sábado, 11 de maio de 2013

UM DIA FEDORENTO



Hoje é dia de fazer absolutamente nada.
A preguiça e o tédio, são complicados.
As reacções mundanas estão tão podres,
que me fedem a alma ao abrir a porta.
Por isso decidi ficar em casa, purificado.
Eu sou o meu próprio remédio, o antídoto
a toda a devastação gratuita generalizada.
Hoje, talvez não apenas hoje, fico por aqui.
Enervo-me sozinho, com a miséria que vejo.
Hoje não transmito nada. Assimilo e aculturo.
Nao há maneira de fugir a este mundo,
fico à espera que o sono me acorde o sonho.
A única fuga possivel, o meu Eden.
Realmente é triste chegar a este ponto.
Viver e respirar num ponto cósmico,
um micro ponto deste todo Universo,
que é concerteza o auge da infinita Beleza,
e sentir-me como me sinto... É pena.
Tenho pena da Humanidade! Tenho pena,
além de toda a fé nas criancas que sofrem.
Hoje é dia de não praguejar com a inteligência.
A preguiça e o tédio, são reis nus na minha parada,
desta vez sabendo exactamente a visão dos outros.
Os Moinhos ja têm medo dos Quixotes,
os Sanchos ja estão magros e sem mula que os carregue.
Tudo está de pernas para o ar. As bestas no Poder,
os inteligentes alimentando a hipocrisia do Mundo.
As guerras, essas ficam e crescem felizes.
As violações e genocidios estão fartos e gordos.
E a comunicaçao mostra por mostrar, que lindo.
Devo estar no meio de um pesadelo concerteza.
A realidade não tem qualquer nexo nem lógica.
Estou farto de tudo isto! Estou doente e sem remédio.
Por isso, já tenho a alma fedorenta e inanimada.
Vou ficar quieto em casa hoje, assim, quieto.
Hoje é dia de fazer absolutamente nada.

10 MAIO 2013

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