O nascimento vertebrado da pedra nua.
A doença construtiva do hábito compulsivo,
Degenera em desgaste permanente e cansativo,
Em intencoes vazias e, finalidades inexistentes.
Se sentir o equivalente à respiração das pedras,
Passo a andar de forma única e respeitosa,
Numa praia de passos cegos, em seixos redondos,
Que mais não fazem que esfregar o tempo.
Tudo isto me fere o corpo, sem hipótese de fuga.
Prefiro uma natureza morta prolongada,
Pincelada a óleo peganhento e longo,
Na interpretação da mesma forma,
Consoante o meu estado de espírito.
Fica a retina convencida que a eternidade,
Não passa de uma sequência de imagens.
Resta-me (tentar) expor o rude na criatividade,
Com espasmos húmidos em pinceis frageis,
Tal orgasmo interiorizado e abstrato.
O hábito subverte a utopia das coisas.
Demora o fim do mundo até alcancar
Objectivos de uma harmonia fictícia,
Tão impossível como a dor real das pedras,
Mesmo que rolem sem exteriorizar a dor.
Desfazem-se arestas hipoteticamente imperfeitas.
O esqueleto desconhecido da pedra nua,
Greta-me os pés com sangue, indiferente
Aos sentimentos e admiração que lhe possa ter.
Circular de cabeça erguida torna-se doloroso.
Os caminhos hipotéticos, perdem-se deformados
Numa dificuldade realista e falta de equilibrio.
A mente, habituada à dor, já não a sente.
O hábito conquista a muralha da pedra,
Intransponivel numa historia que o deixou de ser.
Apeteceu-me surrealizar um pedaço da vida,
Dar vida e sensações, às pedras ignoradas.
04 OUTUBRO 2012
Gostei de seu estilo mais moderno. Poesia profunda, cadenciada. Parabéns!
ResponderEliminarFico contente por isso Su... obg. bjs
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