domingo, 6 de outubro de 2013

AS ARMAS




São as armas.
Todo o poder está nas armas.
Que seria eu sem armas?
Um desarmado mental,
Sem apelo nem agravo.
Limpo a minha diáriamente.
Repenso tudo o que penso.
Tudo o que pensei, já não chega.
Minha arma, minha mente.
Já não saem balas de metal,
Nem cartuchos de plástico,
Nem balas de borracha.
Disparo tudo o que penso,
Pela arma do pensamento.
Por vezes é mesmo isso!
Libertar o fel que arde por dentro.
Cada linha uma munição,
Reciclável e recomendável,
Até pela irreverência do acto.
E disparo, disparo, disparo,
Até que me doam os dedos,
Até que acabem as munições.
São sonhos e frustrações,
É tudo o que carrego no peito,
O que me rebenta a cabeça
Pelo acumular do desespero,
Pelas desilusões inesperadas.
São as armas,
Todas as armas que tenho,
Que limpo e recarrego todos os dias.
Um vício de bradar aos céus.
Um disparar em consciência,
Um alvo que sempre encontro.
São as armas de cada um.
As minhas são palavras,
Letras, municões, tudo junto,
Se transforma em arma.

06OUTUBRO2013

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