Apetece-me falar de coisas vas.
Falar por falar... coisas simples.
Dar um passeio, olhar os meus vizinhos,
ainda com um sabor a cafe na boca.
Misturar-me num passeio assediado,
onde as cabecas ondulam incognitas,
diferentes, passos diferentes... e falam.
Falam de tudo aquilo o que nao sei,
vidas estranhas, saudaveis, doentes .
Mas falam... falam muito.
Desconcentrado perco o sentido do destino,
concentrado em absorver o mais que possa.
Nao fujo a um sorriso, eu... que penso.
Imagino os pensamentos, disformes misterios
onde a curiosidade se concentra, descontraida
um pequeno segredo ha tanto tempo meu.
Observo os comportamentos... adivinho.
Humano sem opcao consciente,
faco parte deste ondular aglomerado,
em mentes incognitas camufladas em carne,
ainda mais camufladas que vestuario,
onde o desespero individual nao resiste,
em tentativas desesperadas de camuflagem,
onde o pensamento, nunca deixara de ser
decididamente, o maior perigo da existencia.
Se berrar um improperio, ganho espaco...
o espaco da vergonha, a loucura que assusta,
a imprevisibilidade vista, em qualquer comum.
Um sorri, outro encolhe, outro ainda grita de susto,
sobrando aquele que enrija a tromba,
na total indiferenca das boas maneiras.
E passou... passamos todos uns pelos outros.
Uma epidemia massiva de expressoes tao vas,
como o que me faz falar... a vida.
Basta so mudar de lugar, atravessar a rua,
voltar a berrar para que seja novamente louco,
interromper o reciclar de cada passo diferente.
Tanta outra gente, ondulando feliz, triste,
ate indiferente com o cerebro parado.
Uma rotina humana que observo, em vao.
Mecanizado e alheio, num qualquer passeio,
num qualquer outro lugar do mundo,
onde me apeteca voltar a gritar,
enquanto falo de coisas vas.
26 OUTUBRO 2012
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