sexta-feira, 30 de agosto de 2013

HOMO SAPIENS




Apetece-me um abraço puro.
Uma palavra honesta.
O respeito que falta a tantos,
Torna a vida, um espaço ridículo.
Educação faz a diferença,
Mesmo que pobre a alma seja,
Enriqueça a personalidade fraca.
São tão idiotas os motivos,
Como irrisório é quem os diz.
O parasitismo humano reina,
Na maior parte das esquinas que dobro.
Nada morre, nada morreu,
Tudo se transforma,
Com uma paciência que adoece.
Fico triste com o abuso!
Fossem os insectos xenófobos,
Eu os esborrachava satisfeito.
Mas sou diferente!
Como tanta boa gente,
Ignoro-os com dor frustrante.
São civilizados (?) estes bichos,
Inteligentes e não desparasitados,
Com um vírus mortal nas ideias.
São os Homens!
Os Belos e as Bestas.
Tenho de ser assim,
Impávido e sereno à escolha.
Talvez um dia,
Talvez um dia,
Escreva eu uma sentença.
A aberração humana,
Existe (!), com antídoto.
Civilizado é o Mundo.
Fraca é a Humanidade.

30AGOSTO2013

FICA!





Fazer amor,
é sangue quente,
impulso louco
e corpo ardente.
Traz-me os lábios,
que eu beijo,
sôfrego e cego,
circuspecto abraço.
Desejo sentir-te,
no derreter do tempo,
escorrer o líquido,
que te arrepia,
como arrepia o vento.
Porque me deito,
porque te toco,
pele sobre pele,
o teu peito,
crescendo hirto,
me torno louco.
Entrar em ti,
alma transtornada,
sente-me sempre,
até madrugada.
Serei leve,
porque saio,
num beijo breve.
Fica.

30AGOSTO2013

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

DIREI EU ÀS NUVENS



Preciso dizer às nuvens,
que entendam o tempo.
O meu tempo de passagem,
único sopro de vida,
tal como elas o entendem
desfeitas num intervalo de ar,
entre o globo e os equinócios.
Só o Sol e a Lua coordenam
sem futilidade a perda de tempo.
Preciso recuperar o ancestral,
a alquimia da pedra filosofal,
a alma, como oiro químico,
invisível aos incautos e leves;
Construir o Pódium do sonho,
Onde me sento no meio,
voando de lugar em lugar.
O tempo é o pó cósmico,
com oiro misturado nesta rocha que,
apenas as nuvens atenuam a rigidez.
São como algodões doces que provo,
sem quaisquer mimos de pequenez,
senão a poesia que transportam.
São pequenas mas constantes, talvez
como a personalidade dos anjos.
Assim que entender o tempo,
prefiro deixar o corpo e ser nuvem.
Quero ser leve, voar com o vento,
sorrir a cada sorriso que veja.
Trovões serão a raiva que sinto,
com que castigo os sádicos.
São sádicas as guerras e abusos,
é feita de sorrisos a vida simples.
Preciso dizer às nuvens,
que mudem o tempo,
de uma vez por todas.

28AGOSTO2013


QUASE NO FIM!




Seria eu sábio,
sabendo o que não sei.
Seria eu Homem,
sem aplicar inteligência.
Seria eu real,
se não sentisse a alma.
Seria eu nada,
sabendo porque existo.
Pois seria tanta coisa,
se soubesse as respostas.
São tantas as dúvidas,
que reforçam a existência.


Desmarco-me da ilusão,
como cúmplice do sonho.
Todo o mundo que não vejo,
paralelo ou abstrato,
aguça-me a vontade. Saber...
Quero um portal que não encontro,
um buraco negro das memórias,
onde todos os gigantes procriaram.

Nasci desse abstrato,
recheado de utupias que não sei.
O livre arbítrio alimenta-me,
opta por um Eu autónomo
nas teimosias que me apetecem.
Ser humano é ser quase fraco.

Se fosse sábio,
faria um molde diferente.
De carne e espírito frios,
condicionados à lógica do bem.

Beijava todas as crianças,
que os filhos da puta
destroem até à morte.

Já não tenho dúvidas,
falando do Homem.
Só tenho pena no fundo,
por ter sido arquitectado.

Até os génios,
até os sábios,
até Deus falha.

Quase no fim,
Este Mundo..


28AGOSTO2013

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

TENTO, LOGO ALCANÇO





Sabe bem um pouco de paz.
Reflectir sobre as coisas,
as pessoas e os momentos.
Nada como o fim do dia,
como energia reciclada,
onde a calma impera e conduz.
Sei de todas as frustações,
as que observo nos incautos,
que evito a todo o custo.
São como uma escultura crua,
uma pedra por cinzelar,
um tronco por dar forma,
mas absolutamente transformável.
Os egos e as almas são pólos,
por vezes opostos sem qualquer nexo.
O ego, meu lado sensorial,
é uma ligação à personalidade.
A alma, meu lado eterno,
liga-me às origens dos mistérios.
Apenas luto pela dúvida que tenho.
Juntar os dois, enfrentá-los,
faz-me sentir os pés na terra,
ser o que sou, sabendo
que afinal nada acaba "aqui".
Não há humanidade sem almas puras,
apenas almas doentes que se perdem,
na procura do efémero fútil.
A paz que procuro, encontro-a
todos os dias, comigo próprio.
A calma divina está presente,
sempre no íntimo meditado,
sempre à espera que a sinta.
E sinto paz, sempre que quero.
Basta reflectir, usar a inteligência,
como único transporte transparente,
que me liga à Sabedoria.
Tento, logo alcanço.

28AGOSTO2013

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

SEJAM FÚTEIS



Se fosse fútil, seria normal,
como toda a normalidade.
Serei eu assim? talvez...
Até porque me dano,
por todas as opiniões.
Direi que sou livre,
irreverente e único.
Sei que sim! Sei que sou!
Mas no resto. Tudo não passa
absolutamente de nada.
E pergunto-me Eu?!
Porquê? Diferente?
Não acho.Sou simples.
Penso nas alturas certas,
nas ilusões que acho!
Se fosse fútil, seria outro.
Um avanço do retrógrado,
que me faz parar nas odes,
que são poemas por fazer.
E vejo  tudo turvo!
Vejo crimes simplórios,
sem razão de existir.
E grito. Oh se grito.
Acumulem a hipocrisia,
num contentor de vazios.
Vendam! Vendam o abstrato,
de forma que vos afecte a alma.
Sejam os pirosos da certeza,
aquela com que vos ataco!
Vomitem o fel da crítica,
pelas palavras que não se dizem.
Sejam como eu...
Felizes em futilidades impostas!


26AGOSTO2013

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A MINHA ILUSÃO




Toda a minha ficção,
vibra por todos os verbos,
em trilhos de céu aberto.
Religião pautada em folhas,
tão brancas são as nuvens,
como as palavras que alimento.
Será o tempo que me diverte,
por todas as tentativas fúteis e,
dos adjectivos que abuso.
Ilusão. Apenas ilusão.
São frases que não digo,
que os olhos fecham
envergonhados sem razão.
Foi tudo o que tentei,
que foi, que será, que serei,
sem nunca me encontrar.
São os sonhos induzidos,
os paralelos que toco,
nos portais que ultrapasso.
É toda a vida que choro,
sem razão de tristeza válida,
por solidariedade a nada.
Revelo as intenções,
prepositadas e inacabadas,
como sempre e como todos.
Utopias fazem bem,
iludem o que não é futuro,
com sorrisos por encomenda.
Toda a ficção, aqui
vibra pelos dedos da irreverência.
Por correntes marítimas,
num mar de tinta estragada,
na sujidade de todas as folhas,
de uma poesia inanimada.
Mas grito por todos os verbos,
por gramáticas mal faladas,
pelo simples facto de ser eu.
Libertar pelos dedos,
o que esta preso na cabeça,
só isso me aproxima de mim.

23AGOSTO2013

QUANDO TE LI




Quando te li,
saltei linhas sem saber,
sem ler o que escrevias.
Gostei das palavras,
como se fossem de pele,
como se tivessem cheiro.
Falas-te-me na diferença,
um anzol que mordi.

Quando te li,
parei por momentos
sem perceber porquê.
O que disseste, foi a alma,
foi  a semente fraca que plantei.
Regada pelo meu espanto,
ao toque de cada lágrima,
cresceu, em cada sorriso que não vi.

Quando te li,
acreditei nos sonhos, e sonhei.
Provei na minha teimosia,
um sabor ao mel místico, 
E adocei a minha razão.
A vida fez sentido (!)
e fiquei. Fiquei aqui.

Quando te li,
brilharam as cores, 
nas janelas abertas.
Todas as estrelas,
num só espaço aberto,
brilharam felizes.
Como o meu peito
que brilhou no meu.
A solidão, ficou triste,
perdi-a por ti.

Quando te li,
saltei algumas linhas,
reparei nos momentos,
e acreditei nos sonhos.
Sim! Brilharam as cores,
que acordaram a paixão.

Quando te li,
apaixonei-me.

Por ti!

23AGOSTO2013

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

RENASCIMENTO




Despertar tem todo o sentido.
Não apenas o acto de acordar,
mas renascer para novas formas.
As formas são, de estar,
pensar ou viver diferente.
Um renascer consciente.
Manter a rotina permanente,
deixa o Mundo em risco,
de se tornar monótono.
Para monotonia, chega o sono,
a doença de quem não pensa.
Ter a capacidade de ouvir,
ideias e culturas tão diferentes,
que me faz renascer todos os dias.
Nao basta coerência previsível,
mas sim necessidade de sabedoria.
O conhecimento, molda a sabedoria,
individual e generalizada do povo.
Tolerância, desencadeia harmonia,
a finalidade da existência humana.
O poder da inteligência, é simples,
basta ser usada como necessidade,
nunca em dependência do poder.
Só assim, seremos poetas, gente.
Só assim, a vida terá a ilusão poética e,
a criatividade resplandecente da alegria.
Despertar, trás tantos sorrisos;
não apenas satisfação em mais um dia.
Pensar é preciso, todos precisam.
A ginástica da alma, está presente
sempre que os sentidos renascem.
Nascer de novo, estando vivo,
tem a pureza simples da felicidade.
Um novo mundo interno,
passos reinventados, novos caminhos.
Até os mesmos caminhos, mas optimizados.
Preciso renascer neste momento,
como na realidade, renasço todos os dias!

22AGOSTO2013

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O PIANO




A ouvir o piano!
Carácter, cor e ar.
As melodias. Sinistras
Belezas personificadas.
O ébano e o marfim,
A simbiose perfeita.
O martelar afinado.
Os metais. Finos e frágeis.
Masterclass de vida,
Oxigénio purificado.
Agradecem as almas!
Beethoven ou Bach,
Sakamoto, Lang Lang.
Maria João Pires!!!!!
Novos e velhos,
autores e performers,
o lúdico beijo.
A perfeição.
Ser especial. São eles
os virtuosos da vida.
Uma vida rude,
música rude,
pauta madura,
toque divino.
Eu sinto!
As pautas, redomas e
rabiscos, pintas e riscos,
como quem pinta quadros.
O som, sai com cor.
A melodia, como paisagem.
O meu peito enche,
de tanto o encanto e,
o Ego absorve tudo.
Em silêncio.
Ao ouvir o piano,
falo aos anjos,
falam os anjos,
caídos de um céu,
tão perto de mim.
Fechar os olhos,
ouvir as teclas,
falar com Deus,
com as estrelas.
A Soberba maior!
Calem-se.
Silêncio !
Quero ouvir o piano!


21AGOSTO2013

SONHEI TANTO!





Sonhei tanto!

Dói-me o corpo,
e o inferno da alma.

Profanei a nudez,
um outro corpo,
e eu.

Beijei um labirinto,
rosa incerta.

Húmida é a névoa
que me cega.

Foi pele,
colada
a um vidro embaciado.
Foi o cheiro,
a razão e o pecado.

Mas não pequei.
Amei.
Apenas amei,
apaixonado.

Sonhei tanto!

Um fogo na língua,
suspensa na fonte,
de volta,
de volta.

Secreto abismo,
o profundo.

As palavras...
Tremeram,
quase caladas,
e gemidas,
quase sem nexo.

O sexo
Sem léxico.

No centro,
derramei a semente,
nesse oásis no deserto.

Sonhei tanto eu!
E tu,
estavas aqui!

21AGOSTO2013

terça-feira, 20 de agosto de 2013

SER MAIOR




Ser maior,
Não é ter escolha,
Não é ser grande,
Nem alto, forte ou belo.
Ser maior é apenas sê-lo.
Ser maior é ser único e,
Inigualável na alma.

Ser maior,
É apenas um texto,
Um livro esquecido,
Uma tela,
Um quadro guardado,
Uma musica,
Uma pauta de génio.

Ser maior,
É ser diferente.
Seria bom,
Criar assim os seres,
Fáceis candidatos
Perdidos na frustração.

Ser maior,
Sei de alguns.
Incógnitos,
Humildemente sozinhos.
Assumidos na simplicidade,
Sem vaidade no destino.

Ser maior,
Não tem escolha,
Nasce no ar que o alimenta.
Quem o é, não o sabe.
Quem o é, não o aceita.

Sou feliz por ser o que sou.
Por conhecer seres
Diferentes e únicos,
Privilegiados,
Em ser maior.


Ser maior,
É não o ser.


20AGOSTO2013

MORRER NÃO EXISTE




Sou eu o tempo.

Sei o porquê,
Sei o vagar da vida.
Lento, muito lento,
O maior prazer,
Sinto-o devagar.
Deixai-o correr,
Preguiçoso,
Como eu o sinto.

Sou eu o tempo.


Olhando sentado,
Indiferente,
Na encosta da morte,
Milhares de rios,
Que sobem,
Que descem,
Conscientes.
O leito da Lua,
Feito de pele nua,
Excita-me o corpo,
Onde me deito,
Lento, como o tempo
De um beijo no peito.

Sou eu o tempo.

O meu tempo.
Caótica a indiferenca,
no purgatório da alma.
Quero-te tempo,
lento e mais lento.
Canta-me as horas,
dá-me todas as rimas.
dá-me todas as coisas,
que são o meu fado.

Sou eu o tempo.

Porque quero!
Morrer não existe!
Existe o tempo!

20AGOSTO2013

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

APELO DAS ALMAS



Tudo tem um preço.
Será mesmo?!
Depende da subjectividade.
Depende da avaliação.
Depende de tudo,
O que de tudo seja avaliado.
O meu preço, nao tem preço,
São fraquezas ásperas,
Que condeno e cobro.
O valor das coisas,
São as coisas sem valor.
Imaterialmente falando,
Tenho um crédito farto,
Como farto estou do dinheiro.
Faz-me falta por defeito,
Mete asco o valor certo,
Por toda esta dependência.
São os mistérios da vida.
A alma passou a dívida,
Sem factos nem objectividade.
Ja não me sinto simples.
Vejo diariamente os povos,
Loucos por nada importante,
Menos como apenas ser.
São loucos estes dias.
São fáceis as falhas,
Por serem tantas,
Começam na alma.
O meu preço é imenso,
Dependendo da visão
Barato como a simplicidade.
Mas penso em todos,
Os simples de alma,
Os que não pensam.
A subserviência do ser,
Está indiscutível em mim.
Poder pensar,
A calma desfeita
A alma,
Ser e ver!
Ver que vos salvaria,
Com o apelo das almas.
Sejam dentro de vós,
A vida deste mundo.
O valor das coisas,
Somos nós!
Sempre!
Para sempre!

19AGOSTO2013

SOU O QUE SOU




É ao cair da chuva,
que um pó oprimido,
salta e,  cheira e,
é a mistura do verde
que realça a harmonia
de todas as cores.

São os espaços vedados
que me preocupam!
Os jardins de Inverno.
As falsas redomas.
O calor forçado.

Falsos elementos!

No topo do mundo,
tão difícil como possível,
brilha o cristal da vida.

As nuvens estão cheias,
de águas e lágrimas alegres.
São filtros, como anjos
em conta gotas descendentes.

As que me tocam,
vão directo à alma,
sem a pele que as afaste,
só o Eu que as acolha.

Os elementos,
dividendos divinos,
tormentos benzidos,
vertem a fina escolha.
São agrestes e macios.

São o meu âmago,
sozinho e imerso,
débil fustigar,
procurado por mim.

O prazer da chuva,
numa rua, numa praia,
num lugar que o sinta,
tem o poder do adeus,
e eu fico.

Cheiro o toque e,
tremendo,
filtro a vida nesta,
última fronteira que,
me separa da morte.

Viver é corpo,
irreverente ou inerte.

Assim,
eremita da Terra,
viajante dos céus,
sou o que sou.

Com tudo e com nada!

19AGOSTO2013

SEIVA DOS DEUSES




Deixa-me pintar
a tua pele branca,
com cores quentes.
Deixa que o toque
te ferva o corpo.
Dá-me a vida,
nua, sem "porquês",
e a tua boca louca,
que entre em mim.
Entra,
entra quase tímida,
como se esboçasses a nudez.
Colate ao meu suor,
e vem.
Segue o cheiro
dos óleos mornos.
O toque,
meu ou teu, e
a mistura de dedos perdidos.
Esqueçamos o tempo.
A viagem é de fogo.
Penetrar-te,
queima.
O desejo é intenso.
O beijo,
esse trémulo prazer,
esse abraço eterno
é o que me aperta.
Aperta-me o peito,
as sensações invisíveis,
e o corpo.
Suplicas-me
já o acto,
que devagar,
me deixa arder,
me derrete o prazer
como anéis entrelaçados.
São chamas,
é o sangue que ferve,
nesta corrida lenta.
Fundir os corpos,
a nossa pele,
aveludada loucura.
Deixa-me pintar,
a tua pele branca,
com a seiva dos deuses.
Dá-me o nú profanado,
neste abandono sagrado.
Sente-me.

19AGOSTO2013



ABRAÇO



Imenso tronco
dificil abraço
que tento
espera-me tempo.

Mãe, Pai de tudo
de todos os eus.

Delicados raios
todos os seios
fino Sol rasgado
tronos de Deus.

Árvore eterna
magia de druidas
poção imortal,
carvalhos, ciprestes
cedros e templos.

Todas as dúvidas.

Alquimista na Terra,
ao que nasce de cima
jaz o que nasce de baixo
certeza pura de Hermes.

Abraço o verde
homem que sou,
sempre da natura
voltarei à verdade.

Cheirar o ar
oxigenada proporção
que de um cosmos
apenas a sobra
abraço.


19AGOSTO2013


APETECE...




Apetece,
escrever uma carta.
Todas as frases
que já não sei dizer.

Esperança,
o conceito eleito
apenas o fim.

Se tocar na pele
de todo nua,
escrevo louco
no pranto do dia.

Imagens,
desfocada é a memória,
porque sim.

Espero que fales,
numa carta
as frases não ditas,
que já nao sei ler,
que já não sei dizer.

Apetece...


18AGOSTO2013 

NADA




Há um limite
extremo seguro
um passo a mais
a queda do anjo.

São asas, sem penas
voos separados
colados abraços
por mim, enfim
até de madrugada.

Insónia amiga
desejo imberbe,
perdido(a) sem dor
da queda do anjo.

Sei ser eu, ou não
um passo em falso
tombo d'alto
até à luz do dia.

Há um limite!
Há um nada!


18AGOSTO2013


domingo, 18 de agosto de 2013

VEM!




Dizer-te que sim.

O beijo do Sol,
O corpo quente,
Tanto e sempre.

Ser uno,
Um duo a nós,
Um canto,
Um poema.

Sei de mim,
Sei de nós,
Sem ti.

Vem ao beijo,
Dos lábios
Ferventes.
Do cheiro,
Do desejo.

Vem!


17AGOSTO2013

FACES




Falta sentido!
Equilíbrio sereno,
ou queda segura.
Juizos desfeitos.
São tantos defeitos.

Faces.

Por direito, preciso
de falta de jeito.
Postura vendida,
prostítuida relação,
ou doença de idade?

Faces.

Face do inexistente.
Auto-freio compulsivo,
ou desleixo doentio?
Falta o sentido!
Sobra lógica improdutiva,
sobra alma desnorteada.
Confusão de vida!

Sorrisos?
Sem vontade.

Faces!


18AGOSTO2013

SAUDADE





Sempre a falta !
Anuir o estranho
vácuo inteligente
ausência permanente.

Saudade de quê ?

Fuga de imagens,
lutar contra memórias.
Falta tanto que dói.

Saudade de quem?!

Sorte dos fracos
alegria dos inertes
vazio (de)mente
plural de nada!

Hoje, um dia
cópia exacta de sempre.
Acordar e ser
ate um momento
um só, ate poder.

Saudade, muita !

18AGOSTO2013

sábado, 17 de agosto de 2013

EROS TU





Uma noite foi fria
Acordar cansado,
Imagens que ficam,
Um vazio bom.
Foi sede erótica
Carregada de sexo,
Amor a que chamam
Intenso e imenso.
Foi  noite húmida
O orvalho de manhã,
O corpo tenso e
Teso do sonho.
Sinto nos lábios
O sangue que ferve
Tão dentro de mim.
São dores boas
Óleos eróticos,
Cheiros, toques
Os ventres.
É no clímax
Que tremo.
O que tenho,
É fogo
Dentro
De ti.

17AGOSTO2013

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

ANJO




Os anjos desceram à Terra.
Expulsos por Deus?
Talvez uma nova Era,
Um novo rumo incerto.
Não vejo asas nem auréolas,
Apenas gente diferente,
Vestida de pele calada.
As palavras vivem fecundas,
Na ausência de sexo
Para quê o sexo?
Para quê os anjos?
Tudo restos lá de "cima"?!
Nem fome, nem sede,
Nem nada, esta gente.
Quem sâo e porquê?
Será que ouvem o grito?
O impulso e o toque,
Ao silêncio dos olhos,
Sentirão a pele fria?
Misturá-los na multidão,
Será a Era dos Anjos.
Pelo nada que sou,
Candidato-me à claridade.
Peço entrada no Eden,
Sem restricões de contrato.
Sou candidato!


16AGOSTO2013

ÁRVORE ETERNA




Bastam-me os ramos
como braços abertos,
e identificar imagens
que as são tantas
e tão diferentes.

São gentes.
Faces prematuras,
duras, até inertes,
ou ideias minhas
ao acaso.

A Árvore é inspirada
nas sequências
de esboços incompletos
de quase tudo.
Quase tudo,
menos eu
e réstias do mundo.

Exemplos já sem normas,
galgados pelas formas
de um ciclo de vida.

Ser vivo,
ser identificado,
ser soerguido,
tal uma árvore.

Ao Ser efémero,
a escolha mestra é,
Ser Eterno.


16AGOSTO2013


quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A CURA DO DESASSOSSEGO




A experiência do desassossego,
Tem um dom inigualável. Uma dor.
Uma dor apetecível, se é que isso existe.
Sem exagero, gosto da loucura.
A pequena loucura das coisas,
A minha própria, em particular,
Além da lucidez institucionalizada.
Deixem de ser lúcidos e responsáveis,
Provem algo diferente na vossa vida.
Apenas uma vez, como cura.
Optem pela loucura por um dia.
Sejam loucos, absolutamente loucos.
Por vergonha se ainda a  houver,
Isolem-se do mundo que vos retrai.
Isolem-se, mas não se escondam!
Gritem, gritem como loucos,
Gritem, digam palavrões e guinchem.
Fechem os olhos e rodem, rodem...
Rodopiem em círculos à vossa volta.
Percam o equilíbrio, duas vezes.
Todas as vezes que sintam um vazio,
O chão vai fugir, ides cair no vácuo.
Transformem o corpo, ondulem,
Sintam a ausência do esqueleto.
Sintam o corpo sem estrutura.
Rodem, rodem, rodem até cair.
Só assim consigo lidar comigo.
Tantas e tantas vezes, que o escondo.
Mas para quê? Esconder o quê?
Esconder-me de quem? Nada!!!
Ser portador de loucura, é bom! Faz bem!
Reconheço nisso, uma dádiva própria.
Um poder que me alimenta a sobriedade.
Nada me sabe melhor que isto,
A não ser sexo, claro. Experimentem!
Percam o tino por um dia, fechados,
Num quarto, numa praia, no fim do mundo.
No fim do vosso próprio mundo.
Provem o desassossego!
Vão gostar!

15AGOSTO2013

ABSOLUTAMENTE NADA




O silêncio aqui.
Apenas o nada.
O vácuo. A calma.
A existência solitária,
O murmúrio do vento.
Nada, ouvir nada.
Absolutamente nada.
O pensamento,
O calor no corpo.
O tesão da manhã.
Espreguiçar a calma.
O olhar desfocado,
Sem mínima miopia.
Apenas um dia,
Desejo de nada.
Absolutamente nada.
O café da manhã,
O cheiro que dança.
O jornal e o silêncio.
Música, talvez música.
A irreverência das árvores.
Pessoas sem boca.
Tantas.
Barulho, nada.
Absolutamente nada!

15AGOSTO2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

TEMPO ETERNO




Um facto, estou condicionado ao tempo!
Travão da minha imortalidade imaginária.
Nem imaginando já lá consigo chegar.
Talvez procurando um novo Xangri-La,
Uma nova fonte de juventude como droga,
Que me amorteça o final da existência.
Talvez essa droga me torne lúcido, talvez...
Se a alma me ouvisse agora, acordado,
Seria penalizado cruelmente já de seguida.
Talvez já não tivesse direito ao próximo sonho.
Só a miscelândia de todas as palavras,
Que neste momento me servem de droga,
Transforma a minha loucura em lucidez.
A minha fonte cresce nos dedos, secos,
Que vão gretando no químico da tinta.
Um liquido alquimico com poder intenso,
Tão imenso como o alimento da alma.
Troco este mundo por qualquer outro,
Desde que hajam arte e mulheres.
Nao consigo fazer nada sem ambas,
Apenas gozar do silêncio, pensando nelas.
Para quê um líquido utópico e mítico?!
A idade é o auge da sobrevivência,
A soberba de toda a sabedoria.
E eu adoro a Soberba, de tudo!
Espero que o tempo seja lento,
Sem pressa de nada por adquirido.
Que se mantenha como milénios,
No vagar e degustar desta vida.
Seja ele vagaroso, assim como é.
Assim vivo o consiga usar,
Assim vivo ainda me canse,
Sábio de velho, até morrer.


14AGOSTO2013

PRAZER E SAUDADE




O prazer da saudade sou eu.
Por alguem acima de tudo,
Eu proprio acima de nada.
So a arte nao e culto,
Apenas caminho dourado.
Sei das cores que queimam,
Pelo brilho do frio denso,
Tormentos da psicose farta,
Na saudade do momento.
Fica o encanto que sera visto,
Perpectivas inacabadas e futeis,
De quem apenas sabe nada.
Seria possivel a perfeicao,
Com arte em paisagem vulgar,
A utopia do desejo puro,
Um rasgo de imaginario sedento.
Fica o contento do deslumbre.
A procura de mais sem fim,
A reticencia que sei que existe,
Para la de toda a realidade.
Ficamos nos, fico eu,
Ficam os que esperam por isso.
So assim sei que chego,
Mesmo atrasado no tempo.
Quero as cores mais densas,
Intensas de pele queimada.
Quero o cheiro imerso,
Sem a dor da ansia sadica.
Quero a saudade simples,
Pintada num quadro meu,
Com o calor da noite,
Que aqueco de madrugada.

14AGOSTO2013

terça-feira, 13 de agosto de 2013

DENTRO DO TEU VENTRE




Desafias-me porque sabes.
Tens um poder desastrado que amo.
Toda a falta de senso possível,
todos os problemas do mundo.
Tremo de fúria tantas vezes.
A fúria mais calma do ser humano.
Os muitos beijos que me mandas,
estão tao longe como os meus dedos.
Que te tocam algures, cegos de vontade.
A arte que imagino, sao cores únicas,
espalhadas como óleo lubrificante,
que eu gozo, no teu corpo nú de mim.
Sentir longe o som dos ventres,
o apelo de toda a pele sedenta,
cola-me a ti por desejo puro.
Falta o corpo aqui, faltas tu.
Dentro de mim, existe uma imagem,
os lençois enrugados que apertas,
as correntes de sons e de cheiros,
que me enlouquecem aos poucos.
Sózinho, vivo dentro desse ventre,
em explosões de encanto e prazer.
Desafias-me porque até sabes.
Sabes que preciso de ti!


13AGOSTO2013

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

(MEUS) CICLOS DO TEMPO




Escrevo como o tempo!
Incerto e lento. Por ciclos.
As minhas estações são diferentes.
Menos certas e previsiveis,
um autêntico caos.
É importante um pouco de loucura.
Toda a regra nasce do caos,
tal como o Universo. Sou assim.
Sem ponta por onde se pegue.
Um complicado organizado,
a mistura de permanente das ideias,
é tão estranha que so eu as entendo.
Aqui, no papel, falo comigo.
Apenas fica em aberto a partilha.
Assim, sem vos ver,
sem me ouvirem falar,
absorvam os meus gritos.
Oiçam-me falar da miséria,
do amor, da vida e de coisas simples.
O tempo, progenitor da vida,
torna-se impertinente e teimoso,
por esta lentidão cadenciada.
O inexplicável existe,
mesmo não o sabendo explicar.
Todo o caos me confunde,
apesar na certeza e na dúvida.
Sou como todos os outros,
um paranóico disfarcado, mas
com a coragem de ser assim.
Tenho tudo em mim, misturado,
a memória, o presente e o sonho.
Escrevo coisas sózinho,
sem que me oicam,
sem que me vejam,
sem que me sintam.
Sou incerto e diferente,
como os (meus) ciclos do tempo.


12AGOSTO2013

domingo, 11 de agosto de 2013

SÃO LÁGRIMAS




Sabem a sal.
São lágrimas.
Sabem a fel,
são páginas.
Difícil assim.
As teclas e eu.
As lágrimas,
são páginas,
de sal e de fel.
Já não sinto.
São lágrimas,
de papel.

11 AGOSTO2013

TECLAS DE MARFIM




São sons que tocam.
Que tocam,
Que me tocam.
As teclas são marfim e,
Os sons que tocam,
Só para mim.
Tocam só para mim!
Não vejo, sinto.
Apenas sinto.
Tanto, tanto!
As teclas tocam,
As que tocam.
Que me tocam.
Os sons, sem fim.
O som do marfim,
Só para mim.
Sozinho, enfim.
Em mim.
Só!


11AGOSTO2013

(IM)PREVISIBILIDADE




Adoro sentir o ar encher-me os pulmões.
Abrir uma janela no fresco da manhã,
deixar entrar a vida, a que o corpo precisa.
A vaidade da imagem ainda é secundaria,
não ultrapassa o prazer de sentir a manhã.
Não prefiro nada a esta hora,
que faça sol, chuva, frio ou o que seja.
Respirar profundamente alimenta-me a alma.
A primeira forma de concentração,
o arrumar das primeiras palavras,
tirar do arquivo as primeiras imagens.
Começar de novo, voltar a sentir
todas as sensações que tomam lugar,
ocupando locais certos no meu corpo.
O amanhecer funciona como um
recarregar de baterias numa máquina gasta.
Recomeça o movimento das engrenagens.
O cérebro activa as sinapses que se espalham,
ligando todos os interruptores do corpo.
A alma, encolhe-se em si própria,
escondendo as actividades disfarçadas,
que fazem funcionar a personalidade.
Aos poucos, retomo os rituais,
toda a minha previsibilidade emerge.
Até que recomeça o pensamento.
Nesta fase do dia, finalmente vivo,
libertando toda aminha imprevisibilidade,
passo a ser distinto dentro de mim.
Um Eu diferente do outro que sou.
Até desligar os sentidos, fechar os olhos,
voltando a ser um outro, que não Eu.
Talvez me torne previsível,
não sabendo o proximo passo.

11 AGOSTO 2013

sábado, 10 de agosto de 2013

AMAR O MAR




Sei ser feliz a ver o mar.
Um brilho húmido nos olhos,
Um cheiro intenso e o amor.
Os barcos podem passar,
As gaivotas podem voar,
O mar, será sempre o mar.
Um arrepio frio no corpo,
Uma alma que acorda devagar.
Como quem me toca,
Como quem me cheira,
Como quem me ama,
Eu amo o mar.


10 AGOSTO 2013

CONDENEM-ME COMO QUISEREM




Estou condenado a mim proprio.
Uma sentenca admiravel, diga-se.
Que a justica seja assim no futuro.
Os impertinentes exalam cheiros,
comuns ao escoar dos dejectos.
Sao os politicos, estes politicos,
neste pais desnorteado que tenho.
O cerebro desta gente, derreteu
apesar de funcionar nauseabundo.
A impaciencia sera minha, acho.
Nao percebo, nao a vejo no povo.
Os revolucionarios das flores,
os teoricos de ideologias giras,
falam muito, sem dizer nada.
Apanharam o virus dos outros,
em versao biologicamente alterada.
Ja cansei de sentir pena,
apetece partir a primeira fronha,
aos miseraveis porcos que governam.
Doi-me a logica das coisas,
o roubar descarado dos pobres,
dos velhos que os pariram,
toda a mordomia que os carrega.
Enfiem-nos todos juntos em jaulas,
libertem-nos numa arena fechada,
deixem os touros marrar a vontade.
Os que sobram, enfiem-nos num barco,
virem-no ao contrario no meio do Tejo.
Os peixes comem de tudo, ate merda.
Condenem-me como quiserem,
que seja agradavel e eu faca justica.
A justica que vos disse.


10 AGOSTO 2013




MOMENTO PRÓPRIO




Será este o momento ideal?
O espaco onde respiro,
A esperança que não encontro?
Um lápis de carvão, serve-me
O esboço precipitado que risco.
Que tenho eu para te dizer?
Nem eu sei, mas sei que tenho.
A pão e vinho, desafio o palato,
Se ser simples, é riqueza, sou rico.
A textura da árvore, arrepia-me
A mão, a ânsia do tacto.
Basta-me as sensações básicas,
O calor, o sol, a pele,
A vertigem do prazer.
Será este o momento?
Ao abrir os olhos tudo difere.
As sensações mudam,
Tornam a dimensão do poder,
Numa desproporcionalidade oposta.
Perco a pureza do momento,
Satisfeito pelo orgasmo mental,
Subjugado ao cansaço inerente.
Separam-se os dedos,
Ávidos de toques no teu corpo.
Nesse teu corpo ausente.
Há terramotos de desejo,
Formigueiros deliciosos no corpo,
São sensações básicas de mim.
Será este o momento próprio?
Procuro-te.
Mas não te encontro.

10 AGOSTO 2013

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

UM VULCAO NO CORPO





Sonhei o Sol na ponta dos dedos.
O calor que arrefece, a cada toque,
Sem queimar essa tua pele, nua e macia.
Seria um acto eterno, apenas um toque!
O fogo, esse queima-me os labios,
Que arrefecem a cada toque nos teus.
Os dedos, sao raios quentes, solitarios,
Que apesar de tudo, te arrepiam o corpo.
Sonhei os gemidos que me confessas,
Por cada desflorar de todas as aguas.
Tenho a torrente de um novo vulcao,
Toda a lava incandescente por soltar.
O teu vulcao, esse teu seio; um beijo,
Com toda a sofreguidao do desejo.
Nao ha cinza que se espalhe,
Nao ha desastre que aconteca,
Apenas a mistura de todas as lavas.
O calor, cola o suor dos corpos,
enquanto te sinto tremer, envolvido,
num aperto de pernas, tal terremoto.
O Sol, como a volupia, sao gemeos.
Toda a magma que escorre me queima.
Nao ha dor, apenas fervor, quero mais...
Quero muito mais! Quero morrer assim,
queimado por esse calor do Olimpo.
Quero ser o filho de Zeus, mais um
que desca ate absorver o teu corpo.
Sonhei algo divino, sem ser Deus,
talvez um filho bastardo, infectado
por todo o desejo de qualquer mortal.
Alimenta-me, como Sol por queimar,
ao toque dos teus dedos. Deixa correr,
toda a lava que ha por escorrer, em ti!


09 AGOSTO 2013

UM LUGAR SO MEU





Sei de um lugar unico. Quando acordo,
Ha sempre um ponto de luz, que se chama vida.
O sonho, sempre tao teimoso em adormecer.
Ha esta formula agradavel, que me faz feliz.
Nem sempre a chuva me esfria as ansias.
O calor, apesar da sofreguidao do meu corpo,
Peca pela minha falta de frescura emocional.
As gotas, escorrem, mas evaporam de imediato,
Transformam em sombra o nevoiro da alma,
Iluminam uma neblina magica, a flor da pele.
Conheco tantos lugares como este, tao simples.
Tenho varios lugares intrasmissiveis, como eu.
Partilho. Sim, evidentemente partilho o que amo.
Apenas porque amo, desde que nao seja o indivuduo.
As rugas, sao crueis, sem coragem alguma.
Apenas crescem, na secura incontrolada do corpo.
Ja me assustei a pensar nisso, assim como a morte.
Ja disse algures, que sou um ponto circundado.
Um centro de mim mesmo, a divindade pessoal,
De quem cresce por dentro, apesar do sofrimento,
Subindo inerte os degraus e dores da alma.
Existem estes lugares profundos, mesmo aqui...
Basta um pouco de mim, ao relaxar e pensar.
Usar o beneficio de todas as duvidas e ficar.
Tenho uma chama que arde sem arder,
Que me doi tanto sem doer, porque sou assim.
Doi-me a vulgaridade de quem se emiscui de si.
Sofro na falta de coerencia de quem amo,
As prioridades alteradas, a falta de logica.
O Universo e obsceno, sim eu sei disso!
A logica, e  indomavel, tal a natureza humana.
So me resta mesmo um, ou estes lugares unicos,
Todos os que sei, que criei e crio compulsivamente.
Preciso deste espaco surrealista para sobreviver.
E fico, desfocado internamente, apesar da calma,
apesar de toda a certeza, que preciso de mim!
Adormeco sempre assim, convicto na pena que sinto,
de todos os outros, avido por este lugar que so eu sei!


09 AGOSTO 2013

JÁ NÃO SEI !



Já não sei!
Quando perco a noção das coisas,
nem sempre me desiludo delas.
As coisas. Pessoas por assumir,
como assumo as pessoas que falham.
Desilusão apenas. Sem alvoroço.
Apenas o hábito ultrapassa a regra,
apesar de todas as interpretações.
Sigo calmo a desilusao, até um dia.
Tantas e tão banais, que me pergunto,
se a imagem será imagem.
Já não sei!
Fico em dúvida se haverá um rumo.
Não percebo, se haverá uma ideia,
um objectivo a cumprir.
Já nao sei!
As coisas, são quase como eu.
Objectos de qualquer coisa,
por qualquer coisa que imaginei.
Tenho fome de Arte nestes momentos.
Apenas o meu cérebro comunica.
Fico estático a degustar a inércia,
as telas param fisicamente, o conteúdo,
são as cores que me deslumbram,
são como uma energia concentrada,
que me motivam seguir esta vida.
Não são como todas as coisas.
Muito menos como as pessoas.
Já não sei!
Só a Arte me sossega os impulsos,
e me diz mais que qualquer pessoa.
Preciso a sabedoria do silêncio,
um silêncio sábio e meditante.
Não quero silêncios cobardes.
Quando perco a noção das coisas,
não sou culpado do que digo,
sou apenas culpado em acreditar.
Ja não sei!

09 AGOSTO 2013

terça-feira, 6 de agosto de 2013

RENASCIMENTO




Se fosse hipócrita, ficaria calado.
Mas não sou,  isso faz-me falar.
Faz-me falar das coisas que penso,
coisas simples, complicadas e outras.
Por vezes no ímpeto, chamam-me miudo.
Talvez por ser uma nova crianca adulta,
ou mesmo pela estupidez de quem me chama.
Não ligo a essas hipócrisias, apenas memorizo.
Faz-me pensar que nasci humano,
se por privilégio ou desencanto, mas nasci.
Mas ao nascer, nada acontece por acaso.
O acto paritório, trás uma nova vida.
Nascer, é uma nova auto-transformação,
absorvida por dádivas diferentes,
tão novas como irreversiveis, apenas o Eu.
Nascer e renascer, pergunto-me eu,
será a mesma coisa?! Pois que sim, que seja!
O meu perfil humano esta delineado.
Sou um ponto no centro do mundo.
Um centro de alma, na alegoria da vida,
e consumo tudo com a avidez de esfomeado.
Quero o próximo passo de quem entende.
Quero sair por tempos irrisórios e ver tudo.
Toda a paz que a alma suporta,
na revolta que o Ego absorve disfarçadamente.
Nao sou pouco ou relativo no que toca a massa.
Sou um ramificado inteligente da ignorância.
Sei que nao sou hipócrita, porque grito.
Deixei de falar, por monotonia,
Passei a gritar por convicção.
Nasci um dia assim, mas quando nasci,
sem qualquer promessa visível, prometi...
Que nunca seria hipócrita!
Que nunca mais mentiria!
Que ao nascer, seria o que sou,
um anónimo humano, onde a Humanidade,
tem de o ser, a liberdade tem de existir,
a crueldade civilizada tem de acabar.
Pois quero isso sim, nascer hoje,
nascer todos os dias que sejam assim!
Renascendo, sou alma e, nova raíz!


06 AGOSTO 2013

CONCEITOS BÁSICOS




Falta-me sentir o ébrio do ar.
O imponderável súbtil da razão,
Apesar de fugir a todas as regras.
As legendas do meu filme...
Indecifráveis as palavras e,
Apesar da infertilidade fútil,
Torna-se inanimado meu mundo,
Por uma falta de lógica doentia.
Se estou no topo do Ego,
Há uma névua absorvente e calma.
Se estou paciente, sobrevivo a dores,
A sabores secretos, que sangram,
Por terem a luz em olhos cerrados.
Há versos que parecem tempestades,
É neles que consumo a imobilidade.
Acredito na arca das leis escritas,
Harmonia particular, desviada,
Concisa em alegorias do tempo.
Fico sem bases, saindo do centro,
Se me desconcentro, sou volátil.
Faltam-me os pés na terra, afogo-me
Em desertos de saudade eterna.
Farta-me sentir o incerto e,
Desespero por um pouco de ar.
Sei respirar, por ser inato e inocente,
Todo esse movimento mecanizado.
Vou fugir de uma estrutura própria,
Que acredito também falha e,
Me faz receber um ar desoxigenado.
Quero sentir o ébrio do ar,
Fugir à respiração de conceitos básicos,
Apesar de já ter perdido a magia e,
Todo o respeito que preciso.

06 AGOSTO 2013

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

BASTA-ME POUCO!




Em frente a mim, um copo de vinho.
Verde, agreste de vida gelada.
Um calor insuportável, que serve de desculpa.
Um cão, coitado, deitado e feliz.
Um olhar amigo, sincero como só os cães sabem.
Por mim, ficaria assim ate morrer.
Satisfeito com o melhor pais do mundo.
Almoço, desleixe e sesta para descansar,
da apatia da inércia cativante da Soberba.
Uma Soberba simples, de bairro.
Mas uma Soberba inigualável, porque sei.
Sei... Sim, porque sei que sim.
Sei que este canto geográfico não é só mapa,
é o fim do mundo como o quero conhecer.
Tenho a satisfação do supremo simples.
Uma riqueza tão cruel como a pobreza.
Mas tenho e temos tudo, indefinido, mas tudo!
Tenho o prato sempre cheio de coisas boas.
Tenho a qualidade aliada ao mais simples,
toda a necessidade aqui mesmo à mão.
Isto, meus amigos, isto não tem preço!
Não tenho apesar de gostar, prioridade
para as mordomias. Tenho se as tiver,
sem precisar de as procurar por regra.
Tenho uma vida simpática, de trabalho árduo,
mas com a finalidade da satisfação inerente,
por complemento directo a todas as opções.
Basta-me o sorriso da mulher que amo,
um copo de vinho, uma conversa inteligente,
um final de dia que me enche de desejo,
que entrego e recebo até à exaustão.
Basta-me tão pouco para ser feliz!!!!!

01 AGOSTO 2013