Estou em estado de semi anestesia.
Senti nojo de mim proprio, apesar
do exagero do sentimento, pela causa.
Senti nojo e pena do mundo. Sao dois
estranhos conceitos, e resultados naturais.
Um dia quase inteiro a ver as desgracas,
o abandono de povos pouco civilizados.
A revolta burbulha-me o sangue nas veias,
ferve-me a logica e o sentido da mesma.
A civilizacao ocidental esta doente. Muito!
Uma dor que nao tem remedio, a nao ser
o tedio de quem nao a quer ver.
Sao criancas, meu Deus... sao criancas.
Sao as maes do desespero, alimentadas
apenas pela dor. Sao os farrapos gastos,
na poeira da evolucao que esta revertida.
Quando vejo estas imagens, morro...
morro por dentro e por fora, sinto
que perco tempo de vida propria.
As razoes sao tao ambiguas, tao simples.
A humanidade varre a poeira da pobreza,
enche espacos aridos com secura humana.
E nao vejo remedio, o que me transtorna.
Mas nao tenho coragem. Nao tenho,
e isto tambem me revolta no fundo.
Sou um cobarde existencial, mais um...
Sei que protejo os meus, e sinto
sinto esta possessividade ocidental,
a opcao individualista, e nao solidaria.
Ajudo sim, mas nao sei se o suficiente.
Dao-me ganas de fugir desta cadeira,
destruir canetas e teclas, livros e papeis,
e correr... correr sem parar por um momento.
Sentir-me perto da pobreza desenfreada,
participar e senti-la. Ajuda-la!
Ja passei fome, eu sei... ja estive perto
do abismo civilizado. E arrependo-me...
as vezes arrependo-me de o ter ultrapassado.
Doi-me tanto esta vida de inercia humana.
Doi-me este planeta, doi-me esta caneta.
Doi-me tudo, porque afinal, nao tenho nada.
19 MARCO 2013
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