terça-feira, 16 de outubro de 2012

SONHO SURREAL



Renasço a cada acordar.
O decifrar da noite leva o seu tempo e
custa-me focar na interpretação do sonho.
Consigo manter por breves momentos
imagens e acções maioritariamente
surreais que, se encadeiam disformes
com um sentido que não entendo.
Sei que há significados, que são latos
que frustram o entendimento lógico
pelo desenrolar abstrato do sonho.
O aliciante nem sempre tem a lógica
mínimamente imediata, aos impulsos
que tento acelerar, para não perder
os momentos e detalhes estranhos,
que se perdem da norma e realidade.
Canso-me tantas vezes. Acordo cansado.
Não que o corpo me entorpeça movimentos
mas ao adiar o amanhecer, a própria alma
que confundida se atrapalha por momentos,
teimosa ao tentar definir uma teia ilógica.
Acordar, só tem a lógica da vida,
só tem a lógica de um ritual corporal,
incontornável, que ultrapassa a intenção.
Quase semiologia do corpo.
Por enquanto, talvez por enquanto,
até que as sinapses se alterem em revolução
neurologica, evoluindo esta matéria cinzenta
tão imensa, tão intensa e desconhecida.
Acordar trás-me a ressaca da noite,
no desejo intenso, na opção certa
onde possa galgar a fronteira dos sensos.
A realidade, estranha mas atraente
do sonho, cria-me ansiedade neste encontro.
Nunca sei... A incerteza da surpresa atrai
todas as forcas que me restam, que reforço
de intencionalidade própria de me sentir sozinho
e passar para o próximo estágio da mente.
O meu ciclo de vida, (re)começa durante o sonho.

16OUTUBRO2012

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