Chega-te aqui... nao chores de medo.
Nao chores de fome, nem a dor que sentes.
Quero tanto tratar-te... acabar com esse medo.
Quero limpar estas lagrimas faceis,
limpando as tuas, ao meu colo... e uma sopa.
Quero-te crianca... Quero-te crianca!
Quero sentir nos teus olhos, um sorriso.
Quero dizer-te o porque, pedir-te desculpa.
Nao quero mais pesadelos onde tropeco,
os mesmos corpos secos famintos, rijos de nada.
Quero escrever-te esta carta, que nao recebes,
que por mais que tente evitar, a lagrima escorre.
Se as minhas lagrimas te alimentassem,
se os meus desejos fossem humildes milagres,
que saltasses a minha frente, em meu redor
em palermices inocentes, e fosses apenas crianca.
Que o po dos panos que te cobrem o corpo,
se tornassem em farinha e pao, so para ti.
Ja nao consigo ver as imagens, ja nao tenho coragem...
tenho nojo em mim proprio, por a nao ter.
Mas sei... sei que me falham proporcoes.
Sei que nao me dao o valor que entrego.
Tenho a certeza do meu final, porque o sinto!
Sei que vou acabar sozinho, como estou...
Sei que vou pegar neste corpo inerte,
transforma-lo em entrega humana e raciocinio.
O raciocinio certo, generalizado e nao individualista
a entrega do que realmente sinto por ti crianca.
Quero pegar em ti, pesar a tua lagrima
senti-la na ponta destes dedos secos e imundos,
e dizer-te apenas uma vez... amo-te assim.
Amo-te em mim crianca,
que tambem nunca o fui!
17 MARCO 2013
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