Hoje era o dia certo para um passeio.
Se é que existem dias certos para isso.
Talvez o local.
Campo, paisagem simples, agreste.
Uma sensação de veludo,
revestida a um cru quase doentio.
De bom!
Uma estrada de pó,
solto em redemoinhos pequenos,
que o vento fraco conseguiu sem saber.
O prado, é tudo o que me cerca,
separado por pequenos muros de pedras soltas,
sobrepostas umas às outras,
em equilíbrio preciso.
Uma preciosidade de remotos milénios.
A simplicidade funcional.
Tem zonas, em que os muros estão remendados.
Como a Alma, como as Almas,
com pedaços evidentes e deslocados, mas funcionais.
É nesta zona que sem me aperceber me concentro,
e sem dar por isso também,
começo a ver formas.
Faces, pessoas tortas, tudo meio surrealista.
Uma reticência de probabilidades a explorar.
Assim passa às vezes o tempo.
A pensar nos remendos da vida,
que o abstrato se encarregou de surrealizar,
auto suficiente e esfomeada de coisas diferentes.
Há que ter coragem.
Há que remendar os muros!
03SETEMBRO2016
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