quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

SEM ABRIGO



Falamos hoje... os dois.
Poucas palavras, ate desprezo.
Mas fico... "Esta frio..."
Tento pensar o que te vai na cabeca.
Talvez esteja a gozar com a vida... eu.
A tua... a minha. Sopramos o bafo gelado.
A minha consciencia, talvez fraca...
Uma mao suja, outra lavada... silencio.
So falam os gestos... a desconfianca.
Sinto-me gelar nesta pedra... mas tu?
Para ti ja nao gela... vives a tua "liberdade".
Um embrulho... olhos nos olhos.
Um esboco fraco de um sorriso.
"Por ser Natal?...", o teu bafo.
"Talvez, nao sei...", o meu perfume.
Uns bolos e uma sandes... um sorriso.
Diferente, mas sem palavras...
Tento ignorar a sofreguidao.
Nao acredito no que oico... "Es servido?!"
Eu? Como eu?! Tenho tudo.
Tenho uma lagrima que disfarco,
escorre mas nao de frio.
Tenho o tudo que nao e nada.
"Ja o foste?" um outro olhar.
"Estive quase..." e um sorriso.
Silencio... Sopramos o bafo gelado.
A crueldade do silencio fere-me a alma.
Levanto-me... deitas-te. Dou-te o espaco.
"Boa sorte..." dizes-me... nem acredito.
Mais uma licao que se me resume,
afinal tenho tudo, mas nao tenho nada.



25 DEZEMBRO 2012

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