Se quero ver a minha alma sorrir,
escrevo e leio poesia. Sinto-me so...
Sinto-me agradavelmente sozinho,
na fidelidade e entrega da poesia.
A cumplicidade e fiel, comunga
irreverencia e revolta inteligente.
A harmonia e total, comunga
beleza e mimos rabiscados,
que eu leio ou ate escrevo.
Eu, apenas eu me entrego, a mim.
Nao me entrego a ninguem,
porque para ninguem o escrevo.
Esta e a cura da alma que tenho,
saro a minha doenca do desabafo.
Nao penso muito, quase nada.
Tal como este momento, aqui...
Nem olho as palavras que escrevo,
e digo muito o que escrevo no fim.
Poesia, sou eu e todo o Mundo.
Poesia e o que sinto a flor da pele,
o cheiro da vida, a dor e a felicidade.
Poesia e um afago de vento,
um sorriso e um tormento, como eu.
Sei ser uma fuga facil para a vida,
complicada no acto da entrega,
a que chamo a este o meu mundo.
O sonho um novo mundo, paralelo
onde sou eu, portador do outro Eu.
A poesia um elo de ligacao,
um transporte para a viagem.
E viajo constantemente, sem destino,
sem certezas, onde a duvida e fertil,
em todos os episodios e apeadeiros,
destas minhas viagens solitarias.
Assim sorri a minha alma,
em constante privilegio pessoal.
Talvez gostem, talvez nao,
mas a viagem sou eu e o Mundo.
O meu Mundo, e o que me desilude.
Poesia e um portal de salvacao,
da minha consciencia complicada.
Poesia apenas um filtro da simplicidade.
21 MARCO 2013
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