domingo, 30 de setembro de 2012

ARQUIVOS





Memória,
O arquivo de tudo que sonho.
História,
O arquivo de tudo o que não vi.
Carácter,
O arquivo de tudo o que sou.
Amor,
O arquivo de tudo que sinto.
Dor,
O arquivo de tudo o que não quero.
Paixão,
O arquivo de tudo o que desejo.
Felicidade,
O arquivo de tudo o que procuro.
Escrever,
O arquivo de tudo o que tenho na alma.
Fome,
O arquivo de tudo o que me faz lutar.
Amizade,
O arquivo de tudo o que me acalma.
Arte,
O arquivo de tudo o que me absorve.
Deus,
O arquivo de tudo o que me intriga.
Mulher,
O arquivo de tudo!!!!

30 SETEMBRO 2012

CORPO FERIDO



Tenho o meu corpo ferido.
Este involucro de vida que me sustem erecto,
prima pela insistencia que lhe imponho.
A figura e imagem expressiva... e pouco.
Faco por desabafar na pureza da fe.
A minha propria fe, mistura de religioes.
Abracava o Mundo se pudesse...
Acabo sempre em reflexoes incompletas.
Na realidade, so absorvemos o passado,
nao consigo reflectir no futuro, com pena minha.
Nao que queira tornar-me feliz na previsibilidade,
mas entregar um pouco de animo pela vontade.
Se pudesse escolher... desligava a alma.
Apenas no sofrimento que absorvo.
Passaria a pratica, as teorias utopicas
em oferta da felicidade, que tantos querem facil.
Descodificar as dificuldades ansiosas,
simplificar o obvio que nao se alcanca.
Sempre positivo no sorriso, sabendo eu
de antemao, que desconfiam da minha alegria.
Nao escrevo triste, mas desenvolvo a revolta interior.
Seria tao mais facil, acabar com a tristeza,
apesar de ser componente essencial,
que torna supremo, o valor da felicidade.
Tenho meu corpo ferido... pela alma.

30 SETEMBRO 2012

 

ARTE & DELEITE



Adoro ter orgasmos.
Hoje são de mente.
A Arte, por si só, dá-me prazer intenso.
O potencial da inteligência humana,
expresso na capacidade creativa.
Este é o objectivo da existência humana.
Expressividade.
Creatividade.
Beleza intelectual.
Andar neste mundo,
só para ver passar os dias,
é o que acontece aos irracionais.
Tenho orgasmos mentais,
que se assemelham a sexo.
Tenho um deleite incontrolável,
quando a Arte me sorri.
Mesmo à minha frente.
"Chariot of the Sun"... vi agora mesmo.
Catorze seculos antes do Sr. Cristo.
A complexidade de uma obra incrivel.
O meu deleite, entre tantos outros.
Hoje os orgasmos foram consecutivos.
Tanto bronze de uma vez,
tanta a expressao milenária.
Faltam-me palavras pela obra.
O meu deslumbre atrofia-me a fala.
Quero ter (e tenho!) fome de Arte. Consumi-la.
A felicidade sente-se no deleite.
A felicidade sente-se na Arte.
A minha mente treme de luxúria.
Adoro orgasmos.


30 SETEMBRO 2012

sábado, 29 de setembro de 2012

O MEU DESASSOSSEGO II



Consegui equivalência ao desassossego.
Defini a prioridade da indiferença, e sim,
Sei que falo muito, com imensa intenção,
Essencialmente pelas frustrações que observo.
Acabo por ser foco de assimilação indirecta.
Rasga-se-me a harmonia do conformismo.
Prefiro que assim aconteça, para ser honesto.
O desassossego, não deixa de ser cativante,
Apesar dos momentos intensos de ansiedade,
Pela máquina do pensamento, que mesmo
Enferrujando ou descarrilando, não para.
Esta fórmula de observação, tem um dom.
A irreverência dos sentidos, em posturas
Que não sendo facilmente adaptadas, reagem...
Reagir ao inadmissível, uma simples reflexão.
Sentir-me fora da zona protegida, é calma,
Sem pânicos mas atento, e reagente assíduo.
A minha alquimia, mantém a praxe do ritual
Que apesar da incoerência, funciona...
O descalabro da sobrevivência, agride
Toda a demência social que sinto, a cada passo.
Demência é a fase seguinte, um desassossego
ineficaz, é fadiga com fraca irreverência.
Sinto-o no meu corpo; sinto o desassossego,
Mas, estranhamente, não o quero perder,
Pelo risco e receio, da monotonia inerente.
Sentir a falta de metas, (in)cumpridas, acorda
A motivação da procura, que se perde tanta vez.
O desânimo é tão perigoso, e acutilante!
Quero mesmo (!) seguir em frente, sem sossego.
Quero estar bem acordado em constante dúvida.
Novos objectivo, e alguns outros por cumprir.
O desassossego, tem uma palavra a dizer, sempre.
Só assim, talvez, consiga o meu sossego...


29 SETEMBRO 2012 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

TANTOS EUs




Tantos sao os Eu que encontro.
Na postura dos momentos indecisos,
na prepotencia das certezas,
na arrogancia do meu querer.
Reuno o favoritismo da simplicidade.
Junto todos os Eu no mesmo saco.
Sem pachorra para definicoes concretas,
retiro um Eu de cada vez, e surpreendo-me.
Afinal nao sou irredutivel... ha variantes.
Os dias, locais e momentos... e o amor.
Sempre Eu, mas diferente por vontade inata.
Os sorrisos falsos sao perversos,
na falsidade estrutural de quem os tem.
Se sao snobs ou modestos, ignoro.
Falsidade sera doutros que nao Eu.
Sou tanta gente junta, concentrada em mim.
Observo as entrelinhas que me dao,
fingindo nao entender, mas tenho pena
no fundo, sao eles que nao me entendem.
O Eu que sou, sem modestias
deixa-me feliz na atitude e irreverencia.
O outro Eu, modifico no arquivo da alma
em Ego alterado por circunstancias.
Talvez que a quente, em mente intensa
crie a fusao que me transforma em individuo.
Um so Eu, pujante e complicado...so.
No fundo, plano em ventos imprevisiveis
perigosos na sustentabilidade da minha raiz.
Mas voar e um privilegio da minha alma.
Nao para em circulos nao programados,
abencoando e aveludando, com o mimo
que consigo dar, na interpretacao dos sonhos.
Os "deja vu" permanentes, sao estranhos.
Teem o desvio proprio dos tantos Eu que sou.
A noite e-me grata e anseio pela hora.
Tenho mesmo paranoia controlada,
pelo outro lado... os outros Eu.
Ja os conheco de forma abstrata, vagamente
como voando, onde a gravidade nao exista,
com o prazer do imprevisto e falta de tacto.
Todos os Eu juntos, sao o patamar da felicidade.
Adoro esta minha diversidade,
que por se tornar assim tao simples,
revela os tantos Eu que ha em mim.


27 SETEMBRO 2012

QUE SINTAS




Que sintas.

O meu toque,
o meu beijo.

Que voes,
comigo assim.

Que sinta.

O teu toque,
o teu beijo.

Quero voar,
contigo assim.

Que os lábios,
se queimem,
se colem.
Que ardam.

Que gemas,
suave e leve.
Que ames,
que nao breve.

Que me apertes,
dentro de ti.

Que sintas.

Que sinta.


27 SETEMBRO 2012

"POLITICUS"




Realmente...
Fico estupefacto!
Fico teso de poderio.
Vazio, mas sem surpresa.
Ainda provei a incredibilidade,
ha uns anos atras. Sozinho...
Mesmo tentando controlar-me,
sinto nausea... uma vontade enorme,
indescritivel de vomitar...
O virus virou epidemia.
Todos vomitam a minha volta.
O pais esta nauseabundo,
impestado de merda por todos os lados.
Merda que fala... que gesticula.
Merda intensa e democrata.
Chamem mais moscas, varejeiras
que remexam, que vos encham a boca.
O mosquito foi identificado...
Ha milhares de pessoas na rua,
em convulsoes incontroladas.
Andam em conjunto, os mosquitos...
Sugam ate ao tutano... vestem bem.
Pena tenho que com o sapato,
nao os esborrachasse...
seria merda proveitosa.
Sugam e sujam o povo.
Uma nova etiqueta, de nome fino
"Politicus"


28 SETEMBRO 2012
 

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

MEU EGO SOLAR




Tenho este desejo enorme de estender o braco.
Tocar-te para que sinta o calor latejante.
Contornar-te, sentindo nas maos surpresas,
as labaredas com que meigamente me tocas.
Es sim a minha energia que escorre pelo mundo.
A distancia... esta distancia esta exacta.
Para que te sinta, sem a dor da presenca.
Tens uma beleza que me fascina absolutamente,
sempre que te vejo timidamente, assumir no horizonte.
Aqueces-me a alma com a beleza das cores,
fazes com que o meu sangue ferva motivado,
absorto no ondular desse calor poderoso... longinquo.
Bastava-me abrir os bracos, daqui tao longe
abracar-te sem aperto, por ternura da imagem.
Passo horas a pensar contigo, em monologos
desproporcionados pela minha fraca capacidade.
Falamos intimamente neste meu silencio,
do teu abuso que me queima, que me agrada.
Agrada-me essa dor despropositada,
que revela toda a fragilidade humana.
Fecho a minha alma em compassos de tempo,
para que essa energia me torne divino.
Tocar o "inner"... pessoal e intransmissivel.
Mesmo os teus tons de crepusculo me alimentam.
Agarram com a forca do cosmos, os devaneios
de pensamentos, impossiveis de conter.
Uma venia de espirito cheio, onde o ego
treme de humildade, mas me transforma a alma.
Prolongamento dessa tua energia eterna.
O efemero gira em mim, e a tua volta.
Gravito na eternidade do Sol que me alimenta.
Estes momentos frageis e rapidos de vida,
aproveito-os para que nao perca o privilegio.
Alimento-me de ti... de corpo e alma.


26 SETEMBRO 2012


 

DOMAR A DUVIDA



Talvez que o sonho me traga a felicidade.
A simplicidade de um so sopro
que me anime os sentidos ao acordar.
Um sopro que me apare as arestas da duvida.
Que me acorde em regozijo de vida.
Que a adrenalina cavalgue nas minhas veias,
em desmembrar de batalhas epicas,
contra as incertezas que nao me quero agarrar.
Um corcel indomavel e selvagem,
a pura pujanca de macho em pleno cio.
Que as franjas se entrelacem nos meus dedos
enquanto tento domar a irreverencia.
E que salte, e que pule... que me doa o corpo,
de encontro a esse dorso potente e imparavel.
Talvez a felicidade surja...
Em galope desenfreado de sebes galgadas,
que me rasguem a pele em sabor tao veloz.
A felicidade que possuo nos sonhos...
o misterio e o ritual da minha alma sedenta.
Que o sopro forte dessas narinas,
me acorde em relinchar alucinante... e me acorde.
Que cavalgue em correria louca para a realidade,
eliminando limite e fronteira entre ambos.
Realizar sonhos... sonhar realidades.
Transformar o poder da inquietude, em sons
de cascos batidos por caminhos de pedras.
Sugar a irreverenvia e inquietude que possuo.
Domar... domar definitivamente a duvida.
Segura-la pela boca, ajoelhada a minha frente.
Que acalme a incerteza, num afago de calma.
Talvez que sonhando assim,
atinja por inteiro, a felicidade.


26 SETEMBRO 2012

terça-feira, 25 de setembro de 2012

MEU PECADO



Sou um pecador ate a ultima letra.
Pecado em mim e ser inocente.
Pecador nato e inato da sinceridade.
Partilhar, passou a ser pecado.
Nao entendo a vida fora de portas.
A sombra e o vazio dos passos,
as palavras, talvez me animem.
A minha cegueira limita-me a alma.
Nao consigo decifrar o evidente,
que por em mim estar tao presente ,
deixa que o susto, e o medo me acalme.
Labios, pubis e peles doces,
sao o pecado do meu consumo,
sem os segredos da fraca postura.
Inconsciencia, sera esse o meu pecado.
Liquidifico este meu fogo,
que jorra em convulsoes efemeras.
Quero chegar as palavras vivas,
quero viola-las suavemente em pecado.
O vapor do suor na madrugada,
esfumaca em potencia de ardor interno,
em cada gota colada e fria de orvalho.
Quero pecar ate ao fundo das vulvas,
delirar em orgasmos mentais profundos.
Sou um pecador ate a ultima letra.
Quero sentir na pele, o limite das palavras.
Sentir o veludo das nuvens, onde me deito
em arquear de corpos, em pecado privado.
Nao suporto os segredos futeis,
mas pecarei tambem assim com eles.
O meu pecado, e o teu segredo.
Sou um pecador ate a ultima letra.

25 SETEMBRO 2012

domingo, 23 de setembro de 2012

SIMPLICIDADE



A perspectiva do silencio atrai-me.
Restaurar significados, alterados
ate por mim, sem nocao exacta.
As ideias dos outros, filtrar opinioes
que me fazem sorrir, mas nao acredito;
tudo me assusta pela pouca insanidade.
Ler, reler tentar entender... mas nao.
Ha materias que nao entendo,
por mais que me esforce... nem quero.
Tudo me faz pensar na simplicidade.
As alegorias, as metaforas que gritam,
o desespero desconhecido alem do sonho.
Frustracoes inquietas e injustas,
que eu nao entendo, mas ultrapasso.
Frustracao e o resultado da desistencia.
Nao as tenho, porque nao desisto.
Mas sonho... oh Deus, se sonho.
O meu limiar nao tem limite.
Esta presente em gozo constante,
apenas so um passo, e salto... caio.
Entro timido neste espaco branco,
que me desafia a todo o momento.
Onde junto letras, submissas e asperas,
aos dedos descompassados de tinta.
Este e um mundo, ate impossivel.
Ao som ritmado da chuva nostalgica,
ao sopro abstrato do vento atrevido,
surge o ilustrar de um espaco branco.
Com letras... com letras apenas.
O silencio... a harmonia do espaco.
O meu espaco, rarefeito e seguro.
Tudo me faz pensar na simplicidade.
Nao e necessario muito, para ser feliz.
E bom... e bom sentir aquilo que sinto.

23 SETEMBRO 2012

sábado, 22 de setembro de 2012

UM FECHAR DE OLHOS



O abandono do meu leito.
Um espaço a que tenho direito,
Um vazio que me enruga a pele.
O desmazelo flácido da alma.
Fechar os olhos, procurar a calma.
Um desgoverno de sonhos...
A secura que se acumula,
Em lábios gretados de palavras.
Um toque de pele prevaricador,
O deleite, catapulta incontrolada.
Sair do corpo por segundos,
Por sonhos que duram a eternidade.
Testemunho de filosofia fácil,
Rascunho sem necessidades.
Não vou pregar ao povo, um tonto
Que ouvirá o silêncio de novos salmos.
Desencorajo a leviana utopia,
Que tal como o meu sangue,
Jorra e corre, louca, triste e fria.
Humedeço estes lábios já gretados,
Ao tentar o amor e o cantar fados.
Do desprezo, um sopro dócil,
Num sorriso de faces que pinto.
Espalharei o leito de perfume,
Ao colar suado dos corpos.
A paixão enche-me o peito,
Como o beijo, que gosto e sinto.
Beijo o aparo, às letras que escrevo
indiscriminadamente, leves e soltas.
E canso-me. Sinto-me cansado!
Termino sem que existam segredos.
Só vazios que me enrugam a pele,
Neste espaço a que tenho direito,
O abandono do meu leito.


22 SETEMBRO 2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

UM POUCO DE LUZ




Um pouco de luz.
O brilho do po, na lapela.
Olhar vaidoso disfarcado.
Um beijo no pescoco.
Sorrisos sem previsao.
Um flute a borbulhar.
Um canape, outra mao.
Peito solto no decote.
Imaginacao que suspira.
Contornos carneos de seda.
Corpo quente, ardente.
Toque subtil, provocador.
A dor que suga a paixao.
Um dedo no aperto dos labios.
O movimento que me provoca.
O desejo, cheio num pranto.
O cheiro que imagino.
Toques que adormecem a alma.
A calma do som de fundo.
Tremer de pele agitada.
Olhares que ja nao vejo.
Postura que vou perder.
Uma mesa, onde te encosto.
A seda que levanto.
O teu corpo, meu encanto.
Os dedos que te molham.
Barreiras tiradas num sopro.
Pernas que me apertam.
Bocas profundas confusas.
O profundo da tua carne.
Irreconheciveis os tons.
Os sons do nosso silencio.
Um coro fundo e aperto final.
Abrir os olhos num beijo.
Um pouco de luz.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

PROVAR-TE SEM PERDAO



Acabo de ter uma visao louca...
ter-te nua e crua, no cheiro de ha pouco.
Orgasmos... e tu colada ao meu tronco.
Tenho o palato adormecido... mas vivo.
Um cheiro e uma memoria... tesao.
Acordas comigo... dentro de ti.
Quero o teu corpo que desnudo, puro
simples e meu... as tuas feicoes.
Os meus dedos... a tua pele.
Beijar-te os olhos fechados, sentir-te.
Essa mao que me agarra o poder.
O aperto que me tira o folego...
despir-te assim, na calma da loucura.
Quero ver-te minha... sozinha.
Entregue a minha conquista,
no desejo que me consome tanto.
Quero sentir o arrepio da pele.
Quero ouvir o gemido que implora.
Quero o cheiro perto da minha boca.
Quero provar-te sem perdao.
Comer-te os sentidos carnais... e a carne.
As palavras que soltas saem num sopro,
um vento suave de cheiro e palato.
Provar-te, comer-te... amar-te.
As silabas que tentas e nao deixo.
Gemeres alto em apertos que deixo.
Penetrar-te ate ao ultimo suspiro.
Sentir-te inerte num beijo... como eu.
Agigantar o brilho do cosmos,
em espasmos da minha loucura.
Entrego-te tudo... tudo o que e nosso.
E ao querer-te assim... sempre!
Que assim me sinta doente,
que morra... que morra assim,
dentro de ti!


19 SETEMBRO 2012

terça-feira, 18 de setembro de 2012

LAGRIMAS ESTRANHAS...



Hoje respiro a minha infancia, em sopros de fogo.
Ja nao sinto raiva, mas amor que a absorve.
Rejuvenesco na complementaridade do bom senso.
Mas nao esqueco... meu Deus, mas como nao esqueco.
Nao esqueco o alcool na pele verdascada.
Nao esqueco o mundo, e o paralelo que criei...
Ainda organizo festas e circos no meu silencio.
A brancura da crianca, que foi suja e desfeita.
Fiz poemas de alegria nas lagrimas estranhas.
Devorei a besta com a indiferenca e piedade.
Sonhei o estrelar do cosmos no breu do quarto.
Matei com a alma! Agredi com raiva incredula.
Existe sim, o pecado de ser crianca. Eu sei...
Castelos deslumbrantes cresceram, na ponta dos dedos.
Firmes... de areia, de cartao e de nada. Lindos.
Sonhei palavras ternas, nas ofensas que ouvi.
O meu sorriso...  o equilibrio do meu sorriso.
O desespero do nada, na frustracao dos meus olhos.
E renasci... todos os dias, um renascer do nada.
Passaram os anos, como paginas que rasguei.
Aprendi a conhecer o homem, e a besta humana.
Hoje a vontade e de te abracar, dizer que te perdou-o.
Mas nao... doi-me a pele da alma. Ainda...
As cicatrizes sao irreverentes e orgulhosas.
Mas abraco-te no amor do presente... sem passado.
A crianca que fugiu de mim, era eu... apenas eu.


18 SETEMBRO 2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

SINTONIA E EU



A sensacao de sintonia, as vezes deixa-me perplexo.
Especialmente quando a quero e nao encontro!
Sinto-me desfocado como a miopia da minha alma.
Nao entendo ou nao tenho a capacidade...
Falo por vezes de coisas simples para mim, que o nao sao.
Arrependo-me de topicos que no fundo nao sao meus.
Tenho medo profundo das interpretacoes, e mas respostas.
Afasto-me assim... nao me quero intrometer!
Nao quero absolutamente! Quero bons momentos...
Talvez so agora eu... Sorrir e desejar.
Absolutamente quero sintonizar o meu ego...
Mas qualquer coisa falha... outro ego maior que o meu!
Tenho medo da discordia desmotivante... fingir que sim.
Nao me adapto a fingimentos nem motivacoes inexistentes.
Nao tenho muita vontade de falar sequer. Quero solidao!
Quero o meu cerebro inchado pelas letras... as que nao saem.
Desespero por mim sozinho sem necessidade d'outrem agora.
Quero pensar... organizar enredos e prosas. Sonhar!
Nao quero nem alimento, conversas futeis e cumprimentos azedos.
Quero falar... falar... falar muito de tudo e de nada. Mesmo sozinho!
Quero amar quem amo, sem interferencia dos mesmos.
Encostar-me num canto do quarto, em juncao de paredes
miseraveis como a minha pessoa, encolhido mas feliz.
Sinto-me um bem adquirido pelos bons momentos... que quero!
Parei aqui mesmo, agora e com a falta de tempo.
Nao sobrevivo, nem vivo pelos restos agradaveis que sobram.
Tenho o meu espaco e quero-o assim definido!
Nao espero pelos restos de tempo disponiveis...
Nao deixo de amar a entrega, definida pela entrega.
Mas nao amo os restos que tenho por ter tempo.
Quero estar sintonizado pela harmonia... nao pelo Ego!
Quero continuar a ser o que sempre fui... EU!

17 SETEMBRO 2012

domingo, 16 de setembro de 2012

ARTE E INOCENCIA



Tenho regozijo em sentir a arte... e a inocencia.
Outro a tornaria diferente. Apesar da minha leitura.
O poder creativo da imagem... a arte de sempre.
A pauta e a tela... o escropo e o cinzel.
Como me alimento tanto do que vejo... tanto!
Mais fiel que qualquer humano, em humildade absoluta.
A interpretacao serve-me como local de culto,
onde venero a arte como a um Deus diferente.
O cheiro e a textura, sao as letras deste livro sagrado,
novo nos objectivos que nao sao importantes.
O mito, a esperanca na visao profunda,
da critica desnudada de familiar sinceridade.
O poder de criar arte, tem um fundamento...
A micro imagem divina da criacao,
em acto individualista que risca o falatorio.
Acalmo-me em adrenalina adormecida por mim.
O espanto harmonioso da Beleza torna-me
na brutalidade inata de nao saber absolutamente nada,
em Midas reformado pela imortalidade aurea,
que me preenche a memoria esfaimada do belo.
Nao tenho saudosismos hipocritas de visoes proprias.
Desiludam-se os convictos da critica generalizada,
que me condenem na minha falta de cultura.
Mas sei ver e absorvo a competencia de quem a tem.
Aprendo agora e a qualquer hora, com o tempo.
O que me alimenta e me condena, mesmo em solidao.
 A solidao que me e tao importante, para o equilibrio.
Sou diferente... eu sei! E quero ser em simplicidade.
Tenho regozijo na arte... e na inocencia.
Nesta minha inocencia inata que me mata.
A arte e os sabores da vida, como cores misturadas
em palatos renovados pela inocencia da novidade.
Escrevo a arte da inocencia, sem arte que deslumbre.
As lagrimas simples e irreverentes de uma crianca
com o poder da inocencia sem qualquer arte.
Tenho regozijo na arte... e na inocencia.
Sem duvida, que as tenho!

16 SETEMBRO 2012
 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

ANATOMIA DO ABSTRATO



Apetece sentar em frente a um espelho.
Produzir uma luz ambiente de sonho.
Tons quentes, reluzentes. E eu.
Reflexo de áurea amarelecida pelo tempo.

Uma biblioteca, globo terrestre e gárgulas.
Objectos de simbologia dúbia, atraentes.
Um cadeirão de época, quase um trono.
Um espelho, onde a prata se esvai,
estilhaçado, atraente e abstrato.

O veludo verde onde me sento, macio,
os punhos agarrados ao descanso dos braços,
cinzelados em garras de leao douradas.
Uma caveira de cristal, que me fita a alma.

Um meu outro eu, algo distorcido,
peremptório e pleno da minha atitude.
Completamente nu. A extravagância
do rei sentado. Um discurso imaginado.

A anatomia do abstrato, uma peça sem palco.
Sem audiência que não eu proprio, e receio.
O mais cruel critico e desconfortante
personagem, olha-me de frente, apático.
Não há palavra que mova a feição imóvel.

Reflexos cruéis, visoes surreais. Normais.
Gestos e alegorias, palavreado obsceno,
um acordar de mim proprio. Uma lágrima.

A anatomia deste abstrato, pertence-me.
Por inteiro e por direito.
Envergonho-me do que não digo.
O pudor de uma coragem envergonhada.

Descarrego no mundo a reflexão da minha imagem.
Mexo o direito com o verso. O desatino.

Comunicar em laivos de psicose apurada,
loucuras que absorvo, que invento e sonho,
de punhos fechados e olhos esbugalhados.

Nao compreendo o óbvio. Estou invertido.
Como á estranha afinal, a imagem.
Um local de sonho, a cor certa do tempo.

Doi-me este momento invertido da alma.
A anatomia do abstrato absorve-me.
Afinal sou eu o espelho. Critico
da ambiguidade da vida. De pensar.

Sou eu este inverso?
Sou eu o meu reflexo?

Apenas um espelho estilhaçado.

14 SETEMBRO 2012

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O ASSALTO



Fui derrubado a queima roupa...
Um empurrao brutal... o espanto.
A cidadania do meu pais, foi assaltada.
Foi roubada a sobrevivencia do povo.
Custa-me acreditar no que oico e vejo.
Tenho medo... tenho muito medo!
O Palacio de S. Bento, mudou de ramo.
Virou fabrica de polvora.
Deputados viraram inergumeros.
Gabinetes viraram bordeis de inteligencia.
Violam o povo sem piedade, cabisbaixos.
Fui derrubado a queima roupa...
O assalto esta generalizado.
Legalizam-se os ladroes... coitados.
Penalizam-se os honestos... essa corja.
As putas ao poder, que os filhos ja la estao!
Quando penso no meu pais, entristeco.
Quando penso em quem amo, preocupo-me.
A minha patria, nao me da felicidade!
Fico tenso, revoltado e furioso lusitano.
Fui derrubado a queima roupa...
Por um bando de pardais raros que comanda.
As asas batem-me na face e incomodam.
Mas exterminar aves raras e crime,
nao e crime cortar a mao que as alimenta.
A serenidade ja cheira a putrefacao.
Interrompam o Assalto.

13 SETEMBRO 2012

AMOR E LETRAS



Pequenas sao as letras com que escrevo.
Todo este espaco branco, amarelecido pelo tempo.
Arrepia-me a saudade desta sebenta... as folhas
enrugadas, um cheiro a mofo que ficou.
Ao ouvir passar o rio a minha frente,
embrenho as palavras que se soltam, como a mare.
Uma frescura humida torna-me languido,
num espasmo de prazer desejado pelas letras.
A tinta que se esvai, no meio dos meus dedos...
Um quadro acutilante na plenitude de um horizonte,
que pensando melhor, eu desconheco na realidade.
A sebenta e o prato, que me serve letras soltas,
tornando-as em migalhas na minha alma.
Este meu alimento,  me sustenta o juizo.
Escrevo sem destino marcado na essencia.
Tenho amor indeterminado pelas palavras,
como pela mulher que se me entrega nua,
enchendo-me o ego, o corpo e a alma.
Apaixonado deixa de ser um estado de graca,
quando a paixao se move desenfreada, brutal
na ponta dos dedos adormecidos na potencia
do impeto das minhas fracas e ingenuas palavras.
Existe este rio, onde na beira me sento.
Onde a torrente geme, em remoinhos desconexos.
Apelativos, serao apenas e so os pensamentos.
Quase que moribundos, em tentativas de sobrevivencia,
para que a melancolia morra, e a vida recomece.
Tenho tanto em mim, o amor pelas palavras.
Tenho um coracao latejante de sangue puro,
tenho uma alma que se perde pelo amor,
onde uma mulher e uma palavra,
me servirao de caminho abencoado.
Com a palavra escrevo o amor,
que te entrego a ti, mulher.

13 SETEMBRO 2012

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

DESCODIFICAR O SONHO



Sonhar e tao bom !
Sabe como um banho de agua de rosas.
Fechar os olhos e sentir... ouvir
pingos aveludados divididos entre o corpo.
Perde-se o real... encontra-se o real.
Sonhar e tao bom... e perigoso.
Ha que descodificar o Sonho.
As formas e diferencas.
O meu receio e que ao sonhar, se o fizer
acordado fico no limiar da utopia.
Acordado, o sonho transforma-se
em publicidade, e tenho medo.
Receio o abuso de quem confunde o Sonho,
ferindo o respeito mutuo, em nome da Liberdade.
A irreverencia das ideologias sonhadoras,
tem os dias contados. Estao fora de tempo.
Do nosso presente tempo, e futuro imediato.
Reflectindo, assimilo a evolucao... o que leio,
o que oico e observo, num pranto de espanto.
Espanta-me a evolucao desenfreada.
O tao pouco tempo entre a mecanica,
e a conquista do cosmos. O Sonho...
A ciencia virtiginosa, e o marcar passo humano.
A sociedade esta podre, doente e irreversivel.
O Sonho humano patina como graxa oleosa.
O simbolismo desaproveitado, pelo desperdicio.
Escapam-se os melhores exemplos reais,
a historia e a politica, atrapalham-se...
As conquistas despersonificadas invadem-nos.
Trocamos harmonia de vida, por um infinito
tao falso e irresponsavel, como o perigo do Sonho.
Confundimos o caos infinito e coerente do Universo,
com a incoerencia infinita do Sonho... mas e preciso.
Mas e preciso sonhar... descodificar o Sonho.
Abrir um novo portal de ligacao que nos una,
sem purgatorios e infernos criados a nossa imagem.
Harmonia relativa nos componha a alma,
que nos guie na falta de preconceitos irreverentes.
O ritual que chegue por si mesmo... simples.
Que a complexidade do presente reaja, assim
descodificando, a imparcialidade do Sonho.


12 SETEMBRO 2012

terça-feira, 11 de setembro de 2012

PREVISIBILIDADE



Entreguei-me ao engano da previsibilidade.
No fundo, em reflexao, nao sei se me entenda.
Apesar de tudo sou contra isso. Mas admito...
A previsibilidade das coisas e da historia.
Um papel real e ambiguo, no meu desagrado.
Conheco o previsivel tal como o detesto.
A teimosia das pessoas em egos convencidos,
transformam-se, tal como a vida continua,
em seres de almas mecanicas e previsiveis.
Sei perfeitamente que e impossivel evitar.
A previsibilidades "das coisas" e importante.
O dia do ordenado, o aniversario, e a morte...
Ah nao... nem de todas as coisas. Eu nao morro.
Sou tao previsivel, que me tornei eterno.
Ou sera efemero?! Previsivelmente me confundo.
A idade... o tal Sr. Alemao que me ataca?
Impossivel de descodificar neste momento.
Mas previsivelmente o seu tempo surgira.
Chego a conclusao que quero ser previsivel.
Quero ser respeitado, mimado e todas essas merdas.
Tudo porque ser previsivel, esta no mapa da vida.
Pois entao fiquem descansados... ou irados.
A minha previsibilidade ser-vos-a imposta,
pela vontade que tenho, de vos mostrar a loucura
nos esbocos que crio na alma. Previsivel serei...
Mediante o meu apetite de viver.


11 SETEMBRO 2012 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O CAOS



Preciso urgentemente de me sentir perdido.
Procurar e entrar numa sala escura... entrar.
Rodar ate perder o tino, apalpar as paredes
no desespero claustrofobico de liberdade.
A porta que me guie para um labirinto.
Quero a adrenalina do desespero, agora.
Quero tropecar e cair, levantar e resvalar
arranhado pelos muros que desmorono,
nas pedras soltas que saltam a cada passo.
Preciso do caos urgentemente, agora.
Quero labios secos de sede, na miragem
que os meus dedos quase que tocam...
Quero maltratar-me ate ao limite imediato.
O martirio despreocupado de quem nao sofre,
da nisto... em estupidez determinada de tudo,
pela falta do nada que ja nao suplico...
O sofrimento dos inocentes mata-me devagar.
Da-me ganas de louvar o caos, e de matar.
Matar os idiotas que nao respeitam a Humanidade.
Provar o gosto do sangue, o incomodo dos gemidos.
Provar a toda a gente que o caos e preciso...
O caos e preciso, mas sem crueldade humana.
Quero a dor dos moribundos dentro de mim...
Quero ser eu a gritar... ao me sentir perdido.
Quero chorar em alternativa propria,
regando as almas que me tormentam.
Preciso do caos, para poder sorrir.
Quero acordar deste pesadelo!


10 SETEMBRO 2012

 

domingo, 9 de setembro de 2012

UM BEIJO



Ha uma musica que tento ouvir...
Um palco onde me sente,
que me queira e chame por mim.
A musica solta-se, sem som
pelo meu corpo, em ondas
tao leves, compassadas por ti.
O timbre da palavra, corta...
corta-me como laminas afiadas,
afinadas pela minha pele.
Uma palavra que quero sentir,
um som que quero ouvir,
 e espero... espero no palco.
Improviso sentimentos que tenho,
represento momentos de sonho,
e vivo... vivo a vida numa cancao.
Escrevo umas palavras, sem som
mas a musica salta-me ao ouvido.
Que te toque uma balada,
que me des a mao beijada,
canto-te para sempre em alegria.
Ha uma musica no ar... procuro
sem sonhar, o som que me habitua.
So me falta o teu tocar,
para que me possa embalar,
em partitura que e a tua.
Tens o som dos meus anjos,
o sibilar dos sinos que de finos,
se partem ao meu vibrar.
Quero ficar quieto, sentado no palco.
Sozinho, sem audiencia que nao tu...
Trocar o mundo por paciencia,
que a musica me perdoa,
num beijo que me toca, agora
nesta musica que anda no ar.
Um sopro de saudade...
Um olhar de desejo...
Um calendario lento...
E um beijo.

09 SETEMBRO 2012
 

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

INSÓNIA APENAS ?!



Falo assim e aqui, na sacanice desta hora,
Nesta insónia despreocupada, que me goza.
A insónia tem o paradoxo das razões.
Há razões para ter insónia, e ela é
O resultado final das "equações",
Que me tornam num caos de razões.
Insónia, porque a vida corre mal,
A merda do material ou o emocional,
Quando goza com a felicidade que mereço;
Insónia, porque a vida corre bem,
O bom lado do material existe e,
O emocional está num bom auge.
A inteligência atrapalha-se! É esse
O sadismo do resultado final da insónia.
O denominador comum, é isto...
No reboliço desconcentrado da razão,
Apenas a vontade de me perder
E cansar numa zona deserta da memória.
E adormecer. A insónia é uma merda!
Qualquer tipo de insónia, e repito tanto a palavra
Para que tenha vergonha prática, pela
Desfaçatez de um abuso não previsto,
Que me alimenta a fome de nada, apenas
Esta sensação impotente e incrível
De me sentir um idiota, neste preciso momento.
Agredir a insónia, só com armas de veludo,
Apertar não sei o quê que lhe siva de pescoço,
De forma forte imaginar que a sufoco,
Até que eu trema, não sei como,
Nem porquê, apenas com a força do sono.
Falas-me tu ó insónia, impertinente
sem medida nem educação suficiente.
Apenas sou condenado sem ser julgado.
Fazes-me acordar o papel adormecido,
Valha-me isso como ponto de escala
Nesta viagem que não conheço o destino.
É o Tempo que mexe e remexe a inquietude,
Pela exclusividade de um controlo sádico
Para que nada se me dirija de imediato.
Nem o sono. Acima de tudo, bloquear o sono.
No meio da carnificina mental desta hora,
Acaba por desatinar o pouco tino que resta.
A minha lamúria já não produz, apenas
Me embrenha nesta rede de peixe miúdo,
Onde a cada movimento de tentativa de liberdade,
Mais e mais e mais, me prende a cada gesto.
Engraçada fica a falta de senso no final.
Já acho graça, ou me arrelio com tudo,
Deixei de ter meios termos ó insónia!
Já nem te amo, nem te entendo, detesto-te!
Esta forma de ódio dirigido, ao teu
Resultado final, sem equações já por opção
Pessoal, em desespero, agora assumo
O nervosismo, que me faz quase gritar.
Um grito mudo, no avançado da hora,
Seguro nos altos decibéis, graves e agudos
Nesta cabeça cheia de um final episódico,
Que cria a moldura onde vou pendurar
Ou a grossa redoma de vidro onde vou fechar
Esta insónia que já se cansa e me dá rasgos de sono.
Detesto a falta de sentido em cada palavra que escrevi,
Até porque neste final, a insónia,
Esta quase velha insónia,
Já me dá vontade de adormecer.

07 SETEMBRO 2012

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

TALVEZ...



Talvez então sejas tu.
A minha invasão predilecta.
O juízo que perco serás tu
culpada de movimentos,
escritora de pautas iluminadas,
qual maestro em batuta louca.

Talvez então sejas tu.
A minha tela perdida.
A vontade louca de pintar,
sem saber como e quando.
Falas-me em cores novas,
as que nunca vi, mas sinto.

Talvez então sejas tu.
Poderosa na ternura disfarçada.
Envergonhada de demonstrações
que eu liberto convulsivamente
nos espasmos que reclamas.

Talvez...
Tenho a certeza!
Talvez então sejas tu.

06 SETEMBRO 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O DIA SEGUINTE



Despertar para o dia seguinte, nao sera futuro.
Sera o cometimento de viver a vida, por agora.
O que penso... como existo, nem eu me preocupo.
Tanta critica foi feita numa vida inteira de passado.
Abusos, felicitacoes e tanta indiferenca.
Aprende-se a composicao quimica da tolerancia.
A geometria da vida, cria as arestas que se limam,
libertando a matematica, na procura dos significados.
Tantos anos passados sem ligar a nada, nem a ninguem.
Um sofa e uma cama... uma janela, um caminho.
O folhear infinito de paginas egocentricas, mas calmas...
As tempestades parvas que surgem, e o alivio da bonanca.
O prazer confundido, uma so pessoa que nos transforma.
Assentar os porques, na desenvoltura das coisas simples.
So me custa a perplexidade do inesperado. Mas e bom!
A adrenalina que borbulha em mim, quando me acalmo.
O descolar que me tormenta, na separacao de quem amo.
E o dia seguinte... surge sem opcao.
Despertar para o dia seguinte, nao sera futuro.


05 SETEMBRO 2012
 

FIEL DEPOSITARIO



Sempre a base da confianca que perdi.
Apesar de acreditar, acordo estranho...
Acordo com o calor.
Nem abrir os olhos consigo.
Nao sei de devido ao Sol, que inunda
este quarto cheio de papeis a solta.
Nao sei se nao quero acordar hoje.
Acordar remexe o que pensei ontem.
A confianca nas coisas e pessoas esta fraca.
A comunicacao globalizada afecta-me os dias.
Sinto-me fiel depositario da esperanca.
Tento, sem focar ninguem em particular,
entregar o animo que resvala por todos nos
em certos momentos de reflexao na incerteza.
Mas ha dias que nao apetece abrir os olhos.
Que quando acordo, invento motivos
ou ate desculpas, como o Sol, e o brilho da vida
que me incomodam sobremaneira, so porque sim.
Mas nao consigo entregar-me ao desespero.
A alma e tao subtil, que me anima suavemente.
Com uma festa, tras-me as imagens mais crueis
que me acordam de imediato... sem pudor.
A minha estupidez acorda-me.
Sou um priveligiado absorto em banalidades.
Sou fiel depositario da felicidade sem harmonia.
A minha existe individualmente, mas peco pelo Mundo.
A minha vontade era ser Deus.
Nao por egoismo de poder, mas pela vontade de fazer.
Basta abrir a janela do meu quarto e respirar.
Manha de sol, que me aquece a alma,
onde o sopro do vento me acorda o corpo.
Que num instante, um sorriso da existencia simples,
acaba por me transportar o sonho adormecido,
que serve de base, que recupera a confianca perdida.


05 SETEMBRO 2012

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A CREATIVIDADE DO MUNDO



Em desalinho com a creatividade do mundo.
As formas desconexas de aproximacao,
dao comigo em desatinos que apesar de tudo,
nao deixam de ser apeteciveis e desejaveis.
A creatividade fraca de um mapa,
oferece-me aquilo que eu nao quero... fronteiras.
As miscelaneas impostas pelos dominadores,
tantas vezes mediocres pela ignorancia.
Tribalismos divididos e debilitados...
Desalinhar de linhas que nunca existiram.
A familia, o cla fechado que ordena
acaba sem nexo, anunciando o fim da raiz.
Terreno seco deslavado onde nada mais nasce,
senao odios e furores nao desejados.
O fim que se desenvolve por tecnologias,
desenvolvemos e creamos a morte,
mesmo na sombra directa dos sorrisos falsos,
de novas medicinas que providenciem sequelas,
para que o antidoto tenha razao de existir.
A maleita descomplexada do mundo,
directa e proporcionalmente dividida
por todos nos ocidentais, como trofeu de inteligencia.
A creatividade do mundo esta doente...
Esta distorcida como as vigas d'aco que torcem
como palha, ao despoletar de cada bomba.
A creatividade do mundo esconde-se cobardemente.
Tem veios de iluminismo erradamente aplicados.
Tenho ferramentas na mente com o primor da justica.
Quero dividir os esquemas e projetos por vos, senhores...
Quero crear de novo a creatividade devida,
onde apelos e agravos sejam o simbolismo certo,
por quem este mundo terreno ha tanto tempo clama.
A creatividade do mundo esta doente!

03 SETEMBRO 2012
 

domingo, 2 de setembro de 2012

VIVE CRIANCA... VIVE!!!



Uma seara imensa, onde o trigo se atropela,
em distancia digna de um bocejo admirado.
Plantar de vida que seculos se encarregam,
no transformar condigno, que alimenta os vivos.
Os moinhos que nao sao combate nem dor,
mos que fortalecem estomagos famintos,
que rodam na calma complexa do vento,
no esmagar intenso do milagre transformado.
Uma seara que devia ser matrona de tantas,
infindaveis ao perder de vista, em lugares
onde o horizonte misture as cores quentes,
como fornalha que absorve efusivamente,
o calor do fogo em mistura com a alegria,
de quem seja alimentado, em fervor de fome.
Uma seara que alimente as almas quentes de febre,
inertes na impotencia aberrante e demolidora da fe.
Um perder de vista que me faca sorrir, assim...
ao imaginar sorrisos pelo mais simples da vida.
Alimentar povos ignorados pela ambicao.
Desfazer com amor o inferno na Terra.
Afagar uma face ossea e seca,
com mao cheia de vida tao facil para mim.
Um pequeno abraco, um afago e um beijo.
Tao tremulo como os meus olhos humedecidos
pela pureza,que afinal nao e dificil...
Uma crianca inanimada que resurje do nada.
Um sorriso que comeca por um piscar lento
onde os olhos agradecem um pouco de luz.
Onde o corpo absorve o que a alma ja esqueceu,
e por fim um sorriso seco de amor eterno,
no aconchego deste meu colo farto,
onde te embalo para que adormecas,
feliz com a minha imagem na tua memoria,
para que te lembres sempre... mas sempre,
que ha quem se preocupe, apesar da impotencia.
Amo-te assim tanto, crianca incognita!
Amo-te tanto como a minha vida,
que ao comparar nao tem qualquer importancia.
Vive crianca...
Vive!!!


02 setembro 2012
 

sábado, 1 de setembro de 2012

ESTA NA HORA DE SORRIR



Nao me apercebi do tempo que passou.
Percebo agora, tanto tempo...
Tanto, mas nao tanto que me torne a alma velha.
Apesar de tudo o que implica tempo,
gosto de contar as rugas do corpo...
Gosto de inventar valores por cada uma,
distribuindo individualmente a alegria de viver.
Cada ruga tem uma historia, mesmo na minha pele lisa.
Sao rugas que se nao veem... que sinto.
Diariamente tento enrugar a pele.
Quero rugas de alegria e felicidade.
Quero gargalhar na surpresa, toda a tristeza...
Quero lagrimas de alegria, sulcando minha face,
descontroladas pela espontaneidade...
Quero plantar a felicidade, para que cresca
e transforme as faces dos outros tambem,
nestas mesmas rugas de alegria.
Irreverentes, sem autorizacao necessaria,
mas contentes na atitude de um sorriso.
Esta na hora de sorrir, rir ate mesmo em gargalhadas.
Esta na hora desta luta, contra o ignominia da incerteza.
Esta na hora de frustrar os impostores com um sorriso.
Esta na hora de ludibriar a tristeza.
Chega agora o momento de reagir...
Esta na hora de sorrir!

01 SETEMBRO 2012