quarta-feira, 31 de julho de 2013

A MAGIA DO CREPUSCULO




Esta minha admiracao pelo crepusculo.
Talvez seja culpa das cores,
Talvez seja culpa das flores,
Talvez seja culpa do Mundo.
Basta-me desenhar algo sem sentido,
deixar correr os dedos na areia,
sentir o calor que as cores me oferecem.
Deixar ficar o corpo numa inercia boa,
deixar que o inexplicavel me invada,
tao devagar, como a pressa que nao tenho.
Quero sentir o crepusculo,
apenas pela calma que me invade.
Sentir a fragilidade aparente dos elementos,
a vergonha do Sol cansado que se esconde.
Olhar os outros, sentados como eu,
que pensam o mesmo que eu penso, calados.
So eu falo aqui. So eu tenho esta necessidade,
falar do que me transtorna, mesmo que bem.
Admiro o horizonte tremulo,
a mistura do mar, a expessura do ar,
ate as nuvens que perdem o volume.
Sao todas as cores, que me fazem adorar
o privilegio da vida, no espaco, na terra,
nos seres vivos, como creacao eterna.
Ser efemero, acelera a necessidade
de sentir consciencia, pelo que irei perder.
Os cheiros, o tacto e o sentimento,
sao o premio supremo da vida.
A vida, como a conheco agora,
ja me entrega algo inesquecivel,
onde so a eternidade me fara esquecer.
Por isso, o momento do crepusculo,
e a dadiva magica dos sentidos,
de quem sente, de quem adora a vida.
Eu, tenho essa certeza.


31 JULHO 2013

terça-feira, 30 de julho de 2013

DESAFIAR O UNIVERSO




Confrontar o Universo como ínfima parte,
Apenas deitado num relvado, de espírito aberto
Numa noite de lua cheia, trás todo o mistério à tona.
Quase me convenço que existir é bom. E é, quase.
As indecisões fantasmagóricas que me prendem,
Quando sei que sim, que é óptimo existir,
Deixam-me louco e com vontade de fugir daqui.
Travar as metamorfoses, uma qualquer teia,
Depois de provar a existência do corpo,
É partir num sopro que me faz planar por aí...
Quero ver tudo lá do alto. Uma nova perspectiva,
Onde possa pairar sem ser visto, sem matéria,
Trocar as teorias por realidades, definir finalmente
Todas as dúvidas que continuarei a ter aqui.
Sei das civilizações ancestrais que tanto dizem,
Que ainda agora incomodam a história e,
Depois de tudo, afinal, apenas sei,
Ainda o muito pouco e mal que se sabe.
Ninguém sabe, tudo se altera, até a História.
Convenço-me mais e mais, que existir é uma batalha,
Uma boa e imperfeita batalha, como todas, onde
O conhecimento depende puramente de interpretações.
As emoções folclóricas, o tempo contemporâneo,
Todos os acontecimentos e demagogias creativas
Romantizadas pelo imaginário dos escribas.
O Universo, traz-me a certeza minimalista,
Das nano proporções que me confundem e,
Somam tudo isso, a uma sensação de realização falsa.
A loucura, tem um papel preponderante na vida,
Todo o poder da imaginação vive de devaneios,
Onde todas as fugas à normas são importantes.
A realidade está inerente a todo o caos,
A tudo que se normaliza, para além do caótico,
Tal como eu, um caos personalizado, em ideias
Que procuro incessantemente, sem ver o fim.
A felicidade, passa por este estágio humano,
Por um desejo infindo de conhecimento.
Só assim desafio sozinho o Universo!

30 JULHO 2013

sábado, 27 de julho de 2013

MOMENTOS ESTRANHOS





Escrevo o que me vai na alma.
Já não sei. Acontece assim, sem motivo.
Apenas por isto. As letras que saem,
O nexo que se perde, só porque sim.
O que despoleta tudo isto?
Felicidade, fúria, amor, prazer?!
Sei lá eu bem! Apetece e acontece.
Agora, neste momento apetece.
Há um mundo de motivos,
Uma parafernália de injustiças
Que me podem motivar a escrita.
Apenas a alma decide,
Com estes momentos estranhos.
Saber responder a todas as questões,
Isso é algo que nunca saberei.
Esta é a prova disso, porque não sei,
Não sei nem saberei porque escrevo.
Porque gosto?! Porque desabafo?!
Não sei. Não quero saber. Não sei...
O que me preocupa são as coisas graves,
O mundo e o ser humano, não a escrita.
Há os que são bem formados, os escritores.
Eu, apenas escrevo como prolongamento
De mim, como a Arte, como Homem.
Solto pelos dedos, o que me vai na cabeça.
Escrever, é tão saudável, como fumar um cigarro,
Perdoa-se o mal que faz, pelo bem que sabe.
Já não fumo, a não ser um cubano,
Mas escrevo, escrevo e sofro bem,
Porque escrever é como amar uma mulher.
Tudo me dá prazer quando a Soberba existe.
Escrever, apenas me deixa sozinho,
Na melhor parte da minha existência.
Todos os momentos são estranhos,
A dúvida existe, a certeza procuro-a,
Escrever, apenas sai da cabeça,
Como oxigénio que me entra no corpo.
Escrever, é a expressão da minha alma,
Momentos estranhos estes, que preciso tanto!


27 JULHO 2013

NAO TENHO TEMPO...





Não tenho tempo para morrer;
Tenho todo o tempo, do tempo.
De um sopro, apenas renasci,
Senti o corpo crescer, apenas cresci.
A alma, descansa exausta de mim,
Quem nasce e renasce, não tem fim.
Apenas vim pelas sensações,
O corpo, o bom pecado que farei
Na carne glorificada pelo amor.
Morrer, não tem significado,
Apenas um tropeço da matéria,
Nesta Alma em permanente exaustão.
Tudo por aqui tem uma dádiva,
O prazer da personalidade,
Amizade, desejo e amor por fazer.
O amor, o verdadeiro amor,
Anda comigo, eterno e na minha forma.
O tempo, esse, é escasso aqui.
Não tenho tempo a perder,
Não tenho horas para contar,
Porque aqui morro depressa.
Não tenho tempo para morrer.
Não perco tempo com ódios,
Sobrevivo, o quanto baste, e respiro
Para além desta vida que me condena.
Apaixono-me por quase tudo;
Mesmo que o amor me traga dor.
A dor, a parte fútil deste corpo,
Morrerá quando eu morrer.
Morre o corpo, que se torna fraco,
Depois da alma rasgar a inércia.
E saio, eu saio por aí, pelo mundo,
Voarei no sopro das almas perdidas,
Até que a morte me acorde.
Tenho de descansar deste mundo,
Tentar perceber lá bem no alto,
Esta miséria desinibida que me mata.
Tenho todo o tempo do tempo.
Só não tenho tempo para morrer.


27 JULHO 2013

sexta-feira, 26 de julho de 2013

SABEREI SONHAR?




Seberei eu algum dia sonhar?
Sei que me alimento de coisas simples.
Toda a minha vida fui avido por tanta coisa.
Coisas banais que transformam momentos,
Que transformam pesadelo em sonhos.
A fuga permanente da minha realidade.
Todas as probabilidades sao ilusao.
Nada que me faca ficar triste,
Apenas reconhecer o meu sentido de vida.
Sonhar e um previlegio a explorar,
Nao necessariamente dormindo.
Tudo o que ambiciono esta dentro de mim.
Sentir o mundo e as pessoas,
a natureza e a beleza, sem prepotencias.
Apenas sentir, o desenrolar do tempo.
Apenas pensar em quem amo,
sorrir sempre que saudade aperte,
mesmo que me apeteca chorar.
Nao quero ficar parado, nao posso.
O pensamento nao para de me assediar.
Nao tenho momentos livres, fujo deles,
mesmo que pareca vazio e ausente do mundo.
Deste mundo talvez, sim talvez deste mundo.
Ha uma imensidao de locais onde me refugio.
Aprendi a sonhar antes de aprender a andar.
Aprendi a sorrir sem ter motivo.
Sim! Acho afinal, que sei sonhar!


26 JULHO 2013 

terça-feira, 23 de julho de 2013

MEU CORPO, MINHA ALMA




O meu corpo, devia ser como a neblina,
Onde nada se acomoda permanentemente.
Que os sonhos se espalhem, sozinhos
Sem limites de forma e, as nuvens, fossem
tão frágeis, como a alma, liberta e receosa.
A minha ilusão é diferente; corajosa,
Como os pesadelos sem escrúpulos,
Que me atacam sem razão aparente.
O meu corpo, serve de prova da existência.
Não confio no conceito, porque sou eterno.
Todo o mar é imenso, mas precário.
Ser eu como o mar. Era bom,
Se o meu corpo fosse neblina.
Todos os sons dos elementos,
Quase misturados sem nexo,
Sem um sentido necessariamente correcto.
Assim sou eu e, a minha alma.
Indiferente a áreas e espaços.
Irreverente com a imposição de regras,
Mas longe de prevaricar o caos.
Flutuo como o ar, mais espesso ou lasso,
Envolvendo quem me atrai, com um abraço.
Se não tiver sentido o que escrevo,
A vida não tem razão de existir.
Só as palavras  transportam o que penso,
Sem apelo prévio, nem agravo conclusivo,
Nem o desalinho contínuo dos vazios,
Me transformou neste fardo complicado.
Quero sair com a alma, ainda vivo,
Para saber como e, quem sou afinal.
Quero sentir prazer em partir,
Quero sorrir quando o fizer,
Como um sopro, uma neblina curiosa,
Ou até mesmo, outra coisa qualquer.


23 JULHO 2013

O PIGMENTO




Saberei sempre falar com todas as cores.
Nunca compreenderei o racismo.
O Homem é o portador da alma.
A que nos protege, que nos define,
Onde a personalidade se desloca,
Num invólucro chamado corpo.
A máquina mais que perfeita.
Tão perfeita como desconhecida.
A alma tem todas as cores,
Todo o resto são pigmentos.
A pele tem a ternura das sensações,
O privilégio do toque e da dor.
Não entendo a diferenca das cores
Que não sejam pintadas em tela.
Estas cores que segmentam,
que envergonham a humanidade,
Só em mentes pequenas.
Sem duvida que o inicio racista,
esta em ser falado como tal.
O preconceito da bestialidade,
a superioridade racional defeituosa.
O fogo, tem o poder da purificacao,
do renascer da vida, mesmo simbolica.
A agressao tem o poder do odio.
O separatismo, o nojo dos inteligentes.
Todas as cores sao como um toque final.
Sao o limar das arestas do corpo,
na criacao de uma obra de arte.
Os daltonicos mentais, sao vazios,
tao vazios como a alma que nao tem.
As cores sao para ser olhadas,
sao para ser tocadas e desejadas.
Amo o Mundo assim, com todas as cores!


23 JULHO 2013

segunda-feira, 22 de julho de 2013

BRILHO




Basta-me pensar na logica da felicidade,
E para que entendam, olhem-me nos olhos,
sintam o brilho intransmissivel, que os decora.
As imagens que memorizo, tal como telas,
Que nao mais me abandonam por belas,
Equivalem ao brilho dos mestres, no ultimo toque
Que na beleza, denuncia a tristeza do fim.
Tudo o que me faz sentir especial,
Nao sou eu, nem ninguem em particular.
Sao todas as coisas juntas, que me fazem sorrir.
A felicidade, altera a alquimia do corpo,
Transforma sonhos em fluidos dificeis de controlar.
Sao as cores do firmamento, filtradas devagar
Para sentir o poder separado, de todo o conjunto.
A areia do mar, aspera no toque,
Tem a opcao de ser leve, agradavel como o desejo.
A intensidade dos sentidos, embebeda-me,
No brilho que sinto e vejo, em tudo o que amo.
Uma caneta, um copo de agua,
Uma festa na face, um grito... tudo brilha.
So quero manter o entusiasmo de viver,
Perder a vontade de desistir, de todas as coisas.
Sou feito de emocoes fracas, que crescem,
Como a imensidao do mar, e um riacho.
O brilho, segue-me na estrela do norte,
No acreditar que faco parte de algo enorme.
Nao quero absolutamente nada da vida,
Apenas um sorriso, com uma mulher,
nunca perderei este brilho nos olhos.


22 JULHO 2013

ESTOU CANSADO!





Estou cansado!
Já não tenho força.
Já não tenho vontade!
Não acredito,
não me preocupo.
Desilusão, se for condimento,
é um sabor que me acompanha.
Já não dou mais,
estou seco, sem vontade.
O mar atrai-me,
imenso, terno e poderoso.
Apetece-me entrar,
andar, andar ate não sentir nada.
O vácuo, esse virá, calmo,
como foi, tenho saudade.
Aqui, já não faço nada.
Apenas me movo,
apenas cheiro e mastigo.
O porquê, já não sei...
Estou cansado!

22 JULHO 2013

domingo, 21 de julho de 2013

UM SORRISO ETERNO




Às vezes dano-me sozinho,
Ao tentar ter o Mundo comigo.
Não me deixa esta frustração,
Esta impotência desesperante.
Não quero nada de ninguém,
Exijo muita coisa a mim,
Aos outros, apenas verdade.
A minha verdade!
A minha garra, o meu rugido
Já ferido tantas vezes.
Não são os pseudo eleitos,
Que regulam a vida no Mundo.
Há algo no Universo,
Só o Arquitecto sabe.
Todos nós, simples mortais,
Peças de um puzzle estranho,
Destruímos o que foi feito.
Tudo encaixa no sitio certo,
Temos um local próprio e definido.
O que me dana, é ver tantos erros.
Peças que encaixam erradas e,
A minha impotência em as mudar.
Gostaria de ser manipulador,
Só na inteligência dos indecisos,
Os que ultrapassam a certeza dos idiotas.
Tenho uma revolta por organizar.
Uma revolução solitária,
Compassada na profecia do amor.
Oh Deus, como eu sou irrelevante!
Um perfeito incógnito, insolúvel,
Mistura impossível neste mar de ódios.
Dano-me com a Humanidade,
Não me misturo em ódios futeis,
Apesar de viver no meio deles.
O que espero, no final,
Nem eu sei por antecedência.
Apenas sei, que tudo começa,
Por um pequeno nada.
Que de um embrião,
Nasce uma criança,
Que em cada criança,
Cresce o querer eterno,
Num sorriso misturado,
Com o poder da inocência,
A frieza da verdade,
E o futuro na esperança.


21 JULHO 2013

VIOLENCIA PURIFICADA





Apetece-me toda a violência possível.
Desabafar de forma descontrolada,
contra tudo, contra todos e contra nada.
O motivo, acho que não está escolhido,
nem sei se o haverá, absolutamente.
Apenas uma descarga de adrenalina mental,
apenas os meus neurónios perplexos,
em afluência nervosa de sinapses carentes.
Sinto a violação dos miseráveis indefesos,
dos que não fingem, dos que não têm opção.
As aberrações humanas começam aqui,
no espaço inerte das probabilidades,
onde apesar de identificada a doença,
apesar de haver cura, não haja quem queira curar.
Eu quero, mas sou inofensivo, na determinação.
Os meios não os tenho, além das letras vazias,
cheias de atitude discutível, a não ser escárnio,
critica e irreverência reprimida a esta frustração.
Quero penalizar os culpados com tortura virtual.
Assediar as consciências corruptas dos abutres.
Acabar com o alimento nos cadáveres criados,
mas sim, usando os corpos, ainda vivos,
talentosos, com um sorriso de felicidade.
Quero que se alimente o egoísmo monetário,
mas que engordem os sentimentos humanos.
Todo o resto me cria nauseas dolorosas.
Apenas preciso de ar para respirar,
alimento para sobreviver, além de que
a mente, seja um cristal hipotético,
e me entregue, a purificação da existencia.
Apenas ser feliz!
Comigo próprio, e com o Mundo!
Impossível. Eu sei...

21 JULHO 2013

sábado, 20 de julho de 2013

PRONTO...




Pronto.
Estou transtornado com a incompetencia.
Estou desvairado com a prepotencia,
dos assassinos da memoria do meu pais.
Agora se fecha a Cudelaria de Alter do Chao,
como quem bebe uma chavena de cha mofo.
Cospe-se e deita-se fora...
So porque ha uma folha escrita,
que em absurdo dita, nao vale de nada.
O Puro Sangue Lusitano, vai para bifes.
Vai para hamburgueres das cadeias de engorda.
Mete-me nojo a hipocrisia de um pais como o meu!
Talvez por ser proporcionalmente pequeno,
a area geografica demonstra a area cerebral.
Pequenas ambas, e tenho que aturar isto.
Apura-se algo de unico no mundo,
apura-se um gene de besta fina,
que em tudo ultrapassa o humano.
Um gene lusitano, uma chancela de qualidade!
Fala-se com tanta desinteria de palavras,
que a diarreia mental que consigo ver,
tem por resultado a desgraca do meu pais.
E fico furioso com a inercia regulamentar.
Fico deslumbrado por inacreditavel atitude.
A imagem do meu pais neste momento,
e a de um pais que ja quase nao o e,
a imagem que quase ja nao existe,
em troca de uns placards eleitorais,
das bestas quadradas que nos governam.
Pronto.


20 JULHO 2013

BOM DIA VIDA




Um olho meio aberto,
Um acordar sossegado.
Ao ritmo que galga,
Toda esta paz que foge.
O ar que respiro,
Um beijo do Sol.
Elogio a vida,
Mais um dia,
Onde tudo renasce,
Em mim, para mim.
Mais dias virão,
Com poder soberbo,
A felicidade da vida,
A alegria das aves,
Os toques do vento,
O calor das cores,
O imaginário dos cheiros.
Um sonho adormece,
Um outro amanhece.
Sou fanático da vida,
Respiro a felicidade.
Todos os dias,
Renovo estes votos,
Adicionando sabedoria,
Ao total da idade.


20 JULHO 2013

sexta-feira, 19 de julho de 2013

UM MUNDO INERTE




Apetece-me chamar nomes ao Mundo.
A tudo, a todos e ate a mim!
A sacanice da inercia, deixa-me o odio.
Algo que nunca senti, por ser extremo.
E sinto, quando vejo o que nao se faz.
Fico incomodado com sensacoes destas,
quando nunca as entendi nos outros,
quando me envolvem com sofreguidao.
Quero as criancas livres, imaturas,
com a infancia a que tem direito.
Quero a fome extinta, as dores ultrapassadas,
todas as coisas negativas acabadas.
Eu sei. Eu sei que a utopia e algo complexo.
Seria bom, pensar no maravilhoso,
e o ideal saltar sem obstaculos, aqui...
O Mundo, tem uma inconveniencia,
o ser humano, a humanizacao descontrolada,
e a palhacada do egoismo disfarcado.
Quando chamo os bois pelos nomes,
chamam-me animal irreverente, e rujo.
A incompetencia do que nao se faz,
cria-me rugas duras e profundas,
que nem bem tratadas ultrapasso.
O martelar fino dos segundos,
os pequenos sinos que soam,
sao a harmonia arredondada,
na perfeicao que nao existe.
E o Mundo, esse que tenho aqui,
tem a peripecia da conquista,
dos encantos escondidos por alguem,
que como criativo, me adormece a duvida.
A todos, a tudo e a mim...
Ha um Mundo inteiro,
a quem chamo todos os nomes!

19 JULHO 2013

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O VALOR DA SAUDADE




Quero que saibas o valor da saudade.
Tento induzir simplicidade em todos os actos,
nos momentos em que tudo se torna dificil,
pela ânsia da procura de vazios, que existem,
que me preenchem este estado de saudade.
Não tenho medos por estar sózinho,
perto, também a sinto. O valor,
o que te quero oferecer, tem a ver com nada.
Todo o espaço descampado, entre corpo e alma,
está deserto de tudo, de ti, e de mim próprio.
O valor emotivo, está inflacionado pela saudade.
Dói-me o cheiro que invento, o tacto que não sinto,
o som que não oiço, o olhar que não vejo.
Faltam-me todos estes nadas que tenho aqui.
A saudade, está cada vez mais cara, para mim.
O poder que tinha, vou perdendo sem retorno.
Não espero pelo que quero, apenas espero.
O valor da saudade, é ser eu, neste momento.
Espero aqui, por ti quem quer que sejas.
Um dia qualquer...


18 JULHO 2013

terça-feira, 16 de julho de 2013

A VERDADE DE SER ASSIM...





A verdade esta apenas na minha mente.
Toda esta diversidade de sentimentos,
onde apenas o amor serve de base.
Tanto o amor, tantos os amores,
tanta vontade de transformar a existencia.
Nao ha necessidade de apenas relacionar,
basta sentir, sorrir, beijar... e eis o amor.
Mesmo nao tendo tocado, nao tendo falado,
nao tendo ouvido, nem tendo cheirado.
Amor esta dentro da alma, invisivel e sensivel.
Os toques, as falas e tudo o resto,
surgem naquele momento unico, por encanto.
Tenho a verdade como conviccao.
Tenho intensidade direccionada em varias frentes.
Tenho a mulher, a familia e a amizade...
Tenho tudo por excesso da certeza, que sinto!
Em falta, fica sempre a saudade,
tao efemera como o meu corpo,
mas eterna como a minha alma.
Tenho a verdade de sentir o que sinto,
de nunca ter vergonha nem pejo de o dizer.
Tenho os pulmoes sempre cheios de ar,
para qualquer grito que queira dar.
Tenho o mundo a minha volta, infeliz
inibido por vergonha da falta, sem coragem
de apenas dizer, que o amor e o que falta.
Tenho os sons de metais e teclados martelados,
que iluminam o desejo da harmonia doce.
A musica anestesiante, que me afasta da dor.
Um encontro com algo superior que me liberta.
So tenho o defeito da verdade, mesmo que doa.
Quero sentir a mente, mesmo ausente.
Quero amar a mulher, como amo a arte.
Quero ter a paz de um respirar simples,
onde o cheiro me de o desejo, de ficar.
Quero ficar aqui, apesar de efemero,
mas com a paixao das sensacoes... e dos sonhos.


16 JULHO 2013

segunda-feira, 15 de julho de 2013

POR TODAS AS VEZES QUE TENTO





Por todas as vezes que tento,
Há uma limitação intransponivel.
Tento tudo, contra mim próprio.
Tento a sensação de ser feliz.
E toco-a sempre, muitas vezes.
Mas o tempo, a besta crua,
Tem um laivo cruel de nitidez.
A nitidez que me falta, que quero,
Que me faz assumir a realidade.

Por todas as vezes que tento,
Essa nudez na minha alma,
São imensas as outras,
Todas as vezes que falho.
Aprendi a cair, sem dor,
Por tantas as vezes que caio.

Por todas as vezes que tento,
Não faz sentido o passado.
Não tem sentido o presente.
Apenas uma fórmula inteligente,
Apenas saber viver a vida.
Apenas tento emoção nas coisas,
Nas pessoas, e em mim próprio.
Sou emotivo por defeito,
Um defeito horrivelmente agradável.

Por todas as vezes que tento,
Nunca consigo o intento,
Mas não deixo nunca de tentar.
Que o Sol me traga o vento e,
Me atenue o calor na mente.

Que eu tenha descernimento,
Por todas as vezes que tento,
Que ao tentar eu consiga,
Nunca deixar de te amar.


15 JULHO 2013

domingo, 14 de julho de 2013

ESTATISTICA HUMANA




Tropecei hoje no problema das estatisticas.
Acho mesmo que estatisticas, sao a miseria
omnipresente do que ja foi ultrapassado.
Pergunto eu, se tem logica, se e obvia
a conclusao de estados e atitudes numerarias,
que se passam em tempos proprios e irrepetiveis.
Esta e a nova matematica logica, simplificar.
A geometria dos actos deixou de ter efeito.
A geografia das pessoas, afinal e importante,
e desafia toda essa facil globalizacao.
Tudo treta. Tudo beleza plastica,
escrita a caneta sem tinta, e falta de humanidade.
Saberei eu ser o que queria que fosse?!
Nunca deixo de tentar ser aquilo que gosto,
mas nunca na vida atingirei essa meta.
As permissas, deixam-me o credito da aproximacao.
Tento a perfeicao a minha maneira, uma meta.
Alias, varias metas, que se definem sozinhas,
que me usam como polo invertido que se atrai.
O que eu quero e a media da minha vontade.
O que fiz, e passado, pelo bem e pelo mal.
Nao tiro conclusoes futeis, apenas relembro...
Nada de isto e estatistica, apenas aprendizagem.
Senti-me bem, senti o que sinto, sinto-me bem,
nada me convence que sentirei o mesmo, porque sim...
Tropeco nestas imagens e conceitos incertos,
nos elementos que servem de inducao a logica.
Uma logica que nao sigo, que nao tenho,
e que nunca me absorvera nesta conviccao.
Sou apenas o individuo, na forma e no conceito.
As estatisticas sao falsas, como ser falso e ser fragil.
Sou aquilo que quero ser, o que me posso acometer,
e nunca na vida, uma media de resultados pouco praticos.
Tropeco neste conceito, e levanto-me sempre que caio.


14 JULHO 2013

sábado, 13 de julho de 2013

PERDI-ME NO AZUL



Perdi-me no azul.
Uma cor como as outras.
Um azul não celeste,
nem mar, nem ar.
Azul.
Nem o fogo o conhece,
nem a terra o amortece,
o azul que é só, e tão meu.
Um azul que não tem cor,
apenas ansiedade pessoal,
e a vontade de o ter aqui.
Troco tudo pelo nada,
em toda esta calma,
apenas dominada pela cor.
Trocar a calma com a alma,
sem sentir os sons da dor.
Perder-me será azul,
será esta a cor que amo,
como amo toda as cores.
Mas o azul...
O azul, o céu e o mar,
uma razão por encontrar,
ter-me a mim, por um olhar.
Tenho laivos egocêntricos,
de todas as cores,
com a memória do amor,
e dos arrepios que sinto.
Quero azul sem qualquer pudor,
quero a verdade presente,
e a certeza que não minto.
Quanto azul tem o amor!?
Perder-me no azul,
No meu, no céu e no mar.
Perder-me para sempre,
num azul omnipresente,
até ter a coragem,
e um dia, te encontrar.


13 JULHO 2013

sexta-feira, 12 de julho de 2013

O MEU EU DIVINO




Terei que me recriar para me sentir bem.
Eu, recriar-me. Sabe um pouco a vazio.
Eu? Mas sim, Eu, porque sou Eu,
porque só Eu sei, talvez, o melhor de mim.
Deus, é uma prioridade da alma.
Um vazio que não existe mas é proclamado.
Depois de muito tempo, de muito vazio,
descobri que afinal sou melhor que Eu.
O outro Eu, que não Eu. Apenas este Eu.
O dito vazio é uma desculpa fanática,
uma frustração que submete tantos, ao nada.
Uma boa desculpa, para ficar inerte!
Um caminho obscuro de agressividade.
Tenho que incumbir as pessoas, se o quiserem,
a que a espera nunca alcança. Nada disso!
Quem espera, nunca alcança, apenas espera.
Dentro de mim, dentro de nós, há um espaço
de carisma eterno que ultrapassa a inteligência.
A inteligência, inseparável a este "inner",
o caminho pessoal, comum a todas as religiões.
O divino sou eu, uma parte de mim,
de dentro para fora, não de fora para dentro.
Eu sei que parece um trocadilho inusitado.
Eu sei e percebo o que digo, talvez apenas eu.
Falta-me pintar este quadro em cores que se leiam.
Falta-me uma escultura que me represente,
onde os vossos dedos toquem a minha alma.
Se pudessem tocá-la, saberiam o que digo!
Mas venham os Deuses, de todas as culturas,
que me embalem o Eu a caminho do divino.
Preciso deste espaço próprio! Muito próprio.
Preciso de lutar comigo, neste desafio.
Não tenho ódios, nem lutas, nem guerras.
Tenho uma luta intensa com o meu Ego,
quero aprender a passar sem ele, um dia.
Só Eu posso ter o que tenho dentro de mim,
uma nano porção de Deus. À sua imagem.
A inteligência é bónus e transporte divino.
Para o ser, eu me recreei, tal como vós.
O Eu, é comum dentro de nós!
Somos o divino desmultiplicado.


12 JULHO 2013


quarta-feira, 10 de julho de 2013

NESTE PRECISO MOMENTO




Neste preciso momento estou vazio,
neste preciso momento estou seco.
Nao tenho ideias, mas tenho sede.
Tenho sede de ideias, um outro momento.
A cama cheira-me a desafio, facil.
O calor insuportavel, atrofia-me,
enche-me de idiotices por concretizar.
O que penso, sei la. Ja nao sei o que penso.
Mas sei, sei que nada disto interessa.
Barulho, silencio, um pouco de vento.
Imaginar um oasis de luxuria, as dunas
uma mulher, consumar factos e actos.
Neste preciso momento estou confuso,
neste preciso momento ja nao me aguento.
Estou cheio de miseria na alma.
A miseria que me condena a calma.
As ideias passaram a privilegio raro.
O ar que respiro cada vez mais pesado.
O corpo amolece ao turpor do peso.
Neste preciso momento,
apenas queria a diferenca do amor.


10 JULHO 2013 

terça-feira, 9 de julho de 2013

O GENE DA ESTUPIDEZ




Acabo sempre por me esconder aqui,
Tentando resistir a tanta estupidez.
Até à minha, como comum mortal.
Todos os mortais têm o seu momento.
Até o momento normal da estupidez.
Definir este estado não é fácil,
Tem o cisma das interpretações.
Julgamentos são sujeitos à subjectividade,
À parcialidade dos interesses dos juízes.
Não há excepções. Simplesmente, não há!
Há fugas disfarçadas, e desinteresses.
Há fingimento e distração individual.
Por isso me escondo aqui.
Resistir a tanta estupidez,
A todos os estúpidos não declarados.
A estupidez, claro que é necessária.
Tenho de saber avaliar os estupidos,
para realçar e elogiar os inteligentes.
Mas há inteligentes estúpidos.
Há estúpidos que não são inteligentes.
No fim, e moral da historia,
A estupidez é um vírus em metamorfose.
Faz parte da mutação humana,
Faz parte da evolução da espécie.
Uma pitada de atitudes estupidas,
Pode ser o segredo de algo inteligente.
O sistema imunitário não esta habilitado,
Passou ao lado sem ligar, programado,
E agora, a cura virá tarde.
Não há nada nem ninguém, que esteja vivo,
Que não tenha a sua boa dose individual.
O segredo dos inteligentes,
Reside em esconder a estupidez com eficácia.
E eu?! Estúpido? Claro que não.
Disfarço melhor que os outros!


09 JULHO 2013

segunda-feira, 8 de julho de 2013

PALAVRAS FRÁGEIS




Hoje todas as palavras são frágeis.
Tudo o que me tormenta o espirito,
faz tremer as palavras que escrevo.
Não as aguento quietas, estão frágeis.
Não posso virar esta página,
Não posso mover a caneta com pressa,
Todas as letras caem, desamparadas.
Mais me complica a vida este caos.
Um puzzle que costumo gostar,
Uma sensação de fragilidade,
Mas não prematura, o que desgosto.
Estão frágeis as palavras por si só.
Pela forma que saem da cabeça,
Pela distância que parece ser maior,
Por um mar de coisas secas, inversas,
Diferentes de tudo aquilo que escrevo.
Tenho os restos entranhados nas ideias,
Tudo se afunila no desenrolar dos enredos.
Falta-me tanto de tudo o que quero,
E para já, falta-me o consenso das palavras.
Estão tão frágeis que se partem e, partem
Escorregando no branco desta folha.
Sofrer por elas? Claro que sofro por elas.
Soltar ainda mais palavras, talvez
Aumente este caos que já existe.
Frágil! Frágeis as ideias e vontades.
Compenso no sossego da música,
Os sons mimam a Alma. As palavras,
Essas, estão doentes e ausentes.
Sempre que acaricio esta sebenta,
Todas elas se tornam frágeis,
Tão frágeis como o amor que sinto.
Fico aqui, agora, com medo.
Medo de todas as palavras,
Por que se tornem frágeis.


08 JULHO 2013

domingo, 7 de julho de 2013

PEDRAS VIVAS




Digamos que as pedras sentem.
Afinal nada do que vemos, será inerte.
Talvez parado, manipulado,
Mas nunca insensível ou inerte.
Tudo o que existe, tem uma forma,
De estar, de sentir, de expressão.
As pedras também falam, sentem o vento,
Na paciência do tempo. E ouvem.
Ouvem as palavras dos séculos.
Acima de tudo, ouvem segredos.
A inércia é apenas um disfarce.
Rolam nas encostas, rios e mares,
Ouvem os gritos, a miséria e a fortuna.
E gritam. Sózinhas, unidas e sós.
Falam um idioma. Silencioso,
Um raspar de arestas indecifrável,
Que levam os murmúrios nas correntes,
Só os rios e os mares, podem amenizar a dor.
E a areia, que me acaricia os pés,
Traz-me o prazer da calma,
Assim, numa duna onde me sento,
Penso nas pequenas coisas que amo.
E amo o mar, e os rios, e as pedras.
Sinto como elas, toda a dor do mundo.
Em silêncio, com todas as arestas
Na forma mais rápida e efémera, mas sinto,
Sem capacidade de resistir à erosão do tempo.
À terra voltarei escondido,
Como pó ou como cinza, mas voltarei.
Serei mar ou serei terra, mas serei!
Sentirei como as pedras, inertes,
Ouvinte ou profeta, como as pedras,
Mas continuarei, a sentir a dor do Mundo.

07 JULHO 2013

sábado, 6 de julho de 2013

FICO A ESPERA...




Quando o calor me mata de tedio,
fico nesta inercia tao revoltante, que enjoo.
Todas as pequenas coisas que admiro,
derretem pela simples tentativa de pensar nelas.
As pessoas, nem ve-las, nao tenho paciencia.
As bebidas sao geladas de tal forma,
que me doi a garganta, pela espera da proxima.
Tudo isto me faz pensar na minha partida.
Se partir em dia quente, parto tarde
com a vontade do escuro e do fresco.
Tenho tantas duvidas sobre tudo.
Tenho tambem certeza de algumas coisas,
mas derreto as ideias neste calor intenso.
Talvez sexo. Talvez mais calor no corpo,
mas que me de um prazer superior.
Nem ler, nem escrever, nem pensar,
nada das coisas boas da minha vida,
ja nao tenho coragem sequer em andar.
Saudades do Outono, do Inverno,
do frio e das chuvas que depois condeno.
Estou aqui, preso neste corpo, inerte.
Condenado pela espera da saida,
aparando todas estas arestas humanas,
que em nada me glorificam, nem gosto.
Fico a espera....
Fico a espera de sair.
Sair de mim, e daqui para fora.

06 JULHO 2013

sexta-feira, 5 de julho de 2013

O AMOR E SER ASSIM...




Li a instantes algo sobre o amor.
E apaixonei-me. Mais uma vez...
O poder do amor, mesmo sem ser amado.
Amando, e sendo amado, o poder e simples.
Apenas se sente, egoisticamente.
Nao que ser amado ou amando, seja egoismo.
Mas em tudo isso, amar e uma virtude.
Dizer tudo sem abrir a boca.
Sentir tudo sem sequer estar perto.
Desfolhar e ler um livro em branco.
Tenho essa possibilidade, porque leio,
porque escrevo assim em folhas brancas.
E o meu amor nao esta perto, pois nao...
Mas tenho muitos. Tenho muitos amores,
que me livram da loucura individual.
O intelecto, faz jogos de pericia,
onde o amor esta sempre colado a mim.
Gostar de alguem e uma formula matematica.
Sao as permissas todas de um problema,
que acima de tudo e indecifravel.
As equacoes sao amiude alteradas,
basta um pensamento diferente,
uma temperatura anormal na alma.
Mas nao ha nada como o amor,
uma alma puramente apaixonada.
Mesmo aos que nao gostam de dizer,
com vergonha de expor sentimentos.
Tenho pena deles e delas, assim...
Porque eu amo e muito, tanta coisa.
Porque eu amo e muito, uma mulher
e nao tenho minimamente medo,
nem sequer vergonha de o dizer.
O amor e ser assim, livre...
O amor e ser assim, nao ligar...
O amor sou eu e as letras,
todo o meu mundo. E ela,
ao alcance do amor da minha alma.


05 JULHO 2013

quinta-feira, 4 de julho de 2013

QUERO SONHAR !





Estou cansado.
A cabeca diz-me que sim,
o corpo que nao.
A alma, observa.
Apetece-me tanta coisa.
Nao sei onde comecar.
Sair daqui.
Primeiro, sair daqui.
Bater asas que nao tenho,
e voar, voar muito.
Mas canso-me.
Seja qual for a opcao, canso-me.
A cabeca, o corpo, a alma descansa.
A espera enerva.
Os olhos esbugalham,
ao esfregar as maos.
O luar tem misterio.
Tem tudo o que nao sei.
O outro lado do dia,
o reflexo de mim,
um espelhar envergonhado.
O prateado da lua, um espelho.
A minha cor, incolor.
O fim do dia.
Amanha, direi o mesmo.
Sentirei diferente.
A penitencia do corpo,
a tortura da alma.
Quero sonhar!


04 JULHO 2013

COM TODOS OS NOMES




Um dia chamei-vos pelo nome.
Nao fujam nem finjam,
Que vos vejo daqui.
Prefiro a dor da verdade.
A angustia, tem paladar a culpa.
Toda a ansiedade prematura,
Tem o desenlace dos resultados.
E sim, chamei-vos nomes.
A todos, a muitos, a tantos...
Chamei-vos o que nao quero dizer.
Calei-me agora por cansaco,
Por gritar ate nao puder mais.
A sensacao de nojo invadiu-me,
Surpresa minha, que nunca o tive.
Deixem de alimentar o desastre,
Acabem com a hipocrisia, egoistas.
Os pobres sao pobres.
Cada vez mais pobres.
Cada vez ha mais, pobres.
Os ricos, que o sejam por merito.
Os nomes chamo aos idiotas,
Inertes, disfarcados de falsa competencia .
Os meninos de gravata torta,
Tem cerebro transtornado pelo medo.
Uma vergonha neste tempo,
Uma historia que apetece apagar.
A incompetencia governa livre,
Destroi a minha conviccao nacionalista.
Tenho a lamuria dos outros,
Vivo os ecos que oico aqui perto.
Os murmurios sao lamentos,
Ja livres de vergonha, ja doentes de medo.
Chamei-vos pelo nome que merecem.
Chamaria mais pela calunia que sao.
Nao ha remedio nem opcao.
O meu pais esta a deriva, apodrece.
Chamar-vos-ei todos os nomes,
Que tenho vergonha de dizer.


04 JULHO 2013

SOU UM ANIMAL SOLITARIO




Sempre pensei em solidao.
Pensei em solidao, sem sentir dor.
Prefiro sentir-me sozinho e bem,
que solitario no meio de gente inerte.
Solidao e um estado superior.
Ser assim como opcao, apenas so.
Tudo e complicado, tudo e dilema.
Apenas tenho o previlegio de optar.
Estar sozinho e meditar sem medos,
num espaco imenso, permanente.
Mesmo nao pensando em nada.
Preciso dos cheiros da vida,
das imagens obvias e naturais,
um imaginario intensamente presente.
Adjudico gratuitamente este projecto,
por mim e para mim, que o desenvolvo.
Sem qualquer intencao nem menosprezo...
Nunca ferirei alguem, a solucao e justificada.
Ser solitario, tem um poder enorme.!
Aprendo comigo, o que de mim ninguem sabe.
Descobri a alma, viva num espaco estranho,
onde a existencia ultrapassa o corpo.
Aprendi a solidao em pequeno,
onde me escondi do mundo, das pessoas,
onde encontrei este meu outro mundo.
No fundo, agradeco a oportunidade,
aprendi a esquecer o odio, o pavor.
Aprendi a transformar tudo, em mim.
Solidao... um espaco invejavel,
acessivel a qualquer bolso roto, ou vazio.
Aprender a solidao tem imensas etapas,
comecando em revolta intemporal,
imparavel, como o infinito que todos somos.
Solidao, e ser acompanhado de mim proprio.
Solidao, e estar sozinho no meio da multidao.
Sou um animal solitario, pois entao!

04 JULHO 2013

quarta-feira, 3 de julho de 2013

FALEI DO VENTO



Falei do vento com alguém.
Falei de paz e inteligência,
Falarei assim com frequência.
A sensação, foi muito boa.
Sentir a pele fria, sem que gele,
Mantém a alma limpa, viva,
Sem que o corpo se perca.
O sopro do vento leva-me.
Leva-me por bons caminhos,
Os que sei, os que quero ver.
O vento cria-me desejo,
Desejo de um corpo nu,
Desejo imaginario de tudo e,
O desejo do azul do céu.
Quero o horizonte aqui perto,
Tão perto que o possa tocar,
Aqui, na ponta dos dedos,
Como um virar de páginas e,
Assim, possa eu ver a ilusão.
O outro lado, escondido,
Deixa de ser o que não sei,
Basta-me o vento, um sopro e,
Terei tudo o que desejei.


03 JULHO 2013

terça-feira, 2 de julho de 2013

O PROLONGAMENTO DOS SONHOS



Hoje seria um dia interessante para me apaixonar.
Sem calores nem fulgores, sem tramas nem dramas.
Sera dificil, ou impossivel, porque ja sofro da doenca.
Quando acordo, sinto-me cansado do imaginario.
Um imaginario indomavel na fronteira do real.
Sonhos... Sao os sonhos que me mudam o dia.
Antigamente, pensava diferente sobre o sonho.
Utopias, coisas lindas e inatingiveis, algo de divino.
Mas nao. Nao sonho assim, e nao tenho pena.
Todos os meus sonhos sao limitados pela realidade,
sao o prolongamento do tempo que nao tive.
Tudo se torna inacabado ao fim de um tempo.
Basta existir o tempo para ser imprevisivel.
Apenas imagino os desejos, todos os desejos.
A vida, desliza como agua em seixos polidos,
por ela propria, pela erusao do tempo.
Quando realizo que algo se torna estranho,
nao consigo parar o tempo, o que me dana.
Nao tenho tempo para raciocinar nos erros
antes de os cometer por impulso proprio.
E apaixono-me por todas as coisas, todas...
E apaixono-me por todas as pessoas, quase todas.
O resumo destas ilusoes, passa a ser tortura.
Uma violacao a minha propria alma,
que se sente desiludida com a minha indiferenca.
Os dramas, os impulsos deixam de ter sentido,
o calor da alegria deixa de me tocar o corpo.
Assim ando cansado com a vida, esta vida simples.
Farto-me da previsibilidade tao facilmente.
O calendario, o almoco e o jantar, as pessoas...
Recolho em mim. Retorno ao meu embriao perdido.
Sonho comigo em reverso no tempo, ate nascer.
E penso. Penso se tera valido a pena nascer.
Penso que apenas a paixao e a felicidade valem a pena.
Penso que tudo o resto e penitencia e dispensavel.
Por isso me apaixono todos os dias, nem que seja por mim.


02 JULHO 2013