quarta-feira, 31 de outubro de 2012

OXIDADO PELO TEMPO



Sinto-me de certa forma oxidado.
Talvez o tempo que me envelhece, seja culpado.
A ferrugem que me ataca, apesar de prorrogavel,
sorrateira mas irreversivel, tem a minha propria cura.
Sei que nao me torno novo, que nao volto atras,
mas agrada-me a idade, pela sabedoria do tempo.
Curo-me do ataque dos elementos, com a alma
que combate progressivamente, por inata reaccao,
os desafios nostalgicos e depressivos... oxidantes.
Tal como metal usado, gasto e raspado, fico fragil.
Uma fragilidade aparente pelas rugas que nao controlo
pelo emperrar da carne, mas o enigma da felicidade
controla todas as adversidades, como tratamento certo.
Tenho o carisma da imprevisibilidade, disfarcada
por atitudes de bom ator, e boas perfomances indutivas.
O prazer de provocar reaccoes, que me previnam
da imprevisibilidade dos outros, torna-se eficaz
por cada vez que provoco e recebo retorno inocente.
Este oxidar dos elementos no reboco da sabedoria,
embeleza como bronze velho, que invade a pedra
escorrendo o verdete que atrai admiracao pelo tempo.
Tenho o antidoto certo para a idade. Tenho a alma...
Tenho vontade que exijo em me tornar um ser melhor,
no passar de cada dia, com o que sei, o que vejo,
sinto e aprendo. Que me sinta a oxidar por fora,
a minha escultura interna mantem-se como nova,
com espaco e tempo ainda, para os retoques
que se necessarios, a vida precise e decida dar.
Que oxide o involucro, que envelheca o corpo,
porque a alma, essa nunca morre.

31 OUTUBRO 2012   

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