sábado, 11 de maio de 2013

CHAMA ARDENTE E FRIA




Segurei numa chama que ardia.
Era azul. O céu é azul e não queima.
Era uma chama fria, um azul sem arder.
Queimei-me na pele, na alma e,
no sonho da minha própria pele.
Ardia de forma estranha. Era chama.
Controlei esse espaço, diferente.
Uma chama que arde e não queima.
A minha chama azul, a pele que arde,
a chama que não é chama, só pode ser alma.
Tenho medo das fogueiras. São chamas,
Quentes, ardentes e de cores vermelhas.
Os anjos não têm côr. São frios,
talvez azuis, amarelos ou verdes,
são de todas as cores. Como as chamas.
A refração da luz também queima. As gotas,
Um arco iris de coisas estranhas. A pele.
O suor do sexo, já não tem nexo.
O calor, ficou frio, mas ainda arde.
São cores e elementos diferentes.
As festas e mordomias extravagentes,
cinzelaram lágrimas, como diamantes.
A minha pele arde, fogo de côr azul,
chama diferente, que me atrai a mente.
Um ardor, um piscar de olhos,
visão desfocada pelo calor. E o ardor.
Era a minha chama fria, a que ardia.
O gelo no toque, um dedo e a pele.
O beijo, imune ao desejo. Gelou.
O calor esfriou, em cor diferente.
Era azul. O céu é azul e não queima.
A alma não refila, só muda de côr.
A dor está ausente, sem o respeito,
que me deixou renitente. Por defeito.
A minha alma, como o céu, é azul
cheia de nuvens diferentes, nunca inertes,
que rumam no silêncio fingido do vento.
A minha pele está azul, porque arde,
rosada por acenar o frio passado,
e o calor que já não me consome.
Os diamantes fundiram, o carbono
queimou-me o tino. E tudo o que resta.
Um calor tão frio que fica,
arranhando em cada aresta.
Era a minha chama, sim.
A que ardia, e tanto.
Apaixonei-me. Um calor estranho,
o frio e o quente. O vermelho azulado.
Fico atónito e quente,
porque afinal aquela chama ardente,
de fria se tornou ardente,
sem a mordomia da numa chama fria.
E vejo o meu destino. O presente.
Seja qual for esta chama, 
será com certeza, o azul
de uma nova chama ardente.

10 MAIO 2013

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