quinta-feira, 5 de maio de 2016

CASTELO DA ALMA





Pesam as pedras já soltas,
Em avolumar de nuvens 
Como alicerces compostos,
Que me pesam a alma vazia.
É a indecente ilusão 
Dos ramos remexidos pelo vento 
Onde me distraio no movimento 
De tantas sombras sem senso. 
Lá ao longe, o esvoaçar dos corvos, 
Quase um encontro com terra firme, 
Para poder escolher o passo certo 
De uma corrida desenfreada pelo Tempo. 
As pedras encaixam umas com as outras, 
Em abraços que as seguram sem grande mestria. 
Interessa sim o rigor quase garantido 
De uma beleza quase indiscritível 
Alimentada pelo grasnar de liberdade pura 
Sem contagem de habilitações próprias,
Senão a sensação inata não adquirida. 
Só a fúria do vento é imprecisa, 
Como carecem as tempestades de maior calma. 
É este o meu Castelo, 
Compulsivo de sobrancerias sem um valor real. 
É a fragilidade da construção que dita os pontos de fuga, 
Que as muralhas defendem até à exaustão. 
A alma está lá no topo, 
Como uma pena camuflada 
Que aproveita a boleia do voo dos corvos. 
É a inteligência liberta que voa, 
A liberdade feliz de uma alma quase perdida que se reconstrói 
Ao sabor da razão. 
As Muralhas Também Caem, 
Basta que as Almas partam, 
E o grasnar liberto dos corvos 
Os eleve no voo de uma liberdade contagiante. 
Este meu Castelo está tão forte como solto, 
As minhas muralhas são de nuvens. 


03AGOSTO2016

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