Não tenho tempo para morrer;
Tenho todo o tempo, do tempo.
De um sopro, apenas renasci,
Senti o corpo crescer, apenas cresci.
A alma, descansa exausta de mim,
Quem nasce e renasce, não tem fim.
Apenas vim pelas sensações,
O corpo, o bom pecado que farei
Na carne glorificada pelo amor.
Morrer, não tem significado,
Apenas um tropeço da matéria,
Nesta Alma em permanente exaustão.
Tudo por aqui tem uma dádiva,
O prazer da personalidade,
Amizade, desejo e amor por fazer.
O amor, o verdadeiro amor,
Anda comigo, eterno e na minha forma.
O tempo, esse, é escasso aqui.
Não tenho tempo a perder,
Não tenho horas para contar,
Porque aqui morro depressa.
Não tenho tempo para morrer.
Não perco tempo com ódios,
Sobrevivo, o quanto baste, e respiro
Para além desta vida que me condena.
Apaixono-me por quase tudo;
Mesmo que o amor me traga dor.
A dor, a parte fútil deste corpo,
Morrerá quando eu morrer.
Morre o corpo, que se torna fraco,
Depois da alma rasgar a inércia.
E saio, eu saio por aí, pelo mundo,
Voarei no sopro das almas perdidas,
Até que a morte me acorde.
Tenho de descansar deste mundo,
Tentar perceber lá bem no alto,
Esta miséria desinibida que me mata.
Tenho todo o tempo do tempo.
Só não tenho tempo para morrer.
27 JULHO 2013
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