Hoje respiro a minha infancia, em sopros de fogo.
Ja nao sinto raiva, mas amor que a absorve.
Rejuvenesco na complementaridade do bom senso.
Mas nao esqueco... meu Deus, mas como nao esqueco.
Nao esqueco o alcool na pele verdascada.
Nao esqueco o mundo, e o paralelo que criei...
Ainda organizo festas e circos no meu silencio.
A brancura da crianca, que foi suja e desfeita.
Fiz poemas de alegria nas lagrimas estranhas.
Devorei a besta com a indiferenca e piedade.
Sonhei o estrelar do cosmos no breu do quarto.
Matei com a alma! Agredi com raiva incredula.
Existe sim, o pecado de ser crianca. Eu sei...
Castelos deslumbrantes cresceram, na ponta dos dedos.
Firmes... de areia, de cartao e de nada. Lindos.
Sonhei palavras ternas, nas ofensas que ouvi.
O meu sorriso... o equilibrio do meu sorriso.
O desespero do nada, na frustracao dos meus olhos.
E renasci... todos os dias, um renascer do nada.
Passaram os anos, como paginas que rasguei.
Aprendi a conhecer o homem, e a besta humana.
Hoje a vontade e de te abracar, dizer que te perdou-o.
Mas nao... doi-me a pele da alma. Ainda...
As cicatrizes sao irreverentes e orgulhosas.
Mas abraco-te no amor do presente... sem passado.
A crianca que fugiu de mim, era eu... apenas eu.
18 SETEMBRO 2012
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