Uma seara imensa, onde o trigo se atropela,
em distancia digna de um bocejo admirado.
Plantar de vida que seculos se encarregam,
no transformar condigno, que alimenta os vivos.
Os moinhos que nao sao combate nem dor,
mos que fortalecem estomagos famintos,
que rodam na calma complexa do vento,
no esmagar intenso do milagre transformado.
Uma seara que devia ser matrona de tantas,
infindaveis ao perder de vista, em lugares
onde o horizonte misture as cores quentes,
como fornalha que absorve efusivamente,
o calor do fogo em mistura com a alegria,
de quem seja alimentado, em fervor de fome.
Uma seara que alimente as almas quentes de febre,
inertes na impotencia aberrante e demolidora da fe.
Um perder de vista que me faca sorrir, assim...
ao imaginar sorrisos pelo mais simples da vida.
Alimentar povos ignorados pela ambicao.
Desfazer com amor o inferno na Terra.
Afagar uma face ossea e seca,
com mao cheia de vida tao facil para mim.
Um pequeno abraco, um afago e um beijo.
Tao tremulo como os meus olhos humedecidos
pela pureza,que afinal nao e dificil...
Uma crianca inanimada que resurje do nada.
Um sorriso que comeca por um piscar lento
onde os olhos agradecem um pouco de luz.
Onde o corpo absorve o que a alma ja esqueceu,
e por fim um sorriso seco de amor eterno,
no aconchego deste meu colo farto,
onde te embalo para que adormecas,
feliz com a minha imagem na tua memoria,
para que te lembres sempre... mas sempre,
que ha quem se preocupe, apesar da impotencia.
Amo-te assim tanto, crianca incognita!
Amo-te tanto como a minha vida,
que ao comparar nao tem qualquer importancia.
Vive crianca...
Vive!!!
02 setembro 2012
Texto magnífico. Senti o trigo na minha pele, o cheiro da farinha moída e a emoção do desejo que a criança continue a viver.
ResponderEliminarÉ uma coisa rara!
Obrigado Dulce. Uma pequena homenagem aos necessitados, que tanto me transtornam quando vejo certas imagens.
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