terça-feira, 8 de outubro de 2013

JÁ NÃO CHEGAM AS PALAVRAS




Nem todas as palavras chegam.
Nada que me encontre um caminho,
Nada que me abane a existência.
Não chegam todas as palavras,
Nem o tempo que me resta.
O que me apetece, não passa
De um apertar o Mundo na minha mão,
Espremê-lo em indulgências cruéis.
O perdão já não faz sentido,
Acusar não tem qualquer fundamento.
Sei que fico embevecido por pouco.
Detesto esta sensibilidade aparente.
Dirigir o momento que sinto,
Será um exercício difícil de gerir.
Prefiro acabar já isto.
Encolher-me na pele que enruga
A cada espasmo de amargura e,
Saltar fora novamente, como novo,
Ávido de um inalar imenso de ar puro,
Que me arrepie todos os pelos do corpo.
Sentir! Sentir que tudo não passa de nada.
Apenas mais umas pequenas coisas quaisquer
Que se associam a tudo o que já existe.
Esmagar as ilusões em almofariz e,
Deixar que a alquimia dê todos os frutos,
apesar de adormecida a alma que urge.
Já não tenho tempo para o que quero.
As palavras são muitas mas não chegam.
A existência fica, só porque sim!

08OUTUBRO2013

Sem comentários:

Enviar um comentário