sexta-feira, 8 de julho de 2016

NOVO MORRER DE VELHO




Sei do meu sangue,
Quente de saudade.
Sei da neve,
Que me arrefece.
Sei de memórias,
Que me amam
Como eu amo tanto!
Sei que no fim,
No filtrar da ansiedade,
Nada sobra mesmo,
A não ser a idade.
Sei do amor,
Por tantos que tive.
Sei de toda a dor,
Por ser equilíbrio.
Por isso quero cair,
Sair de sensações,
De volta a uma base,
Isolado do mundo,
Porque o meu mundo,
É tão único, como eu!
Os dias correm,
As horas murcham,
A pele envelhece.
E então?
Não vejo nada de novo.
Não sei sentir pouco,
Nem aqui, nem ali,
Nem no corpo,
Muito menos na Alma.
Só quero ouvir acordes,
Ébanos e marfins,
Desde quando era novo.
E de agora fico,
Como Deus infinito,
Sem atingir o meu Ser.
É o amor que sorri,
Que me dói aqui,
Porque sempre o pedi,
Mesmo quando fugi.
Tantos i'sss...
Tantos Eus que não
Ou às vezes que sim.
Só a criança é certa,
Verdadeira e fiel.
Só isso eu sou,
Porque morri de velho,
Muito novo!



07JULHO2016

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