sexta-feira, 11 de outubro de 2013

DESCONFORTO DA ALMA



Todo o desconforto é pouco.
Estou como que do avesso
com o corpo e, o mundo inteiro.
As fases são um acumular  incontornável,
aparecem amiúde contra minha vontade.
Além do vómito mental que sinto,
ainda acrescento a dúvida da alma.
Será que estou a ficar senil?!
Cruamente pensando acho que sim.
Nada de incontrolável apesar de tudo.
Apenas o consciente me avisa ciumento,
que o inconsciente anda doido por espaço.
Espaço no meu interior, uma guerra interna.
Parece uma história mal contada,
seguindo laivos de qualquer coisa antiga
que me contaram e nunca acreditei.
O desconforto ás vezes incomoda mesmo.
Nunca estarei tal como o mundo,
em usufruto de tudo o que é ideal.
Alcançar a perfeição foi e será sempre utópico.
Os anjos e arcanjos de purezas dúbias,
resultam em fé mascarada de fogo frio.
Não pintei nem trepei aos símbolos medonhos,
pelos sonhos pecaminosos de quem pune.
Não transporto os dez degraus,
não os defino por fases de purgatório.
Os pecados mortais podem ter um número,
mas muitos mais ficam por catalogar.
Resta-me este desconforto, pelo gozo,
uma insanidade controlada e masoquista.
Pensar, tem o fervor da inconveniência,
doi o corpo; de dentro para fora tudo arde.
Ficam fantasmas que não sei se existem,
imaginários de metafísica controlada.
Fica o desconforto de algo inocente.
Saber que sou alma mas também gente.

10OUTUBRO2013


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