domingo, 17 de julho de 2016

A PELE DA LUA




Acabei de me banhar num lago sagrado.
Secreto, intransponível aos laicos.
Latos de incredibilidade, e falta de imaginação
O que agrada, pela escassez de frequência.
Mergulhei num lago de sal, imenso,
Cinzento, onde a minha pele amaciou.
É uma das crateras escondidas da Lua.
O mais interessante e maravilhoso,
É o momento em que a face descansa,
Nas mãos que sobreponho no limite do lago.
Sento o queixo nos dedos,
Foco a visão desacreditada,
E vejo um planeta de índole extrema,
De uma beleza quase indiscritível,
Se por acaso se desse o caso de não o conhecer.
É uma viagem rápida, uma noite
Que dura uns segundos. O tempo do sonho.
É chegar e louvar a vida,
Admitir que estar vivo é fantástico,
Mesmo sabendo que o nascimento,
É o princípio da morte.
É este intermédio que faz a diferença.
Viver! Viver sem ligar a oxigénio,
Viver ligando à Alma e memória.
Renascer, será diferente. É sempre.
Quero este pedaço que me cabe,
Explorado até onde consiga...
Ao máximo! De forma salutar.
É amar quem me ama.
Sentir o que sinto e amplificá-lo.
É ser eu próprio, sozinho ou não,
Mas livre!
Sempre e impreterivelmente,
Livre!
A Lua são os poros da minha pele.
E reduzo-me ao nano facto de me visitar.

17JULHO2016

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