Tenho os olhos fustigados pelo vento...
Semicerrados... em chicotadas de graos d'areia,
que tentam trespassar, as portas que os protegem.
O vento imenso, faz-me travar impetos,
em barreiras naturais, que nao controlo.
Tenho tempestades a minha volta.
Teem nomes que nao conheco... mas teem
previsoes de tempo, o tempo que nunca sei.
Debruco-me e enfrento a ventania,
finco em forca estranha, os pes no chao
que por tanta areia nao me sustenta.
Castelos de areia que voam ao sopro do vento,
e de bafuradas de esperanca que se esvai.
Uma porta ao fundo que foco, na proteccao
que preciso ter do mundo. Os meus segredos...
enchem-me os bolsos de papeis inuteis,
que de tantos, transbordam como lixo.
As paginas tantas que escrevi e escrevo,
sao o leite materno que preciso... preciso
ficar imune, a imundice deste mundo.
Sou estranho em meu proprio corpo.
Habito a morada errada, num remetente
enviado a todos, para que nao me liguem.
Mas estou fustigado pelo vento...
Nao suporto a furia dos elementos,
que atrofiam a forca que tenho.
Quero ficar em casa. Sozinho... na companhia
de mim, e da tinta que me escorre em veias
enrijadas pelo tempo, que nao controlo.
Escrever, e ler o que nao escrevo.
Quero sentir-me no meu outro mundo
que nao este... que nao pedi.
Quero ser o que quero. Viver o que sonho,
sem tempestades nem tormentos
de ventos que nao controlo.
Sou a paz da minha alma!
E vivo assim... meio louco!
29 ABRIL 2012
Muito bonito! Uma vez mais...
ResponderEliminarParabéns... e é tão bom viver assim meio louco(a,na companhia da nossa "loucura" escrevendo e vivendo a paz da alma!
Isso mesmo Maria, a loucura em doses certas, evita a loucura irreversivel.
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