segunda-feira, 18 de julho de 2016

A VERDADE ESCONDIDA





Preciso ficar louco!
Preciso urgentemente a loucura.
A real, louca mesmo,
A verdadeira, desligar o Mundo.
Há outros mundos que tenho!
Muitos, há muito...
Coordenados, geridos
Sentido de fuga concreta.
Já não chegam.
É o defeito do tempo,
Um efeito anormal incorporado.
Quero ver diferente,
Em tempo e espaço reais,
Sem lentes, sem virtualidade,
Apenas um novo espaço... Meu!
Meu, muito meu.
Tão meu, que o egoísmo vence.
Tão fácil não resistir à norma.
Tão saboroso desafiar a norma!
E eu! E eu! E apenas outro eu!
Espaços efémeros de auras maturas,
Sem cor, indolor, sem pouco
Sem pouco mais que nada.
Um pavio mergulhado no azeite
Lamparina de redundância secular,
O adeus de uma chegada qualquer.
O que quero fugir chegando,
Sem luta, sem guerra própria.
A saudade é gene incógnito,
É a viagem da alma,
Num corpo longínquo.
É a verdade escondida!
Ternura sábia, vaporizada
Em borrifos de essências eufóricas
Com a ingenuidade do prazer;
A impaciência feromónica
De impulsos a que me imponho.
Quero fugir da realidade!
Mas quero mesmo!
Mesmo provocando uma nova,
Fora de mim, comigo dentro.
Quero a verdade que está escondida!
Quero a verdade porque sou eu ela.
Quero tudo o que não tenho!
A teia que me cerca,
Não me agarra. Fujo confortavelmente.
Só me prendo a espaços abertos,
Demasiado egocêntricos por influência
Tão premeditada como a imprevisibilidade!
É fácil estar aqui,
Sem que percebam patavina do que disse.
Mas eu sei!
Sei de tudo!
Tenho a verdade escondida!


18JULHO2016


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