sábado, 1 de dezembro de 2012

TEMPESTADE E BONANCA



Sera bom que as nuvens nao sejam apenas portadoras de sonhos.
Sera mesmo bom que se tornem cinzentas, carregadas de escuras,
de chuvas e tempestades. Que tapem o Sol de vez em quando...
Esquecam la o Inverno... O sonho ultrapassa a luz e a escuridao.
O resultado esta na mesma proporcao, que a dor. Nao so fisica...
Tal como a dor, so a sentindo, damos valor ao prazer, so assim,
nos sentimos imortais por momentos, onde nada se passa de mal,
a nao ser o mal. A esperanca associada ao brilho, mesmo fora de epoca,
nao esquece que existo, quando a chuva me invade e o frio me aquece.
As tempestades tambem teem beleza que por vezes escondo. E mais...
So apreciando e sentindo a tempestade, me invade o deleite da bonanca.
Era bom... Era bom que talvez quando esse dia chegar, o usa-se agora...
Que ao toque de um dedo, ou ate pensamento, pudesse controlar o tempo.
As horas eternas e incansaveis, que nao param de girar o mundo,
mas que resistem livres, imutaveis e desinibidas, no meu envelhecer.
Mas e tao bom que passe o tempo... Mesmo vendo a decadencia,
que nao para de me gritar aos sentidos, faz-me pensar... e tanto.
Aos poucos, cada vez gosto mais das nuvens carregadas de chuva,
peco-lhes que desabafem em mim toda a agua possivel, enfrento-a
de face erguida, fazendo com que sintam que nao tenho medo.
Agrada-me... adoro que me toquem a face desprotegida e me encharquem.
Adoro... tal como molhar os pes, no mar do Inverno, que me gela os ossos,
mas que me faz sentir vivo, no troar das mares, e no macio do toque.
Basta fechar os olhos, a cada momento que preciso brilho do Sol.
Para o sentir, basta sentar-me em frente a uma lareira, que ele criou,
basta sentir o calor dos elementos que se consomem em si proprios.
Nao... Nao ha so nuvens brancas de veludo...
Mas fica sempre o prazer eterno da bonanca.

01 DEZEMBRO 2012

 

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