segunda-feira, 19 de agosto de 2013

SEIVA DOS DEUSES




Deixa-me pintar
a tua pele branca,
com cores quentes.
Deixa que o toque
te ferva o corpo.
Dá-me a vida,
nua, sem "porquês",
e a tua boca louca,
que entre em mim.
Entra,
entra quase tímida,
como se esboçasses a nudez.
Colate ao meu suor,
e vem.
Segue o cheiro
dos óleos mornos.
O toque,
meu ou teu, e
a mistura de dedos perdidos.
Esqueçamos o tempo.
A viagem é de fogo.
Penetrar-te,
queima.
O desejo é intenso.
O beijo,
esse trémulo prazer,
esse abraço eterno
é o que me aperta.
Aperta-me o peito,
as sensações invisíveis,
e o corpo.
Suplicas-me
já o acto,
que devagar,
me deixa arder,
me derrete o prazer
como anéis entrelaçados.
São chamas,
é o sangue que ferve,
nesta corrida lenta.
Fundir os corpos,
a nossa pele,
aveludada loucura.
Deixa-me pintar,
a tua pele branca,
com a seiva dos deuses.
Dá-me o nú profanado,
neste abandono sagrado.
Sente-me.

19AGOSTO2013



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