quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

SIGAM-ME POR FAVOR!



Sigam-me por favor!
Abracem comigo a noite.
Os ecos das vielas vazias,
Sons estranhos e irreconhecíveis.
As luzes, trémulas e fracas
Os velhos candeeiros de rua,
Que assustam a minha sombra.
Sigam-me por favor!
Os meus passos deixam rastro.
Isso mesmo me assusta.
Não controlo a minha sombra,
Há uma luz ténue e trémula,
Nos velhos candeeiros de rua.
Sigam-me por favor!
Ajudem-me a fugir ao eco,
Sinto-me fechado, sem saída,
Arrepiado a cada passo e,
Com medo da minha própria sombra.
Agarrem-na. Não a deixem fugir.
Sigam-me por favor!
Convençam a minha sombra,
De que sou eu mesmo. Eu!
Por mais que queira, só assim
O meu corpo perde a forma.
Só assim, me sinto diferente.
Pela minha sombra. Eu!
Sigam-me por favor!
Falem com a minha sombra,
Segurem-na, devagar mesmo que estranha.
Quero manter esta fuga,
Preciso do meu abstrato nesta sombra.
Não suporto ficar sózinho.
Agora.
Sigam-me.
Por favor!
Ajudem-me!



05 DEZEMBRO 2012

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