Esta minha admiracao pelo crepusculo.
Talvez seja culpa das cores,
Talvez seja culpa das flores,
Talvez seja culpa do Mundo.
Basta-me desenhar algo sem sentido,
deixar correr os dedos na areia,
sentir o calor que as cores me oferecem.
Deixar ficar o corpo numa inercia boa,
deixar que o inexplicavel me invada,
tao devagar, como a pressa que nao tenho.
Quero sentir o crepusculo,
apenas pela calma que me invade.
Sentir a fragilidade aparente dos elementos,
a vergonha do Sol cansado que se esconde.
Olhar os outros, sentados como eu,
que pensam o mesmo que eu penso, calados.
So eu falo aqui. So eu tenho esta necessidade,
falar do que me transtorna, mesmo que bem.
Admiro o horizonte tremulo,
a mistura do mar, a expessura do ar,
ate as nuvens que perdem o volume.
Sao todas as cores, que me fazem adorar
o privilegio da vida, no espaco, na terra,
nos seres vivos, como creacao eterna.
Ser efemero, acelera a necessidade
de sentir consciencia, pelo que irei perder.
Os cheiros, o tacto e o sentimento,
sao o premio supremo da vida.
A vida, como a conheco agora,
ja me entrega algo inesquecivel,
onde so a eternidade me fara esquecer.
Por isso, o momento do crepusculo,
e a dadiva magica dos sentidos,
de quem sente, de quem adora a vida.
Eu, tenho essa certeza.
31 JULHO 2013