sábado, 28 de outubro de 2017

CHEGAR PERTO





Sentir saudade!
Sentir fome na Alma,
Desprotegida por destino.
A viagem está aqui,
Cerrar os olhos
Chegar perto, tão perto,
Que quase toco o desejo.
É um esforço,
Toda a calma disfarçada,
Como um jogo de avatares.
Ser o prolongamento do corpo,
Criar mundos paralelos, e ficar
Aqui, sentado a olhar as letras,
Sem capacidade de discernimento,
Senão esta ilusão.



28OUTUBRO2017


DE UM INÍCIO




Chegaram as sombras, e
Tudo o que admiro por abstrato.
O ondular é incerto,
Como a incerteza do amanhã.
Mas hoje, hoje é um problema bom.
Ultrapassável e desejado.
As folhas, são a luz do Outono
Que me fazem parar e admirar,
Nesta já não dúvida de existência.
É a morte sorridente,
Que dá um sorriso à vida.
Insolente desenrolar cíclico,
Que odeio e amo, não por convicção,
Mas pela dúvida constante
Do início e do fim.
Há este fim real,
Previsível e objectivo. Real.
E o resto?
De que é feito o resto?
O início e outros fins?
Hermética é a evolução
Desenrolada por parcelas.
O nascer do Sol, a pele quente
Energia de um pequeno nada.
Que sou eu senão isto.
Um pouco mais que tudo isto.
Sou o Templo dentro do Templo
A felicidade é feita de ignorância,
Ou será que ignorar é mais leve?
Precisas são as estrelas,
Todas as histórias infantis
Que continuamos a ouvir
Como Príncipes e Princesas
De um mundo ilusório, de tão bom.
Ganhar um dia. Hoje, amanhã e sempre.
A continuidade não é só infinito,
É um projecto que sonho de noite
E que vivo com a intensidade
Da morte de uma Estrela.
A vida é já.
Vivo-a, mas penso!



28OUTUBRO2017

GANHAR UM BEIJO





É quase certo.
O genuíno da verdade.
O presumível,
Diagnóstico de qualidade, é
Motivação agradável.
Ganhar um beijo,
Naquele calor dos lábios
Que faz crescer as rosas.
Os rios correm
Como corre o peito,
Sempre desenfreado
Com as margens ultrapassadas
Por inundação de vontades.
A pele é incompreendida
Até porque arrepiam
A mais pequena parte do irresistível.
Mas para quê correr?
Para e porquê correr
Quando este corcel é manso,
Longínquo e adorável?
É o que a saudade me diz,
Quando fico a um canto
Sentado, e de sonhos acordado.
Faltam as velas,
Os aromas no ar,
Um toque de coisas matreiras
E o amar.



28OUTUBRO2017