sábado, 18 de novembro de 2017

VOLTOU A DÚVIDA





Foi numa tarde como esta,
Onde tudo estava quase certo.
Imaginei-me fora do mundo.
O mesmo mundo,
Mas tão diferente deste.
Um mundo como este,
Com gentes e matéria,
Organismo vivo, de raíz
De caule e flores.
De redomas rachadas,
De ar pesado, rarefeito e artificial.
De águas límpidas, cristais
Que só já os químicos criam.

Foi numa tarde como esta,
Que um sonho me acordou,
E me atenuou o pesadelo.

Sou como alguns,
Vejo-me fora do corpo,
Lá num alto que não defino.
Sou EU, sem matéria,
Sou EU, sem a dúvida,
Um ser quase perfeito.

Quântico quanto baste,
Ultrapassei tudo,
a célula e o átomo
A anos luz da Partícula de Deus.

Tudo é irrisório e ultrapassado.
Só sinto pena da perda.
Do que perdi evoluindo.

Perdi a música,
O prazer do corpo,
A arte como a conheço agora.

Deixar de ser Humano.

Acordei tão longe,
Num futuro tão perto.
Afinal,
Nada me conforma,
Nem me disforma,
Nem me confunde.
Nada é o que parece!

Acordei num lugar, onde...
Onde não existe a dúvida.
Onde a filosofia é passado.
Onde a ciência tem outro nome.

Acordei ao lado de Deus,
O Deus real.

Acordei comigo.

Voltou a dúvida!



18NOVEMBRO2017