Tenho esta revelia a lugares
Pouco comuns, transparentes;
Tanto como a irreverência.
Esta posologia que não me trata
Nem do corpo nem da alma
Deixa um rastro de maresia
Que cheiro nos recantos
De todas as rochas que falam de mim.
Ou comigo. Ou para mim.
Mas sei que falam, porque não sou doido
E falo com elas, eu, o dito cujo
Que é estranho consigo próprio.
Não me digam que estou louco
Agradecia a pés juntos, e falho nisso.
Estou exaltado pela incompetência
Que me acalma a minha capacidade
De uma forma tão estranha... Meu Deus.
De uma forma tão estranha!
Resolvo a vida, no declínio da razão
A que tenho e existe sempre
Mas que o corpo insiste em alterar
Injusto como os justos o sã; às vezes.
Diria que a hereditariedade é cruel.
A lógica da representação subsequente
Não tem qualquer lógica se sentir o que sinto.
É tudo simbólico, é tudo subconsciente
É tudo estranho, como a vida não deixa de ser.
Tenhamos nós a capacidade da vida,
Tenhamos nós o poder da manipulação cega
De um imaginário criado à conta de imagens
Que imaginamos serem reais. Mas não são.
Quero ser livre, por imposição própria
Pela apologia da Sabedoria
Ultrapassando o miserável desperdiçar consciente
De saber e querer viver a Vida.
Quero tudo, porque não tenho nada.
Não quero nada, porque tenho tudo.
O Não e o Sim, nesta panaceia do talvez.
Tenho o sangue diminuto,
Com a obrigatoriedade de um circuito rotineiro.
Tenho o coração desfeito,
Pela imposição de tempo e do sangue imposto.
Tenho a memória viva,
Porque a revejo a cada fechar de olhos.
O sonho começa a ser cruel, por quantidades industriais
De formas e formatos desformatados que me atacam.
E EU?
Onde estou Eu, no meio de mim?
Quem sou EU?
Quero mar.
Quero ar, fogo e água.
Quero estar no meu elemento natural.
Um ponto simples, no meio do meu EGO.
Ser EU.
Sim
Quero ser EU
(finalmente).
27OUTUBRO2016
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