me acolhem.

Um beijo... um afago.
Tocar quem amamos com a alma,
beijar imagens de memoria.

Sempre ficam... mesmo historia.

Os presentes e os idos que me toquem,
olho-me ao espelho e me confesso...
Confesso dizer o que nao disse,
afago o vazio que me toque.

Saudade...
e estar presente... sempre.

Ter certezas quando sonho,
sorrir ao ver quem ja nao vejo...
Um murmurio...
Um afago e um beijo...

Almas que me enchem o ego...
Beijos que nao perdi e sempre sinto.

Saudade...
e estar presente... sempre.


25 Novembro 2011

SER POETA

Como eu gostava.
Como eu gostava de ser poeta!

Ter coragem de gritar.
Sentir as veias ferver
ao tocar esta sebenta, como sinto.

Acordar em excentricidades,
Em palavras afuniladas por sair.

Esmurrar a mesa onde escrevo,
soltar o tinteiro e sujar.
Sujar estas folhas em tinta.
Juntar as letras perdidas; juntá-las.

Como eu gostava.
Como eu gostava de ser poeta!

Ter o poder da verdade.
Cantá-la na ponta dos dedos, sem medos.
Contar todos os segredos
Que outros receiam contar.

Gritar.
Gritar.
Gritar nesta sebenta branca.

Ser honesto quando sinto,
e escrever o que me vai na alma.

Não ter medo!
Não ter medo de nada!

Subir ao ramo mais alto,
da árvore mais alta;

Rasgar a camisa com estas mãos,
respirar fundo,
Soltar um som mudo profundo

E gritar,
Gritar,
EU,
EU QUERO!
EU QUERO SER POETA !

25 Novembro 2011

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

GOTAS

Ao amanhecer...
O teu cheiro...
Tocar-te com um dedo..

Ver-te desfazer nos meus labios.

Que orvalho fosses...
Que te pudesse sentir assim...

Escorrendo gotas, como espelho fosses
refletindo o raiar do sol...
Enchendo o ar de cheiro fresco.

As flores que se mexessem ao acordar,
petalas abrissem com o teu toque...

Deslizares por mim com tal frescura,
acordar sem sede mas em vontade.

Entrar em ti... ao teu toque...na manha,
envolveres-me com tuas gotas aveludadas.

Que nao pares ao correr na minha pele,
que te nao canses do meu tocar.

Que orvalho fosses !
Que te pudesse sentir assim.

24 Novembro 2011

DIAMANTE

Olho a pureza limpida do regato...
Cheiro a frescura...
Envolvidas minhas maos sinto,
no imparavel correr sincero desta agua...

Encontrar-te...

Agarro surpreso esta pedra translucida.
Incridibilidade e um sorriso...
Descoberta valiosa que quero possuir!

Sinto-te o peso em minha mao.
Rodas de forma delicada,
envergonhada em pedra bruta.
Mas sinto-te...

Sinto a pureza do teu valor.
Trago-te comigo, quero despir-te...
Quero despir o como te vestes...
Quero-te nua nos meus dedos...

Lapidar essa rudeza terna...
Trago-te comigo, na minha mao... nua.
Sentir a tua presenca, torna-me em ser valioso.

Lapidar o que vejo assim...
Quero ver o teu interior.
Aparado, lapidado, facetado...

Quero ver o teu brilho... entre mim e o Sol...
Ver-te brilhar, traz-me a paz das cores.

Es quente... es fria...
Delicada e cortante...
Tens varias faces ...

Mas quero-te sempre na minha mao...
Pegar em ti quanto aperta a saudade.

Tocar a beleza do teu interior...
Sentir-te sempre...

Diamante.


24 Novembro 2011

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

DIAS DE ARTE E PRIVILEGIO

     Ha dias em que estar vivo e na realidade um privilegio.
     A arte, nas diversas formas em que se expressa, oferece-nos a alegria de respirar Beleza, pelos diversos sentidos que o corpo humano tem o privilegio de filtrar pela inteligencia.
     O apurar do bom gosto que possamos e queiramos respirar, estando ao nosso alcance, no minimo em termos geograficos, e algo que para o nosso equilibrio emocional, nao podemos perder.
     Temos de usufruir da arte.
     Londres...
     Londres e uma cidade maravilhosa no que a cultura diz respeito.
     Um "toma la..." permanente que por vezes se torna dificil de seguir, pela quantidade da qualidade que esta disponivel constantemente.
     Nao ha tempo para tudo... Incrivelmente boa esta sensacao...
     Ja para nao falar em teatro, que a passada semana me encheu o ego com uma perfomance genial de dois "monstros" da arte da representacao, "Driving Miss Daisy" com Vanessa Redgrave e James Earl Jones, numa comedia dramatica unica e inesquecivel.
      Hoje mais uma vez aqui estou de ego hiper cheio e a precisar de o reproduzir em palavras.
      Manha enevoada em Londres, que implica a qualquer um que estas ruas visite, o carisma de algo misterioso ou escondido ao dobrar a proxima esquina, desta cidade inigualavel.
      Entro ja sabendo exactamente o que me espera pois foi a minha segunda visita no espaco de um mes a Royal Academy of Arts, e respirar com estes olhos que a terra ha-de comer, a loucura e estudo unico na ponta dos pinceis de DEGAS, nesta exposicao que acho ainda irei visitar novamente antes que finde.
      A sensacao dos movimentos das bailarinas, com a intensidade leve de movimentos graciosos totalmente sentidos pelo curioso so pelo simples facto de olhar uma tela pintada, e absolutamente estonteante.
      Cada vez que olho, vejo algo de diferente, a dinamica dos movimentos, a luz que o mestre consegue transmitir pelo oleo na tela, e mesmo alucinante. Para mim, claro...
      Impressionismo tematico no seu melhor.
      Sinto em quadros, estar ao lado do pintor e olho em termos realistas para a fotografia que ele seguia na presenca dos personagens da Opera de Paris.
      Sim, a fotografia, porque este Senhor foi um dos pioneiros da fotografia como meio de estudo da dinamica do movimento humano.
      Teve a sorte de discutir, colaborar e observar a obra fundamental dos irmaos Lumiere, que alias e para conclusao da exposicao, me enche o peito de inacredibilidade por observar "in loco" alguns filmes arquivados em coleccoes particulares, que so nesta exposicao sao projectados.
      Enfim... um inicio de dia fascinante.
      Uma da tarde...
      Apenas atravessar Picadilly e a poucos metros, St. James Church...
      Nada melhor como complemento depois de estar em presenca de tantos bailarinos de tela, que um belo solo de piano nesta pequena igreja quase milenaria.
      Todas as quartas-feiras e por vezes segundas-feiras tambem, a mesma hora, concertos de musica classica ou erudita como quiserem chamar, teem lugar com a disponibilidade dos musicos intervenientes com a finalidade de angariacao de fundos para conservacao.
      Momentos magicos.
      Momentos magicos a hora de almoco.
      Hoje, o pianista Daniel Tong, ofereceu a quem esteve presente, e foram muitos, uma hora de concerto de piano que olhando em redor, enchia as faces dos presentes de um sorriso sentido e de deleite.
      Robert Schumann e Claude Debussy...
      Sem parar...
      Impressionismo, musica maravilhosa em interpretacao de primor, e ai vou eu a caminho de mais uma exposicao de pintura...
      Tate Modern...
       Bem... realmente as ofertas sao tantas que por inadvertencia, acabei de misturar as maos pelos pes...
       Marcada visita para exposicao de pintura pelo pintor ingles do inicio do seculo XIX, John Martin...
       Bati com o nariz na porta...
       Maldita distracao, ainda me condenei em tentativa de resignacao por nao poder ver a exposicao...
       Nao...
       Em Londres nao...
       Simpatia e disponibilidade competentissima, fui encaminhado para algo que nao sabia existir, e ja frequento o Tate ha uns anos, fui encaminhado para uma "peer", junto a galeria, que faz trajectos de barco entre Tate Modern e Tate Britain...
       Pois devia estar na Tate Britain...
       Mas, que bem que soube o engano, pois so tive de me sentar no barco e passar pelo centro de Londres e seus atrativos pelo Tamisa durante os cerca de dez minutos do trajecto, e la fiquei em terra firme mesmo de caras com o local certo.
       Certo...
       Para acabar este dia infindavel de respirar tanta Beleza, John Martin...
       Que fantastico pintor...
       Um Dante actualizado no seu tempo e com uma tematica que nao deixa de ser fascinante na sua obra, mesmo a quem nao tenha muito interesse na materia.
       APOCALYPSE o nome da exposicao, e onde 90% das obras a esse tema se dedicam.
       O fim do mundo, Adao e Eva, Babilonia, Pandemonium, Pompeia, ninfas e Deuses do Olimpo,etc., etc.
       Meu Deus sera caso para dizer.
       A visao do fogo destruidor da raca humana e do mundo em que vivemos, de forma romantica onde os vermelhos sao predominantes.
       As cidades imaginarias de uma qualidade expressiva exclusiva, sempre com o poder destruidor mistico presente... uau...
       Unico e inesquecivel.
       Agora...
       Agora queixam-se as pernas.
       Mas a dor e boa.
       A dor e uma dor fantastica quando nos doi por estes motivos.
       A Arte e fantastica seja ela de que forma for.
       Nada melhor que...
       Dias de Arte e Privilegio.


       23 Novembro 2011

O TEU OLHAR

Uma porta... entrar.
Sentir... o teu olhar...

Em forma leve, deslocar os meus olhos,
sentir vida passar... definida...
na intensidade dos sonhos...
aguarela em pintura solta.

Aparar as vinhas da ira,
vindimar em meu sangue,
fluir deslocado no tempo.

Olhar uma caricia, que soltas
no gemido de alegria... saborear.
Quero ver tudo.
Desviar os cabelos do teu pescoco,
arrepiar-te num beijo quente.
e olhar...

Que torne puro o imundo,
em toques... em cheiros.
Ao tocar essa pele sentir...
rosa que se desfaz,
em toque dos dedos.

Pegar nas petalas que escorrem,
alimentar os sabores...
alimentar o olhar.

Uma porta... uma janela...
um convite para entrar.
Ao tocar-te a mao... um cheiro...
Um olhar.

Um beijo perfeito...
no sabor desse beijo...
hidrato minha alma seca...

Sinto-me calmo ao provar...
imagino frutos que toco..
entro em ti e sinto
o teu olhar...

Quero ver sempre...
mesmo no presente eu vejo...
o teu olhar.


23 Novembro 2011

terça-feira, 22 de novembro de 2011

ESTOU AQUI

Surgem-me espacos...
A imensidao do esquecido.

Abro gavetas ja fechadas...
Tento lembrar... o nada.

Tento escolher caminhos... ser temido.
Dou saltos na alma do meu ego adormecido.

Acalmo na lucidez do presente...
Tremo... vivo causas do passado.
Desfraldo minha bandeira ao vento,
voa meu simbolo desfraldado.

Meu sentir, impoe-se ...
Grito em voz surda... clamores do meu clarim,
meu exercito avanca... em mim

Imponho... fujo e sou comandado.
Ganho batalhas ja conquistadas,
condeno fragilidades que odiei.

Subo ao pedestral... em peito condecorado.
Orgulho os olhares de visoes inacabadas...
Penso por mim sem opcoes.

Caminho por bloqueios passados...
Primo por ter sido o que sou.
Sinto em mim, que nada acabou...
As solucoes... formas camufladas.

Encontrei amor,
mantenho fulgor...
Acendo esta chama.

Alimento magias...
Ser bom e assim...
Estar bem... so esta...
Quem ama.


17 Julho 2011

COMO O TEMPO...

Sinto a  pele enrugar suavemente,
em vagar passar do tempo...
como folhas ao vento...


Como o tempo...


As pequenas coisas, importam tanto...
passam por nos, como
quem chama por atencao.

Como o tempo...


As memorias sao o que sao,
as boas... arquivo em pastas suaves...
as outras...
as outras sao historia... passado.


Como o tempo...


Queria ter uma maquina...
Facil... facil de usar...
Sem pressas.

Calibra-la no amanha...
sem intensidade.


pequenas coisas...
pequenos toques...


Como o tempo...


Soprar tempestades evitaveis,
inspirar ventos de bonanca...
Escolher em sabedoria...


Como o tempo...

Quero ser sabio.
Quero ser justo.
Quero ser o que sou.


Como o tempo.

FADO

Um fado por cantar...

Acordes na guitarra...
um fado cantado.

Quero contar um segredo...
cantar um sentimento...
mas em timbre afinado.

Nao quero cantar tristeza,
so por ver um xaile preto...
mas na alegria da saudade.

Um trio... cordas e voz.
Sem escarnio e maldizer,
cantar fragatas no Tejo.

Tempos idos... me lembrem desejo.
fechar os olhos...
cantar o que vejo.

Soltar o peito sem ter medo...
cantar o meu segredo,
no sabor luso do fado.

Que me invada e corra em veias...
Cantar Lisboa em memoria,
na memoria do amor cantado.

Cantar...
Cantar a certeza da verdade...
Cantar sempre...
Saudade.

22 Novembro 2011

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

SIMPLICIDADE

Fantastica e a simplicidade, pelo simples facto de ser tao simples.
So um pequeno problema persiste.
O quao complicado que e simplificar.
Ser simples, e a capacidade formalizada, de transformar uma qualquer linguagem tipo... sofisticada, em linguagem acessivel...
Sentir o sentido das coisas, filtrar de formas coerentes ou precipitadas, a forma com que a leitura final se torne simples.
Simplicidade e realmente algo ao alcance de todos.
Complicado se torna, o alcancar a simplicidade.
Ha permissas intermediarias que travam ou transformam a simplicidade numa forma arcaica de revelar conteudos.
Os contextos inerentes ao modificar as coisas simples,sao o motivo de toda a complexidade que adia, transforma ou inacessibiliza a simplicidade.
Nao e simples por vezes, mostrar ou sentir o que e simples...
So pelo simples facto de o ser...
Torna-se complicado mostrar e fazer entender, como e facil chegar a resultados importantes por formas simples... formulas simples.
O desdem e desconfianca naturalmente, prevalecem no atingir do resultado obvio.
Por ser obviamente simples, se torna complicado o entendimento...
Aberracoes modernas, ou contemporaneas ate, ao mostrarmos resultados sem grandes equacoes, percas e dedicacao de tempo, transformam o simples em complicado, na ansia e em prol de resultados rapidos...
Ate pode ser simples, mas a simplicidade por vezes leva o seu tempo...
Ao simplificar, a propria natureza evidencia ao observador mais astuto, em pormenor ou generalidade, o quao simples e o funcionamento de todas as coisas.
Ter-se-a de chegar ao entendimento sectariado; os passos de desenvolvimento, as directas ligacoes e transformacoes inerentes, que na logica do desenvolvimento evolucionista, sao pura e simplesmente simples...
uma flor e bela... cheia de cor e alegria, pelo simples facto de ser regada... pela chuva, pela mao do jardineiro, pelo mecanismo de rega, pelo orvalho, a complexidade de alcancar algo, esta na simplicidade do fim.
A diferenca e complexidade do processo, esta na via que se escolhe ou e imposta condicionalmente para que a simplicidade do resultado exista.
A complexidade do Mundo, esta na forma de como aplicamos a simplicidade
Seria tao mais simples, uma unica causa-efeito na atitude humana, sem desvios economicos, politicos e sociais, que tornam a simplicidade da existencia num complexo processo de comercializacao de ideais.
A politica,  oferecendo por si so, as ambiguidades de escolha consciente, acaba por se tornar vitima de si propria, por retirar o simples a quem simplesmente o necessita.
Gostava de ser uma pessoa simples!
Gostava de ser uma pessoa simples, para entender o tao simples que e aquilo que acabo de dizer.


15 Julho 2011

SINTO-ME A POUCO...

Tenho um apetite insaciavel...

O tanto que me apetece...
inimaginaveis proporcoes... em alimento.

Alimentar a alma do mundo.
Senti-lo estavel...
Sem desdens nem alternativas...
Proporcionar intencoes... ideais.
sentir montanhas parindo ratos...

Vontades do abstrato contemporaneo.
Em frageis linhas e formas... significado duro...

Maravilhar o efemero pelo seguro,
em frageis estomagos de espacos enormes.

Designar Deuses em caridades tais...
Nas pequenas atitudes, dedicacoes colossais.

Tratar de forma seria o futuro.
leio... releio e volto a ler...
Olho paginas de tinta cega...

Fico no escuro... nao me entram as palavras.
Desperdico a tinta em prazos banais,
perco vontades nos meus ideais...

Sinto revolta, desdenho o prazer.
Quero ser puro... so puro.

Dar a minha vida ao presente...
sem ser deprimente... sentir-me seguro.

Abrir a todos, a mente
olhar todos de frente e ...

Gritar-vos ao ouvido...
Ajam... gritem... porque eu...
Sinto-me a pouco.

15 Julho 2011

domingo, 20 de novembro de 2011

ASA PARTIDA

Andei por perto do Sol...

De subito...
Cai desamparado... nao percebi porque.
Pensei que a cera derretera...
Pensei que as penas separaram...

Enganei-me...
Partiram-me uma asa.
Nem dei por ela partida...

Voava sem nexo, sem perceber a razao.
Mas voava...
Fragil, com penas e cera...
Mas voava...

Tentei chegar ao Sol...

Ilusao minha em dor constante.
Mas a dor nao impede...
Nao impede de chegar...

Mas... enganei-me...
Partiram-me a asa... impossivel voar.

Cai ceu abaixo em remoinhos de vento...
Tentei... nao consegui sustento...
Nada onde agarrar.

Mas cair assim...
So de asa partida...
Nao importa...
Tenho outra para voar.

20 Novembro 2011

PORTAS...





O que sinto.
O que quero.
O que tenho.

Passear sem deslumbre.
Um abrir e fechar constante,
De tantas ou todas as portas.

Procurar uma saída!
Encontrar uma entrada!
Procurar-me e,
Alguém que me encontre.

Encontrei-te.
Porta aberta.
Entreaberta.
Tantas vezes fechada.
.
Mas toco-te,
Com os nós dos meus dedos.
Um som perdido de meigo,
Tão cheio de significado.

Um querer, um  sentido.

Os toques são quase sempre os mesmos.
Não mudo tons nem intensidades.
Quero esta porta sempre aberta.
Puder entrar e, ficar.

Por vezes estás.
Tantas vezes não estás,
Mas mesmo que estejas.

Aprendo a vida diariamente.
Terei de tocar outra vez?
Será dúvida descobrir?
Já não sei o porque será.

Quero manter esta porta aberta.
Quero ver-te o outro lado.
Transformá-lo,
Em mim, por mim e, para mim.

Quero redecorar o ambiente.
Modificá-lo o quanto baste.

Serás tu ?!
Serás a porta a abrir?
Manter-te-ei?
Já não sei!

Será que entro e fico?
Será...
Será...
Será...

No interior de tanto calor.
Sinto frio e, arrepio-me.

Aquecer a pele, a alma,
Só sinto arrepios, frios.

Humedecer os lábios.
Lavar as minhas ânsias.
Beijar-te.

Toma conta do meu pecado.

Fascino ao ver a porta,
Que por vezes receio bater.
Será que estás?
Será que abres?
Nunca sei!

Melhor será escrever.
E escrevo-te!



20 Agosto 2011

BANCO DE JARDIM

Um banco de jardim,
brisa boa que me sopra,
sentado, perdido em mim,
penso em ti... agora.

Cheiros de flores... nova essencia,
ternura em troca e significado,
vontades sentidas na eloquencia,
em olhares fixos do meu agrado.

Penso em ti sempre que posso,
cometo talvez ate... o pecado.
Mas es estrela do meu Universo,
gravito por ti sempre a meu lado.

Lembro-me de coisas que nao surgiram,
finjo ate que me dedico sem saber,
no fundo sinto o que outros sentiram,
conquistar espacos sem te perder.

As certezas prevalecem em duvida,
acometo desde ja o meu querer.
Desistir nao serve de nada,
quando o teu amor quero ter.

Viajo em nuvens de algodao,
perco-me por esse azul imenso,
sopras-me de leve o coracao,
sem olhar, nem ver, em ti eu penso.

Vem comigo, vamos andar,
passear neste caminho fausto,
sem ti ja nao vou passar,
pequeno ja nao sou, serei alto.

Acabo aqui estes versos,
nem em prosa me dedico,
abraca estes bracos abertos,
fica comigo... contigo eu fico.

27 Julho 2011

sábado, 19 de novembro de 2011

O MEU TEMPLO

Construir um templo.
Local de paz interior.
O meu templo.
Dentro de mim.
Santificar a alma calma,
orientar os sentidos.
Adorá-la em preces simples.
Harmonia do ego, afável.
As minhas preces, a minha Bíblia.
Meditar sem esforço,
Cobrar-me de pouco.
Olhar à minha volta.
Concluir. Decidir.
Tudo me merece respeito.
Ao cairem as folhas,
a morte não finda.
Metamorfoses de vida.
A minha boca, os olhos,
portões do meu templo.
Os dedos, destemidos guardiões.
Connjuga-se a nobreza do individuo,
A Força que o guia e o condena.
Mas, no meu templo,
Nem há preces certas,
Nem religiões diferentes.
O meu templo comunga com o mundo.
Valores, são alicerces bem fundos,
Raizes fortes que sustento.
A paz interior,é fé constante.
Excêntrico sou por defeito,
Simples pureza inata.
Não rezo nem prego aos milagres.
Retenho e divulgo as verdades,
Por muito que a dor me envolva.
Mas retorno sempre.
Estou sempre presente,
No meu templo.

19 Novembro 2011

JARDIM DE MENTE

A mente...
Um jardim...
(similaridades...)
Como num jardim,
pensamentos...ideias...tolices...
crescem... plantam-se,
nascem... secam e morrem.
Como num jardim.
Ideias se cultivam... desenvolvem,
aparam e podam-se.
Dao flor e fruto...
E teem fim.
Como num jardim...
teem o ciclo da mente.
No futuro... no presente...
regam-se pensamentos...
Plantam-se ideais...
Secam com o vento...
Findam sem razao aparente.
As flores... sao como pensamentos fantasticos,
Os mais bonitos de entender.
floreados... creativos... demonstrados.
Sao tao bons que,
por vezes se escondem na estufa da mente.
Duram mais tempo...
Tem-se mais cuidado em mante-los vivos.
regam-se e aparam-se...
Brilham em beleza.
Criam-se bouques hilariantes... espampanantes...
no seu deslumbre... usam-se.
Teem o seu tempo... secam e morrem.
Cria-se...
Vive-se...
Morre-se...
A mente e um jardim.

22 Junho 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

GRAOS DE AREIA

Tudo cabe numa pequena caixa.
A Pandora nao e significante.
O imaculado de virtudes que nos aprazem,
com a alegria do poder do amor,
sao como pequenos graos de areia...
Com uma capacidade invisivel... e tamanhos enormes.
Guardo uma caixa com graos de areia.
Pequena...
Como os graos o sao.
Teem uma finalidade...
Suportar em nanoproporcoes,
a imensidao de emotividade e sentimentos.
Alguns por conjunto...
Alguns por individualidade.
Gosto dos dois tipos...
O conjunto, da-me em deleite pessoal...
sentir a comunhao do meu ser.
Partilhar ideias... sorrisos,
choros, prazeres e dores...
E o amor.
Sou um romantico... pois sei!
Contra esta mare, nao tenho remo largo,
suficiente para fazer frente.
Adapto-me a mim...
deixo-me surfar pelos desvios,
que me transportam suavemente ate uma praia.
Desaguo e pego meus graos de areia.
Separo-os.
Comparo-os.
Dou-lhes nomes ate...
As divisoes sao do mais simples que se pode dividir.
So o simples facto da divisao, nao sera ideal.
Mas as diferencas existem... sem duvida.
A Sabedoria e a Inteligencia,
revela a demarcacao em divisoes de formas leves.
Uma surpresa... quem abra esta caixa,
ao tocar meus graos de areia...
Sao simples...
leves na complexidade,
pesados no conteudo.
Mas... sao bons.
Teem a pureza da sinceridade... a forca do destino.
Traco sim o meu destino...
nao por escolher os graos de areia,
mas por disponibilizar e distribuir de forma certa.
Virtude, e um grao de areia na praia da vida.
Tal e qual como o amor... amizade... partilha e
o respeito... sao tantas as formas de amar.
Ha que agarra-las...
Uma a uma... primeiro.
Sentir o sabor, o prazer e desventuras... cada uma por si so.
em consciencia, uni-las... compara-las... separa-las,
como o trigo do joio... e usa-las.
A vida e uma praia, onde
cada um tem os graos de areia espalhados.
Ha quem construa uma caixa e os recolha...
os componha e os separe...
que os guarde.
Utilizar a nossa parte por bem...
ser feliz por nos proprios.
Assim o sou e tenho a caixa cheia.

4 Julho 2011

CONDENO-ME

Defino-me na minha consciencia!
Vontade inequivoca de afastar ansiedades...
Nao as procuro... acontecem.
Penso no mundo... penso na fome,
O meu egoismo me magoa.
No fundo... o que sao os meus problemas?!
Como na vida, nasce o Sol e o Crepusculo,
enfrento ambos... em peito e sorriso abertos.
Doi-me a alma no sofrimento.
Fui sofrido... nao quero sofrer!
Nem tao pouco ver...
Sem o saber, uma crianca sofre... sem comer.
Sao milhoes ...
Choro as maes na frustracao do impossivel.
Tudo me toca e fere na existencia do ser.
So me restam lagrimas secas.
Ja nao correm por impulso.
Sentir a felicidade, na inocencia...
Sentir a vida na expressao do brilho,
o sorriso sincero... terno de uma crianca.
Condeno-me ao ser egoista.
Condeno-me ao pensar em mim.

18 Novembro 2011

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PENSO

Pensar naquilo que penso... faz-me pensar.
Penso que o meu pensamento e adverso aquilo que penso.
Mas penso em continuar a pensar.
Penso que o pensamento me tormenta.
Nao tenho duvida que pensar, me atrofia o pensamento.
Mas... pensar tanto naquilo que penso,
me faz pensar que e bom o tormento.
Pensamentos correm-me nas veias.
Cataratas de sentimentos eu penso.
Sinto o pensamento em tal tormento,
que ja nao sei se sera bom pensar o que penso.
Pensar e bom... faz viver.
Pensamentos que doem, me acordam.
Sinto profundamente o que penso,
e no pensar os meus sentidos dormem.
Quero continuar a pensar.
Nao consigo fugir ao que penso.
Mas porem penso em acabar,
penso acabar este tormento.

9 Junho 2011

ESTUFA

Sentir um borrifo de agua na face...
Aquela frescura que abre petalas.
Uma frescura que realca a cor da verdura.
Gostava em harmonia sentir-me ambas.
Petalas coloridas,
tratadas em aprumo de creacao de cores...
Verdura circundante que alimenta o olhar.
Crescer em composto estatico, ou
talvez... paredes trepar.
Nao sei o que sera melhor...
Sei isso sim, que ha magia nas cores...
No cheiro das flores.
Sentir veludo no tacto do sol.
Espinhos nos caules que acordam os sonhos...
Mas o calor que tudo envolve, sera bom...
Tenho medo dos elementos...
Parte-se um vidro...
Racha-se a redoma... o calor esvai-se.
Murcham as flores...
Mirram as verduras de estufa.
Sera melhor viver o ar...
Quebrar as tempestades de vento...
Quebrar os calores em excesso...
Sobreviver intemperies imprevisiveis...
Nao parar de subir escadas...
mesmo que tropecando em degraus.
Como eu...
Ficar em pe...
Estar aqui para ficar...

17 Novembro 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

ESTA NOITE...

Está frio.
Um bafo, um sopro,
Aquecer as mãos.
Há paz no horizonte.
Um arrepio de prazer,
Um assobio do vento.
Uma brisa que entra,
A janela aberta.
Sensações que aprecio e,
A inocência do tempo.

Olhar.
Um vazio imaginário.
Algo me invade.
Fechar os olhos,
Ver uma nuvem entrar.

É como o algodão.
Doce e, aveludada.
Não a chamei,
Mas envolve-me.
Só me posso render,
A este tipo de toque.

No pasmar do sonho,
Tento tocar-lhe, com as mãos.
Acaricio-a.
Devagar.
É como algodão.
Posso moldá-la,
Com os dedos.
Um arrepiar de desejo.

É como uma escultura,
Como todas do meu agrado.
Tenho de me envolver.
Deixar-me levar.
Há paz no horizonte.

Fica esta sensação,
Que a conheci outrora.
Dá-me para rezar e,
Neste toque aveludado.
Que não vá embora!

Aprendi que,
Nem todas as nuvens são de chuva.
Esta, guardo-a comigo.
Guardo-a,
No arquivo dos meus sonhos.

16 Novembro 2011

FOLHA DE PAPEL

Sinto-te o desejo...
Tao branca,
Tao limpa,
Tao pura.

Folha de Papel...

Hesito suja-la,
Hesito toca-la...

Mas chamas por mim.
Que meu toque te chegue,
Que te suje e abuse.

Sigo meu instinto,
que faminto te use.

Fazer amor,
Fazer sexo,
sem limite e sem nexo,
em puro prazer.

Sujando teu branco,
em orgasmo me sinto,
ao ver tinta escorrer.

O espanto me toca,
ver-te limpa, tao pura..

Folha de Papel...

Desenfreado escrevo...
Rascunho em esboco,
sinto-me elevado.

Persisto em duvida,
Sera por instinto,
me faras escrever.

So procuro o que sinto,
Ao gritar eu nao minto,
liberto o sofrer.

Nao procuro imagem,
mas sim a coragem,
do que quero dizer.

Como tela e pincel,
pinto em oleo ou pastel...
No perco um segundo,
ao gritar com o mundo.

Ao sentir um teu beijo,
so tenho um desejo,
em rude ternura...

So em grito ferido,
eu travo a loucura,
ao gostar do que vejo.

Folha de papel...

Como um leao ferido,
solto um rugido,
ao sentir o que penso.

Nao fico aflito,
nem no meu conflito,
que quero escrever.

Emendo e apago,
escrevo o que sinto,
ate me perder.

Que eu seja escolha.
Que meu toque te chegue
em mais uma folha.

Folha de Papel...

16 Novembro 2011

terça-feira, 15 de novembro de 2011

SUAVE

Enfim a noite,
Alegre escuro que ilumina,
Sons de teclas,
Sakamoto.
Harmonia que me afina.
Relaxar a alma.
Reflectir um pouco.
Levar o som.
Sonhar.
Viver assim,
Suave o fim.
Suave a vida.

15 novembro 2011

NAO SOU IMUNDO

Sentir dor e nao sentir nada.
Estar habituado...
Sentir no presente, o passado.
Sentir futuro, em forma melhorado.
Abrir os olhos, ver ceu azul d'encanto.
Celeste brilho de quem tem privilegio.
Iluminar em vida as brumas vividas.
Provir sabor de felicidades imaginaveis.
Olhar o espelho, gostar o que vemos,
mesmo que feios sejamos.
Sentir que vida, nos deixa viver,
Olhar o respirar de quem tem dificuldades,
Sentir que o ar nao escolhe vontades,
Respirar em harmonia a felicidade.
Sentir poder, em vontade de amar,
Passar leves brisas de saudade.
Sentir egoismos sem necessidade.
Olhar o parceiro e dizer sem pudor,
O quanto apraz sentir o amor.
Sem fugas e excessos quero viver.
Sentir valores, me acometer,
Viver a vida para que fui creado.
Sentir felicidade sem ir a nenhum lado.
Estou aqui neste mundo,
Tiro a roupa, me desnudo.
Ver o mundo como cheguei.
Sentir que fui amado e que amei
Sou um ser vivido.
Sou um ser sofrido.
Mas nao sou imundo.

7 Agosto 2011

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

QUERO

Sinto algo que me impede.
E bom.
Sinto ter de passar uma barreira.
Os muros nao sao eternos.
Derrubam-se, empurram-se, contornam-se.
Conquistar o alcancavel.
Motiva-me tentar.
Alegra-me sonhar.
Quero sonhar.
Salto dificuldades do lado oposto.
Com suor no rosto
Basta saltar.
Devagar... composto, ou esfarrapado,
nervoso, fico atrapalhado.
Finalmente, quero fazer,
encontrar uma forma.
Energizar motivacao que me transforma.
Quero ter poder.
Poder de dar.
Poder de usar e ler.
Ate escrever eu posso.
Quero gastar tinta na ponta destes dedos
Frases e paragrafos tantos,
Sem medos.
Folha a folha escrevo.
Nao sei que faca mais,
Mas sei...
Sei que estou bem por fazer.
Sei que estou bem por escrever.
Se alguem ira ler...
Mas quero...

9 Setembro 2011

SEGUIR

Encontro olhar que nao enxergo.
Sinto movimento, nas ondas do mar.
Tento felicitar o mundo...
Sinto o meu pesar profundo,
sair em marezias de cheiros, desabruchar.
Em apelo constante, ajuda procuro,
doi-me... estranho a dor de tantos.
Em profanos, torna-mos santos
o infinito ja nao sei se renego.
Entrego a minha alma, quero ajudar
quero pureza sem ter a certeza,
tao fragil sinto este mundo.
Alegrias, abusos lamento ao segundo,
fortalezas que sao aparencias,
redomas de vidro rachado.
Segurancas falsas em pouca pureza,
tempestades de nada nesta tristeza,
enfrento futuro mais inseguro.
Ser positivo... em fraco, ser duro,
sorrir sem pensar em futuro
encontro beleza sem ter a certeza.
Beijar o amor, abracar sem temor
sentir tremores em prazer cometido,
fluir esta pena, escrever este livro.
Gritar em alegria ao mundo...
A vida e para viver,
deixai de sofrer,
comecai a amar.

24 Julho 2011

ACORDEI ASSIM

Acordei assim...

Corpo dormente...
Alma quente..

Visao desfocada.
Um sonho fantastico...

Acordei cansado.

Sonhei... era feliz.
Sempre fui feliz.

Moldei um castelo de areia.
Moldei-o nas maos.
Moldei-o nos dedos.

Fragil...

Um castelo de sonho.
Ruiu... de subito.

Nao tinha raiz,
em areia moldado.

Olhei o espaco... vazio.
Recordei o explendor.

Fragil...

Triste e sem rancor,
olhei o caminho.

Sentei-me... pensei o que era...
Pensei o que sou...

Acordei !
   
Sou feliz !

14 Novembro 2011

ADVERSIDADE

Existir e ser adverso.
O segredo do individuo, esta na forma como encara a adversidade.
Adversidade e o produto das incoerencias da vida.
Em adaptacao permanente as realidades, tudo se altera permanentemente.
Tudo e cheio de adversidade.
Ultrapassar a adversidade, e ser coerente com a realidade do presente.
Encarar duvidas, assumi-las em dialetica ou simples dialogo, e a formula certa de ultrapassar adversidade.
Nao o fazendo, ela existe como tao so se aprofunda desnecessariamente.
Criam-se frutracoes que nao teem razao de existir.
Evitavel.
Frustracoes sao estados de espirito provocados por adversidade nao assumida.
Analise e introspeccao, sao formas faceis de eliminar frustracoes.
Tem de se enfrentar os sentidos
Tem de se enfrentar os motivos.
Tem de se enfrentar de forma honesta, nao criando assim espaco a susceptibilidades.
Dizer o que nos vai na alma e ser honesto.
E responder a adversidade evitavel.
O esconder de realidades que nos incomodam, e uma forma pouco inteligente de enfrentar o que nos e adverso.
Utilizar o pensamento, expressa-lo, sera uma forma de partilha, cumplicidade e respeito na honestidade do acto de pensar.
Ser "politicamente correto" e algo que apela a adversidade camuflada.
Expressar o pensamento, e respeitar e evitar adversidade, sendo uma forma de a travar, por muito que as interpretacoes se tornem dialeticas.
Nas relacoes, intimas, de amizade ou simples e leve passagem, o que a nos nos nao faz sentido,tem de ser respeitado e essencialmente conversado em respeito.
Adverso se torna o comportamento de quem nao age.
Utilizar espiritualidade como forma pessoal de sentir situacoes discutiveis, nao e sinonimo de absorver sem ser honesto.
No espirito, como na alma a base primordial e alicerce individual, esta em sentir a coerencia das coisas, dos momentos, dos sentimentos e atitudes.
Nada se cria, tudo se transforma na incoerencia da adversidade.
Basta pensarmos de forma correcta, lembrarmo-nos que em cada individuo, a inteligencia existe.
Estar em paz individual, nao pode ser alcancado, nao respeitando a paz individual dos outros.
Muito menos quando sabemos que afectamos.
Ser humano e ser adverso.
Ser inteligente e encarar e respeitar a adversidade.

14 novembro 2011

LONDRES SERENA

Nevoeiro atrevido em mistério,
Brisa que apelam a caminhadas.
Torres tapadas no cinzento do dia.
Rio castanho de lama funda.
Uma Catedral imensa, a Beleza.
A arte, que apela visita.
Gente que se move sem vontade.
Exposição de Miró, surrealismo!!!!
Convicção e ansiedade ao ver um mestre.
Telas simbolistas, de tez agreste.
Óleos, aguarelas, carvão na parede.
Vontade em sentir aquele aprumo.
Bronzes e telas queimadas, pendentes no ar.
Focar os traços pintados, o gesto.
Cores e colagens fora do comum.
Sentir ego cheio, a visão do pintor.
Sair de memória já preenchida.

Atravessar o rio.
Procurar o Teatro.
Sentir a arquitectura que me enfrenta,
Degustar tudo, como oferta divina.
A vida é esplendor, a beleza oferecida.

Um palco.
Filas de assentos apertados.
Expressões e interpretações de cantos.
Alegria que flui no aclamar da multidão.
"Christine morreu..."
Silêncio. O grito do fantasma.
Lágrimas já correm disfarçadas.
Emoções que a arte transforma.
Aclamar em glória, um elenco fantástico.

Final de dia,
Boas emoções diferentes.
Esta cidade retoma a calma
Com a minha calma divina.
Londres serena...

24 Agosto 2011

domingo, 13 de novembro de 2011

HA DIAS ASSIM

Ha dias assim...
Dias bons...
Dias maus...
E assim assim.
Ha dias...
Ha dias em que tudo acontece,
Ha dias de nada acontecer.
Ha dias que anseio aconteca o que desejo.
Ha dias que finjo e acontece...
Ha dias que finjo ver o que nao vejo...
Ha dias em que a realidade me atinge.
Quero ter dias destes...
Bons, maus e assim assim...
Quero dias com esta capacidade,
de refrear na ansiedade...
Ha dias bons em que o Sol me ilumina.
Ha dias maus que me acordam.
Ha dias assim assim, que me adormecem...
Todos os dias no entanto, algo acontece...
Todos os dias no entanto, algo mais cresce...
Todos os dias no entanto, a Beleza prevalece...
Ha dias em que quero ver o dia...
Ha dias em que quero ver a noite...
Ha dias em que quero ver nada....
Quero abrir os olhos.
Quero acordar deste sonho.

8 Junho 2011

PURGAR

Escrever até doer!
Entregar este meu peito,
Sentir como um rio
As fragas em reboliço.
Remoinhos certos, sem jeito.
Remar.
Marés boas,
Reles e secas,
Inundadas por mim.
Deitar fora nestes poros,
O expurgar destes meus dedos.
Sentir o esvair e aliviar,
Esta mente de degredos.
Alegria de fluir,
O poder no arremesso e,
Sujar de tinta este branco.
Imagens criam ambição.
Dar ou até vender esta aflição.
Ler o que não quero,
Ganhar ou perder o que espero.
Ficar assim sentado.
E escrever!


26 Junho 2011

AS PESSOAS E AS COISAS

O sentido da vida, transforma-se a todo o momento.
Hoje, procura-se algo que nos toca de forma profunda, procuramos o sentido imediato.
Amanha, alteram-se os sentidos sem que explicacoes ou compreencao, por vezes exista.
A Beleza, como expoente maximo do sentido da vida, revela-se-nos de forma por vezes estranha, bela, e cruel.
Encontrar Beleza no acordar todos os dias.
Encontrar Beleza no adormecer e aproveitar os sonhos.
Pessoas...
As pessoas, sao aquilo que sao, e nao o que gostariam de ser.
Gordas, magras; feias, bonitas;altas, baixas;manetas, pernetas; sao cheias de complexidades.
O que se ve, o que vemos ao acordar abrindo os olhos, esta repleto de imagens camufladas.
A Beleza e importante, mas temos de focar a visao na imagem dos egos.
O interior, o inner de qualquer individuo, e a imagem da Beleza que difunde.
Simpatia, alegria,gestos bonitos, conversas inteligentes e vozes meladas, tu isso nao passa na maioria das vezes de formatos gratuitos, que revelam no final, absolutamente nada.
A Beleza de atitudes superfluas, de demonstracoes leves e tentativas de teorias nao aplicadas, esfuma-se na realidade das interpretacoes.
A Beleza nao se pode procurar nas pessoas; tem de fluir, tem de transparecer de forma inata e simples.
Por vezes existe,  mas esvanece.
Por vezes existe, mas e so imagem.
Esta e uma das capacidades inferiores do ser humano.
Cria Beleza, entrega Beleza, e perde-a...
As coisas...
A Beleza das coisas encontra-se tambem, dependente do tipo de arte que se procura, dependendo do objecto em si.
A Beleza das coisas, existe e mantem-se.
E simples, nao muda, fica para sempre.
So a erosao do tempo a ira alterar.
Era bom que as pessoas fossem como as coisas.
Coerentes, concretas, consistentes e concisas.
A Beleza tem este poder fantastico da interpretacao, e da entrega.
Quando a Beleza desaparece, algo de novo surge.
Novas formas de Beleza surgem com o desgosto da perca e saudade de Beleza anterior.
No fundo, a Beleza nao deixa de ser efemera e subjectiva.
A Beleza e o nosso interior.
A Beleza e aquilo que somos.
Como a dor de hoje, funciona como a forca de amanha.
As pessoas e as coisas nunca deixam de ter Beleza.
Alteram-se as memorias.
Ficam as certezas.

MULHER

Mulher é paz,
da maldade faz pureza,
ao duvidar uma certeza.

Revela em beleza,
esconde em fraqueza,
comunga em razão.

Observa, matreira e astuta,
torna minha tristeza meu luto,
e ser feliz meu proveito.

Das palavras, sabores eternos,
paladares sentidos, efémeros...

Do passado o presente comanda,
acarinha este poder resoluto,
ao amar em absoluto.

Admiro o divino concreto,
na santidade do teu corpo.

Acaricio pureza no regato,
meus lábios bebem sem copo,
essa água que escorre o teu fruto.

Sempre trémula és por prazer,
doçura que derrete a ternura,
a paz, um sentido a procura,
alimenta minha alma, meu ser...

Dizer e ouvir como gente,
gemer esta brisa corrente,
em luxúria de seres mulher.

Canto hinos ao amor,
estrofes, sonetos, o que for,
o que a minha garganta faça gritar.

Pulmões cheios em óxigénio e arte,
chamam por ti em qualquer parte,
sentir-te em mim é devagar.

Que a justiça prevaleça,
que o injusto se esqueça,
em atitudes e formas selvagens.

Revelar o crepúsculo dos deuses,
ter fé, pedir e, rezar...
O mundo padece, o Homem esquece
o bom senso é amar.

Que tudo me desses,
desde sentir o poder e, querer,
de ter em ti, a minha
mulher.


26 Junho 2011

CORES

Tenho esta tela por pintar...
Olho o vazio de espaco que vou ocupar.
Branca, pura, cheia de nada.
Procuro tinta certa em pincel condizente,
desbravar esta mente,
sujar o branco de uma golpada.
Nao sei se goste, ou queira o que pinte,
sera forte em bruto requinte,
compor um tudo sem o branco tocar.
Que o amor aconteca,
que as tintas realcem a emocao das cores,
que surjam esbocos de caras e flores,
que me sinta cheio de peito, no que pinto.
Misturo tons quentes nesta mao tremente,
pigmento de po se torna coerente,
cor certa, criar o poder,
fecho meus olhos, pinto em prazer,
sentir esta loucura,
pintar com ternura.
Um cenario ao fundo vou poder ver,
cheirar esta tinta, sentir teu desejo,
borrar o pincel, usa-lo num beijo.
Moldar imagem em mao firme,
tocar o que sonho mantem-se premente,
ser causa, ser fogo, conseguir ser gente.
Acabar esta tela em tinta tao bela,
sopro e seca, um quadro apela,
quadro de sempre em causa futura.
Cheiro a tinta e me embebedo em sabor,
transforma-se odor nas cousas da mente,
escorrem-me flores nos dedos pintadas,
espremo-as, sinto-as, em causas achadas,
penso enfim, que pintura engracada,
as telas da vida dao-me tudo...
Dao-me nada.
Pronta e pintada a tela risonha,
mostra esbelta aos olhos que passam,
amor nao tem cor,
tem tons, e assim,
sao todas as cores.


27 Junho 2011

SEMENTE

Brisas sopram por entre folhagens,
empurram e fogem sem terem paragem
pensar o porque da vida voar
dificil o ver, o motivo encontrar.
Desviam ramos, folhas e arvores,
procuram um beijo na sua viagem.
Memorias persistem em passados presentes,
tocam tudo, materia e gentes,
saboroso sentir essa aragem,
tocar-nos na face, sentir frescura,
ter o prazer enquanto este dura.
Contar um conto que a historia perdura,
falar do vento, de brisa frescura,
abrir uma porta, entrar o incognito.
Sabores e cheiros, imagens de vento,
espalhar nesta eira sementes de ouro,
malhar devagar, revelar o tesouro,
levantar a semente, enviar esta brisa,
sentir a beleza do trigo e do joio.
Cheiro assim as sementes de vida,
de folhas, de carne, de todas as formas,
sinto o futuro, nao temo o presente
sementes me crescem em veias remotas,
rio grato por ser semente.

ESSENCIA DE VIDA

Acordei no meio do prado,
lirios, espigas; um encanto,
um vulto surge a meu encontro,
sinto vaidade, vontade de ver
foco estes olhos em alegria,
vejo chegar quem queria.
Tras uma flor na mao,
abraco e beijo o vulto,
acaricio, refresco e sinto.
Esta miragem que toco,
plantou raiz, alimentou semente,
reguei, tambem fiz, tornei-me gente.
Ao pensar que sabia, ja so sei o presente,
peguei, passeei contigo,
trocamos ternuras, procuramos abrigo.
Beijei teus pes, pernas e bracos.
Toquei-te em meus labios por tempos e espacos,
amei em prazer a tua ternura.
Gememos tremer na nossa loucura,
tempos passam que te nao vejo.
Crio encontros no paladar de um beijo,
ganho no dia,este desejo tao quente,
meus olhos vendados te teem presente,
releio esta peca outrora perdida,
amo-te e sinto,
a essencia da vida.

MOMENTOS

O ceu brilha de azul sereno,
nuvens que a luz empurra,
desfeitas no calor de uma chegada,
a vinda de um ser que alimenta esta ternura,
olhar alguem que me olha,
sentir peito cheio de forte sentido ameno.
O fogo do deslizar de uma pena.
O reencontro.
O beijo de um tempo imenso,
sentir o que nao sinto,
tocar a pele de quem eu penso.
Absorver sensacoes de alegria profunda,
alisar, acariciar a mente ao sopro do vento,
brisas de mares cheios de vazio,
inundadas neste meu sentimento.
Um encontro, uma viagem, um toque, um sorriso,
o potencial de uma vida cheia de sentir intenso,
cabelos que se emaranham no afago de dedos,
faces que amaciam por beijos tantos,
labios abertos em fuga de nada...
Entrelaces fartos de linguas famintas,
alcance imediato de amor eterno,
sentir contigo este bom sofrer,
gozar contigo este prazer,
transformam o mundo em local bonito.
Gritam o poder de ser amor,
enroquecem em potencial tremor faminto,
suspiram o prazer que por ti eu sinto.
Na despedida alegria surge,
admirado fico de ser tao feliz,
revejo historias e contos maravilhosos,
sorrio de fantasmagorias de fingimentos,
olho-me ao espelho, gosto do que fiz,
nao me esquecerei destes momentos

3 Julho 2011

PRIMEIRO BEIJO

Abracei o poder...

Nao procurei,
foi o acaso.

Rasgam-se-me as entranhas em dor,
deliciosamente aveludada...

Nesta sofreguidao,
do mais e do eterno,
nao procuro o fim,
pois o nao quero.

Quero mais,
quero tudo,
muito mais.

A loucura ja esta perto...
Corre em minhas veias,
esta droga doce e inocente.

Me constrange o peito,
me tira o serio,
e o que tenho por direito.

Afoga-me o ser,
manter este poder,
manter este desejo.

Finalmente enlouquecer...
Encontrar-te.

Este sim,
meu primeiro beijo.


27 Abril 2011

O TEU MAR

Olho a vastidao do mar...

Azul... no horizonte se confunde...

Deleito-me com o som... o cheiro,
salpico-me dessa essencia que me toca,
o vai e vem de ondas,
um corrupio.

Confesso que me afecta...
afecta-me bem.

Acorda-me em consciencia,
para as ondas da vida.

Trazem-me alegria,
Levam-me a tristeza.
respiro toda esta beleza,
mas so entao reparo...

Reparo no fundo do mar...

Quero mergulhar ate ao fundo,
quero ver o teu mundo,
quero ver o teu mar,
quero ver-te a ti.

QUERUBIM

Subi ao ceu...

Voei desenfreado...
Encontrei tudo que se me perdeu,
dei por mim abencoado.

Toquei-me modificado,
transformado Querubim...

Neste prazer em so acompanhado,
o amor surgiu-me assim.

Fiz amor de asas alado,
senti-te a meu lado,
senti-me Querubim...

Guardei a Arca da Alianca,
com teu poder no interior.

Transportei Deus em mim,
voamos de asas ao vento...
Voei desenfreado,
puro... cheio de movimento.

Atingi o Eden a teu lado,
contigo no pensamento...

Sensacao surreal,
provida de segredo.

Teu cofre revelado,
subi,
desci,
ao vento.

sábado, 12 de novembro de 2011

DOR QUE FICA

Doi-me o sabor infecto do silencio.
Nada mais fica que esta dor.
Doi-me a alma,
Doi-me transformar emocoes.
Sinto que tudo nao passa de nada.
Descodifico valores que nao existem.
Doi-me sem ser intenso.
Doi-me um calor imenso.
Aprisionado em logicas futeis.
Destreza de achar o pouco que existe.
Doi-me o nao saber porque.
Doi-me o tempo que foi tao curto.
Sabe-me bem no fundo esta dor.
Aliviado fico sem que a dor me doa.
Doi-me assim o que nao foi feito.
Doi-me devagar mas constante.
Queria fugir e ir ter com Ele.
Gostava de sentir que tudo e facil.
Doi-me a certeza da complexidade
Doi-me a virtude da desilusao
Mas a dor e porventura boa,
Sinto a vida assumar em meu encalco,
Doi-me saber que ja nao falo,
Doi-me saber que ja nao toco.
Doi-me so a dor que fica.