O ritmo é vida.
Regula o corpo,
Mantém a alma viva.
Outros ritmos que amo,
São tão diferentes que,
Vivem de forma própria.
Interrogo-me aqui sentado,
Sobre uma árvore plena de vida,
Onde o contracenso da época,
Ilude a desfaçatez do final.
Sei que é Outono,
Que os ciclos se completam.
A magia das árvores,
Faz-me sentir diferente.
Todas as folhas são vermelhas,
Ou amarelas, ou pardas,
São cores de quase quentes,
Em fogo tão brando e belo,
Que atingem o auge da cor.
Vermelho vivo, polido,
Intensas de vida e morte.
O paradoxo está aqui,
Todas as folhas morrem,
Agora, no auge da beleza,
Caem, uma por uma,
Aqui, a meus pés.
São gotas de sangue,
De uma ferida aberta.
A cura, está no mistério
Onde a morte alimenta a vida,
A beleza mesmo morrendo,
Nunca morre; há outra vida.
Um retorno tão lógico,
Um esplendor reencarnado.
São os ritmos da vida,
Que nascem, em rituais.
São os ciclos naturais,
Que nascem imortais,
E morrem, vivos e mortais.
As folhas podem morrer,
Mas não lhes morre o Ego.
Morrendo se renasce, como
Aqui, numa simples árvore,
Ali será uma pedra, um eco duro,
Além será um comportamento.
Pensar, é dom que dói.
Que filtra prazeres,
Os privilégios da vida.
Só o sangue não pára,
Como as folhas,
Que morrem,
Que nascem.
São árvores velhas que,
Renascem com
Alma renovada!
19OUTUBRO2013