segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

JEJUM DE PALAVRAS


Estou farto deste jejum de palavras.
Vazio se tornou o valor da existencia,
neste constante desabafo  inexistente.
Tudo sorri a minha volta, a minha vida...
Ate eu proprio, na minha constante insegurança,
sobrevivo na felicidade, com feicoes que nao finjo.
Tenho a benção de saborear tudo o que quero,
beber o que sinto, sem ter de esvaziar emoções.
Tirei o retrato do mundo, mesmo que tao básico.
Adorei as atitudes simples... o preto e o branco,
sem as cores, e sem o realce do que não preciso.
Adorei as cores, sim... depois, compostas de sonhos.
Amei e amo a lentidao terna, ao passar do tempo.
O meu tempo... A ternura que tanto estranho,
ao trazer esta emoçao permanente, que me agrada
que me acaricia, com a mão áspera da pureza.
Tenho o desafio da saudade, que me corroi em sabor de mel.
Desfaço toda a eloquência da falta... desinibida numa imagem,
num afago na pele que deixei, numa nostalgia contemporanea,
num sorriso que me traz o simples amor das palavras.
Penetro na mais quente das carnes, atabalhoado
pelo libido estonteante da minha alma apaixonada.
E não me perco... ate mesmo neste labirinto de cheiros,
onde as sebes me confundem, e pesam a frieza logica.
Mas o orgasmo preenche-me enquanto escrevo,
quando o jejum das palavras se esvai e evapora,
onde o troar dos farois, derrotam o nevoeiro denso,
quando me entregam as margens seguras... e o sonho.
Sinto o egoismo da fartura, na soberba gula pecadora,
que me alimenta, ao desinibir este meu jejum de palavras!
Quero papel...
Quero tinta...
Tenho fome...
Quero palavras!

17 DEZEMBRO 2012

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