sábado, 25 de maio de 2013

ANATOMIA DO DESEJO



Hoje acrescento um pouco do fim.
O incompleto, transformou-se em translucidez,
talvez pelo prazer de uma interpretação abstrata.
Já não entendo a lógica das coisas simples.
Sei que são o que quero, que são boas...
Mas o quadro, hoje, transformou a indiferença.
Acho que pendurei tudo de pernas para o ar,
do verso fiz reverso e nada sobressaiu.
Sei lá eu o que é avida!? Uma contagem do tempo.
Uma merda qualquer que me atrai ficar por aqui.
O desejo é o auge da soberba, tirando a própria soberba,
onde o clímax, delega o inimaginável em prazer total.
Sei que a prioridade está na norma, ou na falha...
Tudo depende da forma de aproximação,
do entusiasmo da coisa pública, ou de mim próprio.
O fim do dia, tem a doce e fácil magia.
Tem os porquês insolúveis na dúvida.
O maravilhoso regalo visual, o crepúsculo,
a simbologia de todas as coisas relevantes.
O silêncio, a aberração da inércia, o nascer do dia...
O choro da nascença, o grito do oxigénio
onde o incompreensível se torna realidade.
O nascer do corpo, o prolongamento da alma,
todo o ritual precoce e arcaico da vida.
Todos os dias são águas de nascente.
O deslizar suave e imenso da matéria liquida,
o toque inodoro na pele, o ardor de um fogo...
Um fogo próprio e imparcial, a anatomia do desejo.
Os corpos e as almas, são a mistura do impossível.
Algo de inconformista, em desejo permanente,
como eu, um servo disfarçado no meio de nada.
Acrescento o que já foi feito, renovado e perfeito.
A carne e o desejo, a alma e o beijo.
Eu!


25 MAIO 2013

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