segunda-feira, 27 de junho de 2016

O GRITO DO TROVÃO





Gritou o trovão,
Agora mesmo.
Que respeito faz.
Há uma submissão
De toda a natureza.
É inato,
É reactivo e,
Ser assim,
É natural.
Como a sede,
Como a água.
Senti o grito,
A força do Mundo.
O que me faz viver,
Sem querer saber.
Só pensei no medo,
Que não tenho
Mas que respeito.
Estar vivo,
É ser tempestade.
É trovoada,
É chuva e lama,
É calor e areia.
É o som da chama.
Crepitar de pele seca,
Corpo livre de tudo.
Inato e,
Reactivo.
Viva a trovoada!



26JUNHO2016

domingo, 26 de junho de 2016

SER LEVE É ESTE PESO





Desvio de areia solta,
Água pelo meio
Como um rio.
Não é rio,
Não é margem
específica que me tormenta.
Nem tempestade.
Não é nada específico!
Talvez me motive
A hégira suave,
Sem que me sintam a falta.
É uma mão cheia
De grãos de areia,
Que se me escapam.
É a metáfora.
A vida de primor
Sem a obra-prima.
Serei eu obnóxio,
Por submisso ou insubordinado?
Não quero o obséquio
Da facilidade frágil.
Quero a sarna
De uma malícia inteligente.
Tanto,
Como pouca é essa gente.
É a salinidade que corroi,
A beleza deste bronze,
Desta complicada figura e
Escultura de toneladas.
Ser leve é este peso.
É não ter medo,
É ser teso.
Tudo é o que é,
Ou terá mesmo de ser!



26JUNHO2016

segunda-feira, 20 de junho de 2016

ACORDAR OUTRA VEZ!





As estrelas.
A noite negra
De brilhos fartos,
As estrelas.
Os cadafalsos,
Pódiums e profecias.
Eventos,
Olimpíadas de ventos,
Fórums.
Amores,
Demências
Essências nobres.
O divino
Destino de falhas
Intermitência régia.
Amor que é
Flor que foi,
Desflorar de amor,
Parto de fé.
Ser assim,
À sombra de mim,
Reflexo espelhado,
Luar refinado
De Lua vazia de sim.
Amar o amor,
Gostar de gostar assim.
Coincidências?
Ausências de quê?
Nada nem ninguém.
Sou eu o nós,
Que por vós ficarei.
Amar-vos eu amo,
Como degredo
Sem segredo
Do pôr do sol da manhã.
Madrugada, nua e fria
Orvalho de réstia tardia
É a essência,
E o acordar outra vez!




20JUNHO2016

AMAR ...




Vou tentar manter-me
Acordado neste início de dia,
Talvez até tardio pela hora.
Querer a sobriedade
Não sei se será o mais indicado.
É talvez uma questão de utopia,
Regulada por um adiar frio,
Que me remete à essência do sim.
O que é a essência?
Sei lá eu bem ?!
Apenas sei que o rio é simples.
As margens são amantes,
Separados pelo deleite fresco
De um e total prazer imenso.
É a nascente que grita,
Que se vem nas margens
Com as pernas quase abertas,
Que eu abro e beijo,
Até ao deleite que se esvai.
E eu?
Quem sou eu?
A pedra, ainda não seixo,
Granito frio,
Nascente perversa e
Aversa a toda a normalidade.
Sou eu a nascente!
O estado permanente,
Nem sempre presente de mim,
Mas que sim,
Porque sim,
Porque desejo ser o que digo,
Fazer o que faço e, amar.
Ai, Deus meu e do Mundo!!!!!!!!!!!!!!
Amar eu amo!
Sou profundo!
Não há quem ame mais,
Não há competição,
Não há comparação!
Há o eu que sou Eu.
Há o amor que tenho,
Por ti e  por todos aqueles,
Os que correm no leito do rio,
No aquecer das margens geladas,
Que mimo e toco,
A cada toque que sinto.
É dizer que sim a todos os nãos,
Mimar com os dedos das mãos;
É a razão que tenho e não perdi,
Mas que querem que a perca.
Não luto por isso!
Não sou troféu ganho ou perdido.
Estou vivo!
É essa a razão de amar como amo!
E...
Ó meu Deus,
Tu sabes como eu Amo!



20JUNHO2016

segunda-feira, 13 de junho de 2016

DIZER QUE SIM

Dizer que sim,
É a vénia restrita
À sombra da decadência.
Digo então, que sim.
Conforme solicita a vida,
Quero irreverência.
A saudade é reverente!
Presente em todos os passos,
Por todos os restos de dias,
Por todos os caminhos pisados
Que impedem a minha fotosíntese.
Florescer, só é possível
Saindo dos caminhos velhos.
A gravilha está solta,
Tudo escorrega no caminho.
Correr está fora de questão;
Apenas um passo lento
Calculado com quase precisão
Para não cair.
Já chega o passado?
Nunca chega, mas
Digo que sim!
A mim!
Aqui.
Sim!






13JUNHO2016

quarta-feira, 8 de junho de 2016

SOU O QUE SOU





Ai, a origem das coisas...
Será dor?
É uma fragilidade que me atrai
Quando a madrugada me acorda.
O íntimo dos ínfimos
O medo de estar bem,
O que quero ser e sentir?!
Tento que os dias sejam longos,
Tento fazer sentir segurança
Em tudo o que me iguala à vida.
Há um desleixo essencial,
Não prematuro, nem inerente
Que é sentir que estou salvo.
Salvo de mim próprio,
O tal ser que é estranho,
Que se torne indefinido
Pelas definições predispostas.
O que sinto, é isto.
Um vazio uterino,
Que me faz sentir o amor,
Tão puro como pura é a existência.
Sinto umbilicalmente a razão!
O poder de ser simples,
Como simples é estar aqui.
Só me doem as palavras,
As que fogem do real,
A incerteza da certeza,
O privilégio da dúvida!
Já não quero saber!
Sinceramente, não quero saber!
Dói-me a inércia,
Que no fundo é isto.
Serei solidário com a negligência?
Provavelmente sim...
Chego à conclusão da vida,
Um absoluto pensar da realidade
Um tempo onde o desperdício é fatal.
Mas existo.
Como todos.
Como os que regem as leis,
Que me aclimatizam o frio da vida.
Sou o que sou,
Não posso deixar de ser isso!



08JUNHO2016

O AMOR É PERFEITO





Ser suave é ser assim.
Tal e qual como;
Um não sei como
Um não sei porquê?!
É ser o que é ser.
Sim, é isso. Sim!
É aprender a amar,
Mesmo não amando.
Amizade, talvez sim...
Talvez. Ou não?
Mas ser amado assim?
Tal como sou agora?
Estou possesso comigo.
A minha idoneidade,
A admiração real,
O que me foi dito,
O que não acredito.
Ser suave é ser assim!
É esta amálgama de veludo
Que me enche o peito,
Um rio fraco, amotinado
Por direito. É ser Eu!
É ser assim, imperfeito.
Será o dia a parte boa?
A noite o incerto?
A sombra a folia
De um peito aberto?
SEI QUE SIM!
Que sou assim.
O Amor é perfeito!



08JUNHO2016



DIA DE TALVEZ





Um dia de absoluto abrigo,
Seria a hipótese ideal.
É agora que digo,
um afinal, um porquê,
Um talvez seja por isso.
A resposta mais simples,
Um "está certo" comprometido,
Com a dúvida da certeza.
Será que sei o que digo?!
Sim, claro que sei.
Mas deixo um caminho,
Que apesar de reconhecível,
Não deixa de ser imperfeito.
Os caminhos existem,
Por si só, com opções de ida.
É aí que as flores morrem,
Pisadas, nesse mesmo caminho.
Hoje, era dia de bonança,
Era dia de esperança fácil,
Mas os espinhos das rosas,
Para além da sua Beleza,
Trazem a experiência da dor.
E rasgam! E arranham! E ardem!
O sangue é da mesma cor.
Ajudem-me por favor!
Sei que sou assim, final
E apenas pretencioso na cor.
Eu sei que amo! O que é o amor!
Eu sei que sim. Directo!
Sabeis vós o que digo?
Dizeis que sim!?
Sou-te engenho vago,
Saltimbanco de peitos,
Pedinte de desejo.
Sou o Eu que me amo,
Que te dou o conceito,
Que achas bem,
Que dizes que não,
Que sabes ou achas que sim.
Hoje é dia de talvez,
Porque sim!



08JUNHO2016



domingo, 5 de junho de 2016

TEJO LONGE





À sombra do palanque
Se estrado ou cadafalso,
O recital que me falha.
Não sei da produção
Se a farei ou mal a fiz,
Não sei! Não sei!
Talvez culpe os arlequins
Marionetes e sombras,
Fumos e risadas,
Quase tantas frases
Como estas tão vagas.
Talvez a maré vazia,
Um cheiro pestilento
De compostos desgovernados.
Talvez cores lascadas,
Tintas quase caídas
Como as portadas.
A cerca, que foi moura,
Um vale de telhas,
Carregadas em telhados,
Frisos a ferro forjado.
Verde de preferência,
Porque sim, era assim,
Sem opção. É assim!
Torres e sinos
Igrejas e miradouros,
Cheiros mesquinhos
Fugidos ora procurados.
A fama, a moda...
O Tejo!
O som do Sol,
A cor única espelhada que,
Desde o dia ao luar,
Vai a diferença de um beijo.
É isto que vejo agora,
Talvez a saudade,
À noite em Londres,
À frente dos olhos.



05JUNHO2016


quarta-feira, 1 de junho de 2016

IR




Voltar.

Sensação oposta,
Desejo,
Saudade,
Querer,
Vontade...

Partir.

Sensação oposta,
Desejo,
Saudade,
Quere,
Vontade...

Ir.


01JUNHO2016