quarta-feira, 27 de março de 2013

HÁ UM BARCO NO CAIS



Há um barco no cais.

Há areia escondida no mar.
Um par de remos lentos,
um barco lesto por remar.
Há um ponto infimo,
uma onda crescente.
Há a espera, um retornar,
há a alegria da gente.
Há um cheiro no ar,
o som das gaivotas,
O troar soberbo do mar.
Sopram ventos frios
na alma a esperança de sempre.
É a faina que finda,
agreste e pouco farta.

Há um barco no cais.

Há uma história triste,
uma memória herdada e,
o poder da coragem.
Há algo que nunca morre.
Há um povo pobre,
um gume afiado
uma navalha que corta e,
um olhar seco, enrugado.
Há um par de mãos, gretadas.
Há um farnel, um garrafão,
e alegres pés descalços.
Há o encanto de uma nação,
há um povo que não é falso.

Há um barco no cais.

Uma rede que seca,
sete saias que rodam,
há folclore e um braseiro.
Há sardinha assada,
um casqueiro cortado,
uma malga de vinho,
um santo abençoado.

Há a alegria dum povo.

Há um barco no cais.

27 MARCO 2013

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