quinta-feira, 1 de agosto de 2013

BASTA-ME POUCO!




Em frente a mim, um copo de vinho.
Verde, agreste de vida gelada.
Um calor insuportável, que serve de desculpa.
Um cão, coitado, deitado e feliz.
Um olhar amigo, sincero como só os cães sabem.
Por mim, ficaria assim ate morrer.
Satisfeito com o melhor pais do mundo.
Almoço, desleixe e sesta para descansar,
da apatia da inércia cativante da Soberba.
Uma Soberba simples, de bairro.
Mas uma Soberba inigualável, porque sei.
Sei... Sim, porque sei que sim.
Sei que este canto geográfico não é só mapa,
é o fim do mundo como o quero conhecer.
Tenho a satisfação do supremo simples.
Uma riqueza tão cruel como a pobreza.
Mas tenho e temos tudo, indefinido, mas tudo!
Tenho o prato sempre cheio de coisas boas.
Tenho a qualidade aliada ao mais simples,
toda a necessidade aqui mesmo à mão.
Isto, meus amigos, isto não tem preço!
Não tenho apesar de gostar, prioridade
para as mordomias. Tenho se as tiver,
sem precisar de as procurar por regra.
Tenho uma vida simpática, de trabalho árduo,
mas com a finalidade da satisfação inerente,
por complemento directo a todas as opções.
Basta-me o sorriso da mulher que amo,
um copo de vinho, uma conversa inteligente,
um final de dia que me enche de desejo,
que entrego e recebo até à exaustão.
Basta-me tão pouco para ser feliz!!!!!

01 AGOSTO 2013

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado pela interpretação poética que escreve. Um grande obrigado amigo Carlos Ventura!

      Eliminar
  2. Parece-me uma areiaznha brilhante no meio do deserto quente. Me fazes pensar que, as vezes olhamos muito para o mar, quando estamos de verdade é em outro lugar. Muito bom! :-)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sem dúvida. Depois de algum tempo aprendemos a "estar" onde melhor nos sentimos. Obrigado!

      Eliminar