terça-feira, 6 de setembro de 2016

O VERBO





Tens o corpo inundado de um verbo.
Uma fórmula quase inadiável,
Que aprendo quando te beijo.
É fácil memorizar o diálogo,
O presente, o passado e o futuro.
Serás quase mais que perfeita,
Pela simplicidade e suavidade
Quando beijas com as palavras.
Tão certas! Tão delicadas!
Sei que é inadiável o futuro,
Já falei nele, no passado.
O verbo és tu, quem eu te leio,
Virando-te página por página,
Com a ponta dos dedos.
O som, é prolongado.
É o arregalar dos olhos,
Que me arrepia dentro de ti.
És o desejo sem o desejo,
Que eu desejo sem ter o corpo;
Porque o corpo é vontade,
É falta e felicidade,
É amor e saudade,
É quase tudo...
Mesmo aqui, de tão longe!
Os dedos interligados, apertam-se
Com a força brutal do momento.
E abraço-te com a intensidade
De um rio bravo que te inunda,
Incontrolável nas tuas margens,
Pelo desejo mais puro que existe.
O verbo é Amar.



06SETEMBRO2016

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