sexta-feira, 17 de maio de 2013

SER SEVERO





Preciso de ser severo.
Deixar-me de banalidades.
Nada nem ninguém perto.
Um espaço aberto, pequeno.
Um mundo novo, não terreno.
Preciso saber o que quero.
Um retiro, uma gruta junto ao mar.
Preciso da severidade dos elementos.
Crús e puros como o tempo.
O troar das ondas que me arrepie.
Sentir o mar gelado na pele.
Deleitar-me com o cheiro salino.
Ser severo e egoista na solidão.
Apenas eu e uns momentos,
apenas um alvo, interno e incógnito.
Preciso de ser severo.
Comigo mesmo, domado e circunscrito.
Um método, o ar que me faz pensar.
O corpo e a personalidade,
domados e ensinados por mim.
Eu próprio, que não me conheço.
Eu mesmo, que abuso de tudo.
Sózinho, recluso temporário.
Um mundo paralelo, um portal
para lá da sombra que me persegue.
Sei ser severo. Saberei quando!
A dor é motivante.
Motiva a procura de a não ter.
Preciso saber o que quero.
Preciso de ser severo.
(por mim...)


17 MAIO 2013

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