Se fiar lã por uma roca arcaica,
produzo o resguardo do mendigo,
se comer bem em prato de prata,
pois me alimenta, até o umbigo.
Se a profecia das palavras,
são eco de desgraças vindouras,
quero só a surdez nos sentidos,
e imaginar apenas coisas boas.
Se rasgar o mar sem milagre,
libertando povos de dor e fome,
prefiro antes o azeite ao vinagre,
e esquecer assim o meu nome.
Se Deus existe, e nele acredito,
peço ao povo que a fé seja sua,
pois pensando nisto eu medito,
sofrendo, afinal a dor continua.
Se o rimar da palavra, for o vosso ideal,
também não deixarei finar a prosa poética,
pois não acredito que por escrita final,
apenas valor tenha, a forma romântica.
Brinquei com palavras e temas,
porque variar tem uma virtude,
acabar com a inércia do apenas,
escrevendo cada vez mais atitude.
Escrever, é uma forma de amor,
pela rima ou pela prosa, tanto faz,
pretendo apenas um simples valor,
mostrar o pouco que sou capaz.
Escrever é a arte da alma viva.
29 OUTUBRO 2012
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