terça-feira, 29 de outubro de 2013

ACORDAR SIMPLES





Poderei acordar todos os dias,
Apenas me falta capacidade,
Vontade permanente e geral,
Para gozar a plenitude da vida.
Impossível e infeliz porquê.
Disfarçadamente vivo feliz,
Sempre que o Sol entra janela dentro.
O invísível toca-me concentradamente,
Acabando com a preguiça fácil
Que me invade ao primeiro respirar do dia.
Não me faltam forças. Nada disso
Nada me falta para qualquer finalidade,
Apenas disfarce ou desprezo ambíguo.
As notícias transformam a esperança,
Sendo única alternativa, ignorar sem ignorância.
Resta-me tudo, nada de choros parvos,
Tudo resta ou falta, por inércia,
A inércia que combato e me revolta.
Sei ser homem de atitudes discutíveis,
De feitio alterado por impulsos.
Sei ser assim, sei ser muito mais que isso!
A resposta, se for d'outros, será diferente
De todas as minhas respostas a mim mesmo.
Sempre diferente e ambígua, e quero isso.
Quero pensar de várias formas,
Quero que o assunto central se divída.
Apenas acordar todos os dias não chega.
Apenas respirar por sobrevivência não chega.
Apenas mais um dia não chega.
Cada vez mais, me chega tudo como suficiente.
Estou no limite da paciência com o Mundo.
Falta-me paciência para aturar a arrogância,
Falta-me paciência para aturar os "iluminados",
Provocadores só porque acham que sim.
A Humildade continua a ser difícil de alcançar.
Não de herda nem se compra, procura-se.
Luto contra tanta coisa estranha que passa por mim.
Apenas a simplicidade me interessa,
E essa tem sido a maior dificuldade da vida.
Ser simples não se herda nem se compra, conquista-se.
Poderei acordar todos os dias,
Todos dias serei simples por opção de vida.
Que se danem as opiniões dos outros.

28OUTUBRO2013

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